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1. (Ufrgs 2020) Em Papéis avulsos, há pouca ação, predominando exposição de doutrinas


sobre o comportamento humano, por meio do diálogo ou da fala de um personagem que
assume a narração.

Esse recurso formal pode ser observado em


a) “O alienista” e “A chinela turca”.
b) “A sereníssima República” e “Uma visita de Alcebíades”.
c) “O segredo do Bonzo” e “D. Benedita”.
d) “O empréstimo” e “Verba testamentária”.
e) “Teoria do medalhão” e “O espelho”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Para responder à(s) questão(ões), leia o trecho de uma fala do personagem Quincas Borba,
extraída do romance Quincas Borba, de Machado de Assis, publicado originalmente em 1891.

— […] O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode


determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a
supressão de uma é condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio
universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de
batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que
assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em
abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a
nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a
conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória,
os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se
a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o
homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo=motivo racional de que
nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou
compaixão; ao vencedor, as batatas. [...] Aparentemente, há nada mais contristador que uma
dessas terríveis pestes que devastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um
benefício, não só porque elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque
dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa. A higiene é filha de podridões
seculares; devemo-la a milhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho.

(Quincas Borba, 2016.)

2. (Unesp 2020) Considerando o contexto histórico de produção, verifica-se no trecho uma


alusão irônica
a) à teoria darwiniana.
b) à filosofia idealista.
c) à ideologia capitalista.
d) à filosofia iluminista.
e) à ideologia socialista.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


A primeira publicação do conto O Alienista, de Machado de Assis, ocorreu como folhetim na
revista carioca A Estação, entre os anos de 1881 e 1882. Nessa mesma época, uma grande
reforma educacional efetuou-se no Brasil, criando, dentre outras, a cadeira de Clínica
Psiquiátrica. É nesse contexto de uma psiquiatria ainda embrionária que Machado propõe sua
crítica ácida, reveladora da escassez de conhecimento científico e da abundância de vaidades,
concomitantemente. A obra deixa ver as relações promíscuas entre o poder médico que se
pretendia baluarte da ciência e o poder político tal como era exercido em Itaguaí, então uma
vila, distante apenas alguns quilômetros da capital Rio de Janeiro. O conto se desenvolve em
treze breves capítulos, ao longo dos quais o alienista vai fazendo suas experimentações
cientificistas até que ele mesmo conclua pela necessidade de seu isolamento, visto que
reconhece em si mesmo a única pessoa cujas faculdades mentais encontram-se equilibradas,
sendo ele, portanto, aquele que destoa dos demais, devendo, por isso, alienar-se.

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Texto 1

Capítulo IV
UMA TEORIA NOVA

Ao passo que D. Evarista, em lágrimas, vinha buscando o Rio de Janeiro, Simão


Bacamarte estudava por todos os lados uma certa ideia arrojada e nova, própria a alargar as
bases da psicologia. Todo o tempo que lhe sobrava dos cuidados da Casa Verde era pouco
para andar na rua, ou de casa em casa, conversando as gentes, sobre trinta mil assuntos, e
virgulando as falas de um olhar que metia medo aos mais heroicos.
Um dia de manhã, – eram passadas três semanas, – estando Crispim Soares ocupado
em temperar um medicamento, vieram dizer-lhe que o alienista o mandava chamar.
– Tratava-se de negócio importante, segundo ele me disse, acrescentou o portador.
Crispim empalideceu. Que negócio importante podia ser, se não alguma notícia da comitiva, e
especialmente da mulher? Porque este tópico deve ficar claramente definido, visto insistirem
nele os cronistas; Crispim amava a mulher, e, desde trinta anos, nunca estiveram separados
um só dia. Assim se explicam os monólogos que fazia agora, e que os fâmulos lhe ouviam
muita vez: – “Anda, bem feito, quem te mandou consentir na viagem de Cesária? Bajulador,
torpe bajulador! Só para adular ao Dr Bacamarte. Pois agora aguenta-te; anda; aguenta-te,
alma de lacaio, fracalhão, vil, miserável. Dizes amém a tudo, não é? Aí tens o lucro, biltre!”. – E
muitos outros nomes feios, que um homem não deve dizer aos outros, quanto mais a si
mesmo. Daqui a imaginar o efeito do recado é um nada. Tão depressa ele o recebeu como
abriu mão das drogas e voou à Casa Verde.
Simão Bacamarte recebeu-o com a alegria própria de um sábio, uma alegria abotoada
de circunspeção até o pescoço.
– Estou muito contente, disse ele.
– Notícias do nosso povo?, perguntou o boticário com a voz trêmula.
O alienista fez um gesto magnífico, e respondeu:
– Trata-se de coisa mais alta, trata-se de uma experiência científica. Digo experiência,
porque não me atrevo a assegurar desde já a minha ideia; nem a ciência é outra coisa, Sr.
Soares, senão uma investigação constante. Trata-se, pois, de uma experiência, mas uma
experiência que vai mudar a face da terra. A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora
uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente.
Disse isto, e calou-se, para ruminar o pasmo do boticário. Depois explicou
compridamente a sua ideia. No conceito dele a insânia abrangia uma vasta superfície de
cérebros; e desenvolveu isto com grande cópia de raciocínios, de textos, de exemplos. Os
exemplos achou-os na história e em Itaguaí mas, como um raro espírito que era, reconheceu o
perigo de citar todos os casos de Itaguaí e refugiou-se na história. Assim, apontou com
especialidade alguns célebres, Sócrates, que tinha um demônio familiar, Pascal, que via um
abismo à esquerda, Maomé, Caracala, Domiciano, Calígula etc., uma enfiada de casos e
pessoas, em que de mistura vinham entidades odiosas, e entidades ridículas. E porque o
boticário se admirasse de uma tal promiscuidade, o alienista disse-lhe que era tudo a mesma
coisa, e até acrescentou sentenciosamente:
– A ferocidade, Sr. Soares, é o grotesco a sério.
– Gracioso, muito gracioso!, exclamou Crispim Soares levantando as mãos ao céu.
Quanto à ideia de ampliar o território da loucura, achou-a o boticário extravagante; mas
a modéstia, principal adorno de seu espírito, não lhe sofreu confessar outra coisa além de um
nobre entusiasmo; declarou-a sublime e verdadeira, e acrescentou que era “caso de matraca”.
Esta expressão não tem equivalente no estilo moderno. Naquele tempo, Itaguaí, que como as
demais vilas, arraiais e povoações da colônia, não dispunha de imprensa, tinha dois modos de
divulgar uma notícia: ou por meio de cartazes manuscritos e pregados na porta da Câmara, e
da matriz; – ou por meio de matraca.
Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-se um homem, por um ou mais
dias, para andar as ruas do povoado, com uma matraca na mão.
De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe
incumbiam, – um remédio para sezões, umas terras lavradias, um soneto, um donativo
eclesiástico, a melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano etc. O sistema tinha
inconvenientes para a paz pública; mas era conservado pela grande energia de divulgação que
possuía. Por exemplo, um dos vereadores, – aquele justamente que mais se opusera à criação

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da Casa Verde, – desfrutava a reputação de perfeito educador de cobras e macacos, e aliás


nunca domesticara um só desses bichos; mas, tinha o cuidado de fazer trabalhar a matraca
todos os meses. E dizem as crônicas que algumas pessoas afirmavam ter visto cascavéis
dançando no peito do vereador; afirmação perfeitamente falsa, mas só devida à absoluta
confiança no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituições do antigo regime mereciam
o desprezo do nosso século.
– Há melhor do que anunciar a minha ideia, é praticá-la, respondeu o alienista à
insinuação do boticário.
E o boticário, não divergindo sensivelmente deste modo de ver, disse-lhe que sim, que
era melhor começar pela execução.
– Sempre haverá tempo de a dar à matraca, concluiu ele.
Simão Bacamarte refletiu ainda um instante, e disse:
– Suponho o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso
extrair a pérola, que é a razão; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da
razão e da loucura. A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia,
insânia e só insânia.
O Vigário Lopes, a quem ele confiou a nova teoria, declarou lisamente que não
chegava a entendê-la, que era uma obra absurda, e, se não era absurda, era de tal modo
colossal que não merecia princípio de execução.
– Com a definição atual, que é a de todos os tempos, acrescentou, a loucura e a razão
estão perfeitamente delimitadas. Sabe-se onde uma acaba e onde a outra começa. Para que
transpor a cerca?
Sobre o lábio fino e discreto do alienista roçou a vaga sombra de uma intenção de riso,
em que o desdém vinha casado à comiseração; mas nenhuma palavra saiu de suas egrégias
entranhas.
A ciência contentou-se em estender a mão à teologia, – com tal segurança, que a
teologia não soube enfim se devia crer em si ou na outra. Itaguaí e o universo à beira de uma
revolução.

ASSIS, Machado de. O Alienista. Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro / USP. Disponível
em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?
select_action=&co_obra=1939>. Acesso em: 12/08/2019.

O soneto XIII de Via-Láctea, coleção publicada em 1888 no livro Poesias, é o texto mais
famoso da antologia, obra de estreia do poeta Olavo Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado,
suas rimas e a escolha da forma fixa revelam rigor formal e estilístico caros ao movimento
parnasiano; o tema do poema, no entanto, entra em colisão com o tema da literatura típica do
movimento, tal como concebido no continente europeu.

Texto 2

XIII

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo


Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto


A Via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!


Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!


Pois só quem ama pode ter ouvido

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Capaz de ouvir e de entender estrelas.”

BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55. Via-Láctea. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000289.pdf>. Acesso em: 19/08/2019.

3. (Ime 2020) Sobre os Textos 1 e 2, analise as afirmações abaixo:

I. Os dois textos abordam tipos de estados alterados de consciência que se contrapõem à


experiência da vida cotidiana.
II. Ambos os textos fazem uma apologia à loucura, segundo a qual a condição de insanidade
pode revelar as mazelas morais da sociedade e da cultura.
III. Ambos estabelecem a apologia da razão compreendida como a faculdade superior do
homem.
IV. Os dois textos realizam uma crítica ao cientificismo que considera a possibilidade de
estabelecer uma linha de fronteira entre a sanidade e a loucura.

Em relação às afirmações, está(ão) correta(s):


a) apenas a afirmação I.
b) apenas a afirmação II.
c) apenas as afirmações I e III.
d) apenas as afirmações II e IV.
e) todas as afirmações estão corretas.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Texto para a(s) questão(ões) a seguir.

E Sofia? interroga impaciente a leitora, tal qual Orgon: Et Tartufe? Ai, amiga minha, a
resposta é naturalmente a mesma, – também ela comia bem, dormia largo e fofo, – coisas que,
aliás, não impedem que uma pessoa ame, quando quer amar. Se esta última reflexão é o
motivo secreto da vossa pergunta, deixai que vos diga que sois muito indiscreta, e que eu não
me quero senão com dissimulados.
Repito, comia bem, dormia largo e fofo. Chegara ao fim da comissão das Alagoas, com
elogios da imprensa; a Atalaia chamou‐lhe “o anjo da consolação”. 1E não se pense que este
nome a alegrou, posto que a lisonjeasse; ao contrário, resumindo em Sofia toda a ação da
caridade, podia mortificar as novas amigas, e fazer‐lhe perder em um dia o trabalho de longos
meses. Assim se explica o artigo que a mesma folha trouxe no número seguinte, nomeando,
particularizando e glorificando as outras comissárias – “estrelas de primeira grandeza”.

Machado de Assis, Quincas Borba.

4. (Fuvest 2020) No excerto, o autor recorre à intertextualidade, dialogando com a comédia de


Molière, Tartufo (1664), cuja personagem central é um impostor da fé. Tal é a fama da peça
que o nome próprio se incorporou ao vocabulário, inclusive em português, como substantivo
comum, para designar o “indivíduo hipócrita” ou o “falso devoto”. No contexto maior do
romance, sugere‐se que a tartufice
a) se cola à imagem da leitora, indiscreta quanto aos amores alheios.
b) é ação isolada de Sofia, arrivista social e benemérita fingida.
c) diz respeito ao filósofo Quincas Borba, o que explica o título do livro.
d) se produz na imprensa, apesar de esta se esquivar da eloquência vazia.
e) se estende à sociedade, na qual o cinismo é o trunfo dos fortes.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia o início do conto “Luís Soares”, de Machado de Assis, para responder à(s) questão(ões).

Trocar o dia pela noite, dizia Luís Soares, é restaurar o império da natureza corrigindo a obra
da sociedade. O calor do sol está dizendo aos homens que vão descansar e dormir, ao passo
que a frescura relativa da noite é a verdadeira estação em que se deve viver. Livre em todas as

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minhas ações, não quero sujeitar-me à lei absurda que a sociedade me impõe: velarei de noite,
dormirei de dia.
Contrariamente a vários ministérios, Soares cumpria este programa com um escrúpulo digno
de uma grande consciência. A aurora para ele era o crepúsculo, o crepúsculo era a aurora.
Dormia 12 horas consecutivas durante o dia, quer dizer das seis da manhã às seis da tarde.
Almoçava às sete e jantava às duas da madrugada. Não ceava. A sua ceia limitava-se a uma
xícara de chocolate que o criado lhe dava às cinco horas da manhã quando ele entrava para
casa. Soares engolia o chocolate, fumava dois charutos, fazia alguns trocadilhos com o criado,
lia uma página de algum romance, e deitava-se.
Não lia jornais. Achava que um jornal era a cousa mais inútil deste mundo, depois da Câmara
dos Deputados, das obras dos poetas e das missas. Não quer isto dizer que Soares fosse ateu
em religião, política e poesia. Não. Soares era apenas indiferente. Olhava para todas as
grandes cousas com a mesma cara com que via uma mulher feia. Podia vir a ser um grande
perverso; até então era apenas uma grande inutilidade.

(Contos fluminenses, 2006.)

5. (Famerp 2020) Com a referência a “jornais”, “Câmara dos Deputados”, “obras dos poetas” e
“missas” (3º parágrafo), o narrador
a) relativiza o retrato do personagem como um alienado, na medida em que enumera
elementos da sociedade com os quais ele se identifica.
b) critica a homogeneidade da população, defendendo uma sociedade plural, em que cada
pessoa escolha com liberdade a maneira como vive.
c) informa que o personagem recusava-se a se envolver com certos elementos da vida em
sociedade, tanto quanto se recusava a seguir os ciclos convencionais de sono e de vigília.
d) reconhece como os hábitos da sociedade em questão são fúteis, ressaltando os benefícios
para a sociedade das escolhas extravagantes de Luís Soares.
e) revela sua parcialidade, concordando com a maneira como o personagem se comporta em
relação a seus horários e às atividades sociais usuais da sociedade da época.

6. (Unesp 2020) Tal movimento distingue-se pela atenuação do sentimentalismo e da


melancolia, a ausência quase completa de interesse político no contexto da obra (embora não
na conduta) e (como os modelos franceses) pelo cuidado da escrita, aspirando a uma
expressão de tipo plástico. O mito da pureza da língua, do casticismo vernacular abonado pela
autoridade dos autores clássicos, empolgou toda essa fase da cultura brasileira e foi um critério
de excelência. É possível mesmo perguntar se a visão luxuosa dos autores desse movimento
não representava para as classes dominantes uma espécie de correlativo da prosperidade
material e, para o comum dos leitores, uma miragem compensadora que dava conforto.

(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)

O texto refere-se ao movimento denominado


a) Romantismo.
b) Barroco.
c) Parnasianismo.
d) Arcadismo.
e) Realismo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


O soneto XIII de Via-Láctea, coleção publicada em 1888 no livro Poesias, é o texto mais
famoso da antologia, obra de estreia do poeta Olavo Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado,
suas rimas e a escolha da forma fixa revelam rigor formal e estilístico caros ao movimento
parnasiano; o tema do poema, no entanto, entra em colisão com o tema da literatura típica do
movimento, tal como concebido no continente europeu.

XIII

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

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Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,


Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…

E conversamos toda a noite, enquanto


A Via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!


Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!


Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”

BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55. Via-Láctea. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000289.pdf>. Acesso em: 19/08/2019.

7. (Ime 2020) A palavra “pois”, usada em “Pois só quem ama pode ter ouvido” (verso 13),
a) exprime a consequência dos hábitos cotidianos do poeta de ouvir e entender estrelas.
b) tem uma função de justificação das razões pelas quais o poeta é capaz de ouvir e entender
estrelas.
c) traz em si uma ideia de contraponto ao enlevo poético descrito no poema.
d) expressa a ideia da finalidade primeira do poeta enamorado, que é ouvir e entender estrelas.
e) estabelece a ideia de alternância, mas sem relação de equivalência nos versos do texto.

8. (G1 - ifce 2019) Leia o excerto do livro “Quincas Borba” de Machado de Assis.

“Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo
chorando seria monótono; tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e
polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e
faz-se o equilíbrio da vida...”

A supressão do verbo e o uso da vírgula em seu lugar justificam-se por meio do(a)
a) aliteração.
b) elipse.
c) assonância.
d) polissíndeto.
e) silepse.

9. (Espcex (Aman) 2019) “Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética
para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem
quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de
ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e
enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de
ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços,
aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía
delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me.”

ASSIS. Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Ática,1999. p.55 (fragmento)

Com Dom Casmurro, obra publicada em 1899, depois de Memórias Póstumas de Brás Cubas
(1881) e de Quincas Borba (1891), Machado de Assis deixa marcas indeléveis de que a
Literatura Brasileira vivia um novo período literário, bem diferente do Romantismo. Nessas
obras, nota-se uma forma diferente de sentir e de ver a realidade, menos idealizada, mais

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verdadeira e crítica: uma perspectiva realista. O trecho apresentado acima representa essa
perspectiva porque o narrador
a) exagera nas imagens poéticas traduzidas por “fluido misterioso”, “praia”, “cabelos
espalhados pelos ombros” em uma realização imagética da mulher que o tragava como
fazem as ondas de um mar em ressaca.
b) deixa-se levar pelas ondas que saíam das pupilas de Capitu em um fluido, misterioso e
enérgico, que o arrasta depressa como uma vaga que se retira da praia em dias de ressaca,
não adiantando agarrar-se nem aos braços nem aos cabelos da moça.
c) retira-se da praia como as vagas em dias de ressaca por não ser capaz de dizer a Capitu o
que está sentindo ao olhá-la nos olhos sem quebrar a dignidade mínima daquele momento
em que duas pessoas apaixonam-se.
d) solicita à “retórica dos namorados” uma comparação que seja, ao mesmo tempo, exata e
poética capaz de descrever os olhos de Capitu, revelando a dificuldade de apresentar uma
verdade que não estrague a idealização romântica.
e) ridiculariza a retórica dos românticos ao afirmar que os olhos de Capitu pareciam com uma
ressaca do mar e, por isso, não seria capaz de descrevê-los de maneira poética, traduzindo,
assim, o realismo literário de sua época.

10. (Ita 2019) No Realismo, o adultério subverte o ideal romântico de casamento. Machado de
Assis, porém, costuma tratá-lo de modo ambíguo, valendo-se, por exemplo, do ciúme
masculino ou da dubiedade feminina. Com isso, em seus romances, a traição nem sempre é
comprovada, ou, mesmo que desejada pela mulher, não se consuma. Constatamos tal
ambiguidade em Quincas Borba, quando
a) Palha se enraivece com os olhares de desejo que os homens dirigem a Sofia nos eventos
sociais.
b) Sofia decide não contar ao marido que Rubião a assediou certa noite, no jardim da casa
deles.
c) Palha, mesmo interessado na riqueza de Rubião, decide confrontá-lo ao perceber o assédio
dele a Sofia.
d) Sofia tenta esconder do marido o interesse que tem por Carlos Maria, que a seduziu em um
baile.
e) Sofia, mesmo interessada em Carlos Maria, faz de tudo para que Maria Benedita se case
com ele.

11. (Enem 2019) 1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da
temeridade.
2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.
3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar
o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o
soco.
4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza
da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos,
semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr
sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a
Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o
entusiástico fervor dos elementos primordiais.

MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas europeias e Modernismo


brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.

O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais estéticos do Futurismo, que


valorizam a
a) composição estática.
b) inovação tecnológica.
c) suspensão do tempo.
d) retomada do helenismo.
e) manutenção das tradições.

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12. (Enem PPL 2019) Biografia de Pasárgada

Quando eu tinha meus 15 anos e traduzia na classe de grego do D. Pedro II a Ciropédia fiquei
encantado com o nome dessa cidadezinha fundada por Ciro, o Antigo, nas montanhas do sul
da Pérsia, para lá passar os verões. A minha imaginação de adolescente começou a trabalhar,
e vi Pasárgada e vivi durante alguns anos em Pasárgada.
Mais de vinte anos depois, num momento de profundo desânimo, saltou-me do subconsciente
este grito de evasão: “Vou-me embora pra Pasárgada!” Imediatamente senti que era a célula
de um poema. Peguei do lápis e do papel, mas o poema não veio. Não pensei mais nisso. Uns
cinco anos mais tarde, o mesmo grito de evasão nas mesmas circunstâncias. Desta vez, o
poema saiu quase ao correr da pena. Se há belezas em “Vou-me embora pra Pasárgada!”, elas
não passam de acidentes. Não construí o poema, ele construiu-se em mim, nos recessos do
subconsciente, utilizando as reminiscências da infância – as histórias que Rosa, minha ama-
seca mulata, me contava, o sonho jamais realizado de uma bicicleta etc.

BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. São Paulo: Global, 2012.

O texto é um depoimento de Manuel Bandeira a respeito da criação de um de seus poemas


mais conhecidos. De acordo com esse depoimento, o fazer poético em “Vou-me embora pra
Pasárgada!”
a) acontece de maneira progressiva, natural e pouco intencional.
b) decorre de uma inspiração fulminante, num momento de extrema emoção.
c) ratifica as informações do senso comum de que Pasárgada é a representação de um lugar
utópico.
d) resulta das mais fortes lembranças da juventude do poeta e de seu envolvimento com a
literatura grega.
e) remete a um tempo da vida de Manuel Bandeira marcado por desigualdades sociais e
econômicas.

13. (Enem PPL 2019) Canção

No desequilíbrio dos mares,


as proas giram sozinhas…
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.

Eu te esperei todos os séculos


sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto.

Quando as ondas te carregaram


meus olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.

Minhas mãos pararam sobre o ar


e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.

E o sorriso que eu te levava


desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.

MEIRELES, C. In: SECCHIN, A. C. (Org.). Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2001.

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Na composição do poema, o tom elegíaco e solene manifesta uma concepção de lirismo


fundada na
a) contradição entre a vontade da espera pelo ser amado e o desejo de fuga.
b) expressão do desencanto diante da impossibilidade da realização amorosa.
c) associação de imagens díspares indicativas de esperança no amor futuro.
d) recusa à aceitação da impermanência do sentimento pela pessoa amada.
e) consciência da inutilidade do amor em relação à inevitabilidade da morte.

14. (Ufrgs 2019) Leia trechos dos poemas “Fanatismo”, de Florbela Espanca, e “Imagem”, de
Cecília Meireles.

Fanatismo

(...)
“Tudo no mundo é frágil, tudo passa...”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:


“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...”

Imagem

Tão brando é o movimento


das estrelas, da lua,
das nuvens e do vento,
que se desenha a tua
face no firmamento.

Desenha-se tão pura


como nunca a tiveste,
nem nenhuma criatura.
Pois é sombra celeste
da terrena aventura.
(...)

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre os poemas.

( ) Ambos os sujeitos líricos comparam o ser amado à perfeição divina.


( ) Ambos os sujeitos líricos veem o amor de modo idealizado.
( ) Ambos os sujeitos líricos falam diretamente ao ser amado.
( ) Ambos os poemas citam diretamente a voz da opinião pública.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


a) V – V – V – F.
b) V – V – F – V.
c) F – F – V – V.
d) F – V – F – V.
e) V – F – V – F.

15. (Ita 2019) Leia o poema de autoria de Cecília Meireles.

“Epigrama n. 04”

O choro vem perto dos olhos


para que a dor transborde e caia.
O choro vem quase chorando

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como a onda que toca a praia.

Descem dos céus ordens augustas


e o mar chama a onda para o centro.
O choro foge sem vestígios,
mas levando náufragos dentro.

(MEIRELES, Cecília, Viagem/Vaga música. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.p.43)

O texto

I. aproxima metaforicamente um fenômeno humano e um fenômeno natural a partir da


identificação de, pelo menos, um traço comum a ambos: água em movimento.
II. sugere que, enquanto o movimento do choro é ligado à variação das emoções, o movimento
da onda deve-se a forças naturais, responsáveis pela circularidade marítima.
III. ameniza o dramatismo do choro humano, pois, quando acomete o sujeito, ele passa
naturalmente, como a onda que volta ao mar.
IV. leva-nos a perceber que o choro contido tem um impacto emocional que o torna desolador.

Estão corretas:
a) I e II apenas;
b) I, II e IV apenas;
c) I, III e IV apenas;
d) II e III apenas;
e) todas.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[E]

Os contos “Teoria do Medalhão” e “O Espelho”, em primeira pessoa e por meio de diálogo ou


fala do narrador, apresentam personagens que explicitam como a sociedade impõe uma visão
ao outro, fazendo com que o indivíduo viva em torno de uma “segunda alma”, a aparência,
como se fosse sua alma verdadeira. Assim, é correta a opção [E].

Resposta da questão 2:
[A]

Ao afirmar que o homem se comportaria como um animal se estivesse em causa a sua própria
sobrevivência (“Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos”), Machado de Assis,
através do personagem Quincas Borba, faz uma alusão irônica à teoria darwiniana, segundo a
qual as espécies mudam gradualmente por meio de um mecanismo chamado de seleção
natural. Assim, é correta a opção [A].

Resposta da questão 3:
[A]

[I] Verdadeira. Os dois textos mencionam tal situação: no primeiro, Dr. Bacamarte diagnostica a
insânia em todos os moradores de Itajaí; no segundo, o eu lírico conversa com astros.
[II] Falsa. No poema, uma possível condição de insanidade não revela tais mazelas, apenas
menciona o estado alterado de um eu lírico apaixonado.
[III] Falsa. No poema, não há defesa da razão: um interlocutor apenas questiona o
comportamento do eu lírico.
[IV] Falsa. A crítica ao cientificismo é uma característica das obras machadianas.

Resposta da questão 4:
[E]

Na peça de Molière, Tartufo é personagem símbolo de uma sociedade hipócrita, em que a


maioria tem como objetivo granjear privilégios e elevar seu status social, mesmo que para tal
tenha de mentir, roubar ou transgredir qualquer preceito ético e moral. Segundo o enunciado, o
termo tartufo passou a ter a acepção de pessoa hipócrita ou falso religioso, o que permite
deduzir que a tartufice caracteriza não só a personagem Sofia, mas, de forma genérica, a
sociedade, “na qual o cinismo é o trunfo dos fortes”, como transcrito em [E].

Resposta da questão 5:
[C]

Segundo o narrador, Soares invertia os ciclos convencionais de sono e vigília: “velarei de noite,
dormirei de dia”. Além disso, não via utilidade em leituras de jornais, em atividades políticas,
poesia ou religião, o que demonstra que o personagem recusava-se a se envolver com certos
elementos da vida em sociedade, como se afirma em [C].

Resposta da questão 6:
[C]

As referências a ausência de sentimentalismo, distanciamento de temáticas sociais e políticas,


assim como preocupação com a técnica da escrita e preciosismo vocabular permitem deduzir
que o texto se refere ao movimento denominado “Parnasianismo”, como referido em [C].

Resposta da questão 7:
[B]

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[A] Incorreto. A relação estabelecida entre as orações é de explicação; no caso em específico,


não há relação de causa e consequência.
[B] Correto. O verso 13 explica o imperativo presente na oração anterior; a conjunção “pois”
pode ser substituída por “porque” sem perda de sentido.
[C] Incorreto. Não há sentido de adversidade entre as orações; a relação estabelecida é de
explicação.
[D] Incorreto. O verso destacado indica a justificativa em relação ao período anterior, sem
mencionar finalidade da ordem de amar as estrelas.
[E] Incorreto. Não há opção nas orações relacionadas: o verso 13 justifica a ordem presente no
verso 12.

Resposta da questão 8:
[B]

No trecho “Tudo chorando seria monótono; tudo rindo, cansativo”, é possível subentender que
a vírgula entre “rindo” e “cansativo” está no lugar do verbo “seria”, assim, vemos o uso da
elipse.

Resposta da questão 9:
[D]

[A] Incorreto. A presença de imagens poéticas não ocorre em exagero. Predomina a


perspectiva realista, uma vez que o narrador espera uma aproximação que seja uma
“comparação exata”.
[B] Incorreto. O narrador afirma que lutava contra a força que o arrastava.
[C] Incorreto. O narrador não está presente à beira-mar. Ele relembra uma expressão
empregada por José Dias.
[D] Correto. O narrador procura equilibrar razão e emoção, mas entra em conflito pois não quer
que a amada perca sua aura.
[E] Incorreto. O narrador busca a retórica dos românticos, empregando descrição poética em
relação a seus olhos, espelho da alma.

Resposta da questão 10:


[D]

[A] Incorreto. Palha sente ciúmes em relação ao comportamento de Carlos Maria e sua esposa,
e se desespera com tal suspeita.
[B] Incorreto. Sofia conta ao marido que Rubião tem interesse nela.
[C] Incorreto. Palha, por interesses financeiros, não confronta Rubião.
[D] Correto. Sofia tem interesse em Carlos Maria e procura contornar a situação, uma vez que
seu marido sente ciúmes do contato entre os dois.
[E] Incorreto. Quem apoia o casamento entre Maria Benedita e Carlos Maria é D. Fernanda.

Resposta da questão 11:


[B]

O Manifesto futurista de Marinetti propõe os referenciais estéticos do Futurismo, movimento


literário e artístico inserido nas vanguardas europeias que tinha como principal característica a
valorização da tecnologia e da velocidade. Assim, é correta a opção [B].

Resposta da questão 12:


[A]

O depoimento de Manuel Bandeira revela que o processo de construção do poema “Vou-me


embora pra Pasárgada!” foi lento e gradual. A palavra que mais tarde simbolizará o mundo
ideal em que se vai refugiar o eu lírico para escapar da realidade, Pasárgada, surge aos 15
anos, numa aula de geografia. Reaparece na memória vinte anos depois, embora incapacitada

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para o fazer poético, o que só irá acontecer cinco anos depois de forma espontânea e natural.
Assim, é correta a opção [A].

Resposta da questão 13:


[B]

No poema “Canção”, de Cecília Meireles, o eu lírico manifesta profunda melancolia pelo


desaparecimento de seu interlocutor poético. Os versos “Eu te esperei todos os séculos” e
“morri de infinitas mortes”, através dos recursos linguísticos da hipérbole e do paradoxo,
expressam a dor que ultrapassa o tempo da sua própria existência, para na última estrofe,
revelar a perda da alegria ou encantamento de viver: “E o sorriso que eu te levava/
desprendeu-se e caiu de mim”. Assim, é correta a opção [B].

Resposta da questão 14:


[A]

Apenas em “Fanatismo”, o verso assinalado entre aspas, “Tudo no mundo é frágil, tudo
passa...”, transmite o discurso alheio da opinião pública, estabelecendo o contraditório com o
que pensa e sente o eu-lírico, desmentindo a última afirmação. Como as demais são
verdadeiras, é correta a opção [A].

Resposta da questão 15:


[B]

[I] Correta. A poesia aproxima choro e ondas.


[II] Correta. Em “O choro vem quase chorando / como a onda que toca a praia”, o primeiro
verso mostra a variação das emoções; o segundo, o movimento das marés.
[III] Incorreta. O sentimento humano não é amenizado, uma vez que “o choro foge sem
vestígios / mas levando náufragos dentro”; desse modo, o sentimento é potencializado,
principalmente ao aproximar a ideia de sofrimento e de perda de orientação simbolizada
pela imagem do náufrago.
[IV] Correta. “O choro (...) cala” indica que há contenção do sentimento; porém, por tragar
náufragos, a dor é desoladora.

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Resumo das questões selecionadas nesta atividade

Data de elaboração: 09/03/2021 às 08:44


Nome do arquivo: Literatura - 5ª semana (12/04)

Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®

Q/prova Q/DB Grau/Dif. Matéria Fonte Tipo

1.............192277.....Baixa.............Português......Ufrgs/2020............................Múltipla escolha

2.............189930.....Média.............Português......Unesp/2020..........................Múltipla escolha

3.............190251.....Elevada.........Português......Ime/2020..............................Múltipla escolha

4.............190050.....Média.............Português......Fuvest/2020.........................Múltipla escolha

5.............191025.....Média.............Português......Famerp/2020........................Múltipla escolha

6.............189932.....Média.............Português......Unesp/2020..........................Múltipla escolha

7.............190265.....Média.............Português......Ime/2020..............................Múltipla escolha

8.............186483.....Média.............Português......G1 - ifce/2019.......................Múltipla escolha

9.............183273.....Média.............Português......Espcex (Aman)/2019............Múltipla escolha

10...........182436.....Média.............Português......Ita/2019................................Múltipla escolha

11...........189429.....Baixa.............Português......Enem/2019...........................Múltipla escolha

12...........190091.....Média.............Português......Enem PPL/2019...................Múltipla escolha

13...........190095.....Elevada.........Português......Enem PPL/2019...................Múltipla escolha

14...........184591.....Elevada.........Português......Ufrgs/2019............................Múltipla escolha

15...........182438.....Elevada.........Português......Ita/2019................................Múltipla escolha

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Estatísticas - Questões do Enem

Q/prova Q/DB Cor/prova Ano Acerto

11............................189429..........azul.................................2019...................44%

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