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n s ã o ” MUDA VOCAL”

Ex pa
Muda vocal
na voz do Menino
(Definição sem confusão)

Prof. & Fgo. JUVENAL DE MOURA


05/03/21
DESENVOLVIMENTO DA VOZ

 Sabemos que o desenvolvimento da VOZ acompanha e


representa a evolução do indivíduo, tanto do ponto de vista
físico como psicológico e social
PRODUÇÃO VOCAL
 Integridade e integração dos sistemas

RESPIRATÓRIO FONATÓRIO RESSONANTAL ARTICULATÓRIO

Fluxo de ar Som Glótico Amplificação Identidade do som

Sataloff, Heman-Ackah, Hawksha 2007; Duffy 2013


COMO IDENTIFICAMOS UMA VOZ...?
O QUE É VOZ...?
 Fonoção é o som simples produzido pelas PPVV
Voz é a Fonação + Ressonância
 Resultante da vibração das pregas vocais e da sua amplificação
no Trato Vocal
Laringe Infantil x Laringe de Adulto
Laringe infantil
(nasolaringoscopia)

Laringe de adulto
(telelaringoscopia)

Durante a respiração Durante a fonação

Durante a respiração Durante a fonação


PREGAS VOCAIS: Infantil x Adulto
Estrutura de camadas Estrutura de camadas
Pregas Vocais Pregas Vocais
Infância Adulto
Sem ligamento vocal maduro

Camada intermediária e profunda


- começam a se diferenciar entre 6 e 12 anos
Estrutura completa
- após 15 anos
Laringe

Infantil  Adulto
Não é miniatura!

Perde forma de funil


Forma cônica, como funil Infraglote mais ampla
Qual é a relação entre os parâmetros físicos do som e da
música?

 A nota musical têm 4 parâmetros básicos:

Na Música Na Física

altura (dó, ré....) freqüência (Hz)

intensidade (ff, p, ...) potência (dB)

duração (semínima,...) duração (seg)

timbre (violão, flauta, ...) Espectro...


MEMÓRIA

Afinação nada mais é do que a


lembrança que você tem do som...
AFINAÇÃO...

Capacidade de entoar uma nota musical no tom

14 áreas cerebrais e 16 pares de músculos

Muitos desafinados
 Processam a informação musical corretamente
 Incapazes de produzir o tom desejado
Heresniak M, The Care and Training of Adults Bluebirds (Teaching the Singing Impaired). J Singing, 2004, 61:1, 9-25
DESENVOLVIMENTO ONTOGENÉTICO DA VOZ

 SCHRAGER (1966), realizou uma classificação adaptada, que


apresenta 6 fases de evolução de acordo com as características
vocais
6 fases de evolução de acordo com as características vocais

05-fase
ESTABILIZAÇÃO
04-fase
PUBERDADE
02-fase
01-fase PRIMEIRA
06-fase
NEONATAL INFÂNCIA
ˆSENESCÊNCIA

03-fase
SEGUNDA
INFÂNCIA
SCHRAGER (1966)
Desenvolvimento Ontogenético da Voz

4º fase – PUBERDADE

Menino
Diferenciação sexual mais acentuada
Muda vocal: 13 – 14 anos
Redução da F0
Predomínio do registro de peito
Pode apresentar rugosidade, diplofonia, soprosidade

Menina
F0 não se modifica de modo acentuado
Não há período evidente
6 fases de evolução de acordo com as características vocais

05-fase
ESTABILIZAÇÃO
04-fase
PUBERDADE
02-fase
01-fase PRIMEIRA
06-fase
NEONATAL INFÂNCIA
ˆSENESCÊNCIA

03-fase
SEGUNDA
INFÂNCIA
SCHRAGER (1966)
ADOLESCÊNCIA...
 Adolescência – é o período de transição entre o final da infância e
o início da vida adulta
– começa por volta dos 10 anos aos 18anos
– as mudanças mais notáveis que ocorrem durante a adolescência são
transformações físicas que acompanham o desenvolvimento da
maturidade sexual
– é uma patologia transitória e mutável
– Busca de si mesmo e da identidade adulta
– Separação dos pais
– Tendência grupal
Puberdade – é a reação dos hormônios

Processo físico
atingir a maturidade sexual
capacidade de reprodução
início nos primeiros anos da adolescência

desenvolvimento físico ocorre de forma irregular


Mutação Fisiológica, Muda ou Expansão Vocal...
Até puberdade:
laringe menino  menina

Puberdade (9 a 15 anos) muda ou expansão vocal


Fatores hormonais
Crescimento da laringe em seu diâmetro ântero-posterior

Sequência de desenvolvimento dos caracteres sexuais


1. Desenvolvimento genital masculino
2. ↑ estatura e laringe
3. Pelos e pênis
4. Pelos das axilas e da face
PUBERDADE – MUDA ou expansão VOCAL

 A muda vocal é apenas um aspecto das alterações globais que ocorrem no período da
adolescência entre 9 aos 15 anos de idade
– meninos ao redor dos 13 aos 15 anos
– meninas ao redor 12 aos 14 anos
 Segundo Behlau e Pontes (1993) o aparelho fonador sofre um crescimento constante
 A muda vocal representa um período de desequilíbrios fisiológico
– Onde o pescoço se alonga, a laringe desce, o tórax se alarga e a capacidade vital aumenta,
de modo não-harmônico
– Podemos observar: pregas vocais edemaciadas, com bordas irregulares e alterações
vasomotoras
 A musculatura intrínseca da laringe não apresenta tonicidade constante
– para alguns jovens, o canto torna-se difícil
PUBERDADE – MUDA VOCAL

 A testosterona provoca o aumento da cartilagem da laringe


– Com angulação da Cartilagem tireóidea, 90° nos meninos e 120 ° nas
meninas
 A mucosa da laringe perde a transparência, a epiglote achata-se e eleva-
se, havendo uma descida da laringe no pescoço
 As pregas vocais dos meninos podem alongar-se em até 1 cm, enquanto
nas meninas esse crescimento dificilmente passa de 4 mm
– Segundo Kaplan (1960), as pregas vocais atingem nos homens 11 a 16 mm e
nas mulheres 8 a 11 mm.
 Como a voz se origina da vibração dessas pregas vocais, quando ficam
maiores, há mudanças de frequência, ficando mais graves
DISFONIAS POR ALTERAÇÕES DA MUDA VOCAL

 Classificação disfonias da muda vocal


– Mutação prolongada
– Mutação incompleta
– Mutação excessiva
– Mutação precoce
– Mutação retardada
– Falsete mutacional
1. MUTAÇÃO PROLONGADA

 Período da muda vocal persiste por mais tempo que o esperado: além
de 6 meses podendo atingir até 3 anos
 QV rugosa e irregular
 Alternância da frequência fundamental e registros vocais
 Quebras de frequência e sonoridade
 Sinais e sintomas de fadiga vocal
 Pode levar ao quadro de laringite
 Consequência de fatores psicológicos
2. MUTAÇÃO INCOMPLETA

 Descida de 4 ou 5 tons em direção à tessitura da voz adulta,


ao invés de uma oitava
 Manifestação vocal Pré Pós

– Telefone
– Dificuldade na identificação sexual
 Características Vocais
– Voz aguda, esforço fonatório, fadiga vocal
– Limitação na eficiência vocal
3. MUTAÇÃO EXCESSIVA

 Características
– Freqüência grave e registro basal, modulação restrita, laringe
baixa, tensão na cintura escapular
4. MUTAÇÃO PRECOCE

 Orgânica associada ao amadurecimento sexual precoce


 Natureza hormonal
 Frequência grave demais para a idade e estrutura física do
falante
 Falta de integração corpo - voz
5. MUTAÇÃO RETARDADA

 Início da muda após 15 anos


 Orgânica por questões hormonais ou psicogênica
 Não se observam outros caracteres sexuais desenvolvidos
– Cresci/o físico e distribuição de pêlos
 Voz não compatível com a idade
6. FALSETE MUTACIONAL

 Designado por puberfonia


 Exclusivamente funcional
 Houve a muda orgânica, mas não a
comportamental
 Laringe normal - tamanho adulto
– Mantém-se rígida em posição elevada no
pescoço e discreta/e posteriorizada à
fonação
6. FALSETE MUTACIONAL

 Dificuldade de identificação sexual ou medo de assumir as


responsabilidades da vida adulta
 Presentes em deficientes auditivos
 Características vocais
– QV pobre em harmônicos
– Bitonalidade e/ou soprosidade
– Intensidade vocal reduzida
– Rápida fadiga vocal
6. FALSETE MUTACIONAL

 Tratamento: Reabilitação vocal


– Orientação vocal
– Psicodinâmica vocal
– Treinamento vocal com discriminação auditiva
RESUMO

 As características vocais encontrada nas alterações da muda vocal são:


– rouquidão, alteração da frequência fundamental, alterações de intensidade e
ressonância
 Durante o processo da muda vocal a voz fica:
– discretamente rouca e instável, com várias flutuações, tendendo a sons graves
– as quebras de altura na voz são um fenômeno comum que geralmente
desaparecem completamente, após três ou quatro meses
 As disfonias no sexo feminino durante a muda vocal são mais raras
 Porém no sexo masculino são mais frequentes, também chamadas de
puberfonia
A Voz comunica, a Orelha ouve e o Cérebro escuta!!

“A mente que se expande nunca mais volta ao tamanho original”

Albert Einstein
OBRIGADO!!!

CONTATO
juvenaldemoura@uol.com.br
+55 11 98317-1981

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