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do individuo e da emoção
Escola Secundária Alcaides Faria
O Romantismo
Rui Costa- 11ºH
Barcelos
2021/22
O Romantismo
Escola Secundária Alcaides Faria
Romantismo em Portugal- Artes
Rui Costa nº26 11ºH
Trabalho de pesquisa acerca do Romantismo
Professor Carlos Ribeiro
Barcelos
2021/22
Índice
1. Introdução……………………………………………………………………………………………………………………….2
2. Nascimento do Romantismo
2.1. Origem etimológica da palavra “Romantismo”………………………………………………………………………………..4
2.2. Contextualização do Romantismo……………………………………………………………………………………………..5
2.3. Conceito de Romantismo……………………………………………………………………………………………………….6
2.4. As Escolas pelo Mundo…………………………………………………………………………………………………………7
3. Características gerais- as diferentes facetas do Romantismo
3.1. Características……………………………………………………………………………………………………………………8
3.2. Temas abordados nas obras românticas……………………………………………………………………………………...9
3.3. Fases do Romantismo……………………………………………………………………………………………………….....11
4. As manifestações românticas nas diferentes áreas da arte
4.1. Pintura…………………………………………………………………………………………………………….....................13
4.2. Arquitetura……………………………………………………………………………………………………………………….16
4.3. Escultura…………………………………………………………………………………………………………………………17
5. Romantismo em Portugal
5.1. Contextualização do romantismo em Portugal……………………………………………………………………………...19
5.2. Arquitetura romântica em Portugal…………………………………………………………………………………………..20
5.2.1. Palácio da Pena- análise de uma obra…………………………………………………………………………………….24
5.3. Pintura romântica em Portugal………………………………………………………………………………………………..30
5.4. Escultura romântica em Portugal……………………………………………………………………………………………..34
6. Conclusão………………………………………………………………………………………………………………,……..38
7. Agradecimentos………………………………………………………………………………………………………………39
8. Bibliografia…………………………………………………………………………………………………………………….40
Origem etimológica da palavra
“Romantismo”
A designação “Romantismo” de facto tem uma origem intrigante que remete
aos velhos romances da cavalaria- as narrativas de honra e do mesmo modo
bravura que circulavam no decorrer da Idade Média. Surgiu, portanto, com
base no surgimento das primeiras histórias entre donzelas e cavaleiros, em
verso, às quais são nomeados de “romance” deriva do advérbio
latino romanice. O termo “romântico” era usado como definição de uma visão
nostálgica do passado e foi incentivado pelo regresso ao estilo gótico na área
da arquitetura.
Nos finais do século XVIII, um grupo de pensadores e escritores oriundos da
Alemanha começaram a utilizar este termo no sentido de coloca-lo em
antítese ou oposição ao classicismo. Romântico passava então a designar
tudo o que é produzido pela imaginação desordenada, aquilo que é
inacreditável e que reflete um gosto artístico irregular.
Romantismo-
Contextualização A nível social crescia um sentimento de nacionalismo
O artista acreditava que a arte não se baseava na imitação simples da realidade, mas sim da
interpretação individual, atribuindo a primazia ao conteúdo e não à forma.
Todo este movimento esteve sob o signo do sentimento e da liberdade onde decorreu a
revalorização das raízes históricas das nacionalidades.
França Alemanha
Inglaterra
O romantismo era observado como a antítese Sobressaíram-se artistas como Caspar
Os autores tiveram posições
do Classicismo o que fez com que os criticios David Friedrich e Philipp Otto Runge, cujo
ligeiramente diferenciadas como Tuvuner
das exposições do Salon colocassem Delacroix quadros estavam imbuídos de fé religiosa
e Jonh Martin. Pintararam ambos a
e Ingres em polos diferenciados. Delacroix foi como do mesmo modo o gosto pelo
beleza terrivel que a natureza assume
destacado pelo seu tradicionalismo. Já Ingres medieval- medievalismo. Deu-se principal
quando as suas forças poderosas se
adotou temas de espírito romântico como por destaque também aos Nazarenos
manifestam, muitas vezes representando
exemplo, os seus quadros representado haréns. responsáveis por impulsionarem a arte
sentimentos humanos como o caso de
Apesar destes contrastes as fronteiras que alemã e a manifestação de um surto de
Jonh Constable.
delimitada os dois estilos era pouco nítida. sentimentos nacionalistas.
Portugal
Espanha
Nas artes plásticas, o Romantismo América
A figura principal foi, sem dúvida, Goya, cujo
português nunca alcançou o brilho que Os românticos americanos
representou temas como a guerra, a psique
teve na literatura, não chegando a definir evidenciaram-se nas paisagens da
humana, a loucura, a superstição, sobrenatural
um programa com objetivos próprios. Escola do Rio Hudson. Liderado por
e o macabro. O seu espirito romântico foi
Almeida Garret foi sem dúvida o Thomas Cole e Asher B. Durand, esse
evidente no conjunto de gravuras intitulado de
paradigma dos escritores românticos influente grupo de artistas celebrou a
Caprichos.
portugueses, obtendo sucesso com a beleza natural da sua terra.
obra: “Frei Luis de Sousa”.
Características gerais
Oposição ao racionalismo e otimismo imposto pelo neoclassicismo
A 2º geração de artistas românticos foi delineada pelo acentuar do sentimento pessimista que
persuadia as pessoas naquela época e um certo gosto pela morte ou o melancólico, a religiosidade
Ultrarromântica ou até mesmo o naturalismo onde superiorizavam as forças da natureza relativamente aos seres
humanos. Por um lado, a mulher era alcançada, mas o inquietante e a infelicidade ainda emergia
nos corações dos românticos.
Por último, a 3º geração caracterizou-se por retratar a transição para outra nova corrente literária, o
Renovação
realismo, a que denuncia os vícios e os males da sociedade. Há o rompimento com o exagero e o
romântica pessimismo da geração anterior, e a valorização de um contato mais próximo com a realidade.
As manifestações românticas nas
diferentes áreas da arte
Pintura romântica
Doc. 10 A aguarela na pintura romântica
O processo apelidado de “aguarela” não
conheceu o seu verdadeiro desenvolvimento
senão na escola inglesa, entre o fim do século
Foi a área onde obteve uma melhor performance e expressão do ideal do romantismo. XVIII e a primeira metade do século XIX. Durante
este período relativamente breve, uma grande
quantidade de pintores importantes utilizaram
este meio para se expressarem. Primeiramente, a
Obteve o seu auge entre 1820 e 1850, teve fortes influências nos finais do século XVIII aguarela foi utilizada como processo de
por parte dos Nazarenos e os Pré-Rafaelitas. coloração: aplicavam-se, com precaução, finas
camadas de cor sobre desenhos previamente
executados com detalhe, a tinta ou a lápis. Os
pintores amantes de aguarela empenharam-se
O pintor romântico esforçava-se por lutar pela livre expressão do seu eu pessoal. neste procedimento, estabelecendo uma
verdadeira tradição (…). Entre os pioneiros que
reconheceram e exploraram as possibilidades da
A respeito do nível técnico notou-se a preferência do uso do pincel, a intensidade das aguarela, contam-se Paul Sandby (1731- 1809),
cores e a luz das linhas. que combinou, brilhantemente, as opacidades e
as transparências; Cozens (1752- 1797) que
utilizou sobretudo a qualidade da transparência
em obras de grande amplidão e com um grande
As obras tinham uma certa vivacidade e movimentação.
sentido atmosférico; Thomas Girtin (1775- 1802)
que a aplicou em paisagens (…) com grande
Os temas retratados na pintura desta corrente foi diversificada. Umas ocupavam-se por precisão de detalhes (…); Joseph Turner (1755-
retratar aquilo que era tradicional e nacional (como históricas, literárias, mitológicas e o 1851) que explorou até aos limites as novas
retrato e outra inseriam-se em temas totalmente revolucionários tendo como base o técnicas das camadas transparentes, do
mundo do sonho e do fantástico, a utilização de monstros, costumes e comunidades “grattage” e da aplicação com esponja,
exóticas, a vida popular, os próprios animais, o contexto político-social daquela época incorporando-lhe cor opaca. Na paisagem, Jonh
(revoluções liberais) e o naturalismo (decalcando-se a relevância extrema da natureza Constable (1776-1837) realizou esboços com
relativamente ao ser humano que nada pode fazer). Tudo isto baseou-se em colocar aguarela, cheios de espontaneidade e frescura
num pedestal elevado a importância da paisagem que sempre foi retratada (…).
emocionalmente, estabelecendo um contacto entre o estado espírito do pintor e o Outros autores mais recentes contribuíram,
exterior. também, para o progresso da técnica da aguarela.
Traduzido de: Le Manuel des
Artistes, Ed. Bordas
Características específicas da pintura em diversas
obras relevantes
Doc.11 Paisagem como Doc.12 Alegoria realista- A Doc.13 Iluminação irreal, Doc.14 Trocadilho visual- Chuva, Vapor
Drama- Vale de Aosta, de liberdade conduzindo o povo, de misticismo, monstros e o e Velocidade- O Grande Caminho- de-
Turner. Realça-se a presença de Delacroix pânico- O Colosso, de Goya Ferro do Ocidente, de Constable
nevasca, avalanche e a trovoada
Características específicas da pintura em diversas
obras relevantes
Doc.15 A contemplação masculina e Doc.16 Luz Doc.17 Contornos suaves- Deming’s Point, Doc.18 Formas repetidas
feminina- O Banho Turco, de Jean- irradiante- O rio Hudson, de Thomas Cole (triangulares)- Mar de Gelo, de
August- Dominique Ingres Demiurgo, de Blake Friedrich
Arquitetura romântica Doc.19 A sátira do historiador e crítico
italiano, Camilo Bolto
“Em Itália, os teóricos de arte
Quebra-se com as regras das academias neoclássicas, adotando-se, portanto, a preferência
aconselham a utilizar, para os teatros, o
pelo sentimentalismo. estilo mourisco; para as igrejas, o estilo
gótico; para as entradas das cidades, o
estilo grego; para as Bolsas, o estilo
À arquitetura estavam inerentes propriedades como a irregularidade, o efeito de luz, o romano; para os edifícios públicos, o
movimentos dos planos e o pitoresco da decoração muitas vezes excessiva. estilo municipal da Idade Média; para as
nossas habitações, o estilo inglês
“Tudor” ou da renascença italiana e
Houve a preferência em recordar o passado, reavivando estilos históricos, nomeadamente da francesa”.
Idade Média e até de outras culturas. (revivalismo e historicismo) Em Architettura del Medioevo in Itália,
1880
A concentração de vários formulários artísticos num mesmo edifício contribui bastante para a
construção de faustosos monumentos. A esta tendência designamos de ecletismos. Doc.20 Pavilhão Real de Brighton, em
Inglaterra
Escultura romântica
Foi a disciplina menos bem sucedida a nível formal e temático, ocupando assim um
lugar secundário.
Por último, na escultura houve principal renome por parte de autores como Simões
de Almeida ou até mesmo Soares dos Reis.
Contextualização do Romantismo em Portugal
A situação traumática da sociedade portuguesa nas primeiras décadas do século XIX- até à vitória
liberal de 1834- teve consequências que viriam a causar uma “revolução” na visão e prática artística. Doc.23 A introdução da estética
Foi desde a ida da família real e da corte para o Brasil e o ocorrer de todo o processo revolucionário romântica em Portugal
cujo atinge seu clímax em 1820, que se proliferou no modo de pensar dos artistas as ideias “A introdução da estética romântica em
Portugal ficou a dever-se a Vieira Portuense,
libertadoras e inovadoras do Romantismo. No fundo, não foge ao mesmo contexto dos diversos
que em viagem pelo estrangeiro nos finais
estados, todavia expande-se pelo país anos mais tarde relativamente a países como França, do século XVIII estabeleceu contacto com as
Alemanha ou Inglaterra. ideias do romantismo alemão e inglês. A
Neste período, Portugal enfrentou momentos de turbulência e decadência política. Em 1820, exaltação de cenas dramáticas da história
aconteceu a revolta do exército – período que ficou conhecido como Vintismo. E, em 1832, ocorreu inseridas num fundo de paisagem
a Guerra Civil Portuguesa. Num cenário desolador, sob grande influência francesa, no berço (enquadramento ideal de uma composição
propagador do Romantismo, muitos românticos portugueses iniciaram um novo ciclo de romântica), ou então a evocação de
manifestações artísticas. O ideal romantismo começou por surgir principalmente na literatura com a personagens da ficção histórica portuguesa,
participação de Herculano e Almeida Garrett num projeto estético e político que se traduzirá numa representadas em composições de feição
clássica, denunciam entre nós o novo
modernidade possível. A partir das obras destes autores esclareceu-se os traços dominantes desta
género, que Domingos Sequeira também
nova abertura ao sensível, e da sua correspondência num “quadro de proposição política cultivou. Porém não parece que estas obras
democrática. Apenas mais tarde esta corrente toca noutros aspetos e áreas da arte. Foi António tenham tido sequência imediata na arte
Manuel da Fonseca um dos primeiros nomes da vaga de oitocentos, contudo ainda estava alheio à portuguesa.”
temática do romantismo, prezando o neoclassicismo idealizado como na obra “Eneias Salvando seu As Belas- Artes do Romantismo em Portugal
Pai Enquises” (mitologia clássica) Para o desenvolvimento das artes plásticas foi relevante a criação
de academias responsáveis pela formação o de alguns artistas considerados. Por trás deste
crescimento este envolvido D. Fernando II, adotando uma atividade mecenática. Foi o exemplo da
fundação setembrista das academias das Belas-Artes, em Lisboa e Porto. A cadência seria marcada
por Auguste Roquemont com o quadro “O Folar (costumes do Minho). Como se perceciona, o novel
do século XIX chega com os românticos e com o triunfo da monarquia constitucional.
Arquitetura Romântica em Portugal
Doc.24 Estação do
Rossio- Localizado
A arquitetura portuguesa do período romântico teve uma extensão
no coração de
cronológica maior do que se esperava. A par daquilo que se Lisboa, apresenta
verificou pela Europa o responsável pelo seu surgimento foi mais uma fachada do
uma vez efetuada por via de autores ingleses, mas sempre com estilo neo-
uma consciência longínqua do valor ético que expressava. manuelino. É uma
importante estação e
destina-se a ligar
Uma das principais figuras que estão no cerne do desenvolvimento Lisboa e Sintra.
do movimento arquitetónico romântico foi o rei D. Fernando II de
Saxe-Coburgo Gotha.
Doc.26 Praça de Touros do Campo Pequeno – António Doc.27 Quinta do Relógio – António Tomás da Doc.28 Salão Nobre do Palácio da Bolsa/ atual
José Dias da Silva em Lisboa Fonseca em Sintra Associação Comercial do Porto em Gustavo de
Sousa
Principais edifícios com influência neogótica
Doc.33 Hotel Palácio do Buçaco – Luigi Manini em Doc.34 Quinta da Regaleira – Luigi Manini –
Doc.32 Palácio Nacional da Pena – Barão Von
Buçaco Sintra
Eschwege e D. Fernando II rei de Portugal em
Sintra
Palácio Nacional da Pena Doc.35 D. Fernando de
Saxe-Coburgo e Gotha. Foi
um dos homens mais cultos
Seria difícil falar de romantismo português sem apresentar esta do nosso pais e dominava
monumentalidade. Falo do Palácio Nacional da Pena o paradigma e expoente diversas línguas. Sempre teve
máximo da arquitetura romântica aqui em Portugal. a sua vida ligada à arte,
A origem desta construção está no ano, 1838, quando D. Fernando II adquire, enquanto autor, colecionador
através dos seus próprios meios financeiros, o antigo Mosteiro Jeronimita de e um verdadeiro mecenas.
Nossa Senhora da Pena (criado no século XVI) e os terrenos adjacentes, na
serra de Sintra. Determinado a reutilizar o arruinado mosteiro como um retiro de
férias para a família real, foi posteriormente persuadido a ampliar o local com a
construção de um verdadeiro paço acastelado romântico, o Palácio Novo. No
processo de toda a construção reavivou-se temas como os Descobrimentos e
de uma variedade de correntes artísticas que modelaram a história de Portugal.
A área envolvente ao palácio é sem sombra de dúvidas deslumbrante cujo é
frequentemente invadida pelo denso nevoeiro. Tudo isto no sentido de apelar a
força avassaladora que a natureza exerce sobre o ser humano e ao surgimento
de emoções que vão para além dos nossos limites cognitivos a priori.
O projeto da construção foi entregue ao mineralogista germânico barão de Doc.36 A reação de um visitante
Eschwege, amador de arquitetura e que certamente trouxe influência do “Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Conheço a
romantismo de outras áreas da Europa. Itália, a Sicília, a Grécia e o Egipto, e nunca vi
Em Sintra, os trabalhos decorreram rapidamente e a obra estaria quase nada, nada, que valha a Pena. É a cousa mais bela
concluída em 1847, segundo o projeto encomendado ao alemão, todavia ainda que tenho visto. Este é o verdadeiro jardim de
teve intervenções importantes que elevaram os níveis artísticos e decorativos, Klingsor – e, lá no alto, está o Castelo do Santo
por parte do príncipe consorte. Esta participação foi decisiva para o Graal.“
aprimoramento das artes conectando com a Idade Média e o passado do nosso Richard
país. Strauss
O Romantismo inerente no Palácio- parte exterior
A obra do Palácio da Pena pode ser considerada de facto “um imenso laboratório de ensaio da
arquitetura e artes aplicadas na procura de recriação da tradição portuguesa dentro de um espirito de
influencia fortemente germânica”. Neste momento encontra-se retratado a história da cultura e das
artes em Portugal, prestigiando o sentimento nacionalista e o reforço da identidade nacional em pleno
século XIX. Estruturalmente o palácio divide-se em várias alas que se dispõem de forma irregular e
orgânica a partir do restauro do mosteiro composto de capela, claustro e torre. Ainda relativamente à
planta podemos realçar o volume de formas variadas e a várias alturas, e com paredes curvas e
semicurvas, reentrantes e salientes.
No que diz respeito, ao estilo que sobressai ao olhar de quem aprecia, temos como novidade o
revivalismo arquitetónico, recorrendo ao Manuelino. Este foi um passo importante para o surgimento
de inúmeros edifícios relacionados como o neomanuelino. Do mesmo modo, D. Fernando II
preocupou-se em revitalizar a herança mourisca que desde os primórdios da nação influenciou certas
áreas. Surgiu, portanto, aquilo a que designamos de neomourisco, que foi um ato revolucionário na
consciência moderna. Não estiveram de fora influências germânicas, indianas (neo-hindus) e o
próprio neogótico. Acentuou-se a presença de aspetos exóticos, marítimos e naturalísticos presentes
frequentemente em abóbodas ou arcos. Tal como a nível mundial, o Romantismo português sempre
teve como principal ideário o repudio pelo presente o que consequentemente originou a recriação de
uma Idade Média imaginário, adotando-se, portanto, um revivalismo da arquitetura dos castelos
medievais.
À decoração revivalista acrescentam-se outras propriedades ainda mais originais, de carácter
esotérico, isto é, místico como o monumental pórtico do Tristão que dá acesso a uma paisagem única Doc.37 Palácio da Pena
e ladeada de vegetação exótica plantada e os espaços onde os moradores ocupavam os tempos-
livres. Exalta-se também a relevância que a policromia exerce sobre o palácio como a presença de
azulejos e cores variadas (rosa, branco, amarelo).
O Romantismo inerente no Palácio- parte interior
Doc.43 Salão Árabe- A Sala de Visitas do rei D. Doc.44 Terreiro da Porta Férrea- Porta do Doc.45 Azulejos
Fernando II, usualmente conhecida por Sala Árabe, Alhambra. O acesso ao recinto do palácio faz-se de padrão
fazia parte dos aposentos privados do palácio, através da Porta do Alhambra, que D. Fernando II mourisco. O
servindo para receção dos amigos e familiares mais mandou erguer intencionalmente. É um elemento debaixo apresenta
íntimos. A designação que lhe é atribuída deve-se aos neomourisco, em que um arco mais pequeno se um padrão
diversos motivos mouriscos da sua pintura mural a insere noutro maior, ambos de volta abatida e Hispano-
fresco e têmpera. ultrapassada, numa clara alusão à arquitetura mourisco.
islâmica da Península Ibérica e do Norte de África.
O terraço do Tritão
Um dos pórticos e elementos mais interessantes no meio desta
monumentalidade toda, está o arco do Tristão, o que fornece ao túnel e
ao terraço uma entrada única. Depara-se aqui com os diversos volumes
do Palácio Novo, dando especial realce às duas torres que ladeiam uma
janela revestida de elementos decorativos, suportada por Tristão. Este é
a figura central do Pórtico da Criação do Mundo envolvido num arco
conopial. A origem deste ser é intrigante e apresenta algumas teorias.
Muitos apresentam que a leitura interpretativa do portal de cima para
baixo nos remete à teoria da evolução das espécies, formulada por
Charles Darwin, cujo defendia que a vida teria surgido na água (parte
inferior) e apenas depois no meio terrestre (parte superior). Há quem
diga também que a figura do Tristão refere-se a uma mitologia local que
afirmava a existência deste monstro numa gruta das praias da região ou
até mesmo ao ser a que Luis Vaz Camões se refere na sua obra-prima,
figura ligada ao tema dos Descobrimentos.
Devido a este afastamento com o contexto europeu não existem programas consistentes nem objetivos concretos, conduzindo de um
certo modo ao individualismo, na medida em que cada um exprimia livremente os seus sentimentos. Notou-se, do mesmo modo, a
tendência para a proliferação dos sentimentos dos artistas em telas pequenas, o que poderia dar uma sensação de que as obras
estavam incompletas.
A proliferação do romantismo no contexto português apenas teve sentido na vitória do liberalismo em 1834.
A inovação deveu-se a alguns artistas estrangeiros que cultivaram nomeadamente a pintura de género e de paisagem. Esta influência
aproximou a paixão dos artistas portugueses ao naturalismo enquanto expressão formal e temática.
Foi imprescindível para este culminar a criação de uma Academia de Belas Artes no decorrer do reinado de D. Maria II.
O romantismo na pintura anuncia-se na obra de Domingos Sequeira, sentindo-se depois nas obras de Tomás da Anunciação, com a
reprodução paisagística, de Luís Meneses com o foco no retrato e finalmente com Francisco Metrass na exaltação histórica.
Pinturas românticas- obras
Doc.47 Retrato de D. Miguel I de Doc.48 O Vitelo de Tomás de Anunciação Doc.49 Procissão de Augusto Roquemont
José Batista Ribeiro Este autor desde muito cedo revelou grande propensão Roquemont foi dos primeiros pintores a fixar na tela cenas de
. D. Miguel está retratado em meio para o desenho e nos seus cadernos infantis não são raros costumes populares. Na Procissão encontram-se
corpo, voltado a três quartos à surgiam esboçados bichos e árvores (carácter naturalista). minuciosamente tratados todos os aspetos que entram num
direita para onde dirige o olhar, rosto Na obra para além do paisagismo e do naturalismo cortejo religioso minhoto.
jovem e imberbe e a cabeça conseguimos ver como destaque um vitelo ao qual incide
descoberta. Ostenta a insígnia e uma maior iluminação relativamente a qualquer outro plano
colar de ouro de cavaleiro do ramo da obra.
espanhol da Ordem Honorífica do
Tosão do Ouro. Exalta-se aqui a
harmonia do cromatismo.
Augusto de Metrass
Doc.50 Autorretrato de
Augusto de Metrass, 1851
Doc.51 Só Deus
“Nesta mulher seminua, em último esforço agarrada
a um tronco quebrado der árvore, entre rochedos
sobre os quais galopa uma impetuosa corrente, o Doc.52 Camões na Gruta de Macau (esquerdo) e Só Deus (direito)
filhito nu e aterrorizado apertado contra o peito já Estas duas telas executadas por Augusto de Metrass podem ser consideradas com o expoente
lívido, está mais poderosa imagem do romantismo máximo do romantismo português. Conjugando tonalidades escuras e o gosto pela paisagem,
português.” dá-se especial realce ao dramatismo e o naturalismo inerente nas duas obras. Por um lado,
José-Augusto França, 1990- A arte em Portugal no Camões na Gruta de Macau (lado esquerdo) pela temática e feitura e Só Deus (lado esquerdo)
século XIX, vol.1, Lisboa, Bertrand Ed. consegue transmitir através da sua paginação original um enorme dramatismo.
Domingues Sequeira
Doc. 54 O Milagre de Ourique e Junot Protegendo
a Cidade de Lisboa são duas das obras mais
emblemáticas de Domingues Sequeira. Realçam-se
aqui as temáticas históricas executadas com
frequência por este autor. Repara-se que o autor
recorre bastante à imaginação e ao misticismo
nacional como o próprio milagre que teria acontecido
no decorrer da Batalha de Ourique. Sobressai-se
também a representação de obras baseadas em
temas mais recentes como as invasões francesas.
Antes de concluir
definitivamente o meu
trabalho gostava de
reconhecer sem sombra de
dúvida o papel que Dr.
Natalina Sá, minha mãe,
exerceu na minha qualidade
de aprendizagem. Fico
eternamente grato por me dar
a possibilidade de apreciar
presencialmente o Palácio da
Pena em Sintra e o Santuário
do Sagrado Coração de
Jesus em Viana do Castelo.
Dedico, deste modo, esta
apresentação à minha mãe
que se esforçou, para atingir
os meus objetivos e elaborar
um trabalho mais bem
conseguido.
Bibliografia
Grande Enciclopédia da pré-história à época contemporânea- DK- arte
Preparação para o Exame Final Nacional- exame História da Cultura e das Artes- 11ºano
Resumos História A- Elementos
Arte Portuguesa- História essencial- Paulo Pereira/ Temas e Debates (4º edição)
Missão: História 8º ano- Porto Editora
Um novo Tempo da História 11ºano- Parte 2- Porto Editora
As belas-artes do romantismo em Portugal e Arte portuguesa- Porto Editora
História da Cultura e das Artes 2ºparte 11ºano- Porto Editora
História da Arte Portuguesa- Direção de Paulo Pereira- Volume II
Parque e Palácio da Pena- Guia Oficial Scala
Arte Portuguesa- Porto Editora- Ana Lídia Pinto, Fernanda Meireles e Manuela Cernadas Cambotas
História da Arte em Portugal- O romantismo- Alfa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Ludwig_van_Beethoven
https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$richard-wagner
https://pt.slideshare.net/Silviaptavares/romantismo-pintura-em-portugal
https://www.todoestudo.com.br/literatura/romantismo-em-portugal
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Bibliografia
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Videos:
https://www.rtp.pt/play/estudoemcasa/p7898/e520345/historia-a-11-ano
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