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Antero de Quental

Antero de Quental (1842-1891) foi um dos mais proeminentes escritores e intelectuais


portugueses do século XIX. Foi uma figura central na "Geração de 70", um movimento
intelectual que procurava modernizar Portugal, questionando as instituições
estabelecidas e buscando reformas sociais, políticas e culturais.
Quental é conhecido principalmente pela sua poesia, que reflete uma profunda
introspeção filosófica e uma busca constante por respostas às questões fundamentais
da existência humana. O s seus poemas frequentemente abordam temas como o
amor, a morte, a natureza e a insatisfação com a sociedade contemporânea.

A "Geração de 70"

A "Geração de 70" foi um movimento académico de Coimbra que veio revolucionar


várias dimensões da cultura portuguesa, da política à Literatura, onde a renovação se
manifestou com a introdução do realismo.

A partir de 1865, o grupo fez-se notar, com Antero de Quental, como figura de
destaque, e com Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, Teófilo Braga, Eça de Queirós,
Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis e Guilherme de Azevedo.

Questão Coimbrã

O nascimento da Questão Coimbrã deu-se com a polémica da publicação de uma carta,


onde Castilho elogiou o "Poema da Mocidade", de Pinheiro Chagas. Nessa carta,
Castilho, aproveitou também, para censurar um grupo de jovens de Coimbra, que ele
acusava de exibicionismo, de obscuridade propositada e de, nos seus poemas,
tratarem de temas que nada tinham que ver com a poesia. Esse grupo de jovens, A
Geração de 70, no qual se destacou Antero Quental que, numa carta, "Bom Senso e
Bom Gosto" respondeu as provocações de Castilho. O nome da carta surgiu depois de,
Castilho afirmar que, ao grupo lhe faltava bom senso e bom gosto. Quental, na sua
carta, ataca "os valores convencionais das camarilhas instaladas"

Pouco tempo depois, Antero desenvolve as suas ideias no folheto "A Dignidade das
Letras e Literaturas Oficiais", apelando a necessidade de uma literatura que
acompanhasse o pensamento moderno e que tratasse dos temas da atualidade. O
principal motivo desta "luta" literária, era a diferente conceção de arte.

Realismo

O Realismo em Portugal iniciou-se em 1865, época em que liberais e representantes


da velha monarquia disputavam. Foi um movimento de renovação e uma tentativa de
modernização, trazendo ao país as ideias filosóficas e científicas
que estavam em destaque na Europa.
As Conferências do Casino foram mais uma forma de manifestar o descontentamento
do grupo, sobre a sociedade portuguesa e de debater sobre os temas da época. Estas
reuniões foram no Casino Lisbonense, no ano de 1871 pelo grupo do Cenáculo,
formado, pelos ex-estudantes de Coimbra que constituem a Geração de 70. A ideia
destas palestras surgiu numa reunião do Cenáculo. Foi no jornal "Revolução de
Setembro" que foi feita a propaganda destas Conferências.

"vencidas da vida"
Esta é a denominação dada à fase final da Geração de 70 que corresponde ao fim do
século. É a fase em que Eça de Queirós, Antero de Quental e Oliveira Martins
renunciam à ação política e ideológica imediata. Surge a idealização vaga de uma
aristocracia iluminada, contrapondo do socialismo utópico.

Poemas

Odes Modernas,

PRIMAVERAS ROMÂNTICAS, DE ANTERO DE


QUENTAL

A obra Primaveras Românticas foi publicada em fevereiro de 1872. Contém as


produções poéticas da juventude de Antero de Quental, as poesias de amor
e fantasia compostas, em sua quase totalidade, entre 1860 e 1865, e que
andavam dispersas por várias publicações periódicas. Só foram reunidas em 1872
juntamente com outras coisas do mesmo estilo e caráter.
As composições de Primaveras Românticas elegem como tema preferencial
o amor, nos seus múltiplos cambiantes ( Amor no mar), muitas vezes relacionado
com Deus (Beatrice, A uns quinze anos) e a natureza (Idílio
sonhado). Talvez por isso Antero de Quental questione, no curto prefácio,
o “merecimento moral” destes versos (a que viria a chamar, na “Carta
autobiográfica dirigida ao Professor Wilhelm Storck”, de 1887, “du Heine de
deuxième qualité”), atribuindo-os à “inocência” e à “fantasiadora ignorância
juvenil”, a “um sopro romântico, cálido mas balsâmico”, que fez “rebentar
tumultuariamente as nossas primaveras em borbotões de flores”.
Algumas composições dão voz às inquietações metafísicas ( Nuvens da tarde,
Velut umbra) e ao sentimento pessimista (Primeiros conselhos do Outono)
que serão vincados na obra posterior do autor. A coletânea inclui vários poemas
posteriormente recolhidos nos Sonetos Completos (como Beatrice,
Amor vivo, Mãe, Jura, Metempsicose, Enquanto outros combatem, A uma mulher,
entre outros), revelando-se desde logo a preferência do autor por essa forma
poética, em que foi, de fato, exímio.
"Primaveras Românticas" é uma obra do escritor português Antero de Quental,
um dos mais importantes representantes do movimento literário conhecido como
"Geração de 70" em Portugal. Este trabalho é uma coleção de poemas que
refletem as características do romantismo, explorando temas como a natureza, o
amor, a melancolia e a busca pelo sentido da vida.

Poemas nas odes:

 Panteísmo
 A ideia
 Tese e antítese
 Mais Luz
 Tentando Viva

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