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O Alienista

Paráfrase da obra de Machado de Assis, por Bruno Alves Pinto

Este eBook foi produzido e editado pelo site


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a compreenderem grandes obras da literatura.

Agradeço sua colaboração ao não publicar este conteúdo em outros endereços.


ÍNDICE
Introdução 2

1 – De como Itaguaí ganhou uma casa de orates 3

2 – Torrente de loucos 3

3 – Deus sabe o que faz! 3

4 – Uma teoria nova 4

5 – O terror 4

6 – A rebelião 5

7 – O inesperado 5

8 – As angústias do boticário 5

9 – Dois lindos casos 6

10 – A restauração 6

11 – O assombro de Itaguaí 6

12 – O final do parágrafo 4º 7

13 – Plus ultra! 7

Questões de Vestibular 9

Gabarito 17
Resumo Por Capítulo: O Alienista

Introdução
Publicado em 1882, O Alienista é um conto coma estrutura narrativa de uma novela. Ele inaugura a
fase realista de Machado de Assis, com profundas análises psicológicas das personagens e críticas
sociais. O narrador onisciente consegue apresentar o ser humano que há além das aparências,
expondo ironicamente a vaidade e o egoísmo do homem.

Este resumo traz o conteúdo da obra original em uma linguagem clara e concisa, sem deixar de lado
as informações, os episódios e as tramas que sustentam a história como um todo.

Ao final do resumo você ainda poderá testar seus conhecimentos com algumas questões de
vestibulares sobre o livro.

Caso tenha alguma dúvida sobre a obra original ou queira questionar algo sobre próprio resumo,
deixe um comentário no nosso fórum.

Boa leitura!

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Resumo Por Capítulo: O Alienista

1 – De como Itaguaí ganhou uma casa de orates


Dr. Simão Bacamarte era um nobre médico formado na Europa, totalmente dedicado à ciência e
profundamente interessado no povoado de Itaguaí.

Casou-se com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, uma senhora muito feia – o que evitaria que ele
se distraísse de seus estudos a contemplá-la. Por outro lado a mulher possuiria atributos
fisiológicos perfeitos para dar-lhes filhos saudáveis, o que, no entanto, não ocorreu.

O interesse maior de Simão se deu pela medicina psicológica, propondo a instalação de uma casa
que reuniria todos os loucos da cidade para tratamento. Até então os doentes mentais mais graves
eram enclausurados em seus quartos e os menos problemáticos viviam livres pelas ruas.

Achando maluquice a ideia do doutor, Padre Lopes tentou convencer D. Evarista a levá-lo ao Rio
de Janeiro, onde se distrairia com outros pensamentos, mas a mulher não teve sucesso nesta
empreitada.

Após conseguir apoio e verba da Câmara de Vereadores local, Dr. Simão inaugurou a Casa Verde,
primeiro hospício da região, com uma festa que durou uma semana.

2 – Torrente de loucos
Simão compartilhava suas expectativas com o boticário Crispim Soares: via em sua ação um toque
divino de caridade que ampliava suas possibilidades de estudos científicos. Os loucos vinham de
todos os cantos, com variadas manias. Em quatro meses a Casa Verde era uma “povoação”.

As excentricidades encontradas pelo doutor impressionavam até o Padre Lopes. Agora Simão se
dedicaria a estudar a fundo cada transtorno, classificando-os e aplicando terapias. Este trabalho
passou a consumir todos os seus dias.

3 – Deus sabe o que faz!


D. Evarista sentiu-se abandonada pelo marido e culpava “essa meia dúzia de loucos” por sua
desgraça. Por compensação Simão sugeriu que ela fosse ao Rio de Janeiro. Tal possibilidade animou
a mulher que, entretanto, não sabia de onde tiraria dinheiro para a viagem. Bacamarte revelou
então a fortuna que havia acumulado com a renda da Casa Verde e D. Evarista passou a agradecer
“essa meia dúzia de loucos”, afirmando que “Deus sabe o que faz”.

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Em três meses organizou-se a jornada na qual D. Evarista era acompanhada pela mulher e por um
sobrinho do boticário, além de um padre, diversos pajens e mucamas. Crispim Soares entristeceu-
se como distanciamento da esposa, enquanto Dr. Simão só pensava em seus loucos.

4 – Uma teoria nova


Após formular uma teoria que considera revolucionária, Dr. Simão convida Crispim Soares a
conhecê-la: seus estudos com os doentes mentais o levaram a concluir que a loucura era muito
mais abrangente do que parecia e que só poderiam ser considerados sãos aqueles que não têm
absolutamente nenhum desvio de comportamento.

O boticário achou extremista a proposta do doutor, mas não pode deixar de apoia-lo, como fazia
em todas as circunstâncias, e sugeriu que sua descoberta fosse “caso de matraca”, ou seja, deveria
ser divulgada publicamente – na época eram contratados homens com matracas que saíam pelas
ruas chamando a atenção do povo e espalhando notícias. Dr. Simão, no entanto, achou melhor
colocar a teoria logo em prática.

5 – O terror
Após quatro dias a população de Itaguaí se consternou com a internação de um homem
aparentemente saudável na Casa Verde. Costa fora herdeiro de uma grande fortuna e emprestou
todo o seu dinheiro entre os moradores do local sem cobrar juros, e terminando na miséria por
não receber qualquer pagamento. Esse descuido com seus bens, para Dr. Simão, era prova de seu
desequilíbrio mental.

Uma pobre senhora, prima do Costa, interpelou o médico alegando que a gastança de seu primo
era causada por uma praga rogada a seu tio, de quem ele recebera a herança: o tal ricaço negou um
copo de água a um pedinte e este declarou que toda sua riqueza se esvairia em sete anos.
Entendendo a crença da senhora como mais uma prova de insensatez, Simão também a encerrou
no hospício.

Este caso e outros semelhantes fizeram com que os ânimos da cidade se alterassem: dizia-se que a
Casa Verde era um cárcere privado, suspeitava-se que Bacamarte decidia as internações por
interesses próprios, que nada teriam a ver com patologias cerebrais. Assim que D. Evarista
retornou do Rio, o Padre Lopes a procurou para indagar sobre a alta lotação da clínica de seu
marido, mas a mulher acreditava piamente na ciência em que ele se apoiava.

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6 – A rebelião
Com as recorrentes notícias de aprisionamentos arbitrários feitos por Bacamarte, o barbeiro
Porfírio liderou uma revolta contra a Casa Verde: reuniu um grupo que solicitou à Câmara o fim da
instituição, mas a maioria dos vereadores defendeu o médico. Somente um dos políticos, Sebastião
Freitas, foi convencido pelo barbeiro quando este afirmou que o manicômio era a “Bastilha da razão
humana”, e passou a fazer campanha utilizando-se dessa expressão, que considerou muito original.

Atendendo ao clamor popular, Porfírio decidiu que a Casa Verde deveria ser derrubada por meios
diretos e dirigiu a manifestação até o local. Lá Simão bacamarte teve a oportunidade de defender
seu estabelecimento, garantindo que agia somente dentro dos parâmetros científicos, mas os
revoltosos não se convenceram.

Porfírio estava prestes a ordenar o ataque final à Casa Verde quando chegaram os dragões
(soldados do governo) para detê-los.

7 – O inesperado
Alguns dos manifestantes se intimidaram com a ação da força pública contra o movimento, mas boa
parcela permaneceu disposta ao confronto. Porfírio incitou a população e os dragões fizeram uso
das armas, gerando grande rebuliço.

A revolta parecia encerrada quando, surpreendentemente, um terço dos soldados passou a


defender os manifestantes. Em instantes os demais dragões, recusando-se a atacar seus iguais,
também se uniram ao povo. Aproveitando a reviravolta o barbeiro conclamou a invasão à Câmara e
tomou o poder.

Amplamente apoiado, Porfírio nomeou-se “O Protetor da vila em nome de Sua Majestade e do


povo” e declarou aquela data como um novo feriado.

8 – As angústias do boticário
Ao saber que o barbeiro Porfírio dirigia-se à casa de Simão, o boticário Crispim temeu pela própria
segurança: ele poderia ser o próximo preso, por sua ligação amistosa com o doutor. Decidiu ir ao
“Palácio do Governo” – como passou a se chamar a Câmara – para declarar seu apoio à nova
administração.

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9 – Dois lindos casos


Dr. Simão estava pronto para se entregar quando foi surpreendido por uma diferente postura de
Porfírio: o novo governante pediu que o doutor apenas libertasse alguns dos loucos para atender ao
apelo popular, pois também era necessário manter alguma ordem pública na cidade – já bastavam
os onze mortos e vinte e cinco feridos durante a revolta.

Analisando aquelas informações, Bacamarte encantava-se com “dois lindos casos” de insanidade: o
do próprio barbeiro, que alterava suas convicções abruptamente, e o da população revoltosa, que
levou à morte cidadãos inocentes.

Porfírio saiu da Casa Verde garantindo ao povo que em breve tudo se resolveria, mas dentro da
devida ordem.

10 – A restauração
Em cinco dias a Casa Verde tinha cinquenta novos internos, todos apoiadores do novo governo. O
povo já considerava Porfírio um traidor e João Pina, um barbeiro rival, foi empossado como novo
governante.

Sabendo do que se passava na vila, o vice-rei mandou uma força com a função de restaurar a ordem
tradicional. A Câmara voltou a funcionar e Dr. Simão teve mais poderes do que nunca: internou no
manicômio o barbeiro Porfírio, o vereador Sebastião Freitas e até mesmo o boticário Crispim, após
descobrir sua inconstância durante a revolta.

A coleta de loucos pelas ruas não parava: qualquer caso de mentira, fofoca ou vício era argumento
para a internação na Casa Verde. O ápice desse momento ocorreu com a prisão da própria esposa
do Doutor, que segundo ele teve sua modéstia afetada desde que retornara do Rio de Janeiro:
comprara inúmeros vestidos e tecidos caros e passara a se interessar demasiadamente com a
própria aparência.

11 – O assombro de Itaguaí
Para o espanto geral, o alienista Dr. Simão Bacamarte redigiu um ofício à Câmara afirmando que
soltaria todos os loucos do hospício.

Ele alegava que sua teoria inicial, que determinava como loucura qualquer tipo de desequilíbrio
mental, fez com que quatro quintos dos cidadãos fossem internados. Assim, baseado nos estudos

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feitos durante esse processo, o médico concluiu que a loucura real estaria naqueles que possuem
uma estabilidade psicológica absoluta e que estes sim deveriam ficar na Casa Verde.

A liberdade dos loucos foi comemorada intensamente por toda a cidade, que não teve tempo de
atentar-se à nova definição de insanidade proposta por Simão.

12 – O final do parágrafo 4º
No parágrafo 4º do ofício de Simão estava o novo conceito de loucura que seria tratada na Casa
Verde: o equilíbrio perfeito das faculdades. A Câmara decidiu legislar sobre o assunto para evitar
novos extremismos, determinando o prazo de um ano para a avaliação do sistema.

Os vereadores aprovaram uma regra que impedia que eles próprios fossem internados, sendo
Galvão o único legislador contrário a esta medida. Por considerar os argumentos deste vereador
muito equilibrados, ele foi o primeiro a ser internado.

Padre Lopes e a esposa do boticário também se enquadraram no novo perfil de loucura, sendo
levados à Casa Verde. Ao saber do confinamento da mulher, Crispim declarou que agiria com
violência contra o antigo amigo. Um senhor procurou Dr. Simão para avisar-lhe do perigo que
corria e o médico, avaliando a extrema sensatez deste senhor, também o internou.

Em cinco meses havia dezoito pessoas alojadas na Casa Verde, o que confirmava a validade da nova
teoria de Bacamarte. As internações só eram efetuadas após um detalhado estudo dos
comportamentos suspeitos: na dúvida, o doutor elaborava testes em que as pessoas eram
incentivadas a agir de maneira pouco razoável, para se livrarem da internação.

Os novos loucos eram classificados entre modestos, tolerantes, verídicos, símplices, leais, sagazes,
sinceros... Os familiares destes se rebelaram contra o novo sistema: pediram mudanças à Câmara e
buscaram a liderança de Porfírio. O barbeiro, entretanto, recusou envolver-se em novos conflitos.
Esta atitude equilibrada lhe rendeu mais uma internação no hospício.

13 – Plus ultra!
Com o apoio da Câmara para continuar os tratamentos por mais seis meses, Simão Bacamarte
empenhou-se em terapias que levassem seus internados a desequilíbrios psíquicos: aos modestos
ele dava motivos de orgulho próprio, aos moderados ele propiciava situações em que se
consternassem, e assim por diante...

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A Casa Verde já estava vazia novamente quando Dr. Simão sentia aproximar-se da maior verdade,
do “Plus ultra!” em relação à loucura: fechou-se em seu escritório e deu vazão a seus pensamentos
mais profundos.

O estudioso concluiu que a cura propiciada por seus tratamentos apenas despertou um
desequilíbrio latente, que já existia na mente de seus pacientes: portanto não havia nenhum louco
em Itaguaí. No entanto essa afirmação absoluta pareceu-lhe um engano: deveria existir algum
cérebro completamente consertado naquela cidade e só poderia ser... o dele mesmo!

Convicto de seu grande achado científico, o alienista declarou-se alienado e internou-se solitário na
Casa Verde. Após dezessete meses morreu aquele que fora intitulado o único louco de Itaguaí.

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Questões de Vestibular
1. UFPI2002 - Numere os parênteses de 1 a 5, sequenciando cronologicamente as ações do conto.

( ) Inquietação popular e revolta dos canjicas.

( ) Casamento com Evarista e desejo de filhos.

( ) Retorno ao Brasil e decisão pela psiquiatria.

( ) Consulta a amigos e decisão de autoconfinamento.

( ) Inauguração da Casa Verde e primeiros confinamentos.

A sequência correta é:

(A) 4, 2, 1, 5, 3.

(B) 4, 5, 3, 1, 2

(C) 4, 5, 2, 1, 3.

(D) 5, 2, 1, 3, 4.

(E) 5, 4, 1, 2, 3.

2. UFPI2002 - No conto O Alienista, o narrador:

(A) recria um episódio histórico de Itaguaí com base em relatos.

(B) faz crer que a ética profissional impede a prática de fraudes.

(C) supõe que as teorias estejam de acordo com os fatos reais.

(D) defende as construções retóricas e a eloquência em voga.

(E) sustenta a opinião de que a ciência é eterna e estática.

3. UFPI2002 - Simão Bacamarte classifica de forma radical os pacientes segundo as categorias:

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Resumo Por Capítulo: O Alienista

(A) alegria / tristeza

(B) prazer / sofrimento

(C) verdade / mentira

(D) bondade / maldade

(E) sanidade / loucura

4. UFPI2002 - Leia o texto abaixo.

A notícia dessa aleivosia do ilustre Bacamarte lançou o terror à alma da população. Ninguém queria
acabar de crer que, sem motivo, sem inimizade, o alienista trancasse na Casa Verde uma senhora
perfeitamente ajuizada, que não tinha outro crime senão o de interceder por um infeliz.

Assis, Machado de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. V. 2. P. 263

Fundamentando-se no texto acima, escreva V, para verdadeiro, e F para falso.

( ) Louco é quem for declarado louco por uma autoridade médica.

( ) A sabedoria e a ciência são remédios contra a insanidade mental.

( ) O alienado é um indivíduo que perdeu a consciência de si e da realidade.

(A) F - V - F.

(B) V - F - F.

(C) V - V - F

(D) F - F - V

(E) V - F – V

Leia o texto abaixo para responder às questões 5 a 11.

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Resumo Por Capítulo: O Alienista

“As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr.
Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das
Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não
podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa,
expedindo os negócios da monarquia.

- A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.

Dito isto, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as
curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas. Aos quarenta anos casou
com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e
não bonita nem simpática. Um dos tios dele, caçador de pacas perante o Eterno, e não menos
franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D.
Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade,
dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos
robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, - únicas dignas da preocupação de um sábio, -
D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não
corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da
consorte.

D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte, não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A
índole natural da ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três anos, depois quatro,
depois cinco. Ao cabo desse tempo fez um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores
árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas às universidades italianas e alemãs, e
acabou por aconselhar à mulher um regímen alimentício especial. A ilustre dama, nutrida
exclusivamente com a bela carne de porco de Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à
sua resistência, - explicável, mas inqualificável, - devemos a total extinção da dinastia dos
Bacamartes.

Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as mágoas; o nosso médico mergulhou
inteiramente no estudo e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos desta lhe chamou
especialmente a atenção, - o recanto psíquico, o exame da patologia cerebral. Não havia na colônia,
e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria, mal explorada, ou quase inexplorada.
Simão Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particularmente a brasileira, podia cobrir-se

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Resumo Por Capítulo: O Alienista

de "louros imarcescíveis", - expressão usada por ele mesmo, mas em um arroubo de intimidade
doméstica; exteriormente era modesto, segundo convém aos sabedores.”

Machado de Assis. O alienista. São Paulo: Ática, 1982, pp. 9-10.

5. PUC-RIO-2000 - O alienista, publicado entre outubro de 1881 e março de 1882, é considerado


um dos mais importantes contos de Machado de Assis. A partir da trajetória de Simão Bacamarte,
protagonista da estória, Machado constrói um painel da sociedade brasileira de seu tempo, com
seus valores, problemas e impasses. Tomando por base o fragmento selecionado, assinale a opção
que melhor exprime a intenção do autor.

(A) Valorização da ciência como caminho preferencial para a superação do atraso intelectual do
país.

(B) Ironia em relação aos critérios utilizados por Simão Bacamarte na escolha de D. Evarista como
sua esposa e genitora de seus filhos.

(C) Apoio aos postulados do pensamento positivista e da ideologia do progresso defendidos por
Simão Bacamarte.

(D) Crítica aos hábitos culturais da vila de Itaguaí, em especial à alimentação, fator que contribuía
para a dificuldade de D. Evarista em engravidar.

(E) Exaltação do papel do médico como referência de desenvolvimento de uma sociedade.

6. PUC-RIO-2000 - Em relação ao foco narrativo, podemos afirmar que:

(A) a narrativa é constantemente interrompida pelos comentários de Simão, o que faz dele o
narrador da estória.

(B) alternam-se no trecho narradores de primeira e terceira pessoas, prática comum na ficção
realista.

(C) o narrador é de primeira pessoa, onisciente.

(D) o narrador constrói a sua narrativa a partir da leitura dos cronistas de Itaguaí, problematizando
a noção de origem e a veracidade dos fatos narrados.

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(E) os cronistas da vila de Itaguaí são os verdadeiros narradores da estória, como pode ser
percebido no início do texto.

7. PUC-RIO-2000 - O texto nos permite afirmar que:

(A) Evarista recusava-se sistematicamente a submeter-se aos tratamentos de fertilidade propostos


pelo marido.

(B) Evarista não se empenhava no projeto de ter filhos, pois temia que o marido passasse a dedicar
somente ao filho o pouco tempo livre de que dispunha.

(C) Evarista negou-se a fazer uma dieta alimentícia especial, à base de carne de porco.

(D) a devoção ao trabalho ajudou Bacamarte a esquecer um projeto frustrado em sua vida.

(E) o tio de Simão Bacamarte admirou-se de o sobrinho ter escolhido como esposa a viúva de um
juiz de fora.

8. PUC-RIO-2000 - O texto nos permite afirmar de Simão Bacamarte que:

(A) mudou-se para Itaguaí por tratar-se de um lugar no Brasil onde ainda não havia nenhuma
autoridade na área da patologia cerebral.

(B) declinou das ofertas do rei de Portugal, porque não correspondiam a suas expectativas de
remuneração.

(C) casou-se com Evarista aos quarenta anos, embora a achasse miúda e vulgar, pois via a sua falta
de atrativos como um aspecto positivo.

(D) passou a dedicar-se especificamente ao estudo das doenças mentais somente alguns anos
depois de seu regresso a Itaguaí.

(E) era dado a arroubos e explosões de temperamento no cenário doméstico, embora se mostrasse
diferente em sua vida pública.

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9. UFPI2002 - Escreva V ou F, conforme as declarações sobre o texto sejam verdadeiras ou falsas.

( ) A prática científica implica esforço intelectual o troca de informações.

( ) A dedicação aos estudos e à pesquisa garante a ascensão social dos pobres.

( ) As crônicas de Itaguaí combinam registros históricos com os exageros da memória coletiva.

A sequência correta é:

(A) F - V - F.

(B) F - V - V.

(C) F - F - V.

(D) V - F - V.

(E) V - V - F.

10. UFPI2002 - Considerando o texto, assinale a alternativa correta sobre as afirmações abaixo.

I. A ausência da beleza é motivo de lástima.

II. A contemplação da beleza é associada à vulgaridade.

III. A contemplação da beleza se opõe aos interesses da ciência.

(A) apenas I é verdadeira.

(B) Apenas II é verdadeira.

(C) Apenas III é verdadeira.

(D) Apenas I e III são verdadeiras.

(E) Apenas II e III são verdadeiras.

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11. UFPI2002 - De acordo com o texto, numere a 2ª coluna de forma a completar corretamente a
informação da 1ª.

1 Simão Bacamarte não permaneceu na Europa.

2 Simão Bacamarte anunciou aos serviços burocráticos.

3 Simão Bacamarte decidiu desposar D. Evarista.

4 Simão Bacamarte desejou ter filhos.

( ) Isso o impediria de dedicar-se totalmente aos estudos.

( ) Essa escolha chocou um de seus tios.

( ) Lá, ele não desenvolveria seus conhecimentos científicos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

(A) 2 - 3 - 1

(B) 2 - 4 - 3

(C) 3 - 1 - 2

(D) 4 - 2 - 1

(E) 1 - 4 - 2

12. UFRS2007- Assinale a alternativa correta em relação a "O Alienista", de Machado de Assis.

(A) O foco do texto é a denúncia da ignorância do povo em relação ao desenvolvimento da ciência


brasileira, sobretudo no que se refere aos avanços das pesquisas sobre a mente.

(B) A narrativa, cuja ação se passa no Rio de Janeiro, centra-se na crítica aos valores da classe média
urbana, preocupada apenas com o consumo.

(C) Com rigor científico e distanciado das injunções do poder, Simão Bacamarte aplica
conhecimentos para curar os seus pacientes e obtém resultados eficazes.

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Resumo Por Capítulo: O Alienista

(D) O barbeiro Porfírio comanda uma rebelião contra o despotismo e, ao assumir o poder,
mantém-se coerente com as propostas que o levaram ao governo da cidade.

(E) Ao narrar experiências científicas do alienista, o conto enfoca também o arbítrio e a corrupção
dos poderosos, bem como a impotência da população diante dos acontecimentos.

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Resumo Por Capítulo: O Alienista

Gabarito
1–A

2–A

3–E

4–B

5–B

6–D

7–D

8–D

9–D

10 – E

11 – A

12 – E

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