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Unidade
Eça de Queirós
Eça de Queirós
Do mesmo modo que fez parte da Geração de 70, integrou os Vencidos da Vida.
Em Havana, Newcastle e Bristol exerceu atividade diplomática.
Título
História de uma família, centrada nos amores incestuosos de Carlos e Maria Eduarda,
sua irmã, sem que ambos o soubessem.
Subtítulo
Crónica da vida social da elite lisboeta de 1880, tardiamente romântica e vivendo no
mimetismo estrangeirado do Constitucionalismo.
Os Maias
Episódios da vida romântica
Mais tarde, Carlos toma conhecimento da sua relação de parentesco com Maria
Eduarda e, ainda assim, continua o relacionamento. Afonso, após perceber que o
neto comete incesto conscientemente, morre.
Visão global da obra
Carlos viaja pela Europa com Ega. Regressa a Lisboa, após 10 anos, e constata que o
Ramalhete está destruído a par da sua família. Para além disso, encontra um país que
não evoluiu durante o tempo em que esteve ausente.
Os Maias (fotograma), 2014, João Botelho.
Visão global da obra
Crónica dos costumes
Intencionalidade crítica
Caricaturar a alta burguesia e a aristocracia (Sousa Neto representa a alta administração
pública e Gouvarinho os políticos − ambos se revelam ignorantes e néscios).
Evidenciar a falta de reflexão, o caráter conservador, racista e machista das opiniões sobre
determinados assuntos, como a educação da mulher e o desenvolvimento dos povos
africanos.
Visão global da obra
Crónica dos costumes
Intencionalidade crítica
Mostrar a necessidade de imitar os estrangeiros (franceses e ingleses) e os seus
comportamentos.
Criticar a mentalidade e os comportamentos da alta sociedade lisboeta que evidencia uma
contradição entre o “ser” e o “parecer”.
Visão global da obra
Crónica dos costumes
Intencionalidade crítica
Criticar, mais uma vez, o provincianismo e a falta de desenvolvimento do país; a prevalência
do gosto romântico e a falta de cultura (desconhecimento da música clássica).
Espaços e seu valor simbólico e emotivo
Ramalhete
Delimita a passagem de Carlos por Lisboa (da chegada, em 1875, ao regresso 12 anos
depois).
Acompanha o evoluir da intriga e o estalar da catástrofe.
Assim, a sua presença divide-se em três fases:
a instalação do protagonista, representando uma projeção de Carlos no
ambiente que o rodeia;
dois anos de vida em Lisboa, servindo de pano de fundo discreto à intriga e à
representação da crónica dos costumes;
reencontro em Lisboa em 1887, em que o protagonista encontra o Ramalhete
em decadência, salientando-se a dispersão da família Maia.
Os espaços e os indícios trágicos
Ramalhete
Alusão à fatalidade das paredes (por Vilaça).
(antes de
Indícios de morte e destruição:
1875)
– abandono do interior – (frescos das paredes);
– abandono do jardim – a deterioração da estátua de
Vénus;
Os espaços e os indícios trágicos
Outros espaços
Santa Olávia Coimbra
(infância feliz de (vida estudantil de
Carlos da Maia) Carlos da Maia)
Destino e caráter trágico
A destruição consuma-se por meio do destino (fatum), sendo este a força que
comanda os eventos conducentes à catástrofe final.
Linguagem e estilo queirosianos
Neologismos.
Adjetivação.
Advérbio (um dos campos favoritos de experimentação neológica).
Verbo num caráter metafórico.
Estilo indireto livre.
Metáfora e metonímia.
Hipálage.
Enumeração.
Ironia.
A humanização descritiva surge como um pronunciamento dos afetos,
que são implicação existencial e humana.
A ironia n’ Os Maias
Em Eça, denota-se uma oscilação entre ironia socrática e ironia romântica, sendo a
ironia do narrador predominantemente romântica e Ega, personagem que
frequentemente assume uma atitude irónica, recorre a uma ironia socrática.
O tempo da história é vivido por múltiplas personagens, vários dias, meses e anos,
sendo suscetível de ser cronologicamente ordenado.
O tempo do discurso é o resultado da elaboração do tempo da história e pode,
assim, surgir alongado ou resumido.
A ação d’Os Maias que se estende por cerca de setenta anos não se distribui, ao
nível do tempo discurso, de modo ordenado nem uniforme. Observa-se o recurso
a analepses; anisocronias (reduções temporais – o tempo do discurso é menor do
que o tempo da história); isocronias (tentativas para conferir ao tempo do discurso
uma duração semelhante à da história).
O beijo, c. 1907-1908,
Gustav Klimt, Museu
de Belvedere, Viena.
Protagonistas
Afonso da Maia
Pedro da Maia
Pertence à galeria dos aristocratas cultos, ricos, inativos e diletantes. Tem a intenção de
se dedicar à ciência, sem deixar de ser um homem de sport e de gosto. Acabará em Paris,
reconhecendo que “falhou na vida”.
Maria Eduarda
Divina, esplêndida, sublime, não obstante o seu passado, é associada à deusa Juno e à
deusa Vénus. Sensatez, equilíbrio, doçura, forte sentido de dignidade são características
fundamentais da sua personalidade.
Protagonistas
João da Ega