O Movimento Antropofágico foi uma corrente de vanguarda que marcou a primeira
fase modernista no Brasil. Liderado por Oswald de Andrade (1890-1954) e Tarsila do Amaral (1886-1973), a finalidade principal era de estruturar uma cultura de caráter nacional. A proposta do movimento era a de assimilar outras culturas, mas não copiar. A marca símbolo do Movimento Antropofágico é o quadro Abaporu (1928) de Tarsila do Amaral, o qual foi dado de presente ao marido, Oswald de Andrade. 2. Quais as semelhanças entre o quadro e o trecho do manifesto? A obra Abaporu da artista Tarsila do Amaral foi pintada em 1928. A intenção da artista era presentear Oswald de Andrade, com quem ela era casada na época. A pintura foi entregue a ele no dia 11 de janeiro daquele ano, o dia do seu aniversário. Oswald se encantou com a obra, e convidou seu amigo, o também escritor Raul Bopp, para mostrá-lo cada detalhe da pintura. Eles se encantaram com o quadro, pois não seguia nenhum dos movimentos artísticos europeus da época, sendo símbolo da arte genuinamente brasileira. Abaporu, então, inspirou o Manifesto Antropofágico publicado na Revista de Antropofagia, que circulou ainda em 1928. Tarsila e Oswald, juntos com Anitta Malfatti, Menotti del Picchia e Mário de Andrade, irmão de Oswald, formavam o principal grupo do período da arte moderna, conhecido como Grupo dos Cinco. 3. Que influências o quadro tem das vanguardas européias? E o que ele traz de brasileiro? A ideia do movimento teve início na Europa, quando Oswald de Andrade assiste ao Manifesto Futurista, do italiano Felippo Tomaso Marinetti. Oswald estava em Paris quando Marinetti anuncia o compromisso da literatura com a nova civilização técnica, marcada sobretudo, pelo combate o academismo. Assim, a permanência na Europa influenciou diretamente Oswald no período marcado pela decadência do Parnasianismo e do Simbolismo. Os ideais modernistas ganham força e juntamente com Menotti del Picchia (1892-1988) e Mário de Andrade (1893-1945) eles passam a escrever para os jornais brasileiros. Apoiados nos ideais do Futurismo, eles rompem com o tradicionalismo e o conservadorismo. 1. O ponto de encontro das ideias iniciais foi “A semana de arte moderna”. O que representou este evento para a literatura modernista? A Semana de Arte Moderna chocou parte da sociedade ao trazer uma nova visão sobre os processos artísticos. O evento foi a expressão da ruptura com o passado, da renovação de linguagem, da busca pela experimentação e da liberdade de criação e da ruptura com o passado. 2. Quais foram os escritores desse período, considerados os mais importantes? Os artistas modernistas que merecem destaque nessa primeira fase fizeram parte do chamado “Grupo dos Cinco”. Esse grupo esteve composto pelos artistas: Mário de Andrade (1893-1945) Oswald de Andrade (1890-1954) Menotti Del Picchia (1892-1988) Tarsila do Amaral (1886-1973) Anita Malfatti (1889-1964) Importante lembrar que muitos artistas foram estudar na Europa, sobretudo em Paris (centro irradiador cultural e artístico da época) e trouxeram inovações no campo das artes. 3.foram as características do modernismo brasileiro, na primeira geração? Nacionalismo crítico e ufanista; Valorização do cotidiano; Resgate das raízes culturais brasileiras; Críticas à realidade brasileira; Renovação da linguagem; Oposição ao parnasianismo e ao academicismo; Experimentações estéticas; Renovações artísticas; Ironia, sarcasmo e irreverência; Caráter anárquico e destruidor; Uso de versos livres e brancos. 4. Descreva o contexto histórico e social do Brasil no primeiro momento (1ª geração) do modernismo: O modernismo foi um movimento artístico e literário que surge em muitos países no início do século XX. Ele nasce no período denominado entre guerras, visto que a Primeira Guerra Mundial ocorreu de 1914 a 1918 e a segunda de 1939 a 1945. No Brasil, o período vigente é a primeira fase da República, chamado de República Velha (1889-1930). Esse contexto esteve marcada pelas oligarquias cafeeiras (São Paulo) e as oligarquias do leite (Minas Gerais). 5. Um dos responsáveis pela Semana de arte moderna, Mario de Andrade também participou da 1ª geração modernista. O que mais podemos dizer sobre a sua produção artística? Mário de Andrade é um importante escritor do Modernismo brasileiro. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1893, e morreu em 1945, nessa mesma cidade. Participou da Semana de Arte Moderna, que inaugurou o Modernismo no Brasil. Buscou divulgar, em seus textos, elementos da cultura brasileira e criar um sentimento de identidade nacional. Seu livro mais conhecido é Macunaíma, que traz como subtítulo: “o herói sem nenhum caráter”. Nessa obra, o escritor, além de mostrar elementos do folclore nacional, traça um perfil bastante crítico do caráter do povo brasileiro. Mas pretende também divulgar aquilo que ele chamava de “língua brasileira”, com características distintas do português formal. Como escreveu o autor, em seu livro Pauliceia desvairada: “Escrevo brasileiro”. 6. Quais foram as revistas publicadas nesse período para divulgação das ideias e inovações modernistas? Explique a intenção de cada uma: Klaxon – mensário de arte moderna: surgiu em maio de 1922, em São Paulo, logo após a Semana de Arte Moderna. Entre 1922 e 1923 publicou nove números. Foram seus principais colaboradores: Oswald e Mário de Andrade, Graça Aranha, Menotti Del Picchia, Manuel Bandeira, para só citar esses nomes. Klaxon foi a mais representativa das revistas modernistas. Buscava a ideia de que a arte não deveria ser uma cópia da realidade e cultuava o progresso e buscava a atualidade. • Revista de Antropofagia: conheceu duas fases ou, como diziam seus criadores, duas dentições: 1ª. Revista mensal de oito páginas; de maio de 1928 a janeiro de 1929, publicou dez números. 2ª. Reduzida a uma página do Diário de São Paulo, tornou-se semanal, saindo 16 vezes, com algumas irregularidades, entre 17 de março e 10 de agosto de 1929. Apesar da vida breve, exerceu forte influência literária. Nela publicaram trabalhos, entre outros, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Ascenso Ferreira, Augusto Meyer, Murilo Mendes e Manuel Bandeira. • Estética: surgiu em 1924, no Rio de Janeiro. Entre 1924 e 1925 publicou apenas três números. Dirigida por Prudente de Morais e Sérgio Buarque de Holanda, deu continuidade, no Rio de Janeiro, as ideias da paulista Klaxon. Foram seus colaboradores, praticamente, todos os escritores-colaboradores da Klaxon. • A Revista: surgiu em 1925 e perdurou até 1926. Foi responsável pela divulgação do Modernismo em Minas Gerais; seu grande colaborador foi Carlos Drummond de Andrade. • A Festa: lançada no Rio de Janeiro , em 1927, por Tasso de Oliveira. Seguia a linha do movimento espiritualista, o que recrutou um bom número de pensadores, filósofos e escritores católicos. Alcançou grande representatividade literária a partir de 1930. • Revista Joaquim: de circulação nacional, surgiu no Paraná em 1947 e perdurou até 1947. Era editada e dirigida por Dalton Trevisan. 7. Além da revistas houve também os Manifestos Modernistas. Descreva-os em suas características e pretensões e autores envolvidos: Através das características desses manifestos, temos por análise a identificação de duas posturas nacionalistas distintas: de um lado o nacionalismo consciente, crítico da realidade brasileira, e de outro um nacionalismo ufanista, utópico, exacerbado. Os principais escritores da primeira fase do Modernismo são: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado.