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LAURO REBOUÇAS DE OLIVEIRA – LÍNGUA PORTUGUESA – MATERIAL DE APOIO –

PROFESSORA ANDRÉA SOUSA – PRÉ-MODERNISMO E MODERNISMO (BRASIL E PORTUGAL)


/CRASE – 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

O PRÉ MODERNISMO NO BRASIL


Brasil do início do século XX: Primeira República
Conflito entre “os dois brasis”: o tradicionalismo agrário, hegemônico versus as ideologias progressistas,
urbanização, a imigração, o crescimento industrial e as revoltas sociais, que o questionam.
Principais acontecimentos políticos sociais:

 Guerra de Canudos – Bahia, 1896 – 1897


 Revolta contra vacina Obrigatória – Rio de Janeiro, 1904
 Revolta da Chibata - Rio de Janeiro, 1910
 Levante de Juazeiro – Ceará, 1911-1914
 Revolta do Contestado – Santa Catarina, 1912-1916
 As duas greves gerais de operários – São Paulo, 1917 e 1919

Levante Juazeiro (CE): jagunços marcham para Fortaleza (fonte da foto: biblioteca nacional – Google imagens)

 O Pré-Modernismo compreende o período cultural que vai dos primeiros anos do século XX até 1922 com
a Semana de Arte Moderna, marco que sinaliza o início do Modernismo no Brasil.
 O Pré-Modernismo não é uma escola literária, mas um momento de transição entre a tradição literária do
século XIX e sua ruptura radical, proporcionada pelo Modernismo.
CONOLOGIA DO PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL
Momento de transição entre a tradição literária (séc.XIX) e sua ruptura radical, que inaugura o Modernismo
(séc.XX)

 Início por volta de 1902 – publicação de Os Sertões, de Euclides da Cunha


 Término: 1922- Semana de Arte Moderna
PRINCIPAIS ESCRITORES E OBRAS DO PRÉ-MODERNISMO BRASILEIRO

 Poesia: Augusto dos Anjos – Eu (1912)


 Prosa: Euclides da Cunha – Os Sertões (1902); Lima Barreto- Triste fim de Policarpo Quaresma (1915);
Monteiro Lobato – Urupês (1918); Graça Aranha – Canaã (1902)

Vandalismo
Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

Na ogiva fúlgida e nas colunatas


Vertem lustrais irradiações intensas,
Cintilações de lâmpadas suspensas,
E as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos Templários medievais,


Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,


No desespero dos iconoclastas
Quebrei a Imagem dos meus próprios sonhos!

Pau d'Arco, 1904 - Publicado no livro Eu (1912). In: REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos: poesia e prosa.
São Paulo: Ática, 1977. p.129. (Ensaios, 32

VANGUARDAS ARTISTICAS EUROPEIAS E A SEMANA DE ARTE MODERNA

 Palavra de origem francesa, que em termos artísticos é utilizada para designar aqueles que
preveem e anunciam o futuro, os novos tempos.
 As estéticas de vanguardas que provocaram uma revolução única no cenário europeu e
mundial, fundando a Modernidade, destacam-se: Futurismo, Cubismo, Dadaísmo e o
Surrealismo.

⸙ FUTURISMO (1909) – defende uma arte sintonizada com a “beleza da velocidade, ‘as grandes multidões
agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou revolta’”.
⸙ CUBISMO (1907 a 1914) – fragmentação da realidade, renovação artística, realidade fracionada,
decomposições da realidade.
⸙ DADAÍSMO (1916 a 1921) – usando o ilogismo, o nonsense, isto é, a recusa de qualquer sentido decodificado,
a antiarte, e também um humor niilista, irracionalista, dinamitaram a cultura e a linguagem, sua máxima
expressão. Caracteriza-se ainda pela desordem, pela dúvida, pelo predomínio da percepção, pelo agnosticismo e
pela oposição de qualquer forma de equilíbrio, tanto na forma quanto na homogeneidade de ideias e sentimentos.
⸙ SURREALISMO (1918 a 1939) - pensamento livre; expressividade espontânea; influência das teorias da
psicanálise; criação de uma "realidade paralela"; criação de cenas irreais; valorização do inconsciente.

SEMANA DE ARTE MODERNA MARCO FUNDADOR DO MODERNISMO BRASILEIRO

 De 11 e 18 de fevereiro de 1922, ano do Centenário da Independência e da fundação do Partido Comunista


Brasileiro.
 1915 – Organização da Revista Orpheu, com Manifestos e poemas do Modernismo Português.

PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA BRASIELIRA

 Tendo como pano de fundo o irracionalismo, isto é, a negação do racionalismo burguês, a primeira geração
do nosso Modernismo inicia-se em 1922 e se prolonga até 1930.
 A geração de 22 – heroica, guerreira e combativa – tem como objetivo principal destruição de todo
academismo, da tradição literária importada da Europa, representada pelos modelos românticos, realistas e
parnasianos.
 Tentar criar uma identidade mais brasileira. Valorização da cultura própria do país.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA (FASE


HEROICA E GUERREIRA)
 Pluralidade de linguagem e perspectivas
 Irracionalismo: negação do racionalismo burguês
 Influência das vanguardas artísticas europeias
 Valorização do cotidiano;
 Resgate das raízes culturais brasileiras;
 Críticas à realidade brasileira;
 Renovação da linguagem;

A PRODUÇÃO LITERÁRIA DA PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA

 Principal característica formal: destruição de todo academismo (o nacional importado) – a métrica, a


rima, a linguagem de dicionário, a linearidade do discurso, o sentimentalismo romântico, o racionalismo
realista-naturalista.
 Principal característica quanto ao conteúdo: nacionalismo Ufanista (Verde-amarelismo e Grupo da
Anta) e Crítico (Pau-Brasil e Antropofagia).
 Os manifestos representavam a propagação das características que o modernismo visava aplicar na cultura
brasileira.
PRINCIPAIS CONQUISTAS DA PRIMEIRA GERAÇÃO
 Verso livre.
 Associação mais analógica que lógica entre as palavras.
 Preferência por substantivos e verbos, em vez de advérbios e adjetivos.
 Blague (poema-piada), bom humor, ironia.
 Mistura entre prosa e poesia.
 Utilização de linguagem coloquial.
 Temáticas tradicionalmente consideradas não poéticas.

ABAPORU

1938, Tarsila do Amaral, Abaporu 85 cm x 73 cm

 Oswald de Andrade em uma junção dos vocábulos tupis aba (homem), pora (gente) e ú (comer). Sendo
assim, seu significado é "homem que come gente" ou "homem antropófago".
 Vemos um braço, uma perna, uma mão e, principalmente, um pé em dimensões exageradas. Esse recurso
recebeu o nome de gigantismo e foi utilizado por Tarsila em outras telas.
 A artista dá à força dos pés e mãos que viabilizam o trabalho braçal do povo brasileiro. A cabeça indica
uma suposta falta de pensamento crítico e "apaziguamento" da população. Por conta desses elementos,
tal pintura é vista como uma crítica social.
 Obra cubista da artista Tarsila do Amaral
REPRESENTANTES DO MOVIMENTO DE ANTROPOFAGIA- CRÍTICO

 Oswald de Andrade – Manifesto Antropofágico


 Tarsila do Amaral - Abaporu
 Raul Bopp – Cobra Norato (poema narrativo sobre a Amazônia)
 Antônio de Alcântara Machado – Brás, Bexiga e Barra Funda, Laranja da China
(livros de contos que tematizam sucessivamente a imigração italiana e a imigração lusa)

REPRESENTANTES DO VERDE-AMARELISMO E DO GRUPO ANTA - UFANISTA


 Plínio Salgado: A marcha para o Oeste
 Cassiano Ricardo: Matim Cererê e Vamos caçar papagaios
 Menotchi del Picchia: Juca Mulato
 Guilherme de Almeida: Raça

GRUPO DOS 5
 O Grupo dos Cinco foi o conjunto de artistas que liderou a Semana de Arte Moderna no Brasil.
 O grupo era formado por Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954), Menotti Del
Picchia (1892-1988), Tarsila do Amaral (1886-1973) e Anita Malfatti (1889-1964).

AUTORES DA PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA

 Oswald de Andrade (1890-1954)


 Mário de Andrade (1893-1945)
 Manuel Bandeira (1886-1968)
 Cassiano Ricardo (1895-1974)
 Menotti del Picchia (1892-1988)
 Plínio Salgado (1895-1975)
 Ronald de Carvalho (1893-1935)
 Guilherme de Almeida (1890-1969)
 Alcântara Machado (1901-1935)

MODERNISMO EM PORTUGAL E A POESIA DE FERNANDO PESSOA

FATOS HISTÓRICOS – PORTUGAL NO SÉCULO XX:

 1910 – Proclamação da República


 1910-1926 – Primeira República
- Domínio do Partido Democrático, com predominância centro-esquerdista.
- Instabilidade político-social
- Participação do país na Segunda Guerra Mundial
 1926 – Golpe de estado
 1933-1974 – Ditadura Militar salazarista
 1974 – Revolução dos Cravos (fim do salazarismos)

CRONOLOGIA DO MODERSNISMO EM PORTUGAL

Diferentes fases marcaram o Modernismo em Portugal. Entre elas, o Orfismo, o Presencialismo, o


Neorrealismo e o Surrealismo, compreendendo os anos de 1915 a 1974.
Período: Séc XX
Primeira Geração: Geração Orpheu
 Início: 1915 – Fundação da Revista Orpheu
 Término: 1927- fundação da Revista Presença
 Principais escritores: Fernando Pessoa e Mario de Sá Carneiro

Segunda Geração: Geração Presença
 Início: 1927 – Fundação da revista Presença
 Término: 1940 – eclosão do Neorrealismo
 Principal característica: elitismo; “ arte pela arte”.
 Principais escritores: Branquinho da Fonseca; José Régio; Gaspar Simões

Terceira Geração – Neorrealismo


 Início: 1940
 Principal característica: literatura engajada
 Principais escritores: Ferreira de Castro; Carlos de Oliveira; Fernando Namora; Alves Redol; José Cardoso
Pires e Vergílio Ferreira

ORFISMO (1915-1927): corresponde à primeira fase do modernismo português. Recebeu esse nome por
causa da revista Orpheu, primeira publicação a divulgar os ideais modernistas e as tendências culturais
que circulavam na Europa no início do século XX. Foi fundada em 1915 por um grupo de escritores e
artistas plásticos, entre eles Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro.

PRESENCIALISMO (1927–1940): O segundo momento modernista recebeu esse nome por causa da
revista literária Presença, cujo primeiro exemplar foi publicado no ano de 1927. Seus principais
representantes foram José Régio, Adolfo Rocha, João Gaspar Simões.

NEORREALISMO (1940-1974): surgiu em um conturbado contexto histórico-social. A Europa sofria


com as consequências de uma forte crise econômica, com a tirania de regimes totalitários e também com
a constante tensão provocada pela Segunda Guerra Mundial. Seus principais representantes foram Alves
Redol, Manuel da Fonseca.

FERNANDO PESSOA

 É о nоmе dе mаіѕ іmрасtо nо Моdеrnіѕmо роrtuguêѕ.


 Destacou-se na poesia através de hеtеrônіmоѕ (livro ou peça literária que se publica
sob o nome de outra pessoa que não o autor): Rісаrdо Rеіѕ; Аlbеrtо Саеіrо; Álvаrо
dе Саmроѕ.
 Um dos fundadores do Modernismo português, de acordo com a revista Orpheu.
 Trabalhou como crítico literário, crítico político, editor, jornalista, publicitário,
empresário e astrólogo.
 Fernando Pessoa é o mais universal poeta português.

HETERÔNIMOS

As personalidades criadas por ele próprio e que assinam cada qual as suas obras. Para tanto, esses
escritores têm biografia e estilo particular.

 ALBERTO CAEIRO o poeta-pastor, considerado por Pessoa o seu mestre, versos livres, valoriza a
simplicidade e demonstra o seu gosto pela natureza. Para ele, mais importante do que pensar é sentir,
delegando todo o conhecimento à experiência sensorial. A linguagem da sua poesia é simples, afinal, Caeiro
não estudou além da escola primária. Poema: Se, depois de eu morrer...
 RICARDO REIS gosta das coisas simples, versos curtos, referencias mitológicas. Tradicional, para ele, a
modernidade é uma mostra de decadência. Sua linguagem é clássica e seu vocabulário, erudito. Poema:
Segue o teu destino.

 ÁLVARO DE CAMPOS poeta modernista, futurista, cubista é um pessimista, pois apesar do gosto pelo
progresso, o tempo presente o angustia. Seu estilo pode ser definido em três fases: decadentista, progressista
e pessimista, a temática as sensações do homem no mundo moderno. Poesia: O dia deu em chuvoso.

CRASE – MAPA MENTAL

NUNCA FACULTATIVO SEMPRE


 Antes de masculino = Andamos a  ANTES NOMES MULHERES  1. Nas locuções
cavalo ontem. = Refiro-me a (à) Joana adverbiais = à noite
 Antes de plural (a + plural) =  2. Nas locuções
Refiro-me a mulheres jovens.  DEPOIS DA PREPOSIÇÃO “ATÉ” prepositivas = à espera
= Vou até a (à) praia. de
 Antes de pronomes = Diga a ela  3. Nas locuções
e a ele tudo que sabe. conjuntivas = à
 ANTES PRONOMES
 Antes de verbo = Ficou a ver proporção que,
navios ontem a partir das 18h.
POSSESSIVOS FEMININOS  4. Nas locuções
(MINHA, SUA...) adverbiais de horas,
 Antes de artigos indefinidos (um = Vou a (à) sua loja. quando não vierem após
- uma) = Vou a uma festa e preposição:
depois a um jogo.  DONA, SENHORA,  ● Chegou às 14h da
SENHORITA tarde.
 Após preposições (para -  5. Quando houver a
durante - com - sobre - após - expressão "à moda de”,
desde…) = Vamos para a festa.  6. Nas palavras
Após daqui e daí = Daqui a 3h, femininas quando forem
eu viajarei. objeto indireto ou

 Entre palavras repetidas =


complemento nominal:
● Diga à menina que
Ficou cara a cara com o ladrão.
terei obediência à
professora.

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