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A persistência do Naturalismo

O Naturalismo
O movimento surgiu em França nas artes plásticas e na literatura em meados do século XIX.
CARACTERÍSTICAS:
- pintura da natureza
- maior fidelidade possível aos fenómenos da natureza
- rejeição do subjetivismo e sentimentalismo exagerados dos românticos
- representação objetiva do real visível: paisagem, retrato e cenas do quotidiano.
Principais pintores: Gustave Courbet, Jean-François Millet e Honoré Daumier
Os quadros resultavam num instantâneo da realidade, como numa fotografia .
Perfeição do desenho e da perspetiva.
REALISMO
Há autores que em pintura distinguem Naturalismo e Realismo no facto do Realismo ser uma arte mais
politizada, em que se retrata a realidade social com denúncia.
Foi cerca de 1870 , que um pequeno grupo de jovens artistas entusiasmados com “esta atualidade” das
obras de Édouard Manet, constituiu o grupo dos Impressionistas .
No Impressionismo em vez de se representarem as formas exatamente como são, expressam-se as formas
tal como elas se apresentam sobre a deformação da luz.
Os Impressionistas e os Pós-Impressionistas foram os verdadeiros pioneiros das transformações artísticas
que marcariam a arte moderna.
O Naturalismo em Portugal
Em Portugal o Naturalismo é introduzido por Marques de Oliveira e Silva Porto, na década de 70 do
século XIX.
Recorreu da estadia como bolseiros do Estado (as bolsas de estudo na capital francesa eram prémios
muito disputados, atribuídos aos melhores estudantes das academias de Lisboa e Porto, com o objetivo de
manter atualizada a arte nacional).
Grande parte dos artistas portugueses aderiu.
Temática variada: paisagem, cenas rústicas, pitorescas, quotidiano, cenas burguesas, marinhas,
tradições, retrato, histórica
Portugal manter-se-á fiel ao Naturalismo mesmo quando na Europa irromperam as vanguardas artísticas
(esmoreceu apenas nos anos 40 de séc. XX).
Columbano Bordalo Pinheiro ( Convite à valsa, Morte de Inês, Antero )
Carlos Reis ( As engomadeiras, Cantigas d'amor, O Batizado )

Marques de Oliveira ( Praia de banhos, À espera dos barcos )

JOSÉ MALHOA
Realizou inúmeras exposições, tanto em Portugal como no estrangeiro,
designadamente em Madrid, Paris e Rio de Janeiro.
Pintura histórica de José Malhoa ( Vasco da Gama ouve o piloto oriental, por
exemplo)
(Dois artistas pintando à beira-mar, À Beira-Mar (Praia das Maçãs), Clara, As Promessas )

O NATURALISMO EM PORTUGAL:ESCULTURA
- Maiores escultores: Soares dos Reis e Teixeira Lopes
- Influências clássicas nas técnicas e na composição: perfeição anatómica; virtuosismo técnico,
composição piramidal
- Academismo
(VER POWERPOINT)
Justificar a permanência da estética naturalista em Portugal nas primeiras décadas do século XX
- O gosto oficial e o aplauso do público (encomendantes oficiais e particulares) apreciavam a pintura e
escultura que obedecia criteriosamente às regras aprendidas nas academias de Belas-Artes.
- Portugal, ainda muito rural e pouco industrializado, era culturalmente conservador: apreciavam-se as
obras naturalistas de artistas e escritores que celebravam as vivências rurais e tradicionais do povo
simples e genuíno (em cenas de costumes e realismo popular), eles sabiam retratar a pura essência do
“portuguesismo”.
Também na literatura se registava o mesmo apego aos valores, modos e paisagens “tipicamente
portugueses” (busca da identidade nacional) e a mesma aversão ao urbanismo cosmopolita. Artes e
letras mantinham-se afastadas das novas correntes estéticas europeias. (Teixeira de Pascoaes)
Teixeira de Pascoaes teorizou o Saudosismo, pensamento que desenvolveu no âmbito do movimento da
"Renascença Portuguesa", de cujo órgão oficial, a revista "A Águia," foi diretor. Proclamou a necessidade
de preservar a identidade nacional, as características particulares diferenciadoras do "génio lusitano",
nomeadamente o sentimento da saudade.
Mas esta iconografia rústica, melancólica e saudosista vai ser colocada em causa por uma série de
artistas plásticos e escritores que estudaram e viveram em Paris (como bolseiros oficiais ou a expensas
das famílias) onde ficaram fascinados pelas vanguardas artísticas e a partir de 1911 vão colocar Portugal
no mapa cultural da Europa!
Mário de Sá Carneiro, Eduardo Viana, Santa-Rita Pintor, Almada Negreiros, Amadeo de Souza-Cardoso
O MODERNISMO EM PORTUGAL
1º modernismo - 1911-1918
(exposições livres e humoristas, grupo do Orpheu,...)
Rejeição pelas entidades oficiais
2º modernismo - 1920-1940
(Grupo da Presença, Exposições Independentes, cafés e clubes, grupo surrealista)
Tentativa de oficialização pelo SPN
1o Modernismo (1911-1918)
❑ Só na 2a década do século a arte portuguesa entrou em consonância com os movimentos vanguardistas
europeus.
❑ Num país com ambiente cultural dominado pelo gosto naturalista, a ação dos modernistas assumiu-se
com … ❖ A Exposição Livre (1911) / ❖ Os Salões dos Humoristas (desde 1912) / ❖ As revistas Orpheu
(1915) e Portugal Futurista (1917) / ❖A presença dos Delaunay em Portugal (1915-1917) / ❖A obra de
Amadeo Souza-Cardoso apresentada em 1916 no Porto e em Lisboa / ❖ A obra de Santa-Rita, Almada
Negreiros e Eduardo Viana
O 1o Modernismo na caricatura e ilustração
1911 , I Exposição dos Livres no Salão Bobone, em Lisboa: Grupo de jovens pintores portugueses
regressados recentemente de Paris e que apresentavam uma nova maneira de conceber a arte.
Suscitaram escândalo.
O pintor Manuel Bentes foi o principal organizador da Exposição Livre de 1911 para a qual reuniu obras
dos companheiros de Paris.
CRÍTICA À EXPOSIÇÃO: “Existe em França uma série de malucos em arte que inventa toda a espécie de
extravagâncias”
ESCÂNDALO PORQUÊ?
A estética marcadamente modernista optava pelo traço estilizado, geometrização das figuras e humor
ácido
No desenho de caricatura e ilustração (que não aspiravam ao estatuto de Belas-Artes e com elas não
competiam) surgia o Modernismo com traços de assumida modernidade:
▪ estilização dos motivos
▪ esbatimento da perspetiva
▪ geometrização das figuras
▪ enquadramentos urbanos e boémios
▪ cenas elegantes
▪ humor ácido
Esses trabalhos deram origem a várias exposições.
1915, 1a utilização da palavra Modernismo a propósito da Exposição de Humoristas e Modernistas
A iconografia rústica, melancólica e saudosista vai ser colocada em causa por uma série de artistas
plásticos e escritores que estudaram e viveram em Paris (como bolseiros oficiais ou a expensas das
famílias). Em França ficaram fascinados pelas vanguardas artísticas e a partir de 1911 vão colocar Portugal
no mapa cultural da Europa!
- Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Santa-Rita Pintor , Almada Negreiros, Mário de Sá
Carneiro, Fernando Pessoa
NO PERÍODO DE 1915, 1916 E 1917 O MODERNISMO TEVE UMA ENORME DINÂMICA.
A revista Orpheu (1915) foi um impulso do Modernismo português. Era dirigida por Fernando Pessoa e
Mário de Sá-Carneiro.
A revista Orpheu:
- O que foi? Uma revista literária (trimestral) luso-brasileira
- O nome aludia à figura mítica grega que sendo poeta, músico e cantor a todos encantava
- Quando surgiu? março e julho de 1915 (1o e 2o números, respetivamente)
- Quantos números foram publicados? Apenas 2; um 3o n.o ficou em provas por dificuldades várias, mas
principalmente financeiras (Mário de Sá- Carneiro, o responsável pelos custos da revista, suicidou-se em
Abril de 1916)
- Colaboradores: Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro , Almada Negreiros (as figuras tutelares);
Santa-Rita Pintor, Amadeo de Sousa-Cardoso, Luís de Montalvor.
- O estilo literário era completamente inovador. Procuravam-se novas formas de expressão para uma
nova poesia portuguesa, capaz de traduzir o mundo moderno, criar uma arte cosmopolita imprimindo à
poesia o tom europeu, audaz e requintado que faltava à poesia tradicional saudosista.
Modernidade dos poetas do grupo do Orpheu :
- Rutura com as convenções
- Percepção da vertigem da civilização industrial, dominada pela velocidade e pelo poder da máquina
- Nova concepção da existência - visão poliédrica do eu
- Invenção de novas realizações linguísticas
Importância da Geração do Orpheu
O grupo do Orpheu afirmava a liberdade criadora e originalidade - pela forma livre dos poemas, pela
ilogicidade de certas imagens, pelo carácter insólito de certas construções sintáticas, pela excentricidade
e tom provocatório .
O seu atrevimento intelectual abalou a cultura portuguesa - provocou escândalo e foram apelidados de
poetas paranóicos.
Júlio Dantas destacou-se na crítica e levou resposta ...
O Manifesto Anti-Dantas foi lido , com Almada em cima da mesa, ao grupo modernista no seu
costumeiro convívio noturno no Café Martinho do Rossio. Meses depois, em 1916 o texto foi impresso.
ALMADA NEGREIROS
1912: começou a colaborar em numerosos jornais e revistas e participou na I Exposição dos Humoristas .
- 1915, momento culminante: Manifesto Anti Dantas
-1917, momento culminante: Leitura pública do Ultimatum futurista às gerações portuguesas do século
XX (Lisboa, Teatro República).
Este Ultimatum de Almada Negreiros e o “Ultimatum” de Álvaro de Campos foram os textos
teorizadores do Futurismo.
As críticas de Almada Negreiros e Fernando Pessoa enquadram-se no movimento futurista europeu:
• renovação radical dos temas, formas e linguagens artísticas e literárias;
• necessidade de rutura com os valores estéticos e literários tradicionais;
• repúdio do passadismo literário, propondo a rejeição do «gosto» clássico;
• glorificação do futuro, da invenção e da modernidade, considerando que a juventude é a força
mobilizadora da transformação social;
• apelo aos valores nacionalistas e patrióticos, como forma mobilizadora de energias criadoras.
Guilherme de Santa-Rita foi o primeiro a assumir-se como futurista em 1912
As pinturas de Santa-Rita Pintor foram apresentadas no no 2 de Orpheu e pretendiam sê-lo na Portugal
Futurista que não chegou a sair para o público. Nunca expôs obras modernas nem em França nem em
Portugal. A sua obra é hoje quase inexistente.
Quadro inacabado da cabeça cubo-futurista, provavelmente de 1912
▪ O quadro não tem assinatura, nem está datado.
▪ Pode ser o retrato do irmão do pintor (pelo estrabismo e uso de um monóculo)
▪ O quadro coloca-o no panorama internacional da vanguarda da época:
▪ Tem traços cubistas (as cores e a geometrização das formas)
▪ Alude também ao dinamismo futurista de Boccioni pela repetição concêntrica das
linhas.
1917 - Revista Portugal Futurista
Contava com as colaborações de: - Santa-Rita (o criador da revista) - Fernando Pessoa - Mário de
Sá-Carneiro - Álvaro de Campos - Apollinaire
Foi travada pelas autoridades. O seu único número foi apreendido pela polícia, sendo inviabilizada a sua
publicação.
Almada Negreiros
Criou uma extensa obra plástica, poética, literária e teórica, revelada na pintura e no desenho, no
bailado, na poesia e na prosa, no ensaio, na reflexão crítica e teórica
1911: Lisboa. Ingressa na Escola Internacional / Publicou um desenho pela primeira vez no jornal A
Sátira.
1912: começou a colaborar em numerosos jornais e revistas e participou na I Exposição dos Humoristas .
- 1915: Escreve o Manifesto Anti-Dantas
- Leitura pública do Ultimatum futurista às gerações portuguesas do século XX
MAIS DESENHADOR DO QUE PINTOR
- Colaborador regular de jornais e revistas publica numerosos desenhos e caricaturas em periódicos
(jornais e revistas) e faz capas de revistas, cartazes, decoração de interiores.
- Trabalha em publicidade
- Escreve intervenções críticas e programáticas e também novelas/contos.
- Colabora em Orpheu e Portugal Futurista travando amizade com Fernando Pessoa
- A dança/bailado são também uma das suas grandes paixões.
“K4, o quadrado azul”
A Guerra Mundial provocou circunstâncias que impulsionaram e amadureceram o Modernismo
português:
❖Regresso ao país do núcleo mais talentoso de pintores portugueses que estudavam em Paris –
Guilherme Santa- Rita, Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana e José Pacheco;
❖Vinda para Portugal do casal Delaunay (Robert e Sonia), destacadas personalidades do meio artístico
parisiense.
Deste regresso a Portugal resultou a formação de dois pólos ativos e inovadores:
❖ Um em Lisboa - liderado por Almada Negreiros e Santa-Rita.
❖ Outro no Norte - casal Delaunay e Eduardo Viana (que vivem em Vila do Conde) e Amadeo de
Souza-Cardoso (que vive em Manhufe, Amarante)
O CASAL DELAUNAY
Ao declarar-se a Ia Guerra Mundial, o grupo de pintores
portugueses residentes em Paris, entre eles Souza-Cardoso,
bem relacionado com os Delaunay, regressam a Portugal
no Verão de 1914.
O casal Delaunay chegou a Portugal para passar o verão de
1915, mas fica até 1917, no que chamaram a Temporada
Lusitana.
Convidados para Vila do Conde por Eduardo Viana, eles
instalaram-se numa casa que batizaram de "Villa
simultanèe“. A casa estava perto do mar e era bastante
espaçosa, o que lhes permitiu produzir grande volume de
trabalho.
▪ Boa parte da ligação que o casal estabeleceu com Portugal assentou na luz, que diziam ser límpida e
capaz de criar contrastes fortes.
▪ O Minho marcou também a obra dos artistas com os seus mercados e feiras populares, artesanato,
danças, lenços coloridos das mulheres e generosidade das pessoas.
SONIA, AMADEO E VIANA partilharam temas e objetos na sua pintura como as bonecas de panos
tradicionais e os brinquedos do Minho, em madeira e cerâmica.
o VIANA é o mais próximo do casal, Sonia nas suas memórias chama–lhe “o nosso companheiro
português”. Em La Petite e na Revolta das Bonecas vê-se bem a influência de Sonia e na Rendeira de Vila
do Conde o pintor aplica verdadeiramente a teoria cromática simultaneísta e uma reinterpretação dos
lenços do Minho incorporando os “discos órficos” dos Delaunay.
▪ AMADEO vê-os como pares e “passaporte” para a divulgação da sua obra fora de Portugal. Planeiam
fazer uma série de exposições itinerantes, dentro e fora da Península Ibérica, mas os seus projetos
acabam gorados, organizando-se apenas uma mostra internacional, em Estocolmo, o que terá interferido
na sua relação. Amadeo nunca abdicou de outras influências
▪ ALMADA é o que mais se rende, venera-os. A Sonia, chamou “madrinha” na dedicatória que lhe faz do
seu Manifesto Anti- Dantas.
Eduardo Viana
▪ Participou na I Exposição Livre, em 1911 (Salão Bobonne), com 6 trabalhos enviados de Paris, naquela
que foi considerada a 1a grande exposição antiacadémica em Portugal.
▪ O seu regresso em 1915, em plena guerra coincidiu com a estada em Portugal de Amadeo de
Souza-Cardoso e do casal Delaunay, todos eles num exílio forçado. A proximidade geográfica entre
Manhufe e Vila do Conde foram fundamentais para alimentar o convívio intenso deste pequeno grupo e
para a partilha de experiências. Foi neste contexto português que Eduardo Viana ensaiou e a sua rutura
com a representação plástica tradicional.
Depois destas breves experiências cubistas , Eduardo Viana regressou à prática de uma figuração.
Rapaz das Louças, 1919, encerra a aventura vanguardista de Viana;
Amadeo de Souza-Cardoso
- 1905 - como 18 anos vai para Lisboa a fim de estudar arquitetura na Academia de Belas-Artes.
- 1906 - com 19 anos vai para Paris onde vai passar 8 anos. Em 1909 inicia uma intensa amizade com o
pintor Modigliani que o influenciou no traço.
Envereda pelo cubismo .
- Com a guerra permanece em Portugal onde na quinta de Manhufe (Amarante) produziu as suas
melhores telas numa constante pesquisa e reformulação de conceitos e práticas pictóricas . Em 1916 faz
duas exposições em Lisboa e Porto.
Modigliani - Pintava rostos e pescoços alongados, à maneira das máscaras africanas, gosto parisiense
típico da época. Dotada de estilo próprio, a sua obra não pode ser filiada em nenhuma vanguarda
específica.
Em 1912 publica em Paris o álbum XX Dessins
Temas algo aristocráticos como a representação de cavaleiros
1913 é um ano importante da carreira de Amadeo:
▪ Expõe em Berlim
• na International Exhibition of Modern Art – Armory Show em Nova Iorque, Boston e Chicago

Cozinha da Casa de Manhufe / Procissão Corpus Christi


Tinha influências abstracionistas, expressionistas, das máscaras africanas.
Insere na sua obra motivos minhotos e populares / Influência de Sonia Delaunay
Tal como os cubistas insere nas suas telas palavras, letras e números
Maquinismos – Influências futuristas
Obras com muitas colagens - INFLUÊNCIAS DADAÍSTAS
Amadeo estabelece forte relação com Almada Negreiros
O Manifesto Anti-Dantas e consequente agitação que provocou em Lisboa uniram Amadeo e Almada.
Em 1916 Amadeo decide sair do isolamento em Manhufe e faz 2 exposições em Lisboa e Porto com 114
obras (80 óleos, 4 pinturas a cera, 19 aguarelas e 11 desenhos).
As exposições causaram escândalo!
O pintor surge como vedeta e numa entrevista à pergunta a que escola de pintura pertence, responde:
“Eu não sigo escola nenhuma.
As escolas morreram.
Nós os novos, só procuramos agoraa originalidade.
Sou impressionista, cubista, futurista, abstracionista?
De tudo um pouco.
Mas nada disso forma uma escola.”
COR E TÉCNICA DE AMADEO
❑ Usa a paleta do moderno século XX - cores vibrantes e brilhantes
❑ recurso a manchas de cor sem gradações de claro-escuro
❑ utilização de pinceladas que definem as formas em vez de as preencherem;
❑ desenho subjacente praticamente ausente
❑ inexistência de sobreposições
❑ quase ausência de correções

Amadeo de Souza Cardoso no seu atelier


O atelier foi construído junto à casa do tio Francisco, irmão da mãe, figura fundamental na carreira
artística do pintor pois foi ele quem convenceu o pai a deixar Amadeo ir para Paris.
Permanecerá praticamente desconhecido até aos anos 50. Em 1983 a Fundação C. Gulbenkian compra
grande parte da sua obra
A história do Modernismo em Portugal não terminou em 1918, mas ficou suspensa:
▪ Os Delaunay deixaram o país em 1917
▪ Sá-Carneiro, Santa-Rita e Amadeo morreram precocemente
▪ A obra de Santa-Rita perdeu-se
▪ E a de Amadeo foi ocultada durante 40 anos(Lucy guardou, não vendeu)
▪ Almada partiu para Paris em 1919
▪ Viana abandona traços modernistas em 1919-20
O Modernismo prosseguiu nalguns artistas da geração seguinte.
2o Modernismo (1920-1940)
▪ De novo as revistas se assumiram como elemento aglutinador das letras e das artes.
Destacou-se a revista Presença (1927-40):
▪ pela sua continuidade – em 13 anos saíram 56 números
▪ pela intenção de reassumir uma modernidade - deu a conhecer e valorizou criticamente os obras do
grupo de Orpheu e dele herdou o espírito.
JOSÉ RÉGIO
▪ Em 1927, fundou a revista Presença com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões
▪ Como escritor, José Régio, dedicou-se ao ensaio, à poesia, ao texto dramático e à prosa. Refletindo
durante toda a sua obra problemas relativos ao conflito entre Deus e o Homem, o indivíduo e a
sociedade e usando sempre um tom psicologista e místico.
OUTRAS REVISTAS: - Contemporânea/ - Athena- à sua frente estava o próprio Fernando Pessoa; / -
Sudoeste - dirigida e em grande parte escrita por Almada Negreiros. / - Fradique
Outras revistas não voltadas exclusivamente para o domínio da literatura: - Seara Nova , Lusitânia,
Diabo, Portucale, Solução Editora, Descobrimento, Momento, Ocidente.
ARTES PLÁSTICAS
▪ Promoveram-se exposições independentes – coletivas ou individuais
▪ Para os artistas plásticos se os organismos oficiais ainda, por vezes, se fechavam, outras “portas”
menos oficiais se abriam:
• A DOS PERIÓDICOS - as revistas Ilustração Portuguesa, Domingo Ilustrado, ABC, Ilustração, Sempre
Fixe, etc. divulgavam os novos gostos e empregavam artistas (salientou-se Stuart Carvalhais) .
• A DOS CAFÉS E CLUBES - foram marcantes as decorações modernistas do café A Brasileira do
Chiado e do Bristol-Club.
AS DECORAÇÕES MODERNISTAS DE ESPAÇOS DE SOCIABILIDADE – CAFÉS E CLUBES
BRISTOL-CLUB - grande casa de jogo, restaurante e clube onde se reuniam as celebridades da época.
Algumas das melhores obras dos anos 20 foram aí reunidas com temáticas mundanas (nus, festas, cenas
de restaurante e de toilette).
Eduardo Viana e Almada Negreiros - artistas do 1o Modernismo, continuaram a
marcar a arte portuguesa.
Eduardo Viana - Nos anos vinte Eduardo Viana trabalhava com traço figurativo, mas
sem cair no naturalismo convencional.

Depois da morte de Amadeo e Santa-Rita Almada partiu para Paris em 1919 onde mergulhou no mundo
picassiano. Arlequins foram um tema muito reiterado.
CAFÉ A BRASILEIRA DO CHIADO
abriu em 1908
Tornou-se o ponto de encontro de escritores, artistas e jornalistas, portanto, cenário de inúmeras tertúlias
intelectuais, artísticas e literárias, por isso é considerado berço do Modernismo
O grupo do Orpheu reunia-se regularmente num dos 3 cafés: ▪ a Brasileira ▪ O Martinho ▪ o Martinho da
Arcádia
Em 1925 passa a expor 11 telas de 7 pintores da nova geração, que então frequentavam o café – entre
eles Almada Negreiros, Eduardo Viana e Stuart Carvalhais.

Autorretrato num Grupo / As Banhistas


As telas de Almada refletem os novos costumes e a nova visão da mulher
Uma vez instaladas as 11 pinturas dos modernistas tiveram a desaprovação dos clientes.
Almada, o artista autodidata, ressente-se e o desagrado leva-o a partir de
novo para Espanha em 1927, onde ficará até 1932.
A lição de Picasso
Entre 1927 e 1932, estabeleceu-se em Madrid, onde prosseguiu a sua
atividade de decorador, ilustrador e ensaísta
Almada regressou a Portugal em 1932 para ficar. Em 1934 casou com Sarah
Afonso
Passou a assinar apenas com o nome Almada, em letra minúscula,
destacando o d.
Desenvolveu uma vasta atividade de ilustrador gráfico em cartazes, revistas, livros e jornais
A partir de 1932 o Estado Novo inicia a construção do novo regime e coloca os artistas na exaltação
propagandística da sua obra e imagem
Almada e Pessoa não estariam muito convencidos, mas Almada precisava de encomendas e aceitará
trabalhos.
O facto de ter participado nas obras públicas e exposições do Estado Novo, jamais o transformaram
num artista do regime. Fazia-o porque não havia outro empregador e ele tinha uma família para
sustentar; também para ter público para a sua arte, para mostrar o seu talento e Modernidade.
Em 1933 o Estado Novo assumiu-se como grande entidade empregadora e encomendante utilizando os
artistas na construção da obra e da imagem do regime.
Em 1933, António Ferro, jornalista e simpatizante dos modernistas, assumiu a direção do SPN,
Secretariado da Propaganda Nacional do Estado Novo que desenvolverá um projeto cultural, designado de
“política do espírito” para o regime se revelar às massas e as impregnar segundo os objetivos
pretendidos. A cultura queria-se nacionalista e Ferro optou por uma estética moderna, aberta ao seu
tempo!
A amizade com António Ferro, desde os tempos de Orpheu, leva Almada Negreiros a colaborar com o
recém-criado Secretariado de Propaganda Nacional
A sua colaboração em numerosos projetos de decoração de edifícios públicos do Estado Novo afirma-se,
desde 1934, com a criação dos vitrais da nova Igreja de N. S.a do Rosário de Fátima.
O Secretariado de Propaganda Nacional realizou ...
▪ a 1a exposição retrospectiva da obra gráfica do artista, em 1941
▪ e atribuiu-lhe, no ano seguinte, o “Prémio Columbano Bordalo Pinheiro”.
Almada Negreiros é, por esta época, um artista de mérito reconhecido pelas instâncias oficiais.
Nos anos 40 Almada concebeu diversos frescos para as gares marítimas de Lisboa:
▪ Gare Marítima de Alcântara, 1944
▪ Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, 1948
Para cada gare Almada trabalhou apenas auxiliado por uma pessoa (para transportar as tintas).
Cada gare levou ao artista dois anos e meio de estudo e cerca de dois meses de execução.
Usou a técnica do mural a fresco.
Os painéis estavam embutidos na parede da Sala de Espera de duplo pé direito.
Gare Marítima de Alcântara - evoca-se o passado heróico dos Descobrimentos; retrata-se a Lisboa
ribeirinha de marinheiros, pescadores, varinas e carvoeiras de corpos robustos, rostos disformes e pés
descalços.
Na Gare Marítima da Rocha retratam-se as partidas e chegadas , o trabalho portuário (guindastes,
escadas, cascos de navios), a faina ribeirinha, saltimbancos a pedir esmola. / Almada evocou Picasso
A obra resultou de uma encomenda do regime, mas Almada fez o seu espetáculo com irreverência, sem
cedências ideológicas ou estéticas.
Almada fez diversos trabalhos em edifícios universitários.
Almada experimentou também outros suportes, como a tapeçaria.
No final dos anos 50, concebe algumas experiências de carácter abstrato.
Regresso a Orpheu
A sua longa vida permite a Almada nos anos 50 e 60 evocar e prestar homenagem aos seus compagnons
de lutte do Orpheu e do arranque do Modernismo.
O grande Retrato de Fernando Pessoa (1954), obra emblemática da produção
pictórica dos anos 50, foi executado para o restaurante lisboeta Irmãos Unidos
antigo ponto de encontro do grupo Orpheu.
Fernando Pessoa, surge imponente ao centro da composição, com o seu chapéu
de feltro e os óculos num chão de losangos que sugere os arlequins de obras
anteriores de Almada.
REVISÃO:
1938 | Vitrais para a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Lisboa
1947 | Pinturas murais na Gare Marítima de Alcântara, 1945-47.
1948 | Pinturas murais na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos
1954 | Retrato de Fernando Pessoa
1961 | Decoração das fachadas de edifícios na Cidade Universitária de Lisboa: Faculdade de Direito;
Faculdade de Letras; Reitoria, 1957-61.
1969 | Começar, desenho inciso na parede do átrio de entrada da sede da Fundação Calouste
Gulbenkian, Lisboa, 1968-69.
Nas artes plásticas, arquitetura, teatro, bailado e cinema a colaboração entre os artistas e o regime do
Estado Novo foi bastante fecunda,mas a partir de 1940 a visão estética afastar-se-á do Modernismo e
mergulhará no conservadorismo
A Exposição do Mundo Português de 1940 marcou o corte com o Modernismo
O Modernismo prosseguiu, mas por outras vias!
E em grande parte na oposição à arte oficial do Estado Novo:
▪ a II Geração de Paris / ▪ o Surrealismo / ▪ o Abstracionismo / ▪ o Neo-realismo
A II Geração de Paris: nos anos 20, depois da guerra, artistas portugueses regressaram a Paris (devido à
ausência de público em Portugal). Destacaram-se: - Dórdio Gomes, Abel Manta, Mário Eloy, Diogo de
Macedo, os irmãos Franco e Almada Negreiros, Helena Vieira da Silva, entre outros.
- Fizeram diversas exposições divulgando o Modernismo
ABEL MANTA, Partida de damas / Mário Dionísio, reunião
clandestina
O ABSTRACIONISMO DE VIEIRA DA SILVA
- Nasceu em Lisboa, em 1908.
- Apoiada pela família, aos 18 anos partiu para Paris
Abandonou a escultura e dedicou-se à pintura e à gravura / Em 1930, casou-se com o pintor húngaro
Arpad Szenes.
Les yeux - 1937 / Le desastre ou a Guerra - 1942 / História trágico-marítima , 1944

Na 2a Guerra Mundial, regressou com Arpad a Lisboa, mas hostilizados pela política salazarista,
decidiram refugiar-se no Brasil, onde as suas vidas foram bastante difíceis.
No final da década de 30, surgiu o Neorrealismo
O principal princípio era a ideia de que a arte deve ser “engagé” (comprometida socialmente), ser
denúncia social, Os artistas adeptos eram quase todos oposicionistas.
Na estética neorrealista é caraterístico:
- o exagero no volume dos corpos
- e a simplificação cromática.
Na literatura: Alves Redol e Soeiro Pereira Gomes
- Repúdio à literatura de carácter psicológico e intimista
- Proposta de uma literatura engajada
Em 1947 surgiu um grupo de críticos, pintores e poetas, fortemente influenciado pelas teorias de André
Breton, criando o GRUPO SURREALISTA PORTUGUÊS.
O grupo era composto por: - António Pedro - José Augusto França - Alexandre O ́Neill - Mário Cesariny
Com obras totalmente subjetivas, o grupo opõe-se aos neo-realistas na medida em que a denúncia social
fica totalmente esquecida. Dessa forma, estabelece-se um antagonismo entre a tendência Neorrealista e
a Surrealista.
ESCULTURA
Houve também um modernismo escultórico português com jovens escultores como Diogo de Macedo ,
Francisco Franco , Leopoldo de Almeida e Canto da Maia que também rumaram a Paris. Recusaram a
tradição naturalista academizante e proclamaram a modernidade.
Mas terminada a formação e de regresso a Portugal, será, sobretudo, o sabor das encomendas e da
empregabilidade que irá moldar o futuro destes jovens escultores e o seu traço de modernidade será
contido.
A implantação do marxismo-leninismo na Rússia
Antecedentes: O império russo
O Império Russo existiu desde 1721 / Foi o 2o maior império contíguo da história / Tinha grande
diversidade étnica (mais de 100 grupos étnicos) em que a etnia russa constituía a maioria, cerca de 45%
da população.
São Petersburgo, fundada em 1703, foi a capital do Império Russo desde 1712, durante mais de 200
anos (até 1918, ano em que Moscovo se tornou de novo a capital da União Soviética)
❖ Petrogrado entre 1914 e 1924 - a cidade foi rebatizada removendo os termos em alemão Sankt e
Burg (uma vez que o país estava em guerra com a Alemanha)
❖ Leninegrado a partir de 1924 - em 26 de janeiro de 1924, 5 dias após a morte de Lenine, a cidade
foi rebatizada
❖ São Petersburgo - em 12 de junho de 1991 a população votou pela mudança de nome da cidade
retomando o nome inicial
O Palácio de Inverno era o palácio imperial localizado em São Petersburgo, construído por decisão de
Catarina, a Grande, entre 1754 e 1762 para servir de residência de Inverno aos czares.
- REGIME:
▪ O Império Russo era uma monarquia hereditária da dinastia Romanov, liderada por um imperador
autocrático - o czar
▪ O czar governava apoiado na aristocracia privilegiada e na Igreja Ortodoxa, além de um aparelho
repressivo bem montado.
A família imperial russa : o czar Nicolau II que subiu ao trono em 1894, a czarina Alexandra (de origem
alemã), o príncipe herdeiro Alexei e as 4 filhas (Olga, Tatiana, Maria e Anastasia)
Ao lado de um mundo privilegiado e anacrónico estava um povo com condições de vida miseráveis
Um país eminentemente rural e Uma sociedade feudal/semifeudal
Profundas diferenças sociais:
- A Igreja, a Coroa e Aristocracia possuíam a maior parte das terras que eram cultivadas pelos
camponeses;
- Os operários levavam uma vida de miséria, recebendo baixos salários a troco de longas horas de
trabalho;
Só em 1861 foi abolida a servidão.
Antes de 1861 os donos podiam: • vergastá-los • vendê-los • obrigá-los a qualquer serviço
A economia lentamente industrializou-se em Moscovo, S. Petersburgo, Baku com a ajuda de
investimentos estrangeiros em fábricas e ferrovias (p. ex. o Transiberiano) suscitando a formação de um
operariado urbano.
PÉSSIMAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E DE VIDA:
▪ baixíssimos salários
▪ muitas horas de trabalho
▪ autoritarismo patronal
▪ nenhuma legislação laboral, nenhum sindicato; nenhum direito de associação, de reunião ou de greve
Antecedentes: constituição de grupos moderados e radicais contra o regime czarista
Lenine (Vladimir Ilitch Ulianov)
▪ Foi atraído para a causa revolucionária após a execução de seu irmão
▪ Após a eclosão da revolta de janeiro de 1905, Lenine retornou à Rússia, mas em 1907 teve de novo de
voltar ao exílio. Quando se dá a revolução de Fevereiro de 1917 Lenine estava em Zurique e de imediato se
prepara para regressar e assumir uma alteração no rumo dos acontecimentos: a Revolução de
Outubro!
ANTAGONISMOS SOCIAIS E POLÍTICOS QUE LEVARAM À REVOLUÇÃO
- 1904-5, derrota contra o Japão
Em 1904, a Rússia entrou em guerra contra o Japão, disputando o Extremo Oriente.
Mas, a marinha japonesa impôs uma derrota humilhante ao inimigo russo e o Japão assumiu-se a partir
desse momento como potência imperialista.
A derrota russa enfraqueceu o regime czarista e iniciou uma fase de dificuldades.
- 1905, o domingo sangrento
No domingo do dia 22 de janeiro de 1905 (9 de janeiro, segundo o calendário juliano vigente no país
naquela época), uma multidão de c. 100 mil pessoas, em manifestação pacífica, dirigiu-se ao Palácio de
Inverno em São Petersburgo, com o objetivo de entregar uma petição, assinada por cerca de 135 mil
trabalhadores, reivindicando direitos. O regime fez um massacre!
- Revolta dos marinheiros do Couraçado Potemkin
a tripulação do navio amotinou-se devido às péssimas condições, especialmente a péssima
alimentação (carne putrificada). A revolta dos marinheiros evidenciava que também as Forças Armadas já
não eram um sustentáculo fiel da Monarquia czarista.
Em outubro de 1905 para tentar apaziguar a situação, o Czar Nicolau II, relutantemente , permitiu:
❑ a introdução de liberdades civis básicas
❑ a existência de partidos políticos
❑ a criação de uma Duma (parlamento)

Estas medidas surtiram escasso efeito:


- poucos ficaram satisfeitos (grupos moderados)
- mas a mudança não era completa, pois a Duma era controlada pela aristocracia e pelo czar, que podia
dissolvê-la. 4 Dumas se sucederam.
- Os socialistas rejeitaram as concessões como insuficientes e continuaram a organizar greves e tumultos.
- Constituição de grupos contra o regime czarista - moderados e radicais
Surgiram diversas correntes políticas :
▪ os constitucionais-democratas
▪ os socialistas revolucionários moderados
▪ os sociais-democratas - PARTIDO OPERÁRIO SOCIAL-DEMOCRATA RUSSO (POSDR)
Divergências internas quanto à forma de ação levaram os membros do partido a dividir-se em 2 grupos:
❑ os MENCHEVIQUES: liderados por Martov, defendiam que os trabalhadores deviam participar
normalmente das atividades políticas e não desencadear uma ação revolucionária. Como esses
membros tiveram menos votos em relação ao outro grupo, ficaram conhecidos como mencheviques, que
significa minoria.
❑ os BOLCHEVIQUES: liderados por Lenine, defendiam que os trabalhadores somente chegariam ao
poder pela luta revolucionária. Pregavam a formação de uma ditadura do proletariado. Como esse
grupo obteve mais adeptos, ficou conhecido como bolchevique, que significa maioria.
Em 1912 esta fação torna-se o Partido Bolchevique e em 1918 passará a chamar-se Partido Comunista
Na Rússia fragilizada, a I Guerra Mundial precipitará a queda do regime czarista
- Sucessivas derrotas face aos alemães - perda de imensos territórios / - Faltavam armas adequadas,
munições, transportes, logística eficaz / - Imensas perdas humanas / - Um milhão e meio de soldados
desertou em 1916 / - Mais de metade dos camponeses do país lutavam na guerra, deixando as suas
famílias à fome. / - Penúria, inflação e greves aumentaram.
REVISÃO:
SITUAÇÃO EXPLOSIVA: ❖ Autocracia czarista ❖ Atraso económico ❖ Miséria camponesa e operária ❖
Perda de prestígio do czar na derrota na guerra contra o Japão, no “domingo sangrento” e na 1a GM ❖
Insatisfação da burguesia e nobreza liberal: desejo de reformas económicas e políticas ❖ I Guerra
Mundial – agravamento das condições económicas e desmoralização

- Rebeliões / - Divulgação de ideias revolucionárias / - Campanhas - de moderados e radicais - contra o


regime czarista / - Utilização da força por parte do regime
O czar Nicolau II desconsiderava ou não agia
Escândalos - Outro problema no seio da família
Para a impopularidade de Nicolau II contribuiu também uma situação da sua sua vida pessoal:
O monge Rasputin pelo facto de ter conseguido a confiança da czarina Alexandra (que lhe atribuía
poderes sobrenaturais para cuidar do seu filho Alexis que era hemofílico), transformou– se numa figura
importante na palácio, chegando até mesmo a interferir em assuntos políticos. A proximidade entre
Rasputin e a czarina suscitaram a intensificação do desprestígio do czar. Rasputim foi assassinado pelo
príncipe Ysupov, em dezembro de 1916.
O grande n.o de greves dos operários mostra o descontentamento e a força da mobilização dosoperários
REVOLUÇÃO DE FEVEREIRO DE 1917 (março no Ocidente)
- Queda do czarismo - Entrega do poder a um governo provisório
Decorreu durante uma semana
- Protagonistas:
. 22 de fev (8 março, Dia Internacional da Mulher) milhares de mulheres operárias grevistas
manifestam-se: "Abaixo a mulher alemã! Abaixo a guerra!
. greves dos operários e formação de sovietes nas fábricas (focos de dinamização das greves e
insurreição)
. 26 fev. (12 março) - a tropa enviada para deter a multidão recusa-se a atacar (pela ação doutrinária
dos revolucionários)
- Acontecimentos:
❑ O arsenal foi pilhado, o ministério do Interior, o prédio do Governo Militar, o quartel- general da
polícia, a Corte Judicial e um grupo de prédios policiais foram queimados
❑ Assalto ao Palácio de Inverno (residência de Inverno dos czares)
❑ Desprovido de apoios, Nicolau II abdica a 2 de março (15)
❑ 2 (15) março - Instalação de um regime republicano liberal parlamentar - Governo provisório com
políticos da Duma, de cariz burguês liderados por:
❑ pelo príncipe Lvov
❑ a partir de 21 de julho, por Alexander Kerensky
Destruição /retirada dos símbolos czaristas
Mudanças políticas:
burguesia com apoio popular / Regresso dos exilados, liberdade de expressão
Kerensky estava entre dois fogos: não agradava aos czaristas nem aos mais revolucionários
- Manutenção da Rússia na Guerra
- Manutenção dos latifúndios
- Manutenção da exploração operária
- fome, escassez, miséria
Numa Rússia politicamente fragilizada, as ideias revolucionárias estavam difundidas, a formação de
sovietes era forte.
OS SOVIETES eram conselhos de operários, organizados inicialmente para promover as greves e
politicamente inconscientes. Depois, os sovietes foram dominados por radicais: os bolcheviques e
constituíam uma gigantesca organização armada do poder popular mobilizados para fazer a revolução.
O soviete de Petrogrado declarou-se inimigo do Governo Provisório
De fevereiro a outubro de 1917
Cai-se numa dualidade de poderes - o poder estava dividido entre:
• O poder formal do Governo Provisório liderado pela burguesia, classe- média e setores da nobreza
liberal
• o dos Sovietes que exigiam o fim imediato da guerra e a coletivização das terras e fábricas. Eram
dominados por membros do partido Bolchevique de ideologia marxista que difundiam a ideia de
necessidade de uma nova revolução e apelavam à deserção dos soldados .
27 março - Lenine e outros 32 revolucionários partem de Zurique
São autorizados a atravessar a Alemanha. Uma semana depois chegam a Petrogrado a 16 (3 na Rússia) de
abril.
No dia seguinte transmite as suas diretivas – Teses de Abril
❑ Fazer sair a Rússia da Guerra
❑ Nenhum apoio ao Governo Provisório
❑ Levar ao poder um governo revolucionário
❑ Nacionalizar a terra
❑ o Partido Bolchevique passará a Partido Comunista

▪ O partido deve ser dirigido por homens que tenham como profissão a atividade revolucionária
(inteletuais). Os sovietes eram a base “democrática”, mas o poder é centralizado, vem de cima.
▪ A revolução foi preparada (não espontânea)
REVOLUÇÃO DE OUTUBRO DE 1917
- Acontecimentos: assalto ao Palácio de Inverno e derrube do Governo Provisório pelas forças
Bolcheviques (Trotsky regressado em maio de Nova Iorque, criara o Exército Vermelho)
Leon Trotskiy foi o principal organizador da revolução – ocupação de pontos estratégicos da cidade
pelos Guardas Vermelhos/Exercito Vermelho (marinheiros e soldados das unidades revolucionárias) e a
detenção do Governo Provisório
Não se assume a ação do partido, quer demonstrar-se que foi um movimento das massas
O sinal para o início das operações foi dado por um disparo de canhão do cruzador Aurora.
Houve pouca resistência, só seis vitimas.
Mais tarde o novo regime haveria de retratar a tomada do poder como um grande ataque heróico. Não
foi!
Mas no resto do país o poder não passou para os bolcheviques nem fácil nem repentinamente.
No dia 26 (data russa) o governo é entregue ao CONSELHO DOS COMISSÁRIOS DO POVO:
Comissário das Nacionalidades – ESTALINE
Presidência – LENINE
Comissário da Guerra e presidente do Soviete de Petrogrado – TROTSKY
PUBLICOU DE IMEDIATO DECRETOS REVOLUCIONÁRIOS:
- DECRETO SOBRE A PAZ – determina a abertura de negociações para a saída da guerra
- DECRETO SOBRE A TERRA – estabelece o fim da grande propriedade e a entrega das terras a sovietes
de camponeses
- DECRETO SOBRE O CONTROLO OPERÁRIO – determina a entrega das fábricas a sovietes de
operários
- DECRETO SOBRE AS NACIONALIDADES – impõe a igualdade de todas as nacionalidades e proclama
o direito à autodeterminação

A QUESTÃO DA PAZ
O novo poder soviético solicita um armistício
O governo bolchevique e as Potências Centrais assinaram o Tratado de Brest-Litovsk.
Os territórios perdidos continham ¼ da população e das terras agrícolas, 1/2 da indústria e ¾ das minas
de carvão e de ferro.
Ia impor-se um novo tipo de regime e de sociedade, O MODELO SOVIÉTICO
REALIZAÇÕES DA REVOLUÇÃO SOVIÉTICA:
– construção da sociedade socialista;
– destruição do sistema capitalista - nacionalização da propriedade privada e consequente
centralização dos meios de produção nas mãos do Estado;
- implantação da “ditadura do proletariado” OU conceção de “democracia” enquanto expressão exclusiva
dos interesses do proletariado urbano e rural, assumindo um caráter violento
- afirmação da igualdade e da soberania dos povos das diversas nacionalidades que antes integravam o
império russo – criação da URSS/CCCP;
- conquista de direitos da mulher na sociedade socialista;
- laicização do Estado e combate à religião e perseguição do clero
- Novo calendário, nova capital
- renascimento do Internacionalismo Operário com a criação da III Internacional
Muitos membros da nobreza russa fugiram da Rússia estabelecendo-se sobretudo na França, Bélgica,
Bulgária, Alemanha e Estados Unidos, Brasil.
O governo bolchevique executou a família real em julho de 1918
3 ANOS DE GUERRA CIVIL (1918-20)
- O assassinato do czar e família a 17 de julho de 1918 foi chocante.
- em finais de novembro ainda houve eleições para o Parlamento e os bolcheviques só obtiveram 1/4 dos
votos. Perderam nas “urnas” e reinterpretam o conceito de democracia:
- O novo regime seria não uma República Parlamentar mas uma República de Sovietes.
- Por outro lado, os decretos sobre a terra e sobre o controlo operário causavam grande contestação por
parte dos antigos proprietários.
Organizou-se a resistência e o país caiu numa GUERRA CIVIL:
▪ Brancos ou Exército Branco - defensores da Monarquia ou do Liberalismo (contra-revolucionários - o
seu objetivo era derrotar o regime bolchevique)
▪ Vermelhos ou Exército Vermelho – bolcheviques
De 1918-1922 as potências ocidentais e do Japão enviaram tropas para apoio dos Brancos durante a
Guerra Civil Russa. (Expedição Urso Polar - Woodrow Wilson)
Havia 3 objetivos:
▪ impedir que os materiais de guerra dos Aliados na Rússia caíssem em mãos alemãs ou bolcheviques
▪ resgatar 50.000 homens dos Aliados que estavam presos atrás de linhas inimigas e tentavam chegar a
Vladivostok (Legião Checoslovaca)
▪ apoiar e instalar no governo os russos brancos para ressuscitar a Frente Oriental
▪ Mas o apoio dos aliados aos brancos foi esporádico e mal organizado e sofreu muita contestação da
opinião pública depois do fim da I Guerra Mundial.
▪ Em 1920, todas as formações contra-revolucionárias haviam sido derrotadas e as forças
expedicionárias aliadas retiraram-se
A guerra semeou a barbaridade, arrastou desorganização económica , fome, epidemias c. de 10
milhões de mortos.
SOLUÇÕES PRECONIZADAS E OBJETIVOS DA FASE LENINISTA
Soluções:
– controlo do Partido Comunista Soviético sobre o aparelho de Estado;
– gestão do Estado na economia;
– eliminação da burocracia czarista;
– nacionalização da grande indústria;
– abolição da grande propriedade fundiária e redistribuição da terra;
– fim da dependência dos camponeses em relação aos proprietários da terra.
Objetivos:
– defesa da Rússia perante os ataques contra-revolucionários dos Brancos e dos países capitalistas
– garantia do avanço do processo revolucionário;
– obtenção de eficácia no novo aparelho estatal
PROBLEMAS INTERNOS E EXTERNOS DA FASE LENINISTA
Problemas internos:
– guerra civil;
- Desorganização económica
– diminuição da produtividade global do trabalho, relativamente aos níveis atingidos antes da 1a Guerra
Mundial;
– permanência da burocracia
Problemas externos:
– apoio das potências capitalistas da Europa Ocidental às forças contra-revolucionárias durante a guerra
civil;
– isolamento internacional da Rússia soviética (a França só reconheceu a URSS em 1924 que só entrou na
SDN em 1934)
O COMUNISMO DE GUERRA - em plena guerra civil, a construção da ditadura do proletariado assumiu
um caráter violento e implacável
MEDIDAS:
> Regime de partido único que adopta o nome de Partido Comunista em março de 1918
➢ Os sovietes são depurados dos membros não comunistas
➢ Durante o X Congresso do partido, em 1921, adoptaram uma resolução ainda mais drástica
- proibição de fações dentro do partido – “obediência incondicional” (Lenine)
➢“Centralismo democrático” – a estrutura do Estado assenta nos sovietes (bases), mas
estas têm que seguir as diretrizes dos órgãos do Estado e do Partido
➢ Os jornais ditos burgueses são proibidos e institui-se a CENSURA
➢ proliferaram os campos de concentração e foi criada uma polícia política, a TCHECA – prisões e
execuções sumárias
CENTRALISMO DEMOCRÁTICO
Regime que se considera de “Democracia popular” porque se baseava no sufrágio universal exercido
das bases para cima (hierarquização do poder em pirâmide)
Mas o poder é exercido de forma autoritária de “cima para baixo” porque cada nível deve obedecer
aos níveis superiores
Presidium - Conselho dos Comissários do Povo
ELEGEM CONTROLA
Soviete supremo nacional
ELEGEM CONTROLA
Sovietes locais e regionais
ELEGEM CONTROLA
Sovietes de base de operários, camponeses, soldados e marinheiros
Partido e Estado coincidem / Burocracia , sobrecarga de funcionalismo
➢Nacionalização da economia /Coletivização dos meios de produção
o Estado domina ➢ os bancos ➢ o comércio ➢ a frota mercante ➢ as empresas ➢ e a agricultura
➢ Enaltecimento do trabalho:
➢ obrigatório dos 16 aos 50 anos / ➢ aumento dos dias de trabalho por ano / ➢ pagamento à peça
(de acordo com o rendimento) / ➢ normas sobre o tempo/movimento / ➢ trabalho remunerado em
géneros / ➢ A greve é proibida
Considerando-se fiel ao marxismo, Lenine considerou que o passar da teoria à prática e às condições
especificas russas obrigavam a alguns ajustamentos:
▪ o carácter profundamente rural da Rússia levou à inclusão dos camponeses no conceito marxista de
proletariado - proletariado urbano e rural
▪ não estava previsto tanta resistência à mudança e que obrigaram à utilização de meios repressivos e
restritivos de liberdades
• Na organização política da Rússia soviética existia Centralismo - porque havia controlo do Partido
Comunista sobre os órgãos de Estado e esse controlo nos órgãos do Partido e do Estado exercia-se do
topo para a base - e Democracia porque existia sufrágio universal, direto e indireto, na escolha dos
órgãos do Estado e dos órgãos do Partido. Mas sem livre debate nem oposição.
PERÍODOS DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO RUSSO RELATIVAMENTE À ORIENTAÇÃO
ECONÓMICA:
1o - DE 1917 A 1921, FASE DO CHAMADO “COMUNISMO DE GUERRA”
2o - DE 1921 A 1927, FASE DA NEP, NOVA POLÍTICA ECONÓMICA
3o - A PARTIR DE 1928, FASE DA PLANIFICAÇÃO DA ECONOMIA
FASE DA NEP:
O que foi? - Orientação económica menos radical
Contexto: Terminada a guerra civil, a Rússia vê-se mergulhada numa profunda crise económica: país
arruinado, produção a cair drasticamente; campos arrasados
Medidas: Apesar do governo continuar a manter o monopólio dos grandes meios de produção,
permitiu-se a existência do setor privado:
▪ permite a venda de excedentes agrícolas no mercado pelos próprios camponeses (o que incentiva a
trabalhar)
▪ liberdade da produção industrial
▪ comércio livre e livre investimento
Resultados: A NEP deu resultado positivo em termos de aumento da produção.
▪ Levou ao enriquecimento dos Kulaks (burguesia Rural) e dos Nepmen (homens de negócios) → O
que era contraditório com um regime que defendia a igualdade e uma sociedade sem classes.
Justificação: estas medidas antagónicas, foram aplicadas, segundo Lenine, em benefício da Revolução.
Os princípios capitalistas eram usados como meio, para depois de uma Rússia estabilizada
economicamente se aplicar o socialismo
A QUESTÃO DAS NACIONALIDADES:
Para cimentar os imensos povos que o território do ex-Império Russo possuia, em 1922 proclama-se
a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Quase todas as grandes nações tinham a sua República Socialista Soviética (RSS) . Cada República
Federativa tinha relativa autonomia com governo e direitos formais. No entanto, todas estavam bem
ligadas ao governo central comunista e sofrem de um processo de russificação - imposição da língua
russa.
No seu final, a URSS era composta de 15 repúblicas socialistas soviéticas.
A REVOLUÇÃO RUSSA E A LIBERTAÇÃO FEMININA
▪ direito de voto universal ▪ casamento civil ▪ legalização do divórcio ▪ direito ao aborto ▪ rede de creches
▪ Direitos na gravidez e maternidade
1918 - separação Igreja-Estado
1922 - A URSS tornou-se um ESTADO ATEU
▪ abolição dos privilégios da Igreja - é privada do direito à propriedade e de ensinar religião nas
escolas públicas e privadas
▪ foram encerrados mosteiros e ocorreram execuções de clérigos.
▪ O calendário gregoriano foi adotado em fev. de 1918
▪ Difundiu-se uma educação anti-religiosa nas escolas ("re-educação") e o ateísmo
Promoção cultural e cívica da população – construção do “homem novo” numa nova sociedade .
Incutir nas pessoas o sentido de renovação e contributo pra a sociedade. Para evidenciar a inexistência de
classes usa-se o termo "camarada"
INTERNACIONALISMO OPERÁRIO – para a eliminação do Capitalismo defendia-se a união e
solidariedade de todos os trabalhadores do mundo.
Deu origem à fundação da: • I Internacional, Londres, 1864 / • II Internacional, Paris, 1889
O optimismo do Internacionalismo Operário morreu em 1914 quando a guerra mostrou que a união do
internacionalismo operário era incapaz de impedir guerras entre estados
A Revolução Soviética renovou o Internacionalismo Operário
Fundação do Komintern ou III Internacional (1919) - organização internacional fundada por Lenine
para reunir os partidos comunistas de todo o mundo
- Instrumento ao serviço da política externa da URSS para expandir o modelo comunista
O Komintern tinha como objetivos:
▪ lutar pela abolição do capitalismo em todo o mundo e contribuir para a difusão do comunismo - para
isso utilizar os meios disponíveis, como organizar e apoiar partidos comunistas e até meios armados para
derrubar a burguesia internacional.
▪ Em 1919 o Komintern era também uma questão de sobrevivência para a Rússia: se outros países
aplicassem o modelo soviético cessariam os apoios aos Brancos
▪ O movimento operário internacional devia ter um caráter comunista - as ideias reformistas/
revisionistas são irradiadas, as decisões do komintern eram obrigatórias. / um conteúdo diferente das
Internacionais anteriores
▪ O Komintern teve 7 Congressos mundiais, o primeiro em março de 1919. Enquanto Lenine viveu, os
congressos eram anuais, e houve cinco. Após a morte de Lenine, este princípio da anualidade foi
abandonado por Estaline e houve apenas 2 congressos.
A bandeira oficial da União Soviética foi adoptada em 1923.
CCCP - abreviatura de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o equivalente a URSS
Após a morte de Lenine, em 1924, o seu corpo foi embalsamado e exposto em mausoléu, na Praça
Vermelha em Moscovo
A sua morte deu origem a uma violenta luta pelo poder entre Trotsky e Estaline. Os dois, marxistas,
tinham concepções diferentes de política e revolução:
- Para Trotsky, o sucesso do socialismo na URSS dependia da vitória de revoluções operárias nos
países vizinhos, defendendo a impossibilidade de construção do socialismo num só país, queria portanto
a “revolução permanente”
- Estaline, ao contrário, defendia a construção do socialismo apenas na URSS, deixando de lado a tese
da revolução mundial até conseguir a industrialização do país em pé de igualdade com as nações
capitalistas
Estaline derrotou Trotsky, que foi destituído das suas funções e alvo de perseguição.
No período estalinista (1924-1953) a NEP foi abandonada e iniciou-se a fase da planificação da
economia.
A URSS ascendeu ao estatuto de grande potência mundial depois da 2a Guerra Mundial, mas viveu numa
das maiores ditaduras de todos os tempos!

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