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Disciplina: Literatura

Tema: Romantismo (Fase 1)


Data: 21/05/2022
Professores: Alice Lisboa,
Luiz Neto, Layto e Tiago JOSÉ DE ALENCAR
Santos (1829 – 1877)
“Deixe um sinal
de alegria por onde passar.” O Guarani (1857)
- Chico Xavier

 CONTEXTO HISTÓRICO
Na Europa, surgiu no final do século XVII, EXERCÍCIOS
no contexto da Revolução Industrial. No Brasil, o
Romantismo começa em meados do século XIX 1 – (UNIFESP – 2003)
(1836 – 1852), anos depois da independência.
Marcada por um forte sentimento Canção do Exílio
nacionalista e pela necessidade de definir uma Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá,
identidade nacional com a figura do índio, a
As aves, que aqui gorjeiam,
Primeira Geração é também chamada de Não gorjeiam como lá.
Indianista.
Os escritores românticos se sentiam Nosso céu tem mais estrelas,
desajustados com a realidade, por isso as suas Nossas várzeas têm mais flores,
obras se voltavam para o passado. No Brasil, esse Nossos bosques têm mais vida,
retorno se evidenciou pela lembrança de como era Nossa vida mais amores.
o país antes dos portugueses, ou seja, quando
apenas os índios habitavam o território. Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Minha terra tem palmeiras,
 Estrutura do texto em prosa longo; Onde canta o Sabiá.
 Usos de versos livres e brancos;
Minha terra tem primores,
 Oposição ao modelo clássico;
Que tais não encontro eu cá;
 Surgimento de um público consumidor Em cismar – sozinho, à noite –
(folhetim); Mais prazer encontro eu lá;
 Individualismo, subjetivismo e Minha terra tem palmeiras,
egocentrismo; Onde canta o Sabiá.
 Nacionalismo (exaltação da natureza e da
pátria); Não permita Deus que eu morra,
 Criação de um herói nacional (índio); Sem que eu volte para lá;
 Sentimentalismo e supervalorização das Sem que desfrute os primores
emoções; Que não encontro por cá;
 Fuga da realidade. Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
 PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS
Gonçalves Dias consolidou o romantismo no Brasil.
BRASILEIRAS Sua “Canção do exílio” pode ser considerada
tipicamente romântica porque:
a) apoia-se nos cânones formais da poesia clássica
GONÇALVES DIAS
greco-romana; emprega figuras de ornamento, até
(1823 – 1864) com certo exagero; evidencia a musicalidade do
verso pelo uso de aliterações.
Canção do Exílio
(1843) b) exalta a terra natal; é nostálgica e saudosista; o
tema é tratado de modo sentimental, emotivo.
c) utiliza-se do verso livre, como ideal de liberdade B) O trabalho ficcional do narrador máscara
criativa; sua linguagem é hermética, erudita; hábitos sociais no enredo de seu romance.
glorifica o canto dos pássaros e a vida selvagem.
C) As características da sociedade em que Aurélia
d) poesia e música se confundem, como artifício vivia são remodeladas na imaginação do narrador
simbólico; a natureza e o tema bucólico são tratados
romântico.
com objetividade; usa com parcimônia as formas
pronominais de primeira pessoa. D) O narrador evidência o cerceamento semita à
e) refere-se à vida com descrença e tristeza; expõe o autoridade da mulher, financeiramente
tema na ordem sucessiva, cronológica; utiliza-se do independente.
exílio como o meio adequado de referir-se à evasão
E) O narrador incorporou em uma ficção hábitos
da realidade.
muito avançados para a sociedade daquele período
2) QUESTÃO histórico.

Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que


atravessou o firmamento da corte como brilhante 3)(Fuvest) – Poderíamos sintetizar uma das
meteoro, e apagou-se de repente no meio do características do Romantismo pela seguinte
deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha aproximação de opostos:
ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez a) Aparentemente idealista, foi, na realidade, o
na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram primeiro momento do Naturalismo Literário.
todos com avidez informações acerca da grande
novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não b) Cultivando o passado, procurou formas de
repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a compreender e explicar o presente.
verdade, sem os comentos malévolos de que usam
vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em c) Pregando a liberdade formal, manteve-se preso
aos modelos legados pelos clássicos.
sua companhia uma velha parenta, viúva, D.
Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava d) Embora marcado por tendências liberais, opôs-
na sociedade. Mas essa parenta não passava de se ao nacionalismo político.
mãe de encomenda, para condescender com os
escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele e) Voltado para temas nacionalistas,
tempo não tinha admitido ainda certa emancipação desinteressou-se do elemento exótico,
feminina. Guardando com a viúva as deferências incompatível com a exaltação da pátria.
devidas à idade, a moça não declinava um instante
do firme propósito de governar sua casa e dirigir
suas ações como entendesse. Constava também
que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era
desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não
devia exercer maior influência em sua vontade, do
que a velha parenta. (ALENCAR, J. Senhora. São
Paulo: Ática, 2006 O romance Senhora, de José
de Alencar, foi publicado em 1875, foi publicado
em 1875.)
No fragmento transcrito, a presença de D.Firmina
Mascarenhas como “parenta” de Aurélia Camargo
assimila práticas e convenções sociais inseridas no
contexto do Romantismo, pois:
A) O trabalho ficcional do narrador desvaloriza a
mulher ao retratar a condição feminina na
sociedade brasileira da época.

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