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TENDÊNCIAS CULTURAIS:

ENTRE O NATURALISMO E AS VANGUARDAS


TENDÊNCIAS CULTURAIS:
ENTRE O NATURALISMO E AS VANGUARDAS

Amadeo de Souza-Cardoso
Guilherme de Santa-Rita Almada Negreiros

Fernando Pessoa

Mário de Sá Carneiro Pardal Monteiro


Eduardo Viana
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ENTRE O NATURALISMO E AS VANGUARDAS
O panorama artístico português, em
1910, permanecia arreigado à
tradição de tendência naturalista e
académica do século XIX,
protagonizada por:
Silva Porto
Marques de Oliveira
José Malhoa
Columbano

José Malhoa, O Fado, 1910.


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ENTRE O NATURALISMO E AS VANGUARDAS
O I Salão dos Humoristas, em 1912,
surgiu como a primeira reação contra
a tradição oitocentista.

Este salão traduziu a renovação da


mentalidade dos artistas, iniciando
assim a ligação de Portugal à
modernidade europeia.

Nascia o Modernismo português,


que pretendia quebrar com a tradição
artística do século XIX.

Amadeo de Souza-Cardoso, (Coty), 1917.


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Primeiro Modernismo
Os autores do primeiro Modernismo
português trouxeram para Portugal as
inovações das principais correntes da
vanguarda europeia.

Na sua maioria, os artistas do primeiro


modernismo foram estudar para Paris
como bolseiros e trouxeram para
Portugal as novas correntes estéticas.

Cabeça, atribuída a Guilherme Santa-Rita, 1910.


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O Futurismo e o Cubismo foram as correntes de maior impacto
no primeiro Modernismo.
Como pintores desta fase do Modernismo destacaram-se:

Amadeo de Souza-Cardoso Eduardo Viana Almada Negreiros


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Amadeo de Souza-Cardoso
É um dos pintores mais representativos
da primeira geração de modernistas:
• Em Paris, assimilou as principais
correntes modernistas do início do
século XX.
• Experimentou diversas correntes
na sua pintura.
• Criou uma rutura com a tradição
oitocentista que ainda vigorava em
Portugal.
• Contribuiu para a introdução do
Futurismo e Cubismo em Portugal. Amadeo de Souza-Cardoso, Trou de serrure – parto da
viola Bom Ménage (…), c. 1916.
• Introduziu um novo sentido estético na
pintura.
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Almada Negreiros
Artista que percorre diversos
géneros artísticos: poesia,
romance, ensaio, teatro,
pintura e desenho.
• É, juntamente com os seus
companheiros de geração,
um dos responsáveis pela
difusão do Modernismo
em Portugal. Almada Negreios, Autorretrato num grupo, 1925.

• Representa a rutura com o naturalismo e o academismo, nomeadamente


com a publicação do Manifesto Anti-Dantas.
• Participa na revista Orpheu.
• Valoriza, na sua obra, a cultura e identidade nacionais.
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Eduardo Viana
Introduz uma nova estética na pintura portuguesa,
sob a influência de Paul Cézanne e do Fauvismo.
• Inspira-se na arte popular.
• Faz uso de cores fortes e
contrastantes e, através da
influência de Sónia e Robert
Delaunay, inclui os círculos
órficos na sua obra.
• Procede a uma decomposição
das figuras e ao esbatimento
dos planos, procurando, deste
modo, ir ao encontro da
modernidade europeia.

Eduardo Viana, A Revolta das bonecas, 1916.


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Segundo Modernismo
No segundo Modernismo português destacaram-se na pintura: Mário Eloy,
Júlio Reis Pereira e Sarah Affonso.
O segundo Modernismo representa uma rutura na continuidade, ou seja,
mantém a tradição modernista mas rompe com as convenções estéticas que
marcaram o primeiro modernismo.

Mário Eloy, Bailarico no bairro, c. 1936.


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Mário Eloy
Mário Eloy recebe influências do Modernismo europeu, a partir de Paris e
Berlim. A sua obra ficou marcada pelo traço expressionista, pelo dramatismo
e lirismo em alguns dos seus trabalhos.
A paleta de cores dos seus quadros tende a tornar-se homogénea e inspira-se
no cromatismo do expressionismo alemão.
Ao nível temático, vai desde o mais
absoluto dramatismo até ao lirismo
mais cândido.
Ao nível técnico, faz uso da
simplificação do traço, do esbatimento
de planos e joga com o contraste
cromático.

Mário Eloy, Bailarico no bairro, c. 1936.


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Júlio Maria dos Reis Pereira
Júlio Maria dos Reis Pereira marcou o
segundo Modernismo pelo lirismo das
suas obras.
Sob a influência de Marc Chagall, Júlio
trouxe para a pintura portuguesa um
cunho de ingenuidade e um caráter
lírico, que intercala com a crítica social.
A crítica à sociedade do seu tempo,
nomeadamente à burguesia
endinheirada, encontra as suas raízes
no Expressionismo alemão.
Júlio escreveu também poesia,
assinando os seus poemas sob o Júlio, Burguês e prostituta, 1931.
pseudónimo de Saúl Dias.
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Sarah Affonso
Sarah Affonso introduziu no
Modernismo português uma nova
temática e construção plástica.
Valorizou os temas populares,
sobretudo as festas e as romarias do
Minho.
Simplificou as formas, reduzindo o
traço aos elementos essenciais,
pintando o povo e como o povo.

Aproxima o Modernismo português


das vanguardas estéticas europeias,
imprimindo-lhe uma forte
identidade nacional. Sarah Affonso, Casamento na aldeia, 1937.
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Na literatura, no primeiro Modernismo, destacaram-se:
Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa e Almada Negreiros.
Foram várias as revistas modernistas
que surgiram em Portugal:
• Orpheu, 1915.
• Portugal Futurista, 1917.
• Contemporânea, 1922.

Fernando Pessoa cria os heterónimos:


Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro.
A obra literária de Fernando Pessoa assume-se
como um marco importante do Modernismo
em Portugal. Revista Orpheu, 1915.

Mário de Sá Carneiro apresenta-se como outro nome relevante no contexto


do Modernismo português. Entre as suas obras destacam-se:
A Confissão de Lúcio (1914) e Céu em Fogo (1915).
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Na literatura, no segundo Modernismo, destacaram-se:
José Régio e Branquinho da Fonseca.
O segundo Modernismo ficou marcado
pela publicação da revista Presença.
Na revista Presença participaram os mais
importantes nomes da segunda geração
de modernistas, como Júlio, Mário Eloy,
Sarah Affonso, bem como Almada Negreiros
que fizera já parte da primeira geração
de modernistas.
Os presencistas valorizaram o sentido de
originalidade e de ingenuidade na arte e,
sem esquecer as correntes europeias,
enraizaram cada vez mais a arte nos
valores nacionais.
Revista Presença.
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Na escultura destacaram-se:
Diogo de Macedo, Francisco Franco e Ernesto Canto Maia.
Os escultores modernistas rompem com a tradição académica.
Privilegiam a emotividade e introduzem novos conceitos estéticos
ligados à corrente expressionista.

Diogo de Macedo, Torso de Mulher Ernesto Canto da Maia, Adão e Eva, Francisco Franco, O Semeador, 1925.
(ou Baigneuse), 1923. 1929-39.
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Na arquitetura assumiram um papel de especial destaque:
Cristino Silva, Pardal Monteiro e Carlos Ramos.
Com a introdução do Modernismo arquitetónico
em Portugal, os edifícios adquirem racionalidade
e uma maior simplicidade de traço. As linhas
que marcavam o novo estilo da arquitetura
internacional começavam a entrar em Portugal.
Carlos Ramos, Pavilhão do Rádio do IPO,
1927.

Pardal Monteiro, Instituto Superior Técnico, 1927. Cristino Silva, Liceu Nacional de
Diogo Gouveia.
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