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“Arda de raiva contra mim a intriga” é um poema que possui forma fixa e regular.
Trata-se de um soneto petrarquiano, composto por 14 versos distribuídos em 04 estrofes,
sendo dois quartetos e dois tercetos. A maioria das estrofes têm versos de 10 sílabas sonoras,
portanto, são estrofes simples. Os versos são predominantemente decassílabos heroicos, ou
seja, com o esquema rítmico 10 (6,10). Há, neste soneto, variação do esquema rítmico entre
E.R. 10 (6, 10) e E.R. 10 (5, 9). Apesar da variação rítmica, predomina a regularidade dos
versos decassílabos.
Na 2ª estrofe, por sua vez, nota-se que o primeiro verso representa uma possível
antítese, na qual se opõe a união à traição. Em se tratando da interpretação do poema, aqui
pode ser percebida uma alusão à sociedade humana na visão pessimista e, até mesmo,
egocêntrica do autor, influenciada pela ótica ultrarromântica. Percebe-se, ainda, a mesma
proposta estabelecida na primeira estrofe, do tom de desafio por parte do sujeito poético para
com essas vilezas.
REFERÊNCIAS
FREIRA, Junqueira. Arda de raiva contra mim a intriga. In: SANCHES NETO, Miguel.
(Org.) Os 100 melhores sonetos clássicos da língua portuguesa. Belo Horizonte: Leitura,
2008.