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Respiração, voz e dicção para

professores, atores, cantores,


profissionais da fala e para os
que aspiram a boa emissão
vocal – teoria e mais de 200
exercícios

de Antônio Carlos dos Santos


Copyright © Antônio Carlos dos
Santos, 2016

Edições Zumbi
Coordenador de Produção: Ferreira
de Andrade Rocha
Projeto gráfico e capa: Rômulo
Felício e Maria de Souza
Preparação de textos: Camila Coch
Revisão: Luiza Fraga, Pedro
Andrade, Oduvaldo Ferreira
Inglês: Gabriela, João Carlos e
Júlia Maria
Figuras: 1: g1.com.br; 2:UOL; 3 e
4: Momento Fisioex; 5: Dr Rinaldi
Acupuntura; 6 e 7: Unesp.
2016
Todos os direitos reservados à
Antônio Carlos dos Santos
Sumário
Introdução
A respiração
Conhecendo um pouco mais o
sistema respiratório
A respiração lenta e profunda
A exercitação, o treinamento
A musculatura do diafragma e os
músculos intercostais
A voz – cuidados
A voz - os alarmes
A voz - fatores inibidores
A voz – o aquecimento
Exercícios para educar a voz
A dicção
Exercícios
Como caracterizar a personagem: a
identidade, a voz
A caracterização
À guisa de conclusão:
Referências bibliográficas
Outras obras do autor que o leitor
encontra nas livrarias
amazon.com.br
A – Livros infanto-juvenis
B - Teoria teatral, dramaturgia e
outros gêneros literários
Introdução
A voz humana apresenta uma
variedade de característica e
entonações de impressionar.

O som produzido pelo ser humano


pode se desdobrar de ruídos e
tinidos a timbres que remetem às
mais belas e inusitadas melodias.
No interim, o choro e o grito, o riso
e a gargalhada, o murmúrio e o
brado, o burburinho e o bramido, a
simples fala e o complexo cântico.

Essa amplitude é que permite à voz


expressar, também, as emoções e
sentimentos humanos. Sem que se
veja o interlocutor - somente pela
voz - é possível avaliar se a pessoa
está feliz ou triste, se expressa
surpresa ou manifesta indiferença,
se exprime amor ou rancor.

Com a voz podemos cuidar da


comunicação oral, interagindo e
compartilhando informações físicas
e culturais; mas podemos também
lidar com a magia do canto e suas
implicações acústicas. Com a voz
instrumentalizamos as pessoas para
que exerçam suas atividades
profissionais.
É neste contexto que este livro se
insere. Destina-se a atores,
cantores, professores e
trabalhadores que atuam nos meios
de comunicação oral e na área de
telemarketing, é certo. Mas
também orienta-se para as pessoas
comuns porque a emissão vocal
integra uma das facetas de nossa
identidade.

Cada pessoa tem suas


características individuais: as
digitais, o genótipo, os atributos
pessoais; as propriedades físicas,
psicológicas e socioculturais... e as
singularidades da voz.
Por isso esta obra não se destina
exclusivamente aos profissionais da
voz, mas também a tantos quantos
desejem aprimorar a emissão
vocal.

Vamos empreender uma jornada de


modo que possamos compreender a
engenhosa linha de produção da
voz. Como se origina? Do que
depende? Do que se constitui? O
que a enfraquece e o que a
fortalece? É possível ‘educá-la’ ou
este importante insumo humano já
nasce ‘pronto e acabado’? São
questões sobre as quais nos
debruçaremos neste livro.

Daí a parte inicial onde é


apresentado o referencial teórico, o
substrato de onde emergirá um
conjunto de exercícios capazes de
tornar os leitores senhores
absolutos de suas vozes.

São mais de 200 exercícios.


Praticados cotidianamente, com
natural habitualidade, permitirão
elevar a performance da voz,
alcançando o máximo desempenho.

O falar é uma dádiva da respiração.


O ar e a respiração estão para a
fala assim como o ronco do motor
da Harley está para o combustível.

Naturalmente, não é tão simples


assim.

A ‘linha de montagem’ que, ao


término do processo, produzirá a
voz humana, grosso modo, pode ser
dividida em três diferentes ‘setores
fabris’:

os reservatórios e distribuidores
do ‘combustível’, os pulmões;
os ‘instrumentos musicais’, as
cordas vocais localizadas no
interior da laringe, e
o ‘maquinário’ responsável para
que o som seja processado,
burilando-o: a boca com os lábios,
língua, dentes, palato duro, véu
palatar e mandíbula.
A função dos pulmões é gerar o
fluxo de ar expelido pelo diafragma
que fará vibrar as cordas vocais.
Os músculos da laringe submeterão
as cordas a diferentes tensões para
caracterizar o volume e a
tonalidade do som. Já os
processadores se encarregam de
uma multiplicidade de funções se
destacando (i) a filtragem tanto do
ar como do som emanados da
laringe e (ii) a atuação como caixa
de ressonância.

A linha de produção da voz humana


é capaz de aumentar a duração e a
intensidade do som. Por impulsões
repetitivas de frequências
convenientemente pré-definidas
consegue produzir o mais eficiente
instrumento de comunicação entre
os seres humanos.

É na expiração que o som é


produzido. Ao ser expelido, o ar –
anteriormente inspirado – é
conduzido às cordas vocais.
Diferentes níveis de pressões
musculares tencionam a região
inferior das pregas vocais
provocando a vibração.

A vibração das cordas vocais


reverbera em diversas câmaras de
ressonância para dar timbre à voz
humana: nos pulmões, laringe,
traqueia, garganta, boca cavidades
ósseas e fossas nasais.

O ar, em movimento de saída, vai


sofrendo modificações e, na
erupção pela boca, gera a onda
sonora que será percebida pelos
ouvidos do interlocutor, interagindo
a espécie.
Mas para que a ‘unidade fabril’
produza o que dela se espera, e
com a qualidade desejada - além de
músculos, ligamentos e ossos - três
diferentes sistemas do corpo
humano devem atuar conjunta e
harmoniosamente:

nervoso;
respiratório; e
digestivo.
Observe, então, caro leitor, que
esses três sistemas devem ser
preservados e fortalecidos de modo
que a emissão vocal atenda as
nossas necessidades.
Neste livro apresentamos noções
básicas para melhor conhecê-los,
além de um conjunto de exercícios
para revitalizá-los. O objetivo é
conseguir a boa emissão, a emissão
saudável, tecnicamente denominada
eufonia.

Quando algum dos ‘sistemas fabris’


- nervoso, respiratório e digestivo -
não está funcionando a contento,
quando na linha de produção da
fala ocorre alguma disfunção,
dizemos que a voz adoeceu, a
disfonia.
Temos que nos manter distantes da
disfonia que, enfatize-se, não é
causa dos problemas da voz e sim
consequência. Portanto, como
muitos imaginam, a disfonia não é
uma patologia e sim um sintoma,
uma indicação de que algo, na
‘linha de produção’, não vai bem.

Nos casos de problemas mais


complexos – como a afonia, a
incapacidade de produzir a voz -
devemos recorrer aos especialistas,
profissionais habilitados para o
devido tratamento: fonoaudiólogo,
otorrinolaringologista e
laringologista.
Pois bem, o desafio está lançado.

É para esta nobre contenda que


convidamos o leitor, comungar a
travessia, participar dessa jornada
única: conhecer a própria voz e
dominar as condições para a sua
sustentabilidade.

O autor.
A respiração

Ao nascer, o ser humano tem uma


primeira função desenvolvida, uma
função vital: a respiração.

Portanto, desde nossos primeiros


instantes, médicos e agentes de
saúde se preocupam com a
qualidade dessa função
considerando que seu desequilíbrio
pode levar a alterações em
diversos órgãos e sistemas do
corpo humano.

O nariz exerce um importante


papel, o de filtrar o ar, eliminando
e retendo partículas, impurezas e
micro-organismos, assegurando que
o oxigênio que chega aos pulmões
apresente condições satisfatórias,
garantindo a oxigenação dos órgãos
e tecidos.

Todo o desenvolvimento do
complexo craniofacial está
vinculado à respiração nasal.
Pesquisas médicas registram que
desvios do crescimento facial são,
em grande medida, decorrentes de
uma respiração nasal deficiente.

Quando ocorre a impossibilidade


de respirar pelo nariz, quando se
verifica a obstrução das vias
respiratórias, as pessoas são
levadas a utilizar um outro
expediente, o de respirar pela boca.
Se por um lado atenua um
problema, por outro gera um mais
grave, podendo ocasionar diversos
desequilíbrios comprometedores.

Como a respiração é a força motriz


do processo da fala – visto que é o
ar que expiramos o acionador das
cordas vocais – é de todo
importante cuidar para que o
sistema respiratório esteja sempre
em perfeitas condições.
Isto significa que devemos blindar
nosso sistema respiratório, que
devemos construir muralhas
protetoras ao seu redor.

O sistema respiratório é constituído


por um par de pulmões e por vários
outros órgãos que conduzem o ar
para dentro e para fora das
cavidades pulmonares. Temos as
fossas nasais, a boca, a faringe, a
laringe, a traqueia, os brônquios, os
bronquíolos e os alvéolos, os três
últimos localizados nos pulmões.

Como o corpo humano é um sistema


funcional em que as partes se inter-
relacionam, mantendo variados
graus de dependência um do outro,
cuidar da saúde – de uma forma
geral - é necessidade imperativa,
obrigação inescapável.

As cordas vocais - responsáveis


diretas pela produção do som - são,
na realidade, duas pregas
(membranas) que fecham em parte o
canal da laringe. No instante em
que o ar é expelido dos pulmões,
passa pela laringe, fazendo vibrar
as cordas produtoras do som.
Amplificado nas cavidades bucal e
nasal, o som é então emitido
através da boca.

As tensões dessas cordas –


controladas e reguladas de acordo
com nossa vontade - é que
provocarão os diferentes tipos de
sons: mais graves, mais agudos,
moderados, estridentes...
Conhecendo um pouco mais
o sistema respiratório

“Para a virtude da discrição, ou


de modo geral qualquer virtude,
aparecer em seu fulgor, é
necessário que faltemos à sua
prática”.
Carlos Drummond de Andrade

É bastante raro emprestar


importância ao que não se vê, ao
que não se sente.

Um dos mais graves problemas dos


países em desenvolvimento é o
saneamento básico. Impacta
diretamente na saúde pública, na
qualidade de vida dos povos. Boa
parte da solução consiste na
implantação do esgotamento
sanitário. Mas a tubulação avança
por sob a terra, a população não vê,
o político não capitaliza, os
investimentos não são realizados, e
as doenças e epidemias regozijam,
completo gáudio.

Só quando a população aprende a


raciocinar criticamente consegue
estabelecer relações entre causa e
efeito. Apenas nesta situação
persevera na busca pela
consecução de seus projetos e
objetivos... Apenas nesta situação
estabelece prioridades em
consonância com suas reais
necessidades.

Com a respiração ocorre uma


situação similar. Geralmente não
refletimos sobre a imensurável
importância da respiração para a
nossa qualidade de vida; para a boa
emissão vocal. E isso ocorre
porque a realizamos
mecanicamente, prescindindo do
pensar, do refletir.

As informações necessárias para


viabilizar o ato de respirar já estão
fixadas em nossos neurônios de
modo que o próprio corpo se
encarrega da tarefa.

Devemos considerar os
ensinamentos de Drummond acima
alinhavados. Muitas vezes só
damos importância ao que nos falta,
ou ao que perdemos. Basta sentir a
falta de ar - ou a sensação de
respiração incompleta, ou, ainda,
certo desconforto para respirar – e
emergem as preocupações.

Incômodos com a respiração podem


ser rigorosamente... nada. Ou tudo.
Mas devemos saber o que está
ocorrendo. Falta de ar ou incômodo
ao respirar podem resvalar para a
dispneia, sintoma característico de
um considerável número de
doenças, especialmente afetas ao
coração e aos pulmões.

O processo de inspirar e expirar –


em que pese ocorrer ao largo de
nossos pensamentos – tem
importância fundamental para a
nossa qualidade de vida. Portanto,
não se trata tão somente da emissão
vocal, mas da própria
sustentabilidade da existência.
A boa respiração está vinculada à
possibilidade de uma boa emissão
vocal. E também à vida saudável.

Ao carrear e depois expelir o ar


dos pulmões o corpo humano está,
na realidade, (i) trocando oxigênio
por gás carbônico e (ii)
assegurando a força motriz que vai
originar a voz.
Figura 1

A contração do diafragma e dos


músculos intercostais caracterizam
a inspiração; enquanto o movimento
inverso, a expiração, exige a
distensão da musculatura do
diafragma e dos músculos
intercostais. É esta marcha que
possibilita a renovação do ar.

Para que possamos controlar a


emissão da voz é necessário
dominar todo o processo. É
necessário conhecer as
engrenagens, a forma como as
peças se articulam, o que as
comprometem e o que é capaz de
aprimorá-las, sustentá-las – ou
fragilizá-las.

Não se combate um mal mirando


suas consequências e sim
identificando e manejando suas
causas. Assim é com a voz. É
necessário conhecer todo o
processo para que se possa
assegurar a sua sustentabilidade.

E neste contexto, a respiração é


estrutural.

Para que ocorra, o ar se submete a


um itinerário frequentando diversos
compartimentos denominados
aparelho respiratório.

Por consequência, a boa respiração


está condicionada ao bom estado e
ao bom funcionamento de seus
compartimentos, o aparelho
respiratório:

Nariz:
principal portal de entrada e saída
do ar, embora também se possa
utilizar a boca para cumprir essa
função.

Parte saliente do rosto e único


órgão externo do sistema
respiratório; além de assegurar o
olfato, o nariz destaca-se com outra
estratégica função: atuar
adicionando ressonância à voz.
Figura 2

Faringe
Estabelece a conexão do nariz e da
boca à laringe e ao esôfago,
constituindo a amarração entre dois
aparelhos, o respiratório e o
digestivo. Aqui convêm destacar a
“epiglote”, cartilagem disposta
logo no início da laringe, por detrás
da língua, cuja função é impedir a
comunicação entre a faringe e a
glote no decorrer da deglutição.
Portanto, a epiglote atua como uma
válvula da laringe.
Durante a deglutição – o ato de
engolir os alimentos – a laringe e a
epiglote executam movimentos
opostos: enquanto a primeira se
eleva, a segunda se abaixa. Essa
dinâmica fecha a entrada da laringe,
abrindo passagem do alimento em
direção ao esôfago. Mas, na
respiração é a epiglote que se eleva
mantendo a laringe aberta para a
passagem do ar. No ato de beber
água, por exemplo, essa comporta
se fecha fazendo com que o líquido
escorra pelo esôfago para chegar
ao estômago. Caso a epiglote
permaneça aberta, a água invadirá o
sistema respiratório causando um
acesso de tosse.
Quando inspiramos, fazemos com
que o ar transite das fossas nasais
para a laringe: a epiglote se move
obstruindo a entrada do esôfago
franqueando, assim, o canal correto
para o deslocamento do ar, a
traqueia.
Laringe, a caixa de voz
Tubo ancorado por fragmentos de
cartilagem articuladas, situa-se na
parte superior do pescoço. Exerce
dupla função: trajeto do ar e órgão
de produção do som.

Observe na figura 2: a laringe se


inicia na faringe e se prolonga até a
traqueia. É este o órgão revestido
por uma membrana mucosa que fica
dobrada, originando as pregas
vocais, denominadas também
cordas vocais.

Enfatizemos as duas funções da


laringe:
1) Na deglutição, impede a
passagem do ar, enquanto,
concomitantemente, na respiração,
bloqueia a entrada do alimento na
via respiratória;
2) A produção do som: et voce,
et lumen; daí ser a laringe
chamada de caixa de som.
Muito dos fatores que
comprometem nossa emissão vocal
advém de vírus, bactérias e fungos
que originam inflamação da laringe.
Resultado? Dor de garganta,
rouquidão, tosse, febre, dificuldade
para respirar...

Além da laringite, outras lesões


podem comprometer a nossa caixa
de som: nódulos, pólipos vocais,
edema de Reinke, cistos intra-
codais e sulcos vocais,
leucoplasias, papilomatose e
neoplasias.
Dos mais comuns entre os
profissionais da voz - como atores,
cantores, professores, locutores,
dentre outros – são os pólipos
vocais. Lesões benignas, costumam
aparecer logo após os processos
inflamatórios, trauma por utilização
inadequada da voz, tabagismo,
dentre outros.

Também a papilomatose da laringe


ocorre com bastante frequência.
Lesão benigna causada pelo vírus
do grupo HPV pode ocorrer através
das relações sexuais. O vírus fixa-
se na mucosa da laringe podendo
ocasionar a completa perda da voz.
Voz rouca e dor de ouvido podem
ser sintomas de tumores malignos
na laringe, as neoplasias. O
consumo do álcool e o tabagismo
são suas principais causas. Não
tratada, a doença progride
dificultando a respiração.

Traqueia
Órgão no formato de um tubo, o
canal cartilaginoso estabelece a
interligação entre as vias
respiratórias superiores e as
inferiores. A parte interna da
traqueia recebe um revestimento
ciliado mucoso que atua como uma
espécie de filtro: retém poeira,
partículas sólidas, bactérias, micro-
organismos e outras substâncias,
purificando o ar conduzido aos
alvéolos e protegendo os pulmões.

Esses resíduos são direcionados


para a faringe onde são deglutidas
ou expelidas através da tosse.

Na extremidade inferior, a traqueia


origina os brônquios.

Brônquios
Constituem os canais que conduzem
o ar aos pulmões. Os brônquios vão
se ramificando em partes menores,
os bronquíolos. Estes, por sua vez,
conduzem aos dutos alveolares e
aos microscópicos alvéolos
pulmonares. Dotados de uma rede
de vasos sanguíneos, os alvéolos
pulmonares viabilizam as trocas
gasosas.

Bronquíolos
Brônquios e bronquíolos são como
uma árvore, cabendo a estes
últimos o papel de galhos menores,
sub ramificações que penetram nos
alvéolos pulmonares.

O aparelho respiratório é
responsável pela emissão vocal.
Nele incide um conjunto de doenças
e moléstias capazes de
comprometer a emissão da voz:
asma brônquica, bronquite,
resfriado, difteria, gripe, pleurite,
pneumonia e tuberculose.

Por isso o aparelho respiratório


deve merecer toda a nossa atenção.

Relembrando, a respiração cumpre


a função de (i) viabilizar a troca de
oxigênio por gás carbônico e (ii)
assegurar a força motriz que vai
originar a voz.

Diante de funções destacadamente


vitais como ignorar o processo da
respiração? Quantos ignoram os
princípios mais elementares de seu
funcionamento? Quantos – por
desconhecimento ou displicência -
incorrem em erros, hábitos e
atitudes completamente
equivocados capazes de
comprometer substancialmente a
correta emissão vocal e a própria
qualidade de vida?
A respiração lenta e
profunda
Sabemos que a respiração é vital
para a espécie humana. Seus
impactos sobre a qualidade de vida
são incomensuráveis. A respiração
lenta e profunda pode nos trazer
enormes benefícios. Em relação ao
coração, este tipo de respiração
ajuda a diminuir o ritmo cardíaco e
a pressão arterial. Atua também
sobre o grau de tensionamento dos
músculos, seu estado de rigidez,
relaxando e distendendo-os.
Auxilia no melhor processamento
dos alimentos no estômago e nos
intestinos.

Numa época em que a modernidade


impõe transformações numa
velocidade vertiginosa, exigindo
que as pessoas se adaptem
instantaneamente para que consigam
responder aos desafios
estabelecidos, o nível do estresse
se eleva aos píncaros. A
respiração lenta e profunda atua no
sentido de mitigar as perturbações
orgânicas e psíquicas, ajudando no
resgate do equilíbrio: manejar a
impaciência, a inquietação e a
preocupação; controlar o
nervosismo e a irritação; diminuir a
ansiedade e o estresse; elevar a
qualidade do sono.
A exercitação, o
treinamento

Se busca resultados, se almeja


vitórias, então é dever se ancorar
à disciplina, à perseverança, e
obstinadamente se submeter ao
sacrifício do treinamento. O
contínuo treinamento é capaz de
unificar intenções e resultados.
Rodoux Faugh
Um antigo ditado popular ensina
que do céu só cai chuva. Quase
sempre, a distância entre as
intenções e os resultados é
gigantesca. Também não ensinaram
os nossos avós “de boas intenções
o inferno está cheio”? Uma das
alternativas mais eficazes para
alcançar as metas traçadas é, sem
dúvidas, o treinamento. É assim no
esporte e na escola; é assim nas
manifestações artísticas e na
progressão na carreira profissional.
É assim no aprimoramento da
emissão vocal, é assim na vida.
Os atletas se sacrificam nos
treinamentos físicos e táticos; os
alunos, nas lições. Os trabalhadores
transpiram nos programas de
capacitação e os artistas e
profissionais da voz nos estudos,
experiências e na lida cultural.
Permanecer na zona de conforto, se
dobrar à indolência, confiar tão
somente na sorte, é por demais
temerário e não haverá garantias de
se chegar a bom termo.
Por isso, para que fiquemos menos
suscetíveis às artimanhas do acaso,
devemos tomar o destino em nossas
mãos. Sabemos que o destino não é
o que acontece e sim o que se faz.
Devemos construir nosso sistema
respiratório para que responda
adequadamente as nossas
necessidades. E a forma de fazer
isso é treinando os músculos que
atuam na respiração. Assim como
desenvolvemos os músculos na
academia de ginástica e ampliamos
o cérebro nos estudos e reflexões;
também a musculatura respiratória
deve ser aprimorada através do
treinamento.
Resistência e força são obtidas com
os treinamentos. No caso do
aparelho respiratório alcançamos
melhor emissão de voz, saúde e
qualidade de vida.
Trata-se, então, de fortalecer o
sistema respiratório, torná-lo
potente, repositório de energia.
Manter o sistema ‘fora de forma’
e/ou respirar da forma inadequada,
poderá levar a enfermidades graves
e nos manter mais distantes dos
bons resultados.
Por outro lado, com a musculatura
respiratória e os pulmões
revigorados - e efetuando a
respiração da forma adequada -
teremos melhores condições de
alcançar nossos objetivos: saúde,
qualidade de vida, e apropriada
emissão de voz.
Neste aspecto, importa estabelecer
uma agenda de treinamentos:
dias e horários definidos, local
adequado;
preparação anterior para a
realização das sessões de
treinamento (pré-disposição
mental, tipo de alimentação e
consumo de líquidos, trajes
adequados);
aquecimento; realização dos
exercícios; distensão e
relaxamento.
A musculatura do
diafragma e os músculos
intercostais

Este conjunto de músculos é de


fundamental importância.
Figura 3
O diafragma é o principal músculo
da inspiração.

Já os músculos abdominais - reto


abdominal, oblíquo interno, oblíquo
externo e transverso – respondem
pela expiração. Quando esses
músculos se contraem empurram a
parede abdominal para dentro
aumentando a pressão abdominal. O
diafragma sobe, aumentando a
pressão pleural e a saída
do ar.

O contínuo movimento
‘inspiração/expiração’ depende
desses músculos.
Na inspiração, processo em que o
ar é conduzido até os pulmões,
ocorre a contração da musculatura
do diafragma e dos músculos
intercostais. A caixa torácica ganha
volume, o diafragma abaixa e as
costelas elevam-se.

Na expiração o movimento se
inverte para que o ar seja expelido
dos pulmões. Se na inspiração o ar
carrega oxigênio, na expiração
conduz o dióxido de carbono. Aqui,
tanto a musculatura do diafragma
como os músculos intercostais
relaxam: com o ar sendo expelido,
a caixa toráxica se reduz, o
diafragma eleva-se e as costela
abaixam.

Não custa relembrar que é através


do movimento
‘inspiração/expiração’ que se
efetuam as trocas de gases entre os
tecidos e o meio exterior. Na
respiração profunda e lenta essa
permutação gasosa implica num
beneficiamento holístico:
corpo: favorece a oxigenação de
todos os órgãos;
mente: propicia o relaxamento e a
diminuição da ansiedade.
Artigo publicado na revista Veja
lança luzes sobre importantes
conquistas científicas na área
objeto de nosso estudo:

1- O Laboratório de Pânico e
Respiração da Universidade
Federal do Rio de Janeiro
demonstra que 70% dos pacientes
que sofrem de distúrbios de
ansiedade conseguem diminuir em
até 60% a dose de antidepressivos
e ansiolíticos depois de seis meses
de exercícios respiratórios diários
(exercícios de respiração
profunda);
2- O psiquiatra Dr Geraldo
Possendoro, professor de medicina
comportamental da Universidade
Federal de São Paulo, explica que
para quem sofre de pânico, o
treinamento da respiração
diafragmática é o primeiro passo
para a resolução do problema sem
medicamentos;

3- O Food and Drug


Administration, a agência
americana que regula a venda de
medicamentos, em 2002 constatou
que o controle da pressão arterial é
um dos bons resultados do
condicionamento respiratório. A
prática de 15 minutos diários de
exercícios respiratórios mostrou
efeito significativo em 507
hipertensos, todos sob orientação
médica. Após oito semanas, a
redução média de pressão foi de 15
por 9 para 14 por 8. Em 10% dos
casos a hipertensão desapareceu;

4- Nos Estados Unidos, na


Universidade Stanford, os
exercícios respiratórios são vistos
como uma ferramenta para enfrentar
a dor crônica com menor grau de
desconforto. Estudiosos dessa
universidade relatam que as
pessoas que possuem dor crônica e
que fazem exercícios respiratórios
conseguem encarar as crises de dor
com menos medicação;

5- Segundo o anestesista Ravi


Prasad, diretor assistente da
divisão de gerenciamento da dor
em Stanford, o controle da
respiração permite que o corpo
fique mais relaxado;

6- Ainda temos o parecer do


cientista americano David
Anderson, do National Health
Institute (o órgão responsável por
pesquisas e políticas públicas de
saúde nos Estados Unidos), que
coordena o maior estudo já feito no
país sobre a relação entre
respiração e saúde, que diz estar
convencido de que os padrões de
respiração têm grande impacto até
sobre o sistema imunológico.

Dada a importância desse artigo


para os nossos trabalhos, cuido de
transcrevê-lo, na íntegra. Sua
atenciosa leitura é necessária:

______

“(...)

Pausa para respirar


Estudos de importantes centros de
pesquisa em todo o mundo
começam a medir o que já se sabia
empiricamente: a prática cotidiana
de exercícios respiratórios tem
impacto positivo na saúde e no
bem-estar, além de auxiliar no
tratamento de diversas doenças.

O cardiologista italiano Luciano


Bernardi coordenou, há oito anos,
um curioso estudo na Universidade
de Pavia. O tema: a influência da
ave-maria sobre o sistema
cardiovascular. Pesquisas
anteriores já haviam demonstrado
que a oração em latim, lida em voz
alta, tinha efeito calmante sobre os
fiéis. O que Bernardi e seus pares
constataram foi que isso não tinha
relação com a fé, e sim com o ritmo
da respiração exigido pela métrica
da oração. Para dizer cada frase
inteira e respeitar os intervalos, é
preciso baixar o número de
inspirações e expirações para seis
por minuto, um terço do ritmo
normal. Esse ritmo respiratório
mais lento reduz a frequência
cardíaca e baixa a pressão arterial.
Daí a sensação de calma. Data
também do início dos anos 2000
uma série de outros estudos que
procuram explicar e medir o efeito
do controle da respiração sobre a
saúde. Essa relação é conhecida
empiricamente há milênios pela
medicina oriental, mas só
recentemente começou a ganhar
status de assunto sério nos
principais centros de pesquisa do
mundo. Os resultados são
animadores. A respiração
controlada, em diversas
modalidades, revela-se coadjuvante
eficiente no tratamento de
transtornos de ansiedade, de
hipertensão e até de dores crônicas,
em alguns casos permitindo reduzir
expressivamente as doses de
remédio.
O grande mérito dos estudos
recentes sobre respiração é
dimensionar seu poder de interferir
no funcionamento do sistema
nervoso autônomo. Esse sistema é
dividido em dois: o simpático e o
parassimpático. O primeiro prepara
o corpo para enfrentar situações de
perigo. Ao receberem um sinal de
alerta, motivado por situação real
ou imaginária, diversas áreas do
cérebro entram em ação,
desencadeando reações destinadas
a enfrentar essa ameaça.
Substâncias que contraem os vasos
sanguíneos (como a adrenalina) são
liberadas, provocando aceleração
dos batimentos cardíacos e
elevação da pressão arterial.
Quando a ameaça sai de cena, o
sistema parassimpático conduz o
corpo de volta a seu estado normal.
A respiração pode interferir nesse
processo porque é a única das
funções regidas pelo sistema
nervoso autônomo que se pode
controlar. Não é possível baixar ou
elevar voluntariamente a
temperatura corporal ou alterar a
velocidade da circulação do
sangue. Mas é perfeitamente
possível alterar o ritmo da
respiração. O que os médicos
constataram é que, quando se
respira lenta e profundamente, se
envia ao cérebro uma mensagem
tranquilizadora que ajuda a
desarmar os sistemas de defesa. A
respiração mais eficaz para isso é a
diafragmática, semelhante à
respiração dos bebês, que
expandem o abdômen ao inspirar.
Estudos do Laboratório de Pânico e
Respiração da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
mostram que 70% dos pacientes
que sofrem de distúrbios de
ansiedade conseguem diminuir em
até 60% a dose de antidepressivos
e ansiolíticos depois de seis meses.
"Para quem sofre de pânico, o
treinamento da respiração
diafragmática é o primeiro passo
para a resolução do problema sem
medicamentos", diz o psiquiatra
Geraldo Possendoro, professor de
medicina comportamental da
Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp).

Na esteira dessas constatações,


nasceram e se multiplicaram os
cursos de respiração. Eles atraem
principalmente a turma que sempre
aderiu alegremente a qualquer
novidade na área do bem-estar.
Mas têm incorporado também gente
que nunca levou muita fé em nada
que cheirasse a terapia alternativa.
Foi por pura curiosidade que o
empresário Robson Gouvêa, de 51
anos, procurou a Fundação Arte de
Viver, uma das primeiras a oferecer
esse tipo de curso. Isso foi em
2007. Gouvêa, que comanda a rede
de magazines Leader, do Rio de
Janeiro, gostou do resultado. Diz
que sua grande conquista foi
aprender a respirar fundo antes de
tomar decisões importantes. Ele
trabalha cerca de dez horas por dia.
Para administrar o stress, joga tênis
e pratica corrida. "A respiração
passou a fazer parte da minha rotina
de bem-estar", diz. A atriz Juliana
Paes aderiu no ano passado, quando
estava se preparando para viver a
Maya de Caminho das Índias. "Eu
estava muito ansiosa. Ia começar a
novela e sabia que a pressão seria
enorme. Aprender a respirar foi
fundamental para enfrentar a
empreitada com mais
tranquilidade", diz Juliana, que,
assim como a atriz Priscila Fantin,
vê na qualidade do sono o maior
benefício obtido com a prática. Em
geral, quem faz regularmente
exercícios respiratórios relata ter
conquistado um precioso aliado
para enfrentar o stress e a correria
do dia a dia. A medicina confirma.
"Vejo o controle respiratório como
parte de uma estratégia de vida
saudável, ao lado da alimentação
balanceada e da atividade física
regular", diz Bernardi.

Executiva de recursos humanos, a


carioca Cristiane Edelman, hoje
com 45 anos, não tem dúvida dos
ganhos que obteve desde que
incorporou o condicionamento
respiratório ao seu cotidiano.
Submetida à puxada rotina das
consultorias internacionais, ela
vivia entre voos e reuniões Brasil
afora. Passou a sofrer os reflexos
do stress e da ansiedade no corpo.
Por duas vezes, chegou a parar no
pronto-socorro. "Tinha
formigamentos no rosto, achava que
estava infartando, vivia com
insônia, azia, e tinha rinite
alérgica", conta. Cristiane só
conseguiu dar um basta nesse mal-
estar quando procurou uma
terapeuta, cinco anos atrás, que lhe
ensinou técnicas de respiração.
"Minha qualidade de vida teve uma
sensível melhora", diz.

Outra vertente em que as pesquisas


constatam bons resultados do
condicionamento respiratório é o
controle da pressão arterial. Em
2002, o Food and Drug
Administration (FDA), a agência
americana que regula a venda de
medicamentos, liberou um
dispositivo chamado Resperate,
uma espécie de walkman criado por
médicos israelenses com o
propósito de ditar o ritmo das
inspirações e expirações. A prática
de quinze minutos diários mostrou
efeito significativo em estudos que
abrangeram 507 hipertensos, todos
sob orientação médica (veja o
quadro). Após oito semanas, a
redução média de pressão foi de 15
por 9 para 14 por 8. Em 10% dos
casos a hipertensão desapareceu.
Mesmo sem o aparelhinho, a física
paulistana Elisa Wolynec, 68 anos,
conseguiu idêntico resultado. Ela
sempre levou uma vida saudável.
Há cinco anos, descobriu que sua
pressão estava alta. Começou a
tomar medicação, mas teve uma
série de efeitos colaterais
desagradáveis e, em outubro de
2008, sob orientação médica,
decidiu apostar na prática de
exercícios de respiração lenta e
profunda. Desde então, dedica
quinze minutos todos os dias a eles,
com muita disciplina. Aos poucos,
o médico reduziu a dose de
medicação e, desde janeiro, Elisa
não toma comprimidos. Sua pressão
chegava a 17 por 9 e estabilizou-se
em 12 por 7. "Depois de dois ou
três meses de prática, observa-se
em alguns casos redução
semelhante à que se consegue com
remédios", diz Décio Mion, chefe
da unidade de hipertensão do
Hospital das Clínicas da USP, que
no ano passado conduziu um estudo
sobre o assunto com 27 hipertensos
em grau leve.

Na Universidade Stanford, os
exercícios respiratórios são vistos
como uma ferramenta para enfrentar
a dor crônica com menor grau de
desconforto. "Eles permitem
encarar crises com menos
medicação. A dor crônica tem um
fator emocional, que ativa o sistema
simpático e, consequentemente,
aumenta a tensão muscular. O
controle da respiração permite que
o corpo fique mais relaxado",
explica o anestesista Ravi Prasad,
diretor assistente da divisão de
gerenciamento da dor em Stanford.
Essa é uma área em que ainda não
há estatísticas que confirmem a
relação entre os exercícios e a
melhora do quadro dos doentes.
Mas as evidências são muito fortes,
e há muitos estudos em andamento
que permitirão medir
adequadamente esse efeito. Não
deverá levar muito tempo. Essa é
uma fronteira promissora para a
medicina nos próximos anos. Diz o
cientista americano David
Anderson, dos National Health
Institutes, o órgão responsável por
pesquisas e políticas públicas de
saúde nos Estados Unidos, que
coordena o maior estudo já feito no
país sobre a relação entre
respiração e saúde: "Estou
convencido de que os padrões de
respiração têm grande impacto até
sobre o sistema imunológico".
Por Silvia Rogar. Revista VEJA,
edição 2142. 9/12/2009
(...)”

______
A voz – cuidados

O corpo humano funciona de forma


sistêmica com as partes se
relacionando entre si. Portanto, um
órgão ou subsistema em
desequilíbrio, um órgão ou
subsistema doente ou fragilizado
pode comprometer um outro
integralmente são.

Esta reflexão é importante para


chegarmos à conclusão estrutural:
nosso estado geral é fundamental
para garantir uma boa emissão da
voz. Problemas ou enfermidades
que acometam nosso corpo ou
nossa mente poderão comprometer
a performance de nossa voz.

Se comemos mais que o habitual, se


estamos por demais sedentos, se
acometidos por febre ou gripe, se
nosso corpo não se encontra em
harmonia, inexoravelmente a voz
refletirá esta situação, apresentando
características insatisfatórias.

Por outro lado, a situação contrária


em que o corpo e a mente se
encontrem em pleno equilíbrio,
levará a uma situação favorável
para que a boa emissão da voz
ocorra.

Trocando em miúdos: cuidar da


voz implica zelar do corpo e da
mente, assegurando o estado de
harmonia e equilíbrio.

Nesse sentido são necessários


cuidados especiais:

Não se empolgar demais com o


time no estádio, gritando palavrões
ao juiz, mandando o bandeirinha às
favas e ovacionando o artilheiro. O
grito deve ser evitado devido ao
forte atrito que provoca nas pregas
vocais, ocasionando edema e
disfonia, que é a rouquidão;

Só devemos falar por muito tempo


se promovermos a devida
hidratação e assegurarmos o
compatível suporte respiratório;

Não comer doces e chocolates


antes de apresentações, pois
alteram a qualidade e densidade da
mucosa, tornando-a mais espessa,
comprometendo o perfeito
funcionamento do sistema,
aumentando a salivação;

Manter-se distante do cigarro que


provoca ressecamento, alteração
térmica, diminuição da capacidade
respiratória, além de propiciar o
desenvolvimento de doenças
graves como o câncer em todo o
sistema respiratório: boca, laringe,
pulmões...

Evitar ingerir bebidas alcoólicas.


Elas provocam o ressecamento das
cordas vocais e ainda anestesiam o
local, dificultando que exageros
vocais sejam detectados a tempo;

Evitar o choque térmico oriundo de


bebidas muito geladas ou muito
quentes. De igual modo evitar a
exposição a alterações da
temperatura ambiental, sobretudo a
provocada pelos sistemas de ar
condicionado que ressecam a
mucosa da prega vocal;

Quando pigarrear, assegurar que o


ato seja efetuado da forma o mais
suave possível;

Também a tosse deve ser


urgentemente interrompida
mitigando e intervindo sobre os
fatores que a provocam. Além de
ocasionar edema e disfonia, a tosse
desorganiza também o ajuste
muscular da laringe;
Ao tratar os problemas, intervir
nas causas e não nas
consequências. Cuidado com a
utilização de balas e pastilhas
(halls e similares), emplastos,
pomadas e sprays, comprimidos e
efervescentes que – ao anestesiar
os sintomas, impede a
identificação e o correto
tratamento do que efetivamente
está ocasionando o problema;

As cordas vocais devem ser


hidratadas durante todo o dia e,
quando dos ensaios e
apresentações, em intervalos mais
curtos e regulares;
As roupas devem estar ajustadas
para propiciar a correta respiração
abdominal. Portanto, manter-se
distante de roupas demasiadamente
apertadas;

Antes dos ensaios e apresentações


efetuar exercícios de aquecimento
da voz; e após o término dos
ensaios e apresentações efetuar
exercícios de relaxamento da voz;

Adquirir o hábito de recorrer ao


médico ou profissional
especializado sempre que
necessário. Alguns sintomas dessa
necessidade de auxílio são
eloquentes, mais que visíveis,
alarmes estridentes que não devem
ser ignorados.
A voz - os alarmes

Alguns dos sintomas que devem


chamar a atenção já foram listados
anteriormente: rouquidão e pigarro
frequentes; ardência, queimação ou
desconforto em algum dos órgãos
do sistema respiratório-vocal;
perda do controle da voz...
situações que exigem consulta ao
especialista.

Todavia, o melhor é adotar um


estilo de vida que priorize a
prevenção: cuidar bem do sistema e
promover visitas ao médico com
periodicidade, ao menos, anual.

A voz é fundamental para o


exercício teatral e para as demais
atividades laborais que dependem
da emissão vocal. Muitas vezes a
utilizaremos no limite. Por isso,
todo cuidado ainda será pouco.
A voz - fatores inibidores

Para que tenhamos a devida


constância na emissão da voz será
necessário nos desdobrarmos na
exercitação. É evidente que a
constância a que nos referimos é
conformada às limitações do corpo
humano. E são diversos os fatores
determinantes desta situação:

O tamanho da boca, por exemplo, é


determinante, considerando que a
cavidade bucal é a grande caixa de
ressonância. Para produzir sons
mais agudos o ator se vê na
contingência de abrir mais ainda a
cavidade bucal, obstruindo – por
consequência - a cavidade nasal;
A resistência física é um outro
fator determinante. Ao nos
mantermos em falta com o
condicionamento físico não
conseguiremos assegurar
constância na pressão do ar, e a
voz sofrerá oscilações não
desejadas;
Doenças e enfermidades -
transitórias ou permanentes –
também são fatores que inibem a
boa emissão da voz, sobretudo as
que comprometem as vias orais e
nasais.
O método racional para lidar com
os fatores inibidores é promovendo
a educação de nosso aparelho
fonador, cuidando para que
invariavelmente se encontre em
condições adequadas, em situação
de responder ao esforço solicitado,
em estado de assegurar som com
constância e volume necessários.

Neste contexto é necessário


diferenciar ‘preparação’ de
‘aquecimento’ vocal. Preparação
é um processo permanente de
educação vocal, um processo
diuturno que implica disciplina,
estudos e exercícios estruturados.
Já aquecimento se reduz a um
conjunto seriado de exercícios
efetuados nos instantes que
antecedem os ensaios e as
apresentações.
A voz – o aquecimento

Os atores, cantores, professores, e


profissionais da voz foram – ao
longo do tempo – desenvolvendo
suas próprias tecnologias para o
aquecimento da voz.

Alguns recorrem a rituais


naturalistas como ingerir chás e
preparados de própolis, hortelã,
romã, gengibre e raízes medicinais.

Outros recorrem a alguns tragos de


conhaque ou licor que, segundo os
adeptos dessa técnica deixam as
cordas vocais mais relaxadas.

Outros ainda, dependentes de


medicamentos e viciados em
remédios, recorrem às farmácias e
drogarias, lá adquirindo uma
parafernália de substâncias
químicas como pastilhas, sprays,
comprimidos e xaropes para a
garganta.

Mas não existe forma mais eficaz


para promover o aquecimento que
a execução que uma boa série de
exercícios, criteriosamente
selecionados e de efeito
comprovado.
Sob hipótese alguma o ator deve
iniciar um ensaio ou apresentação
sem, preliminarmente, executar
exercícios para o aquecimento da
voz. É uma situação similar à do
atleta que vai iniciar um
treinamento ou uma prova
prescindindo do pré-aquecimento
físico. O resultado será o pior
possível: lesões, estiramento
muscular, traumatismo, etc. e etc.
Figura 4
Exercícios para educar a
voz

1. Vamos primeiramente relaxar o


corpo, concentrando para os
ensaios. Temos que mentalizar um
cenário em que o tempo e o esforço
dedicados ao ensaio terão
resultados benéficos e produtivos.
Temos que nos concentrar no que
faremos para extrair o máximo de
cada atividade. Solicitamos que os
alunos ou integrantes da trupe
deitem no chão, todos bastante à
vontade. Com uma música
instrumental ao fundo, relaxamos
por cinco minutos. Olhos fechados,
respiração cadenciada, cada um
utilizará esses cinco minutos para
se programar, para mentalizar o
êxito, de modo a responder com
presteza e eficácia o que está por
vir.

2. Deitados de costas, com a coluna


pousada no chão. Cada aluno
deverá se concentrar em sua
respiração e perceber:

1. o som provocado pelo ar


entrando pelas vias nasais,
percorrendo os órgãos do sistema
respiratório e fazendo o caminho
inverso;

2. cada parte do corpo, cada órgão


do sistema respiratório se deixando
formatar pela pressão e pelo
movimento do ar;

3. os movimentos compassados do
tórax e do abdômen.

3. Em pé, corpo ereto, pernas


afastadas. Cada um se imaginará
segurando – sob as axilas, uma bola
de basquete. A posição deverá
estimular o aluno a perceber os
espaços respiratórios possíveis de
serem explorados e utilizados
quando se domina as técnicas de
alongamento dos ombros,
expandindo a caixa toráxica para
obtenção de uma respiração mais
profunda.

4. Deitados. Inspirar de forma


pausada, enchendo os pulmões de
ar e depois expirar da mesma
forma, mantendo a cadência.

5. Em pé, respirar fundo,


pausadamente. Ao inspirar, encher
completamente os pulmões de ar.
Ao expirar, só interromper o
movimento quando sentir os
pulmões completamente vazios.
Manter a cadência. Efetuar uma
contagem até sete. A série é
realizada três vezes, com um bom
espaço entre elas.

6. Em pé, com o corpo relaxado, os


alunos jogam a cabeça para trás.
Neste movimento, inspiram.
Expiram enquanto retornam a
cabeça para a posição original.
Três séries de sete.

7. Em pé. Pernas ligeiramente


flexionadas. Os dois braços
esticados, as duas mãos apoiadas
nos joelhos. Enquanto o corpo é
levantado para se manter ereto é
efetuada a inspiração profunda.
Enquanto ocorre o retorno à
posição original, com as mãos
apoiadas nos joelhos, o ar vai
sendo liberado vagarosamente.
Manter cadência. Três séries de
sete.

8. Repetir o exercício anterior, mas,


agora, ao contrário de respiração
lenta, realizar a respiração intensa,
brusca, voluptuosa. Efetuar três
séries de sete.

9. Em pé. Manter uma das mãos no


peito e a outra no baixo ventre, a
região compreendida logo abaixo
do umbigo. Promover a aspiração -
com a contração consciente do
diafragma - objetivando encher de
ar a parte inferior dos pulmões. A
mão deve sentir a movimentação do
baixo ventre. Contudo, a mão
pousada no peito não deve se
movimentar. Os ombros deverão
ser mantidos em posição de
relaxamento. De igual modo, os
músculos do pescoço e da face
devem também se apresentar
relaxados.

10. Em pé, braços e mãos


relaxados. Inspire somente pelo
nariz de uma forma bastante
vagarosa. Proceda da mesma forma
quanto à expiração, cuidando para
que o movimento do ar se dê
silenciosamente. Quando tiver a
sensação de que não existe mais ar
nos pulmões então tussa, para
perceber que você ainda possuía
uma reserva técnica de ar.
Provoque e adquira confiança em
seu sistema respiratório
conhecendo seus reais limites.

11. Em pé. Inspire longamente


enchendo os pulmões. Toque a
ponta dos dedos no solo, prendendo
a respiração por alguns segundos.
À medida que respira, retorne à
posição original.

12. Em pé. À medida que abre os


braços como se fosse voar, inspire
profundamente. Expire com o
movimento inverso.

13. Em pé. Inspirar fundo e


pronunciar de maneira continuada,
rápida e em alto som – numa só
expiração – as vogais a, e, i, o, u.
Fazer três séries de sete.

14. Repetir o exercício anterior


com a diferença de pronunciar as
vogais de maneira continuada,
bastante lenta, e em alto som. Ao
terminar de pronunciar a vogal “u”,
o ar dos pulmões deverá estar
acabando. Três séries de sete.

15. Em pé. Inspirar fundo e


pronunciar de maneira continuada,
rápida e em alto som – numa só
expiração – as vogais a, é, ê, i, ó, ô,
u. Fazer três séries de sete.

16. Repetir o exercício anterior


com a diferença de pronunciar as
vogais de maneira continuada,
bastante lenta, e em alto som. Ao
terminar de pronunciar a vogal “u”,
o ar dos pulmões deverá estar
acabando. Três séries de sete.
A dicção

Teremos que exercitar para que


nossa voz se torne clara e audível.
A boa emissão está condicionada
também ao bom funcionamento da
boca. Quando consideramos que a
boca é composta por lábios, língua,
palato duro – céu da boca – palato
mole, úvula e paredes internas das
bochechas é que percebemos a
dimensão do nosso trabalho.
Portanto, para que a boca funcione
a contento, todo um conjunto de
órgãos e sistemas deve atuar na
retaguarda.
Quando estamos pronunciando as
vogais, a língua executa
movimentos específicos, se
posicionando em diferentes partes
da boca. Este movimento
(sincopado língua-boca) é que
permite que a emissão da letra “a”
provoque um som diferente do
resultante da emissão da letra “i”,
por exemplo.

Já quando precisamos pronunciar


consoantes, além da boca, há a
necessidade de utilizarmos as
pregas vocais. São elas que
determinam se o fonema é surdo
(sem vibração) ou sonoro (com
vibração). Vejamos os exemplos
dos fonemas P, F, e R.

Daqui para a frente, ao pronunciar


as vogais e consoantes procure
atinar para o movimento da boca,
da língua, a vibração das cordas
vocais, o movimento do ar pelo
interior do corpo. Conhecendo a
linha de produção da palavra dita
você terá condições de melhorar
sua performance, atacando os
pontos fracos.

Passe a exercitar-se com frequência


e disciplina. Jamais esqueça que a
voz é um dos mais preciosos
patrimônios dos profissionais da
fala e de tantos quantos desejam
uma melhor expressão vocal.

É necessário exercitar, sempre. A


prática cotidiana nos fará
pronunciar as palavras da forma
correta. Assim, a plateia
compreenderá o que, de fato,
pretendemos transmitir.

Na língua portuguesa há casos em


que, mudando a posição do acento
tônico, modificamos o significado
da palavra:
Algumas considerações relevantes:

Quando se trata do “à”


(craseado) muitos pronunciam com
dois “as”, de forma inadequada.
Excepcionalmente, para tornar a
frase mais compreensível, permite-
se pronunciar o “à” com uma certa
ênfase.

Muitos ainda pronunciam o “l”


final como “u”; e outros como “r”.
O correto é pronunciar o “l” final
de forma solta e relaxada.
Exercícios

Iniciemos com um conjunto de


exercícios para relaxar a
musculatura, sobretudo as do rosto:
Figura 5

17. Faça cinco diferentes


expressões para extrema alegria e
outras cinco para extrema tristeza.

18. Execute movimentos com a


língua utilizando-a como alavanca
para movimentar os lábios e a
bochecha.

19. Inspire profundamente e


produza o som do motor de um
automóvel (brrr), prolongando o
som até o limite do suportável.

A cada exercício nossa capacidade


de perceber o som deve aumentar:
suas diferentes vibrações, como o
volume interfere em sua dimensão,
as adequações da boca para melhor
projeção...

Os exercícios a seguir, além de


auxiliar no relaxamento da
musculatura, ajudam a perceber a
vibração do som. Atente que o “M”
constitui uma emissão labial, o “N”
nasal inferior, enquanto o NH
constitui uma emissão nasal
superior.

Repita este conjunto de exercícios -


do número 20 ao 24 - diversas
vezes, ora vagarosamente, ora com
bastante velocidade:

20. A, ma, na, nha, a, ma, na, nha, a,


ma, na, nha, a, ma, na, nha, a, ma,
na, nha, a, ma, na, nha, a, ma, na,
nha, a, ma, na, nha...

21. E, me, ne, nhe, e, me, ne, nhe, e,


me, ne, nhe, e, me, ne, nhe, e, me,
ne, nhe, e, me, ne, nhe, e, me, ne,
nhe, e, me, ne, nhe...

22. I, mi, ni, nhi, i, mi, ni, nhi, i, mi,


ni, nhi, i, mi, ni, nhi, i, mi, ni, nhi, i,
mi, ni, nhi, i, mi, ni, nhi, i, mi, ni,
nhi, i, mi, ni, nhi...

23. O, mo, no, nho, o, mo, no, nho,


o, mo, no, nho, o, mo, no, nho, o,
mo, no, nho, o, mo, no, nho, o, mo,
no, nho, o, mo, no, nho...

24. U, mu, nu, nhu, u, mu, nu, nhu, u,


mu, nu, nhu, u, mu, nu, nhu, u, mu,
nu, nhu, u, mu, nu, nhu, u, mu, nu,
nhu, u, mu, nu, nhu...

Em cada um dos exercícios inspire


fundo e diga numa só expiração:

25. A letra a:
Alva arisca e arrependida a ardente
e assediada Arlete Alencastro
Alcântara alcançou a alcova antes
do alvorecer.

26. A letra b:
A bêbada e bruta branca Bruna
Bastos dos Bretões brigou berrando
bestas e bárbaras baixarias
baixando bruscamente breves
bravatas que Bastiana Berbeieri
bisou benevolentemente.

27. A letra c:
Curiosamente crível a crueldade
canina do cangaceiro e capataz
Coriolano Cardoso cartomante
cínico cingido por cinqüenta cintos
curtos, mas cortantes.

28. A letra d:
O dadivoso doutor Domênico Daro,
druso e darwinista debochado
debatia sobre o daltonismo das
damas de Damasco quando todos
dispararam em debandada
diretamente para dentro do depósito
de documentos descartados.

29. A letra e:
A edificante estátua edemaciava
eclipsando eczemas a enfatizar a
econometria como estratégia
enigmática para escantear a
estonteante ecúmena encharcada de
eretos errantes.

30. A letra f:
A fábrica dos famosos e fabulosos
facões Fackembauer face à faceira
Ferdinanda feiticeira facilitou a
fabricação de fartos fardos de um
fardamento fedido e felpudo de
feldspato fatalmente fadados ao
fiasco e ao fracasso.

31. A letra g:
Com gestos grandiloquentes e
gritando grosserias Godofredo,
Guibaldirna e Guilevere
granjeavam gaiolas de gaivotas
gaguejando gaiatices no gelado
gabinete do grotesco general
Gualter Gualdêncio grunhindo
graves gravames sobre os gabaritos
de gravetos das galeotas.
32. Letra h:
Habitualmente hábil Honoré de
Horário histrionicamente historiava
sobre a horripilante hachura dos
harmoniosos halterofilistas que
hirta, habitava o horrendo Hades de
Higo Herculiano de Hedeon.

33. Letra i:

Com idiossincrasia a irritadíssima


irmã de Irignéia Irineu idolatrava
idealística e idiotamente o inidôneo
idioma da ilíada intentada pela
intendente integralista Ielizaveta
Ialenchka Iavdowiski.
34. Letra j:

Jacaré, jaguar, jaguatirica e Jabuti


de jalecos de aroma jasmim
jactavam-se entre o jacarandá, o
jambeiro e a jabuticabeira juntando
jutas e jabuticabas para judiar do
jangadeiro jacobino João Jamanta
de Joaquim, vulgo jamegão
jumento.

35. Letra k:
O karaokê da kafkaniana Katyuska
Kista Khristeen da Kostia Kiria
comportava-se qual kamikaze do
kantianismo.
36. Letra l:
O lacaio Lancerlotius lancetava
lascas de lacraias e lúpulos
lacrimejantes em labaredas
latejantes lacrando líquens do
laboratorista que lamentava o
lamaçal lodacento do
lulosebastianismo.

37. Letra m:
A malévola madrasta de Madalena
Maçaranduba molestava
moleiramente a macérrima e
magnificente Margarida Macieira
Machado com macegas e montes de
micro-malvas macarrônicas que
macaqueava mirando de forma
mórbida e macambúzio na
macadâmia.

38. Letra n:
Nababescamente o narigudo e
narcisista nanquim nocegava a
namorada nonagenária Nueslébida
Nostradamus nadando nu como os
nambiquaras nutrindo natazita de
nabo.

39. Letra o:
Obcecadamente o oblongo, obeso,
otário e ordinário Osvaldo ornava
objetivamente o obelisco oblíquo
tomado por obnubilações e
ofuscações obrigatoriamente
obscurantistas observáveis do
observatório orbital.

40. Letra p:
O pederasta padrasto da
pachorrenta prostituta cheio de
pruridos protagonizava um papelão
paquidérmico pregando peças
pacaembuenses, pichando
patranhas, patacoadas e peraltices
de puerícia.

41. Letra q:
O quadridimensional
quadringentésimo qualificado
quintuplicou os quacacujubas e
quacacujas queixando-se dos quase
quatrocentos quilogramas de
quimioterápicos.

42. Letra r:
Os rabugentos e rastaqueras rabinos
do reinado dos Ruibarbos
raramente requerem ritualísticas
radicais e retumbantes regramentos
para rangar rabanetes e rabanadas,
resgatar ricos relicários,
reconquistar retos rendimentos,
recuperar relíquias e reaver
riquezas.

43. Letra s:
O sábio sabiá sabia que a
saboneteira nada tinha de saborosa
senão o sabor sacro sabugueiro do
sapindáceo com a sacarose do
sumo sacerdote Stendal Scarlet que
em sã-consciência subjugou a
suspeita e sub-reptícia serpente do
Nilo.

44. Letra t:
Tagarelava e tisnava a tralha
tostando totalmente o tabaréu
tenente toscano Temístocles
Tarapuariemo tomado de teníase,
toscos tendões expostos e
trucidados.

45. Letra u:
Uivava o umarizalense Urumatan
Uagadugo untado à uacapurana que
ululava uivos ultrassônicos
ultimando unanimemente ultrajes
ultramarinos.

46. Letra v:
O valente e vaidosos vagabundo
vestido de vermelho vagarosamente
vadiava vomitando vitupérios ao
vendaval vulcânico que vibrava
virulentamente a verruga do Valdir
Vicente Vedana.

47. Letra x:
Os xadrezistas e as xadrezistas
adeptos do xadrezismo xadrezarão
a xilogravura do xerife xarope
xamã xainafugueirus xangô da
xantofila xerimbabo.

48. Letra y:
O yuppie yôga yanomami fã de
yemanjá, yosh e de yin yang pedia
yakisoba, Yakult na loja Yamaha de
yellowstone yasmim

49. Letra z:
O zangado zagueiro Ziraldo
ziguezagueava zaino como um
zepelim zerado zurrando zombarias
zigomorfos zangando da
zingiberácea.
Nos exercícios a seguir, do número
50 ao 61, prenda uma caneta ou
lápis entre os dentes e recite os
versos extraídos do livro Canto da
Terra. O objetivo é melhorar a
articulação das sílabas:

50.
A espera estanca meu tempo
Mas não bole no tempo das coisas
Avassalador tempo das coisas
Meu compasso dissonante agoniza
Completo confronto exasperando a
solidão do aguardar
Insólita acareação
A indiferença do relógio insulta
meu tempo que quero sem tempo
Injúria
Darei ao curso da terra, do ar e dos
mares outro movimento
outro tempo
Meu corpo é alavanca contra o
equilíbrio dos déspotas
Meu tempo é sem tempo.

51.
Se algum dia
me for falar de amor
diga apenas terra
Que amarei como nunca
que amarei como ninguém.

52.
Nascido da terra
À terra tornar
Então porque não ter no durante
a terra para plantar?

53.
Basta!
Parem!
Se não por Deus, por nossa justa e
divina ira
Doravante minha pátria não terá
cercas e porteiras
Haja luz
Nós vamos passar
Nós vamos plantar
Nós vamos viver.

54.
Aos anjos de Eldorado dos Carajás
não permitiram semear a terra
não permitiram sorver a terra farta
não permitiram reviver a terra farta
senão na cova rasa
vermelha de vergonha.

55.
E a terra, Deus
A terra ginga em torno do sol
com o mais belo passo dos
capoeiristas
Cintila bela no ar driblando a
inércia
brincando no ar
Mas há lobos que a terra querem
parar
A terra agora gora
ensimesmada, boquiaberta
com a sanha mesquinha dos que a
querem bruta
e inerte... morta.

56.
A água benta se faz amniótica
para tecer no ventre da terra a vida
E tece uirapurus, bem-te-vis
periquitos aos montões
E veados, capivaras, caititus
seriemas, marrecos, mico prego
E pés de jatobá, de pequi, de jaca
arbustos, árvores, arvoredos
O mundo arvoreja e se embriaga de
verde
O riacho esverdeia o mundo
É Deus criando cílios para os olhos
dos mares.

57.
Aqui somo genti piquena seu Gato
do tamanhinho qui Deus quis fazê
Mas nóis é talhado a fogo
e semo bobo não
Vortemo pra pegá di veiz o que
vosmecê nos tirô e grilô
E nosso pega pode sê di
benquerença
podi sê malequerença
Má qui vai sê duvide não
qui já dicidimu qui vai sê
58.
A terra chora no Pontal
A dor intensa dobra o Santo Paulo
e Santo Paulo suplica, agoniza ante
a vergonha inexplicável
incompreensível
injustificável
Ponta de aço
Palha de aço
Palha de fogo
Os olhos de todos os furacões do
mundo
entreabrem no Pontal

59.
Mapapel
Na palma da mão
O papel mascara o mundo
Esconde dos olhos de Deus
A terra que queremos fértil
A terra que faremos nossa.

60.
O solo sola a nova cantiga
mandioca
Aipi, aipim, macaxeira, pão-de-
pobre
maniva, maniveira
O pó da terra dá luz ao pó da raiz
moída
farinha
farinha seca
suruí
Hoje na mesa tem comida
tem conversa, tem alegria
vida rendendo que só mandioca de
várzea.

61.
Não há cura para um coração
enfermo
Contemplo então o passar vagaroso
do tempo
O segundo assume a duração do
século
Um beijo teu amainaria o
sofrimento
Mas não estancaria a sangria injusta
da terra de um dono.

Na próxima sequência de
exercícios – do número 62 ao 73 –
você deverá declamar os poemas
(do conjunto de exercícios anterior)
com os lábios encobrindo
totalmente os dentes.

Com o mesmo objetivo de


assegurar uma melhor articulação
das sílabas, declame os mesmos
versos (do conjunto de exercícios
anterior), mas agora fale prendendo
o nariz. Serão nossos exercícios de
número 74 ao 85.

Na sequência seguinte – do
exercício 86 ao 95 - os alunos
deverão formar duplas com um
postado à frente do outro. Os textos
a serem interpretados podem ser os
mesmos. Todos foram extraídos da
peça teatral de minha autoria,
“Sísifo, o rei de Corinto”. O
primeiro aluno diz o texto e a seguir
dá um passo para trás. Então é a
vez do segundo aluno, que após
interpretar o texto dá o seu passo
para trás. Volta ao primeiro aluno
que repete o procedimento. E
depois, novamente o segundo aluno.
E assim sucessivamente. À medida
que se distanciam, dando o passo
atrás, os alunos devem falar mais
alto e com as palavras melhor
articuladas:
86.
Sísifo – Corri até a corte do deus-
rio, do rei Asopo. O pobre pai se
encontrava num estado de causar
pena, de causar dó, num estado
deplorável, miserável. Para ser
sincero, encontrava-se na tênue
linha que separa a sanidade da mais
completa demência, tamanha a dor
pelo sequestro da filha Egina.
Desesperado, batia com a cabeça
no pilar de mármore, inconformado
com o sumiço da filha querida.
Então eu respirei fundo, bem fundo,
tirei do coração toda a coragem que
consegui acumular em toda a minha
vida, e falei ao deus-rio. “Asopo,
tenho como ajudá-lo a encontrar a
filha que tanto amas. Mas exijo algo
em troca”.

87.
Sísifo – Terrível é a palavra certa,
a palavra apropriada. Terrível.
Nenhuma outra poderia expressar
tão plenamente a adversidade que
provoquei. Sim meus súditos. Lá de
cima do Olimpo Júpiter a tudo via,
pressentia. Vigiava cada um dos
meus passos, mirava cada um dos
meus gestos, esquadrinhava cada
uma de minhas intenções. E em
razão do que fiz acumulou toda a
raiva, ódio e rancor que um
poderoso deus pode acumular.
Então Júpiter ordenou que a Morte,
em pessoa, viesse ao meu encalço.

88.
Sísifo – Longe de mim. Já disse.
Longe de mim coisa nefasta.
Afaste-se que sua presença aqui
não é bem-vinda. Nenhum motivo
existe que justifique sua presença
neste palácio. Não há aqui ninguém
que apresente sinais de
enfermidade. Não há aqui
prenúncios de tragédias ou
acidentes. Por isto sua presença
neste recinto é por inteiro
injustificada. Não há aqui uma só
alma que possa levar.

89.
Sísifo – Sou o rei de Corinto. Um
rei justo e destemido. A prudência e
a sabedoria medem cada uma de
minhas decisões. Mantenho meu
povo distante das guerras e dos
conflitos para fazer florescer aqui a
paz e a fraternidade. Quem
cometeria tamanha insensatez de
curtir desejos de vingança contra o
rei de Corinto? Quem?

90.
Morte – Foi Júpiter quem me
incumbiu de, pessoalmente, caçá-
lo, de esquadrinhar cada
esconderijo da terra para extirpar o
que lhe resta de vida.

91.
Morte – Posso te dar a morte
branda, calma, indolor. Mas para os
que resistem ao fatídico, entrego a
morte mais brutal, mais
avassaladoramente cruel.

92.
Morte – Pois bem. Vou cometer
uma última generosidade. Satisfazer
o último desejo de quem já se
encontra no limbo, na tênue linha
que separa a luz das trevas, a vida
da morte. Vou satisfazer seu
derradeiro desejo antes de extirpar
o último sopro de vida.

93.
Morte – Não foi dizer à Asopo, o
deus-rio da Grécia, que a filha
dele, Egina, foi raptada pela águia
de júpiter? E conduzida nas garras
da ave de rapina para uma ilha
distante e longínqua? Não foi isso
que foi contar ao deus-rio Asopo?
E não trocou, barganhou, vendeu
essa informação recebendo em
pagamento uma fonte inesgotável de
água límpida e cristalina para a
cidade de Corinto? Cometeu essa
vilania contra Júpiter, o mais
poderoso dos deuses ou estarei
mentindo? Depois dessa, dessa,
dessa ignominiosa conspiração o
que poderia esperar de Júpiter? O
que, Sísifo? Vamos, responda, o
que poderia esperar?

94.
Morte – Pois agora já está claro
que o preço da ousadia será alto,
imensurável. Será impagável, caro
Sísifo, impagável. Júpiter está
colérico, possesso, transtornado,
fora de si, indignado com tamanha
desfeita. Tão logo você deu com a
língua nos dentes, o deus-rio Asopo
foi ter com Júpiter, foi tirar
satisfações, exigir a filha de volta.
Coitado. Foi fulminado por um raio
terrível lançado por Júpiter. O
deus-rio tornou-se pó, cinzas. E
agora Júpiter quer por que quer a
sua cabeça. Não conseguirá dormir
em paz enquanto não completar sua
vingança.

95.
Júpiter – Que audácia a desse
mortal. Foi dar com a língua nos
dentes, foi contar dos meus planos à
Asopo, foi dizer que raptei a filha
do maldito deus-rio da Grécia.
Plutão, Plutão. Eu, pessoalmente,
pessoalmente, despachei a Morte,
entende? Entende, irmão? Eu,
pessoalmente, despachei a Morte
com ordens mais que explícitas
para extirpar o último sopro de
vida do audacioso rei de Corinto.
Explique, explique, então, como é
que esse miserável mortal
conseguiu dobrar a invulnerável
Morte? Explique, irmão. Não
entendo, não consigo entender.

No conjunto seguinte – exercício de


número 96 ao 112 – os alunos, em
duplas, interpretarão frases se
inocentando, ao mesmo tempo em
que acusam o outro, o parceiro.
Devem repetir a frase inúmeras
vezes, incrementando, a cada
repetição, o timbre, a entonação, o
volume, a carga dramática. Os
alunos procuram ser cada vez mais
convincentes, com um tentando
superar a interpretação do outro:

96.
Eu não fui; não, não fui, disto tenho
certeza. Não me venhas com
subterfúgios que esta culpa não
carregarei nos ombros.

97.
Afaste de mim essa terrível
suspeita. Não matei ninguém.

98.
Sim, é verdade, só eu estava aqui,
mas poderia ser qualquer um, até
mesmo você.

99.
Estou com a faca, mas juro que não
tenho nada a ver com isso. Você
esteve aqui primeiro.

100.
Já me acusou de tudo, só faltava
mesmo essa. Pois assim como me
acusa, me dá também o direito de
acusá-lo. Pois eu afirmo, afirmo
sim, afirmo com todas as letras do
alfabeto que o culpado é você, não
eu.

101
Todos proclamam a minha
inocência. Já quanto a sua...

102.
Podem dizer cobras e lagartos de
mim. O que importa é que minha
consciência está limpa, leve,
tranquila. Já não diria o mesmo
sobre a sua.

103.
O fato de ser um pastor protestante
não o torna santo e infalível. Não
passa de um homem como qualquer
um de nós. Um homem, um reles
mortal sujeito aos instintos
perversos da inveja, da intriga, da
vingança. Ele me acusa. Mas eu sei,
eu sei que o culpado é você.

104.
Ninguém conseguiu apresentar uma
prova sequer contra a minha
pessoa. Então porque me acusam
com essa arrogância? Se é para
acusar de forma gratuita e leviana,
então serei o primeiro a provocar.
Quem assassinou Petrúcio, foi
você, você, não eu.
105.
Minha pena eu cumpri. Passei
dezoito anos na masmorra,
comendo o pão que o demônio,
pessoalmente, fez questão de
amassar. E você sabe que não tive
nada a ver com aquilo. Você sabe,
Maria, que a responsabilidade por
aquela desgraça foi sua, toda sua.
Não foi minha, não foi de Zeca, não
foi de mais ninguém. Foi sua, só
sua.

106. Repita sete vezes seguidas as


seguintes palavras:
a- tessalonicensses
b- paralelepípedo
c- otorrinolaringologista

Agora repita as palavras abaixo


primeiramente tapando a narina
esquerda; depois, a direita; e,
finalmente, vedando com os dedos
as duas narinas, expirando tão
somente pela boca:

107. tessalonicensses
paralelepípedo
otorrinolaringologista;

108. tessalonicensses
otorrinolaringologista
paralelepípedo;
109. paralelepípedo
otorrinolaringologista
tessalonicensses;

110. paralelepípedo
tessalonicensses
otorrinolaringologista;

111. otorrinolaringologista
tessalonicensses paralelepípedo;

112. otorrinolaringologista
paralelepípedo tessalonicensses.

A arte de pronunciar corretamente


as palavras denomina-se ortoépia.
O dicionário também nos ensina
que ‘prosódia’ é o estudo dos sons
da fala segundo as regras da
acentuação, entonação, duração,
etc.

Na palavra escrita encontramos


dificuldades na ortografia. Muitas
vezes, erroneamente, trocamos o X
por Ch (xingar e não chingar), o G
por J (tigela e não tijela), o S por Z
(quiseram e não quizeram) e nos
embaraçamos em infindáveis
dúvidas sobre quando usar S, C, Ç
ou SS (suspensão e não suspenção;
consenso e não consenso;
concessão e não conceção;
permissão e não permição).

Na palavra falada, a dificuldade é


outra, e se vincula à maneira
corretar de pronunciar as palavras.
Aqui o desafio não será tanto o
significado ou a forma como
grafamos os vocábulos e as frases e
sim como os pronunciamos.

113. Repita sete vezes as palavras


da sequência abaixo cuidando para
não pronunciar a letra ‘i’ logo após
a letra ‘b’ (ex.: pronuncie
absolutamente e não
abisolutamente):
absurdo (e não abisurdo)
abdicação e não abidicação
abdominal e não abidominal
abjeto e não abijeto
abnegação e não abinegação
abrogatório e não abirogatório
absolvição e não abisolvição
absorvente e não abisorvente
abstinência e não abistinência

114. Repita o procedimento,


cuidando para não pronunciar a
letra ‘i’ logo após a letra ‘m’: é
amnésia e não aminésia.

115. Como na sequência anterior,


agora trate de não pronunciar a
letra ‘e’ logo após a ‘d’ (ex.:
exprima advogado e não
adevogado):
adjacência e não adejacência
adjetivo e não adejetivo e tão
pouco adijetivo
adjudicar e não adejudicar, e não
adijudicar
administração. Não pronuncie
adiministração ou adeministração
admiravelmente e não
ademiravelmente, e não
adimiravelmente
admoestação. Não é adequado
pronunciar adimoestação ou
ademoestação
adversidade e não adeversidade, e
tão pouco adiversidade
advertência. Não pronuncie
adevertência e nem adivertência

116. Repita sete vezes a palavras


abaixo cuidando para não
acrescentar letras inexistentes:
Pronuncie beneficente e não
beneficiente.

117. Repita o procedimento


pronunciando a palavra da forma
correta: fale idolatrada e não
idrolatrada.

Ao proferir as palavras devemos


saber como expressar todos os seus
sons. Nos exercícios devemos dizer
as letras e símbolos com bastante
exagero. Procedendo assim, nos
acostumaremos com o som e a
emissão vocal ecoará natural na
vida real. Façamos, então, alguns
exercícios que enfatizem a
articulação dos sons de todas as
letras e sílabas das palavras (ex.:
articule brincadeira e não
brincadera):
brincadeira (e não brincadera)
manteigueira (e não manteguera)
cabeleireiro (e não cabelereiro)
propriedade (e não propiedade)
frustrar (e não frustar)
perturbar (e não pertubar)
retrógrado (e não retrógado)
prostração (e não prostação)
frustração (e não frustação)
Figura 6

118. Não é raro ouvirmos pessoas


que, inadvertidamente, substituem
os sons originais existentes nas
palavras. Repita sete vezes as
palavras da sequência cuidando
para pronunciá-las corretamente
(ex.: declare companhia e não
compania):
bicarbonato (e não bicabornato)
predominado (e não pedrominado)
depredar (e não depedrar)
padrasto (e não padastro)
madrasta (e não madastra)
119. Outro problema que ocorre
com certa regularidade é a
assimilação e extensão da
nasalidade de uma sílaba para
outra. Repita sete vezes as palavras
da sequência abaixo assegurando
que não esteja com a pronúncia
incorreta (ex.: expresse mendigo e
não mendingo):
identidade (e não indentidade)
reivindicar (e não reinvindicar)
reiterar (e não reinterar)
mortadela (e não mortandela)
sobrancelha (e não sombrancelha)

120. Como visto anteriormente, a


fonética é a parte da linguística que
trata dos sons articulados -
considerados do ponto de vista
físico, acústico e articulatório -
como elementos dos vocábulos. A
parte da fonética que se dedica à
acentuação tônica das palavras
denomina-se prosódia. Os erros de
prosódia são frequentes,
particularmente os que transformam
palavras paroxítona em
proparoxítona. Repita sete vezes as
palavras abaixo certificando que a
pronúncia esteja correta:
recorde (e não récorde)
rubrica (e não rúbrica)
pudico (e não púdico)
nobel (e não nóbel)
Pronuncie sete vezes as palavras
dos exercícios de número 121 ao
133. Muito raramente utilizaremos
essas palavras. Porém, devido ao
grau de dificuldade das pronúncias,
devemos exercitá-las
continuamente:

121.
Pneumoultramicroscopicossilicovulc
São 46 letras: doença pulmonar
aguda causada pela aspiração de
cinzas vulcânicas.

122.
Pneumoultramicroscopicossilicovulc
Palavra com 44 letras relativo à
palavra anterior.

123.
Paraclorobenzilpirrolidinonetilbenzim
Com 43 letras, este vocábulo é o
nome de uma substância presente
em medicamentos.

124.
Piperidinoetoxicarbometoxibenzofeno
Com 37 letras, esta palavra, como a
anterior, denomina uma substância
presente em medicamentos.

125.
Tetrabrometacresolsulfonoftaleína.
35 letras, termo específico da área
de química.

126.
Dimetilaminofenildimetilpirazolona.
Com essas 34 letras, denominamos
uma substância ativa em
comprimidos para dor de cabeça.

127.
Hipopotomonstrosesquipedaliofobia.
Com 33 letras, esta palavra é
sinônimo de sesquipedaliofobia,
"doença psicológica caracterizada
pelo medo irracional de pronunciar
palavras extensas e complicadas,
científicas, ou pouco usuais na
linguagem coloquial; sob pena do
ridículo".

128.
Monosialotetraesosilgangliosideo.
32 letras para escrever essa
substância presente em
medicamentos.

129.
Anticonstitucionalissimamente.
Com 29 letras, este é o maior
advérbio da língua portuguesa,
significando o mais alto grau de
inconstitucionalidade, um sistema
político contrário à constituição.
130. Inconstitucionalissimamente.
Vocábulo sinônimo de
anticonstitucionalissimamente,
conta com 27 letras.

131. Oftalmotorrinolaringologista.
Com 28 letras, essa palavra
significa o médico especialista
tratar doenças dos olhos, ouvidos,
nariz e garganta.

132. Diclorodifenitricloroetano.
Mais conhecido pela sigla DDT, o
produto é utilizado como inseticida.
Tóxico agudo, seus efeitos se
manifestam em algumas horas. 26
letras.
133. Otorrinolaringologista.
Parte da Medicina que se ocupa do
estudo e do tratamento das doenças
dos ouvidos, do nariz e da garganta.
22 letras.

Vamos retomar o conjunto de


exercícios que inicia no 96 e se
estende até o de número 112. Mas
agora, apliquemos uma dinâmica
diferente: serão interpretados
utilizando tão somente a linguagem
gestual (134 a 150).

Repetiremos agora os mesmos


dezesseis exercícios anteriores
utilizando tão somente a
movimentação dos lábios e a
expressão facial. Nada de
expressão corporal, nenhuma
emissão vocal (151 a 166).

167. Primeiramente se familiarize


com as palavras, pronunciando-as
isoladamente inúmeras vezes.
Depois tente pronunciá-las
sequencialmente numa só
expiração, prosseguindo até que se
acabe o ar acumulado nos pulmões
(o ar resultante de uma única e
profunda inspiração):
a) papibaquigrafo
acessibilidade
pajamarioba
catastroficamente
versitergeremos
admoesta
homizio
pacóvio
pacóvio
perscrutar
rubicundo
escleromorfismo oligotrófico

b) papibaquigrafo acessibilidade
pajamarioba catastroficamente
versitergeremos admoesta homizio
pacóvio pacóvio perscrutar
rubicundo escleromorfismo
oligotrófico.
Nos exercícios seguintes
pronunciaremos, com bastante
rapidez, um conjunto de
travalínguas. O Dicionário
Priberam da Língua Portuguesa
define “Travalinguas” como o
exercício oral que consiste em
articular, com rapidez e sem
enganos, frases ou sequências de
palavras com segmentos difíceis de
pronunciar (ex.: três tristes tigres).

Serão de grande auxílio no


aprimoramento da dicção, da
articulação das palavras:
168.
Não confunda
Ornitorrinco com
Otorrinolaringologista,
Ornitorrinco com ornitologista,
Ornitologista com
Otorrinolaringologista,
Porque ornitorrinco
É ornitorrinco,
Ornitologista é ornitologista
E otorrinolaringologista é
Otorrinolaringologista.

169.
Pedro tem o peito preto,
O peito de Pedro é preto;
Quem disser que o peito de Pedro
não é preto,
Tem o peito mais preto do que o
peito de Pedro.

170.
Galinha que cisca muito
Borra tudo e quebra o caco,
pois agora você diga
certo, sem fazer buraco,
Aranha arranhando a jarra
e o sapo socando o saco.

171.
Um ninho de mafagafa
Com sete mafagafinhos
Quem desmafagaguifá
Bom desmafagaguifador será.
172.
Olha o sapo dentro do saco
O saco com o sapo dentro
O sapo batendo papo
E o papo soltando vento.

173.
Lá vem o velho Félix
Com um fole velho nas costas
Tanto fede o velho Félix
Como o fole do velho Félix fede.

174.
Quando toca a retreta
Na praça repleta
Se cala o trombone
Se toca a trombeta.
Figura 7

175.
Atrás da pia tem um prato
Um pinto e um gato
Pinga a pia, apara o prato
Pia o pinto e mia o gato.

176.
Tecelão tece o tecido
Em sete sedas de Sião
Tem sido a seda tecida
Na sorte do tecelão.

177.
Três pratos de trigo
Para três tigres tristes.
178.
O rato roeu a roupa
Do rei de Roma

179.
Pinga a pipa
dentro do prato.
Pia o pinto e mia o gato.

180.
Quem a paca cara compra,
cara a paca pagará.

181.
O peito do pé do pai do padre
Pedro é preto.
182.
O bispo de Constantinopla
Quer se desconstantinopolizar
Quem conseguir
desconstantinopolizar
O bispo de Constantinopla
Bom desconstantinopolizador será

183.
Num jarro há uma aranha.
Tanto a aranha arranha o jarro
como o jarro arranha a aranha.
Se a aranha arranha a rã,
se a rã arranha a aranha,
como a aranha arranha a rã?
Como a rã arranha a aranha?
184.
Aranha, tatanha, aranha tatinha,
tatú é que arranha a tua taperinha.

185.
Lá em cima daquele morro tem uma
arara e uma aranha.
Quando a aranha arranha a arara a
arara arranha a aranha.

186.
A vaca mocreia malhada foi
molhada por outra vaca mocreia
molhada e malhada.

187.
A mulher barbada tem barba boba
babada e um barbado bobo todo
babado!

188.
A vida é uma sucessiva sucessão de
sucessões
que se sucedem sucessivamente,
sem suceder o sucesso...

189.
Atrás da porta torta tem uma porca
morta.

190.
A naja egípcia gigante age e reage
hoje, já.
191.
A babá boba bebeu o leite do bebê.

192.
A rua de paralelepípedo é toda
paralelepipedada.

193.
A chave do chefe Chaves está no
chaveiro.

194.
A pipa pinga, o pinto pia.

195.
A pipa pinga, o pinto piará babá
boba bebeu o leite do bebê.
196.
Bagre branco, branco bagre.

197.
Blusa de ceda preta.

198.
Bote a bota no bote e tire o pote do
bote.

199.
Caixa de graxa grossa de graça.

200.
Cozinheiro cochichou que havia
cozido chuchu chocho num tacho
sujo.

201.
Cinco bicas, cinco pipas, cinco
bombas.
Capa parda, parda capa.
Chega de cheiro de cera suja.
Capa parda, parda capa.
Debaixo daquela pia tem um pinto;
pia ó pinto, pinga a pipa; a pipa
pinga, o pinto pia.

202.
Fui à loja do Sr. Bolas comprar
bolas, mais eis que bolorentas
balbuciei bestas bobagens.
Ora bolas para o Sr. Bolas que não
tinha belas bolas na besuntada loja
das bolas.

203.
Fia, fio a fio, fino fio, frio a frio.

204.
Gato escondido com rabo de fora
tá mais escondido que rabo
escondido com gato de fora.

205.
Larga a tia, lagartixa! Lagartixa,
larga a tia!
Só no dia que sua tia chamar
lagartixa de lagartinha!
206.
Lá de trás de minha casa
Tem um pé de umbu botando umbu
verde,
umbu maduro, umbu seco, umbu
secando.

207.
Luiza lustrava o lustre listrado; o
lustre lustrado luzia.

208.
Maria-mole é molenga.
Se não é molenga, não é maria-
mole.
É coisa malenolente, nem mala,
nem mola, nem maria, nem mole.
209.
Nunca vi um doce tão doce
como este doce de batata-doce.

210.
Não sei se é fato ou se é fita,
Não sei se é fita ou fato.
O fato é que você me fita
E fita mesmo de fato.

211.
Num ninho de maçarico.
Três maçaricozinhos há.
Quem os desmaçariquizar,
Bom desmaçariquizador será.
212.
0 desinquivincavacador das
caravelarias desinquivincavacaria
as cavidades que deveriam ser
desinquivincavacadas.
Como caracterizar a
personagem: a identidade, a
voz

Na vida, desejando ou não,


interpretamos diversos papéis. Em
consonância com os nossos
pressupostos, com o que e quem
aspiramos ser; em conformidade
com a imagem que desejamos
externalizar, estabelecemos
objetivos e metas. E, neste
contexto, passamos a interpretar
variados papéis. E nos tornamos
atores, se no palco; ou atores
informais, personas, indivíduos, se
na vida e no dia a dia.

Atores profissionais e atores da


vida real devem construir suas
personagens. Se ator profissional, a
personagem que interpretará no
placo. Se ator da vida real, a
personagem que interpretará na
vida. Em qualquer situação, há que
se definir uma identidade vocal: o
tom, o volume, o timbre, a
frequência...

A observação metódica está na


base da performance de todo ator
profissional. Seja para compor o
perfil psicológico da personagem,
seja para emprestar características
físicas ou vocais a ela, o ator e as
pessoas, de forma geral, deverão
desenvolver uma gama de
exercícios para aprimorar a
habilidade de observação. Por
conseguinte, deverão examinar –
em suas minúcias - tudo o que se
passa ao redor: os comportamentos,
as ações, reações e as
personalidades dos indivíduos. À
medida que aprimoram essa
capacidade de enxergar por dentro
a realidade, concomitantemente
deverão desenvolver habilidades
para a caracterização física-
psicológica e vocal de suas
personagens. Com maior
propriedade, precisão e riqueza de
detalhes.

Neste contexto, uma primeira


medida é passar a se interessar
pelo cinema, sobretudo pelas vozes
das personagens.

Adote o hábito de assistir no


cinema, na TV, no computador, nos
aparelhos móveis, vídeos e filmes.
Incorpore isso como uma prática
mais que salutar.
A caracterização

. Escolha agora um vídeo ou filme


que tenha gostado. Grave-o num
pen drive, disco de DVD, ou outro
meio compatível com o
equipamento disponível.

2. Assista agora o vídeo ou filme


escolhido por, no mínimo, três
vezes. Proceda de forma relaxada
e descompromissada.

3. A partir da quarta sessão, seu


comportamento não será mais o de
se divertir com o filme e sim de
estudá-lo.

4. Na quarta, quinta e sexta sessões,


dedique-se a estudar o enredo e a
trama. Num caderno faça
anotações e observações. Aprenda
a identificar na estória o conflito
principal e os conflitos
secundários. Verifique como eles
são trabalhados, entrelaçados e
interagidos. Atente que o
CONFLITO é a alma do teatro e
das relações humanas.

5. Nas três sessões seguintes estude


a construção do texto, a forma
como o autor desenvolveu a trama
e definiu as personagens
principais e secundárias, o modo
como foram delineados e
construídos os diálogos, as
provocações, desafios, réplicas e
tréplicas.

6. Em outras três sessões dedique-se


a analisar a correlação entre o
texto, os diálogos e o perfil físico
do personagem.

7. Nas sessões seguintes repita o


procedimento fazendo agora a
correlação do enredo, do texto,
dos diálogos com a voz dos
personagens do filme.
8. Atine para a harmonia que se
verifica entre a trama, os
conflitos, os diálogos, o jogo
dramático e a caracterização
física-psicológica e vocal das
personagens.

9. Com os estudos realizados,


escolha uma personagem e passe a
imitar a sua voz.

10.Agora, sobre este personagem


crie uma outra estrutura de voz.
À guisa de conclusão:

A voz é uma das marcas registradas


das pessoas. Uma personagem bem
construída, trajando
maravilhosamente bem, se
movimentando com destreza e
primor, de porte plástico e
destacado, inserida numa trama
cujos diálogos estão devidamente
estruturados, estará fadada a
retumbante fracasso caso não seja
dotada de uma voz expressiva,
adequada, elaborada. E alcançar
este objetivo não é tarefa tão fácil
quanto parece.
Para obter sucesso nesta etapa o
leitor deve, primeiramente,
conhecer sua própria voz, saber de
suas potencialidades e limitações.
Daí a necessidade do estudo e da
exercitação: o preparo, o
condicionamento, o treinamento...
Devemos expandir nossas
capacidades físicas e psicológicas
de modo a adquirir absoluto
controle sobre nosso sistema vocal-
respiratório.

Nada de negligenciar: não devemos


esquecer que o som emitido por
nossa voz é produzido pelas cordas
vocais que vibram com a passagem
do ar. Por isso a capacidade vocal
está diretamente relacionada à
capacidade respiratória.

Tão logo adquira o conhecimento


sobre seu próprio sistema vocal, o
leitor deverá promover incursões
por diferentes cenários, exercitando
distintas alternativas, treinando
vozes diversas, até granjear plena
segurança, completo domínio sobre
sua performance e projeção.

A voz não é um componente


estanque e isolado do processo. É
parte de um sistema mais amplo em
que estão presentes o tipo físico, o
perfil psicológico e ainda o
contexto em que se verifica a
interação ou a trama.
Consequentemente, a voz deve ter
como atributos:

potência para se tornar


perfeitamente audível numa sala ou
auditório, por exemplo. Caso
parcela da plateia ou da assistência
não escutem a voz emanada,
ocorrerá dispersão, desinteresse e,
logo, ruídos e burburinhos;

flexibilidade para se adequar às


necessárias variações de timbres e
cadências impostas pela dinâmica
das cenas bem como para interagir
com o contexto estabelecido;

plena sintonia com a


caracterização física e psicológica
da personagem.

Nessa jornada, um pequeno


gravador pode ser de grande valia:
habitue-se a ler textos de diferentes
tamanhos, gravando-os. Na
sequência, escute a sua voz com
espírito crítico registrando numa
caderneta: os erros e as pronúncias
inadequadas, o tempo das pausas,
os momentos de inspiração e
expiração, o volume, a entonação e
o timbre... Repita o procedimento
até que a audição se apresente
límpida e adequada.

Cantar: um santo remédio


Cantar é outra atividade que auxilia
neste processo de revitalização de
nossa ‘linha de produção’ e de
qualificação do produto final, a
voz. Não foram os nossos avós que
nos legaram o sábio ensinamento
“quem canta seus males espanta”?

O canto serena e apazigua os


problemas do dia a dia, evoca a
alegria, magnetiza o bom humor.
Sim, cantar não é tão somente uma
milenar forma de manifestação
artística. Ensinam os especialistas
que pode curar inumeráveis males
quando praticado com regularidade.

Veja do que esta atividade é capaz:


acentua a sensação de bem-estar;
equilibra o sistema
neurovegetativo;
reforça a atividade dos nervos
parassimpáticos, responsáveis
pelo relaxamento do corpo;
induz à harmonia psíquica;
fortalece o sistema imunológico;
fortalece a respiração abdominal.
A respiração abdominal é a que se
executa com profundidade. Este
processo de respirar intensamente,
colateralmente, massageia o
intestino e alivia o coração.

A respiração vigorosa incrementa o


ar que chega aos pulmões, a
circulação sanguínea é intensificada
trazendo benefícios para a memória
e a concentração.

Portanto, cante. É uma forma


saudável e sublime de revigorar a
voz.
Fazer teatro: uma divina ação
Não há nenhum exagero aqui. Fazer
teatro é uma ação divina. Foi assim
que a Grécia antiga fez originar
essa atividade humana: inspirando-
se nas divindades helênicas e a elas
prestando homenagem e reverência.

Como o teatro é o centro por


excelência das representações, os
atores são confrontados diariamente
com laboratórios e exercícios
objetivando qualificar todo o
processo de emissão vocal: romper
a timidez e fortalecer os sistemas
que compõem o corpo humano,
destacando o respiratório e o vocal.
Sem dúvidas, assim procedendo, o
leitor terá diante de si a real
possibilidade de adentrar o
universo dos que conseguem
emprestar à voz força, eloquência,
harmonia e expressividade.
Referências bibliográficas

SANTOS, Antônio Carlos. Teatro


Vivo. Brasília, Zumbi, 2001.
SANTOS, Antônio Carlos. O teatro
popular de bonecos Mané Beiçudo:
1.385 exercícios e laboratórios de
teatro. Brasília, Zumbi, 2015.
SANTOS, Antônio Carlos. 555
exercícios, jogos e laboratórios
para aprimorar a redação da peça
teatral: a arte da dramaturgia.
Brasília, Zumbi, 2015.
SANTOS, Antônio Carlos. Teatro
total: ThM - a metodologia Theater
Movement. Brasília, Zumbi, 2016.
SOBOTTA. Atlas de Anatomia
Humana. 22ª edição.
NETTER, Frank H. Atlas de
Anatomia Humana. 4° edição.
GUYTON & Hall. Tratado de
Fisiologia Médica. 8° edição.
WEST. Fisiologia respiratória. 7°
edição.
LEFF, Alan R. Fisiologia
Respiratória: Fundamentos e
Aplicações. 1° edição.
MACHADO, Ângelo.
Neuroanatomia Funcional. 2°
edição.
Outras obras do autor que o
leitor encontra nas livrarias
amazon.com.br
A – Livros infanto-juvenis
Livro 1. As 100 mais belas fábulas
da humanidade

I – Coleção Educação, Teatro &


Folclore
(peças teatrais infanto-juvenis)
Livro 1. O coronel e o juízo final
Livro 2. A noite do terror
Livro 3. Lobisomem – O lobo que
era homem
Livro 4. Cobra Honorato
Livro 5. A Mula sem cabeça
Livro 6. Iara, a mãe d’água
Livro 7. Caipora
Livro 8. O Negrinho Pastoreiro
Livro 9. Romãozinho, o fogo fátuo
Livro 10. Saci Pererê

II – Coleção Infantil:
(peças teatrais infanto-juvenis)
Livro 1. Não é melhor saber dividir
Livro 2. Eu compro, tu compras, ele
compra
Livro 3. A cigarra e as
formiguinhas
Livro 4. A lebre e a tartaruga
Livro 5. O galo e a raposa
Livro 6. Todas as cores são legais
Livro 7. Verde que te quero verde
Livro 8. Como é bom ser diferente
Livro 9. O bruxo Esculfield do
castelo de Chamberleim
Livro 10. Quem vai querer a nova
escola

III – Coleção Educação, Teatro &


Democracia:
(peças teatrais infanto-juvenis)
Livro 1. A bruxa chegou... pequem
a bruxa
Livro 2. Carrossel azul
Livro 3. Quem tenta agradar todo
mundo não agrada ninguém
Livro 4. O dia em que o mundo
apagou

IV – Coleção Educação, Teatro &


História:
(peças teatrais juvenis)
Livro 1. Todo dia é dia de
independência
Livro 2. Todo dia é dia de
consciência negra
Livro 3. Todo dia é dia de meio
ambiente
Livro 4. Todo dia é dia de índio

V – Coleção Teatro Greco-


romano:
(peças teatrais infanto-juvenis)
Livro 1. O mito de Sísifo
Livro 2. O mito de Midas
Livro 3. A Caixa de Pandora
Livro 4. O mito de Édipo.

B - Teoria teatral,
dramaturgia e outros
gêneros literários

VI – ThM-Theater Movement:
Livro 1. O teatro popular de
bonecos Mané Beiçudo: 1.385
exercícios e laboratórios de teatro
Livro 2. 555 exercícios, jogos e
laboratórios para aprimorar a
redação da peça teatral: a arte da
dramaturgia
Livro 3. Amor de elefante
Livro 4. Gravata vermelha
Livro 5. Santa Dica de Goiás
Livro 6. Quando o homem engole a
lua
Livro 7. Estrela vermelha: à
sombra de Maiakovski
Livro 8. Tiradentes, o mazombo
Livro 9: Teatro total: ThM - a
metodologia Theater Movement
Livro 10: Respiração, voz e dicção
para professores, atores, cantores,
profissionais da fala e para os que
aspiram a boa emissão vocal –
teoria e mais de 200 exercícios.

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