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Curso de Fonoaudiologia
Ribeirão Preto
26 de junho de 2020
Paciente:
Elizabeth, 58 anos, passou por uma tireoidectomia total. Através da anamnese
relata ser analfabeta e sofrer de depressão. Queixa vocal: mudança vocal após a
cirurgia.
Avaliação:
Feita através de amostra de fala, usado o protocolo CAPE - V, repetição do pataka,
dias da semana, contagem de 1 a 10, análise da vogal sustentada A e E, repetição
de frases, cantar “parabéns pra você”.
Características vocais:
● G - Grau global moderado = 2
● R - Rugosidade moderada = 2
● B - Soprosidade discreta = 1
● A - Astenia ausente = 0
● S - Tensão ausente = 0
● I - Instabilidade discreta = 1
● Apresentou irregularidade na vogal sustentada
● Quebras nos harmônicos
● Quebra de frequências (instabilidade), indica soprosidade (presença de ruído)
● Jitter alterado, o que indica voz disfônica
● Shimmer dentro dos padrões de normalidade
● Voz rouca, é uma qualidade vocal que auditivamente percebe-se um ruído, o
que indica irregularidade de vibração das pregas vocais. Esta voz pode ser
relacionada com lesões orgânicas ou organofuncionais
● Prosódia prejudicada
● Coordenação pneumofonoarticulatória alterada
● O ataque vocal parece se apresentar de forma soprosa
● A velocidade de fala aparenta ser reduzida
● Frequência fundamental = 146 Hz
Hipótese diagnóstica:
Paralisia de prega vocal, por lesão em uma das três ramificações do nervo vago
(precisa realizar a eletromiografia laríngea para confirmação). A HD é sugerida
devido a consequência tireoidectomia que a paciente realizou.
Planejamento terapêutico:
Devemos levar em consideração o quadro depressivo da paciente, assim pensamos
em realizar uma terapia mais interativa, que aumente seu ânimo, tornando uma
terapia prazerosa. Pois sua principal queixa é de não consegue se comunicar,
“ninguém a escuta e se sente sozinha”. Objetivos da terapia: Melhorar coaptação
glótica, melhorar qualidade vocal, maximizar a qualidade da vocação, melhorar
coordenação pneumofonoarticulatória, aumentar intensidade vocal, aumentar o
tempo máximo de fonação e melhorar a prosódia.
Estratégias de fonoterapia:
2. Técnica de Som Basal/ Vocal Fry: Emissão do som mais grave possível.
Durante a execução da técnica, percebe-se pulsos de vibração glótica. O
som basal deve ser grave e crepitante. A técnica permite adaptação
miofuncional mais saudável, por meio da coaptação glótica e aumento da
amplitude de vibração da mucosa e essa proporciona o decréscimo da
frequência fundamental. Variação utilizada: Vogal A, com variação de
prosódia, para evitar monotonia. Observação: vale lembrar que deve-se
realizar a prova terapêutica, pois por apresentar tensão supraglótica pode ser
que a paciente não consiga realizar.
Observação geral:
Deve-se lembrar que essas técnicas vão depender da individualidade da paciente.
Para todas, será realizado provas terapêuticas com a finalidade de observar suas
capacidades (se está adequado, se é efetivo para a terapia).
Deve-se levar em consideração o sua condição de analfabetismo, pois isso impede
a realização de algumas técnicas. Precisa visar, sempre, o conforto e as habilidades
da paciente.