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PRODUÇÃO VOCAL
A voz é o som produzido pelo homem. Este som pode ser usar para a comunicação, para expressar
sensações como êxtase, alegria, surpresa, dor, sono, cansaço, susto, entre outras...
Uma das formas mais deliciosas de se utilizar a voz é através da música. A voz como um instrumento
musical dado por Deus, peculiar a cada ser humano.
A voz é produzida na laringe através da vibração das pregas vocais. Quando respiramos o ar entra
pelos pulmões e para que o som seja emitido e necessário que esse mesmo ar, saia, movimente alguns
músculos da laringe, vibrando assim as pregas vocais. Para que esse som saia de forma clara, é necessário
que ele se modifique nas cavidades (“buraquinhos”) da boca, nariz, faringe e face. Essas modificações,
chamamos de ressonância.
A ressonância é grande responsável pelo timbre (características individuais) de cada voz.
AFINAÇÃO
Além da ressonância, outro fator é muito importante para o canto: a Respiração.
A respiração servirá como apoio para uma boa impostação e ao emitirmos um som, este sairá
afinado. Se respirarmos mal, sem postura, poderemos até emitir um som, porém esse não sairá com
potência e afinação correta.
Ao contrário do que muita gente pensa, quando respiramos, movimentamos muitos músculos ( face,
tórax, intercostais, abdominais). É necessário que essa musculatura se movimente para que a maior
quantidade de ar possa entrar.
Durante a inspiração (quando o ar entra), devemos empurrar o abdômen “para fora”. No início, essa
movimentação será “forçada” e de forma consciente. Ao longo do tempo, este ficará sendo um ato
involuntário.
Isso acontece pois ao empurrarmos o abdômen para fora, ele libera espaço para que o diafragma se
expanda, aumentando assim o tamanho e a capacidade dos pulmões.
Conforme o ar vai saindo, teremos a tendência de trazer o abdômen “para dentro”, porém nessa
hora devemos tentar manter a mesma postura, “empurrando o abdomen “para fora”. A isso chamamos de
Apoio Respiratório.
Para que uma nota seja sustentada de forma afinada é extremamente importante manter esse apoio
respiratório.
AQUECIMENTO VOCAL
Para evitar lesões e sintomas vocais, é necessário SEMPRE fazer exercícios de aquecimento vocal,
pois quando falamos, as pregas vocais estão se movimentando de um jeito. Mas ao cantar, elas necessitam
de um desempenho maior e precisam se preparar para isso. É como praticar exercícios físicos, sem
aquecimento não teremos um bom desempenho e podemos nos machucar.
Segue abaixo alguns exercícios para aquecimento e relaxamento:
- Pé de Maçãs: Em pé comece a imaginar que tem um pé de maças carreado de frutas, então, lentamente
você vai se esticar até ficar na ponta dos pés e vai começar a apanhar as maças, apanhe as maçãs em todas
as direções: cima, baixo, laterais, diagonais, etc... Abra bem as mãos, feche os dedos na hora de pegar,
trazendo cada maçã bem pertinho de você, alongando assim toda a musculatura corporal. Alongamentos e
massagens na região do pescoço ajudam a destensionar a musculatura.
- Vibração de língua: Este exercício consta em vibrar a língua em toda a sua extensão. Comece produzindo
um som de “trrr...” ou “Gr...” Não se preocupe se você não conseguir realizar esse exercício de imediato.
Continue tentando até que consiga. Para aquecimento o ideal é realizar este exercício variando os sons
sempre do grave para o agudo, ou cantarolando uma melodia.
- Vibração de lábios: Agora vamos relaxar a musculatura da face. Sabe aquele som que os nenês fazem, “
Brrr....” ? Você deve fazer isso com biquinho. Pode variar com sons de sirene ou ambulância sem parar.
- “Humming” ou M Mastigado: Agora produza o som da letra M como se você fosse pronunciar a palavra
MAMÃO, porém o restante da palavra tivesse ficado presa dentro da boca. Apenas o som do M saiu. Em
seguida, mastigue esse “M” como se ele fosse um chiclete. Faça movimentos de boca exagerados, quanto
mais exagerados melhor. Você também pode aproveitar para cantarolar algumas melodias durante o
exercício.
Treine bastante esses exercícios, pelo menos uns 10 minutos antes de começar a cantar.
COLOCAÇÃO DE VOGAIS
Durante o canto, os sons mais comuns e que dependem de maior afinação, são as vogais. Elas vão
mostrar o quão afinado ou não está o canto. Por isso é importante sabermos colocá-las e impostá-las bem.
Vogal “A” – por ser uma vogal aberta, deve ser emitida com um sorriso amplo, com abertura horizontal e
vertical, sendo que a abertura vertical irá aumentar conforme a altura das notas. A língua deve ficar em
repouso na parte de trás dos dentes inferiores.
VOGAL “É” – Ainda é uma vogal aberta, também deve ser emitida com sorriso aberto, porém a língua pode
ser trazida um pouco mais à frente.
VOGAL “E” – Deve ter a abertura de boca semelhante à da vogal A, porém com menor abertura vertical.
VOGAL “I” – Terá um sorriso mais horizontal e a língua se colocará apoiada nos dentes inferiores.
VOGAL “Ó” – Deve ter ampla abertura de boca vertical e horizontal, porém com um leve biquinho.
VOGAL “U” – Quase sem abertura de boca, é possível visualizar apenas os lábios.
Ao iniciarmos a palavra com vogais, devemos ter cuidado para não emiti-las de forma brusca. Pois
esses ataques bruscos de vogais podem causar lesões na prega vocal. O ideal é sempre liberar um pouco
de ar antes da vogal, como se fossemos pronunciar o som do “R” antes.
ARTICULAÇÃO E DICÇÃO
Muitas vezes não pronunciamos as vogais e consoantes corretamente, devemos treiná-las para uma
melhor atuação durante o canto.
A Articulação das palavras trará uma maior compreensão da mensagem falada ou cantada. O som
emitido se fará compreender com maior clareza e beleza. Por isso é tão necessário termos uma boa dicção.
Vamos começar treinando e repetindo várias vezes as seguintes frases:
O vento veloz varre a várzea com violência. Verdugo vingativo vergasta vigoroso o vale que reveste
votuverava.
O turco tatuado troncudo e tagarela com o tabuleiro a tiracolo troca tudo pelo triplo: taramelas,
tintas, treliças, talismãs, tetéias e tesouras.
Lan, Lena, Lina, Lola levam Nila e Madalena as salinas sonolentas para ver a lua em plenitude.
Abelhas laboriosas em tumulto coletivo colhem o pólen para o delicioso mel de suas colméias.
O rato, a ratazana, o ratinho e o ratão roeram as ricas roupas e rasgaram rútilas rendas, da Rainha
Urraca de Romberral
Para alcançar maior flexibilidade dos músculos respiratórios, prolongaremos os grupos de consoantes
surdas, pronunciando-os excitadamente, quase sem fôlego, que dizer: expirando bem com as consoantes. A
mandíbula solta-se com cada T, por causa da explosão aérea.
Relaxamento Total
Estes grupos devem ser treinados, como acima indicado, lendo e pronunciando-os na vertical. Depois de
um novo descanso, relaxando-se bem, exercitamos variações ou frases de esquemas para a impostação da
voz.
Tendo, preparado então, de todos os lados, a reação natural de nosso aparelho fonador, pronunciamos os
seguintes monossílabos:
PV PT PSR PVR
(Inspirando levemente antes de cada grupo)
Coma aplicação do apoio, pronunciaremos quase cantando tantos grupos vocálicos com M, quanto
conseguirmos, ligando-os entre si.