Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Contexto histórico
As inquietações da primeira década do século XX se tornaram mais visíveis
nos anos 1920, quando a República do café com leite apresentava sinais de
decadência.
O Modernismo no Brasil
No começo do século XX, as correntes artísticas desenvolvidas na Europa
(Dadaísmo, Surrealismo, Expressionismo, Futurismo) constituíram a arte
moderna europeia. Os artistas brasileiros, em suas viagens ao exterior,
voltavam sob estas novas influências que, aliadas ao desejo de mudança,
permitiram o início do Modernismo no Brasil.
Características
• Utilização do verso livre
• Linguagem coloquial
• Linguagem condensada
• Ausência de pontuação
• Valorização do cotidiano
• Utilização de paródias
• Utilização do humor (poema-piada)
• Criação de neologismos
• Aproximação da linguagem da prosa
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação brasileira
Dizem todos os dias
Me dá um cigarro
(Oswald de Andrade)
Foi um dos líderes da Semana de Arte Moderna e ativo divulgador das ideias
modernistas durante toda a década de 1920.
Principais obras
Observe:
“Laranja da China, laranja da China, laranja da China!
Abacate, cambucá e tangerina!
Guardate! Aos aplausos do esfuziante clown,
heroico sucessor da raça heril dos bandeirantes,
passa galhardo um filho de imigrante,
loiramente domando um automóvel!”
ou
Nas obras Losango cáqui (1926), Clã do jabuti (1929), o autor aproveita
costumes, folclore e linguagem de diferentes regiões do país. Em Remate de
males (1930) e Lirapaulistana (1946), retomo o tema de Paulicéia desvairada.
Prosa
Em seu primeiro romance, Amar, verbo intransitivo (1927), Mário de Andrade
critica e desmascara a moral da burguesia paulistana. Sua obra mais
importante, Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (1928) é uma rapsódia,
devido à variedade de gêneros presentes na obra:
1. Epopeia: fala da criação do herói;
2. Crônica: palavras bem despojadas;
3. Paródia: imitação dos estilos.
O autor apresenta o Brasil através de seu folclore, lendas, provérbios, frases
feitas, tudo num tom oral, valorizando a língua falada.
Capítulo 1
“ No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era
preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi
tão grande escutando o murmurejo do Urariocoera, que a índia tapanhumas
pariu uma criança feia. Essa criança que chamaram de Macunaíma.
Já que na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mas de seis
anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava!...
-Ai! Que preguiça!...
E não dizia mas nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba,
espiando o trabalho dos outros e principalmente dos dois manos que tinha,
Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era
decepar cabeça de saúva. Vivia deitado, mas si punha os olhos em dinheiro,
Macunaíma dandava pra ganhar vintém. E também espertava quando a família
ia tomar banho no rio, todos juntos e nus. Passava o tempo do banho dando
mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa dos guaimuns
diz que habitando a água-doce por lá .No mucambo si alguma cunhatã se
aproximava dele pra fazer festinha, Macunaíma punha a mão nas graças dela,
cunhatã se afastava. Nos machos guspia na cara. Porém respeitava os velhos
e frequentava com aplicação a murua a poracê o tore o bacoroco a cucuicogue,
todas essas danças religiosas da tribo.”
[...]
Oswald de Andrade
José Oswald de Andrade (1890 - 1954) nasceu em São Paulo, filho de
tradicional família da oligarquia local. Teve excelente educação escolar,
embora descontinuada, em razão de inúmeras viagens realizadas à Europa,
onde entrou em contato com as vanguardas artísticas.
Principais obras
Poesia
Na obra Pau-Brasil (1925), o autor traz uma análise crítica da realidade
brasileira, “redescobre” o Brasil, parodiando os textos produzidos pelos
primeiros cronistas brasileiros, recontando a história colonial do Brasil.
As meninas da gare*
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
*estação de trem
Prosa
Os romances Memórias sentimentais de João Miramar (1924) e Serafim Ponte
Grande(1930) admiram pelo trabalho com a linguagem (simultaneidade, quase
ausência de pontuação, neologismos, condensação, palavras em liberdade) e
pela montagem, apresentando capítulos extremamente curtos, que se
aproximam da poesia.
Manuel Bandeira
Manuel de Souza Bandeira Filho nasceu em Recife, filho de um engenheiro.
Sua família mudou-se para o Rio de Janeiro em 1890. Retornou a Recife em
1892 e voltou novamente ao Rio de Janeiro, em 1896.
A doença progrediu e o abateu de maneira que foi necessário ter uma vida
regrada e praticamente reclusa. Nos anos seguintes, perdeu o pai e a irmã, o
que o tornou ainda mais melancólico e triste. Iniciou sua carreira no ano de
1917 com A cinza das horas, obra influenciada pelas estéticas parnasiana e
simbolista.
Em 1922, enviou a São Paulo o poema Os Sapos, que foi lido sob vaias,
durante a Semana de Arte Moderna. Para sobreviver, passou a escrever
crônicas para diversos jornais.
Manuel Bandeira caracterizava sua obra com versos simples e uma linguagem
simples e coloquial, por vezes utilizando sátira. Observe este fragmento do
poema Os sapos, do livro Carnaval, de 1919, onde o autor satiriza os poetas
parnasianos.
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."
[...]
Principais obras
As chanchadas da Atlântida
Carlos Drummond de Andrade, Itabira (MG) 1902 – Rio de Janeiro (RJ) 1987
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Principais obras
Cidadezinha qualquer
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
[...]
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Cecília Meireles
Foi criada pela avó materna, Jacinta Garcia Benevides, natural dos Açores,
Portugal. Cecília Meireles conclui o curso primário em 1910.
No ano de 1922, casou-se com o artista plástico português Correia Dias (1893-
1935), com quem teve três filhas. No período de 1930 a 1933, manteve no
Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de educação, que
resultou um livro póstumo de cinco volumes, Crônicas da Educação. Em 1934,
organizou a primeira biblioteca infantil do Brasil, no Rio de Janeiro.
Principais obras
Poesia: Espectros (1919); Nunca Mais e Poemas dos Poemas (1923); Baladas
para El-Rey (1925); Viagem (1939); Vaga Música (1942); Mar
Absoluto (1945); Retrato Natural(1949); Amor em Leonoreta (1952); Doze
Noturnos da Holanda (1952); Aeronauta (1952); Romanceiro da
Inconfidência (1953); Pequeno Oratório de Santa
Clara (1955); Pistóia(1955); Canções (1956); Romance de Santa
Cecília (1957); Metal Rosicler (1960); Poemas Escritos na
Índia (1961); Antologia Poética (1963); Solombra (1963); Ou Isto ou
Aquilo (1965); Crônica Trovada da Cidade de San Sebastian (1965).
Observe o poema:
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Observe:
Vinicius de Moraes
Marcos Vinícius de Melo Moraes nasceu no Rio de Janeiro, em 1913. Foi
poeta, compositor de música popular, cronista e crítico de cinema.
Principais obras
Observe:
A rosa de Hiroxima
O melhor de sua produção lírica está nos sonetos. Vinicius de Moraes foi o
responsável por revitalizar essa forma de composição, desprezada pelos
Soneto de Fidelidade
Murilo Mendes
Murilo Monteiro Mendes nasceu na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais,
no ano de 1901. Foi poeta, prosador e crítico de artes plásticas. Aos 16 anos,
fugiu do colégio onde estudava para assistir, no Rio de Janeiro, à apresentação
do bailarino e coreógrafo russo Vaslav Nijinski (1890 - 1950).
Revista de Antropofagia
Com o auxílio financeiro do pai, publicou seu primeiro livro, Poemas, em 1930,
pelo qual recebeu o Prêmio Graça Aranha. Murilo Mendes converteu-se ao
catolicismo após a morte do amigo pintor, filósofo e poeta Ismael Nery (1900 -
1934).
Obra Poemas
Murilo Mendes com as obras que formam o acervo de artes visuais do museu
que leva o seu nome (MAMM)
"O homem
É o único animal que joga no bicho".
Observe:
A anunciação
O anjo pousa de leve
No quarto onde a moça pura
Remenda a roupa dos pobres.
Nasceu uma claridade
Naquele quarto modesto:
A máquina de costurar
Costura raios de luz;
Não se sabe mais se o anjo
É ele mesmo, ou Maria.
[...]
Observe:
Pré-história
Mamãe vestida de rendas
Tocava piano no caos.
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos.
Perturbação
Desta varanda se descortina o mar noturno
Poderoso.
Entretanto existe alguém mais forte ainda
carregando conchas de mortos.
O fantasma mecânico da guerra
Que passa
Com seu penacho de fumaça e sangue.
Jorge de Lima
Jorge Mateus de Lima nasceu na cidade de União dos Palmares, zona da mata
alagoana, no ano de 1893.
No ano de 1921, foi eleito Príncipe dos Poetas Alagoanos. Quando retornou
para Alagoas, lecionou história natural e literatura brasileira em colégios de
Maceió, envolveu-se com a política e ocupou os cargos de deputado e
vereador. Iniciou sua trajetória nas artes plásticas ilustrando o livro O Mundo do
Menino Impossível, em 1927.
Em 1939, pintou a sua primeira tela Quadro com Mulher ou Mulher Sonhando.
Em 1940 é homenageado com o Grande Prêmio de Poesia, concedido pela
Academia Brasileira de Letras - ABL. Jorge de Lima faleceu, no Rio de
Janeiro, em 1953.
Obra Poemas
Ensaio, história, biografia: A Comédia dos Erros (1923); Dois Ensaios (1929)
[Proust e Todos Cantam sua Terra]; Anchieta (1934); Rassenbildung und
Rassenpolitik in Brasilien(1934); História da Terra e da
Humanidade (1944); Vida de São Francisco de Assis(1944); D.
Vital (1945); A vida extraordinária de Santo Antonio (1947).
Observe:
O acendedor de lampiões
Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.
Triste ironia atroz que o senso humano irrita: —
Ele que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua!
Observe:
Na obra Invenção de Orfeu, de 1952, último livro que Jorge de Lima publicou
em vida, o autor combina o catolicismo, o elemento onírico e o surrealismo.
Observe:
CANTO PRIMEIRO (fragmento)
FUNDAÇÃO DA ILHA
II
[...]
Rachel de Queiroz
Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, Ceará, em novembro de 1910. Foi
romancista, cronista, contista e dramaturga.
Obra O Guarani.
Obra O Quinze
Revista O Cruzeiro
Nos anos 60, suas posições políticas tornam-se mais conservadoras, a ponto
de ter sido uma das poucas personalidades intelectuais a apoiar
incondicionalmente o regime militar. Em 04 de agosto de 1977, rompendo com
um velho preconceito, foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira
de Letras, onde foi a ocupante da Cadeira 5.
Principais obras
Memórias: Tantos Anos (1994) - com Maria Luiza de Queiroz Salek; O Não Me
Deixes: Suas Histórias e Sua Cozinha (2000) - com Maria Luiza de Queiroz Salek.
Nas obras Caminho de pedras, de 1927, e As três Marias, de 1939, seus textos
são comprometidos, harmonizando ainda mais o social e o psicológico,
trazendo uma reflexão político-social consciente.
Após cerca de quarenta anos sem escrever, Rachel de Queiroz lança, no ano
de 1992, Memorial de Maria Moura, obra que retrata a história de uma
cangaceira nordestina, uma "donzela guerreira", que parte em busca de
vingança contra criminosos que assassinam seus familiares. O texto,
posteriormente, foi adaptado para a televisão.
Graciliano Ramos
Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em nasceu em Quebrângulo (AL) no
ano de 1892. Foi romancista, contista e cronista.
Graciliano Ramos com a esposa Heloísa e filhos em Palmeira dos Índios, 1931.
No ano de 1936, foi preso sob a acusação de era comunista. Sem julgamento,
ficou detido por 10 meses, passando por inúmeras humilhações dentro dos
vários presídios, experiência que foi contada em Memórias do cárcere.
Principais obras:
Seu estilo surpreende pela quase inexistência de adjetivos, traz um estilo seco,
conciso e sintético, onde deixa de lado o sentimentalismo a favor de uma
objetividade e clareza em textos com mensagens diretas e sem rodeios. Nas
obras São Bernardo, Angústia e Vidas Secas, Graciliano Ramos mostra um
perfil psicológico e sociopolítico que nos instiga a uma visão crítica dos rumos
que a sociedade moderna toma. Observe este trecho de Vidas Secas:
Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros
quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se
com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada,
monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se agüentava
bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes,
utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos
brutos – exclamações, onomatopéias. Na verdade falava pouco. Admira as
palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas
em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.
[...]
“O mundo se tornava fascista. Num mundo assim, que futuro nos reservariam?
Provavelmente não havia lugar para nós, éramos fantasmas, rolaríamos de
No ano de 1932, publicou com recursos próprios seu primeiro livro, Menino de
Engenho, que atingiu grande repercussão e abriu caminho para uma série de
obras de grande importância na literatura brasileira.
No ano de 1935, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde viveu até o fim da sua
vida. Em 15 de setembro de 1955, foi eleito como membro da Academia
Brasileira de Letras, como o quarto ocupante da Cadeira 25.
Principais obras
- Coronel, eu me retiro. Aqui eu não vim com o intento de roubar ninguém. Vim
pedir. O velho negou o corpo.
- Pois eu lhe agradeço, capitão.
A noite já ia alta. Os cangaceiros se alinhavam na porta. Vitorino, quase que se
arrastando, chegou-se para o chefe e lhe disse:
- capitão Antônio Silvino, o senhor sempre foi da estima do povo, mas deste
jeito se desgraça, atacar um engenho como este do coronel Lula, é o mesmo
que dar surra em cego.
- Cala a boca, velho.
[...]
Jorge Amado
Jorge Amado de Faria nasceu em 1912, em Ferradas, hoje município de
Itabuna, na Bahia. Foi jornalista, romancista e memorialista.
A partir de 1947, deixou o país por alguns anos para residir na França e em
vários países socialistas da Europa. Como escritor profissional, viveu
exclusivamente dos direitos autorais de seus livros.
Principais obras
Romance
Observe este fragmento de Terras do Sem Fim (1943), onde o autor descreve
a cidade de Ilhéus, cenário e tipos humanos onde se desenrola a ação do livro.
Jorge Amado teve suas obras adaptadas para o cinema, o teatro, o rádio, a
televisão e em histórias em quadrinhos, não só no Brasil, mas também foram
traduzidos para 49 idiomas, além de exemplares em braile e em formato de
audiolivro. Sua vida e obra também serviram de inspiração para tema de
escolas de samba em várias partes do Brasil.
Jorge Amado
Érico Veríssimo
Érico Verissimo nasceu na cidade de Cruz Alta, Rio Grande do Sul, no ano de
1905. Foi romancista, contista, memorialista, autor de literatura infantil e
tradutor.Era filho de família tradicional de estancieiros, que foi arruinada no
início do século XX devido à crise que atingiu a pecuária sul-rio-grandense.
No ano de 1943, viaja aos Estados Unidos para lecionar Literatura Brasileira na
Universidade da Califórnia, onde o registro das visitas aos Estados Unidos se
encontra nas obras O Gato Preto em Campo de Neve (1941) e a Volta do Gato
Preto (1946).
Obra O Gato Preto em Campo de Neve, registro de sua primeira viagem aos
Estados Unidos
Obra México
Érico Veríssimo
Érico Veríssimo
Porém os tempos são de Guerra Fria (entre Estados Unidos e a extinta União
Soviética) e Governo Juscelino Kubitschek, no Brasil.
Juscelino Kubitschek
Obra Sagarana
No ano de 1963, foi eleito para a ABL por unanimidade. Porém, supersticioso,
receando a morte no momento da cerimônia, adiou o ritual de posse por quatro
anos, vestindo o fardão apenas em 16 de novembro de 1967. Guimarães Rosa
morreu três dias depois, em 19 de novembro, vítima de um enfarte, no Rio de
Janeiro, aos 59 anos.
Principais obras
Obra Magma
"As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com
as caudas, mugindo no meio, na massa embolada, com atritos de couros,
estralos de guampas, estrondos e baques, e o berro queixoso do gado
Boi bem brabo, bate baixo, bota baba, boi berrando... Dança doido, dá de duro,
dá de dentro, dá direito... Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai
varando...
Observe o fragmento:
[...]
Eu dizendo que a Mulher ia lavar o corpo dele. Ela rezava rezas da Bahia.
Mandou todo o mundo sair. Eu fiquei. E a Mulher abanou brandamente a
cabeça, consoante deu um suspiro simples. Ela me mal-entendia. Não me
mostrou de propósito o corpo. E disse...
Diadorim – nu de tudo. E ela disse:
– "A Deus dada. Pobrezinha..."
[...]
Clarice Lispector
Clarice Lispector nasceu em Chechelnyk, pequena cidade na Ucrânia, em 10
de dezembro de 1920. Ainda criança, imigrou com a família para o Brasil,
instalando-se em Maceió.
No ano de 1977, publicou seu último livro, A Hora da Estrela. Clarice Lispector
faleceu no dia 9 de dezembro desse mesmo ano, devido a um câncer.
Principais obras
[...]
Na minha clausura entre a porta do armário e o pé da cama, eu ainda não
tentara de novo mover os pés para sair, mas recuara o dorso para trás como,
se mesmo na sua extrema lentidão, a barata pudesse dar um bote - eu já havia
Seus textos trazem como temas mais comuns: a relação entre o bem e o mal, a
culpa, o crime, o castigo e o pecado. Em seu primeiro romance, Perto do
Coração Selvagem, a autora despertou estranheza e admiração em alguns
críticos, justamente porque sua obra não se encaixava em qualquer programa
dos modernistas, muito menos dos regionalistas do período anterior.
No ano de 1968, João Cabral de Melo Neto foi eleito para a Academia
Brasileira de Letras (ABL), tomando posse em 6 de maio de 1969.
João Cabral de Melo Neto foi o primeiro brasileiro a receber o Prêmio Camões,
em 1990. Dois anos após, é premiado com o Neustadt International Prize for
Literature, da Universidade de Oklahoma, Estados Unidos. João Cabral de
Melo Neto faleceu no dia 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro, aos 79
anos.
Principais obras
Noturno
O mar soprava sinos
os sinos secavam as flores
as flores eram cabeças de santos
Minha memória cheia de palavras
meus pensamentos procurando fantasmas
”meus pesadelos atrasados de muitas noites
Observe:
A
Poesia te escrevia:
flor! conhecendo
que és fezes. Fezes
como qualquer.
gerando cogumelos
(raros, fragéis, cogu-
melos) no úmido
calor de nossa boca.
Delicado, escrevia:
flor! (Cogumelos
serão flor? Espécie
estranha, espécie
extinta de flor, flor
ão de todo flor,
João Cabral de Melo Neto é considerado pelos críticos como o melhor poeta
brasileiro dessa fase do Modernismo.
João Cabral de Melo Neto - um dos poetas mais consagrados do Brasil por
seus versos simples e despojados