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Nome: Profa: Gabriela Barros Turma:

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A influência das Vanguardas Europérias


no Modernisno brasileiro
Texto 1 - “O modernismo no Brasil foi uma ruptura, foi um abandono consciente de princípios e de
técnicas, foi uma revolta contra a inteligência nacional”. (Mário de Andrade, in: O movimento
modernista, O Estado de São Paulo, 1942). Essa citação de Mário de Andrade resume bem o que o
modernismo representou para o Brasil do início do século XX.
O movimento modernista no Brasil teve seu pontapé inicial em 1912, quando Oswald de Andrade
volta de uma viagem a Europa, onde passou por países como França, Itália e Alemanha. Ele volta
trazendo consigo as novidades do velho continente, a queda da Belle Époque e o novo discurso
vanguardista que tomava conta do cenário intelectual e artístico europeu. Dentre todos os artistas
com quem conversou, Oswald ficou particularmente contagiado pelo discurso de Felippo Marinetti, o
idealizador do futurismo.
Nessa época vivíamos em um país dividido, com estilos de vida absolutamente destoantes. Se por
um lado víamos as regiões norte, nordeste e centro-oeste pobres e abandonadas, que sobreviviam
basicamente do comércio de commodities, víamos também as regiões sul e sudeste que iniciavam
sua industrialização a todo vapor, sedes da intelectualidade e da aristocracia, onde se concentravam
não só a maior parte do dinheiro, mas também o poder de governar o país que era alternado entre
São Paulo e Minas Gerais.
E, foi precisamente no sudeste, mais especificamente no estado de São Paulo, que o modernismo
começou a ganhar contornos e nuances. Os contornos e nuances de Anita Malfatti.
As duas exposições de Anita, em 1914 e 1917, respectivamente, foram ainda que não
intencionalmente, a sintetização do discurso já inflamado de Oswald de Andrade. Suas formas, cores
e texturas que pretendiam, sobretudo, questionar os cânones estéticos que legitimavam a obra e
arte, escandalizaram a sociedade tradicionalista paulistana, acostumada ao academismo da arte
romântica e parnasiana, vigentes até então.
Anita e sua arte com inspirações nitidamente expressionistas e fauvistas, não só abriram espaço
para a pintura no cenário artístico de São Paulo, que até então ignorava esta forma de arte, como
reuniu em torno de si a juventude intelectual do país, através das vozes de Oswald e Mario de
Andrade, que foram em sua defesa, já que esta recebeu duras críticas da imprensa do país que se
mostrou chocada com a nova estética que se apresentava.

Fig. 1- Anita Malfatti, “A


boba”, óleo sobre tela, 61x
50,5cm (1915-16).
Fig. 2- Anita Malfatti, “Uma
estudante”. óleo s/ tela
76,5x60,5.
(1915-16.)
A reunião destes jovens intelectuais ganharia ainda mais força, quando a este grupo uniram-se
o pintor Emiliano Di Cavalcanti e o escultor Victor Brecheret. Estes três artistas Anita, Victor e Di
podem ser considerados a trinca estimuladora de renovação das artes no Brasil, aqueles que
alavancariam o movimento modernista.
A arte feita no Brasil até então, era apenas uma repetição vazia e copiada do modelo europeu-
colonizador, e já não satisfazia os jovens artistas que estavam surgindo. Estes, mesmo que em sua
maioria voltando do velho continente atônitos e inspirados pelo novo discurso estético por lá
criado, sentiam-se incomodados com a artificialidade da arte nacional.
E se faltava brasilidade na arte brasileira, este foi o impulso inicial para o modernistas
lançarem à terra suas sementes cujos frutos colhemos até os dias de hoje. Começaram, pois, uma
série de questionamentos: como construir uma identidade nacional para o país através da arte?
Como identificá-la com o povo que vive aqui?
Todo o processo de busca, desenvolvimento e consolidação estética destas respostas acabou
culminando no evento mais célebre deste movimento artístico que se iniciava no Brasil.

Exercício de Fixação Roberta Calixto

1) Movimento literário brasileiro que recebeu 4) Muitos escritores fizeram parte


influências de vanguardas europeias, tais como da primeira geração modernista no
o Futurismo e o Surrealismo: Brasil, exceto:
a) Modernismo
b). Parnasianismo a) Mário de Andrade
c) Romantismo b) Oswaldo de Andrade
d) Realismo c) Cassiano Ricardo
e) Simbolismo d) Carlos Drummond de Andrade
e) Di Cavalcanti
2) A primeira fase do modernismo literário Texto 3:
brasileiro, que durou de 1922 a 1930, teve como
principal característica: 5) O capoeira
a) uso de poemas de forma fixa, como o soneto.
b) linguagem rebuscada e acadêmica. — Qué apanhá sordado?
c) valorização das raízes culturais brasileiras. — O quê?
d) pessimismo e oposição ao romantismo. — Qué apanhá?
e) foco em temas relacionados com a colonização. Pernas e cabeça na calçada.
Texto 2: (Oswald de Andrade. Poesias reunidas. 5.ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. p. 94)
3) Oswald de Andrade foi um dos principais autores
da primeira fase do modernismo no Brasil. Na
poesia, o que escritor propõe? Sobre a linguagem modernista é incorreto
afirmar:
Dê-me um cigarro a) busca de uma linguagem mais coloquial.
Diz a gramática b) valorização de temas ligados ao cotidiano.
Do professor e do aluno c) uso dos versos livres, sem métrica
E do mulato sabido definida.
Mas o bom negro e o bom branco d) arte pela arte ou arte sobre a arte.
Da Nação Brasileira e) irreverência e subjetivismo dos textos.
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

(Pronominais, Oswald de Andrade)


6) Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a
cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se
considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de
Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita
Malfatti e outros artistas modernistas:
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a
originalidade e os temas nacionais.
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita,
afetando a criação artística nacional.
c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como
finalidade a prática educativa.
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade
artística ligada à tradição acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas
abordados.

7) A primeira geração modernista ficou conhecida como “fase heroica” por tentar criar uma
identidade mais brasileira se astando dos moldes europeus. Assim, houve diversos grupos,
revistas e manifestos que foram criados nesse momento, exceto:
a) Movimento Verde-Amarelo
b) Revista Klaxon
c) Movimento Pau-Brasil
d) Movimento Antropofágico
e) Poesia de 30

8) “No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do
medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do
Uraricoera, que a índia, tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de
Macunaíma.”
Macunaíma é um dos mais emblemáticos romances da primeira fase do modernismo no Brasil.
Escrito por Mario de Andrade e publicado em 1928, essa obra é considerada uma rapsódia, pois:
a) trata-se de um poema épico cantado baseado na obra de Homero, poeta grego da antiguidade.
b) trata-se de um conjunto de poemas clássicos baseados em temas da mitologia grega.
c) trata-se de uma obra literária que absorve todas as tradições orais e folclóricas de um povo.
d) trata-se de uma obra literária que reúne as tradições dos colonizadores portugueses.
e) trata-se de um conjunto de poemas selecionados do escritor modernista Mario de Andrade.

6) Em seu caderno, faça um fichamento sobre o texto 1, com um percurso gerador de sentido. Ou
seja, os pontos principais, encadeamento de acontecimentos.

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