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Cesário Verde

➔ Nasceu em Lisboa, em 1855.


➔ Filho de um abastado comerciante com lojas de ferragens em Lisboa e uma quinta
em Linda-a-Pastora.
➔ Passou a infância entre o ambiente citadino (Lisboa) e o ambiente rural
(Linda-a-Pastora).
➔ Frequentou o Curso Superior de Letras, que não terminou.
➔ Relacionou-se com algumas figuras ligadas à vida literária e da boémia literária do
café Martinho.
➔ Em 1873, publica os seus primeiros versos no Diário de Lisboa.
➔ Em 1881, convive com o designado “Grupo do Leão” constituído por escritores e
pintores. Em 1884, dedica-se exclusivamente aos negócios do pai (gestão agrícola
e comercial).
➔ Morre, em 1886, vítima de tuberculose.
➔ Em 1887, Silva Pinto reúne os seus poemas em público, numa pequena edição de
200 exemplares, O Livro de Cesário Verde.
➔ Poeta que exerceu uma forte influência no desenvolvimento da nossa poesia, no
sentido da modernidade.
➔ A sua poesia caracteriza-se por uma grande capacidade para visualizar e analisar a
realidade.

Contextualização histórico-literária (séc.XIX-séc.XX)


Elevado crescimento demográfico; ▪ Ecos do progresso, resultante da industrialização
(crescimento das cidades, pontes, vias férreas, telégrafo, grandes construções,…); ▪
Confluência de povos e culturas; ▪ Lisboa, uma cidade caótica, boémia e insalubre; ▪
Proliferação de doenças como a peste e tuberculose; ▪ Ascensão da burguesia; ▪
Multiplicação de locais de convívio: cafés, teatros,…; ▪ Enormes contrastes sociais; ▪
Realismo-naturalismo; ▪ Modernismo; ▪ Surrealismo e impressionismo

Cesário: poesia inovadora e precursora


• capta o real concreto com extraordinária visão pictórica; • “pinta” a natureza humana, tal
como os Impressionistas; • o seu olhar detém-se no campo; • poeta-pintor da Lisboa do
século XIX; • destaca novos locais de convívio e novas personagens; • filtra o real através
da sua “visão de artista” e transfigura-o poeticamente; • o “eu” observa simultaneamente os
outros e a si mesmo
TEMAS
A representação da cidade e dos tipos sociais
Modernismo
A Geração de Orpheu corresponde a um conjunto de jovens que não se identificava, em
termos estéticos, sociais e filosóficos, com o saudosismo lírico nem como o
Realismo-Naturalismo que marcaram o final do século XIX, vindo a provocar uma mudança
no panorama literário português. Desse grupo destacam-se:
Fernando Pessoa; Almada Negreiros; Mário de Sá-Carneiro; Amadeo de Souza-Cardoso ;
Santa-Rita Pintor.

Os membros desta geração começaram a reunir-se por volta de 1912, em cafés da baixa
lisboeta, discutindo sobre os movimentos vanguardistas que alastraram por toda a Europa,
tendo ganhado um novo alento quando, devido à eclosão da Primeira Guerra Mundial
(1914- 1918), vários artistas nacionais começam a chegar a Portugal, vindos de Paris.

Com a publicação da Revista Orpheu, em 1915, estes poetas e artistas unem-se em torno
de um verdadeiro movimento modernista nacional, tendo como objetivo revolucionar o
panorama artístico e, metaforicamente tal como o mito de Orfeu na sua descida aos
infernos, fazê-lo sem «olhar nunca para trás», isto é, recusando o passado. Estes jovens
defendem e retomam, de certa forma, também a conceptualização aristotélica da «arte pela
arte», preconizada já no século anterior por Immanuel Kant, Théophile Gautier e Edgar
Allan Poe.

Graças ao mecenato do pai do poeta Mário de Sá-Carneiro, os números 1 e 2 da revista


são publicados e atingem o seu objetivo: chocar a sociedade da época. A revista número 3
nunca chegou a ver a luz do dia, por falta de financiamento. É de salientar o caráter
irreverente e provocatório presente na ilustração da capa da revista número 1, da autoria do
artista gráfico e pintor José Pacheco, um dos membros do grupo.

A reação dos críticos nacionais foi imediata e brutal, destacando-se a figura do médico e
escritor, Júlio Dantas, que os apelidou de «tarados originais» e «loucos». A resposta da
Geração de Orpheu chegou pelo lápis de Almada Negreiros, com o famoso e emblemático
Manifesto Anti-Dantas (1916), que surge como símbolo de afirmação, em Portugal, de uma
geração verdadeiramente moderna.

Do mesmo modo abrupto e efervescente com que nasceu, a geração de Orpheu findou. O
suicídio de SáCarneiro, em 1916, assim como a morte de Amadeu de Souza-Cardoso,
vítima de gripe espanhola, em 1918, levaram a que o individualismo, que caracteriza esta
geração, levasse a melhor e se dissolvesse o grupo, no qual se destaca a figura de
Fernando Pessoa, considerado, por muitos, o expoente máximo desta geração.

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