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Etapa Ensino Médio Língua

Portuguesa

A poética de Oswald
de Andrade e as
revistas modernistas
3ª SÉRIE
Aula 13 – 3º Bimestre
Para começar
● Na aula anterior, vocês estudaram o Manifesto Antropófago,
escrito por Oswald de Andrade e publicado na Revista
Antropofágica. Mas vocês sabiam que esse não é o único
manifesto modernista do autor, nem a revista é exclusiva na
divulgação das tendências do Modernismo?
● Nesta aula, vamos conhecer um pouco mais sobre o autor e
investigar revistas modernistas.

O Manifesto da Poesia Pau-Brasil, lançado em


1924 e influenciado pelas vanguardas europeias, é
considerado um movimento nativista, que defendia a
originalidade da linguagem e uma poesia ingênua,
que seria a autêntica poesia brasileira de exportação.
Foco no conteúdo
Oswald de Andrade, nascido em 1890 e falecido em 1954, foi um dos
mais importantes escritores, poetas e pensadores brasileiros do século
XX. Reconhecido como um dos fundadores e líderes do Modernismo
brasileiro, deixou um legado duradouro e impactante na literatura e na
cultura brasileira. Oswald foi um agente de transformação, provocando
rupturas com as convenções artísticas e literárias da época, deixando
um legado literário que continua a inspirar e desafiar gerações. Além
de sua obra mais conhecida, Manifesto Antropófago, vocês já
estudaram os poemas “pronominais”, “O capoeira” (bimestre passado)
e “Erro de português”. Com uma escrita experimental, ousada e cheia
de ironia, Oswald de Andrade explorou temas como a miscigenação, a
brasilidade, a crítica social e, principalmente, a apropriação linguística
pelo povo, ou seja, ele pensava a língua como produto social.
Na prática
Sobre o poema de Oswald de
Andrade, analise as seguintes Vício na fala
proposições: Para dizerem milho dizem mio
I. O poema de Oswald de Andrade Para melhor dizem mió
volta-se contra o preconceito Para pior pió
linguístico e nos chama a atenção para Para telha dizem teia
a necessidade de uma espécie de ética Para telhado dizem teiado
linguística pautada na diferença entre E vão fazendo telhados.
as línguas, nesse caso em uma única
língua. Oswald de Andrade
Na prática
II. O poema critica a maneira de falar do povo brasileiro, sobretudo
das classes incultas que desconhecem o nível formal da língua.
III. Para ele, os falantes que dizem “mio”, “mió”, “pió”, “teia”, “teiado”,
de certa forma, constroem um “telhado”, ou seja, criam novas formas
de pronúncia que se sobressaem, em muitos casos, à norma culta.
IV. A palavra “vício”, encontrada no título do poema, denota certo
preconceito linguístico do autor, que julga a norma culta superior ao
coloquialismo presente na fala das pessoas menos esclarecidas.

a) Todas estão corretas. c) I, III e IV estão corretas.


b) I e III estão corretas. d) II e III estão corretas.
Na prática Correção
a) Todas estão corretas. c) I, III e IV estão corretas.
b) I e III estão corretas. d) II e III estão corretas.

I. O poema de Oswald de Andrade volta-se contra o


preconceito linguístico e nos chama a atenção para a
necessidade de uma espécie de ética linguística pautada na
diferença entre as línguas, nesse caso em uma única língua.

III. Para ele, os falantes que dizem “mio”, “mió”, “pió”, “teia”,
“teiado”, de certa forma, constroem um “telhado”, ou seja,
criam novas formas de pronúncia que se sobressaem, em
muitos casos, à norma culta.
Foco no conteúdo
Além da Revista de Antropofagia, na qual foi
publicado o Manifesto Antropófago, várias outras
revistas foram lançadas e tornaram-se espaços de
debate, difusão de ideias e manifestações artísticas que
ajudaram a moldar a identidade cultural do Brasil.
Essas revistas foram importantes não apenas por
divulgar obras literárias e artísticas, mas também por
conectar diferentes artistas e intelectuais do movimento
modernista, estabelecendo um diálogo enriquecedor
entre eles. Por meio dessas publicações, o Modernismo
brasileiro ganhou visibilidade e impactou profundamente
a cultura e a sociedade da época, abrindo portas para
uma nova era de expressão e experimentação artística.
Aplicando
Acessem o QR Code para navegar pelas principais revistas
que divulgaram as tendências modernistas brasileiras:
Etapa Ensino Médio Língua
Portuguesa

Revistas e manifestos
modernistas
3ª SÉRIE
Aula 14 – 3º Bimestre
Foco no conteúdo
Klaxon foi a primeira revista modernista brasileira,
publicada entre 1922 e 1923, sendo um dos principais
veículos a difundir as ideias do movimento no país. Seus
colaboradores, como Mário de Andrade e Menotti del Picchia,
buscavam romper com os padrões estéticos vigentes,
valorizando a expressão individual e a renovação artística.
A revista foi, sem dúvida, a mais audaciosa, a mais renovadora e a
mais criativa, não só por sua belíssima diagramação, como pelas
modernas ilustrações de Brecheret e Di Cavalcanti. A revista traz artigos e
poemas de autores franceses, italianos e espanhóis, todos em suas línguas
originais; e, além disso, poemas de Manuel Bandeira e Sérgio Milliet
compostos em francês. Irreverente e sarcástica, Klaxon apresenta um
perfil de típica agressividade vanguardista.
Foco no conteúdo

A revista Estética surgiu em 1924, no Rio de Janeiro.


Entre 1924 e 1925 publicou apenas três números.
Dirigida por Prudente de Morais e Sérgio Buarque de
Holanda, deu continuidade, no Rio de Janeiro, às ideias da
paulista Klaxon. Foram seus colaboradores, praticamente,
todos os escritores-colaboradores da Klaxon.
Com vertente antropofágica, tem como norte o nacionalismo, a
intenção de reconstruir a história do movimento modernista e de
levantar seus princípios estéticos. Em Estética, pode-se identificar o
esforço de transformar o movimento modernista, fazendo-o passar do
período polêmico ao de afirmação construtiva.
Foco no conteúdo
A Revista, de 1925, foi uma importante expressão do
movimento modernista no contexto regional brasileiro.
Fundada por um grupo de intelectuais mineiros, entre eles
Carlos Drummond de Andrade e Emílio Moura, a revista
teve como objetivo principal romper com os padrões
estéticos e culturais vigentes na época.
Inovadora e vanguardista, A Revista se destacou pela experimentação e
pela valorização da identidade local. Por meio de seus ensaios, poemas e
crônicas, explorava temas como o regionalismo, o cotidiano e a crítica social,
apresentando uma visão singular sobre a cultura e a sociedade mineira. Com
linguagem ousada e provocativa, misturava o velho com o novo, entretendo
o leitor com poesias, comerciais de cigarros, de ternos, de perfumes, relatos
e notícias.
Foco no conteúdo
Terra Roxa e outras Terras, de 1926, foi uma revista que
teve uma breve, porém significativa, existência. Editada por
Alceu Amoroso Lima e Antônio Olinto, tinha como propósito ser
um veículo cultural abrangente, indo além da literatura.
A revista abordava uma variedade de temas e resgatava certas diretrizes
que uniam e identificavam o grupo paulista responsável por sua produção.
Essas diretrizes eram exploradas em discussões sobre raça, cultura,
brasilidade, imigração, bandeirantismo, Anchieta e a identidade paulistana,
sendo esta última o tema central que orientava os demais.
Além disso, o periódico buscava criar uma nova tradição para o país, de
acordo com seus objetivos como jornal literário, valorizando figuras
esquecidas e elevando-as como símbolos da nacionalidade, em detrimento de
outras que anteriormente haviam sido consolidadas.
Foco no conteúdo
A revista Verde, lançada em 1926, foi um importante
veículo de divulgação do movimento modernista. Idealizada
por Murilo Mendes e Emílio Moura, a publicação buscava
romper com o tradicionalismo literário, explorando temas
como a espiritualidade, a modernidade e a liberdade criativa.
A revista trouxe contribuições de escritores e artistas mineiros,
consolidando-se como um espaço de renovação estética e cultural.
A publicação incluía variados textos teóricos, críticos e literários, além de
pequenos ensaios, resenhas e xilogravuras, no entanto, ao longo das seis
edições, a poesia se tornou o destaque principal da revista. A criação da
revista pode ser vista como uma contribuição para o desenvolvimento da
literatura regionalista de 1930, fazendo crítica social e enfatizando o
regionalismo, características importantes da literatura dessa época.
Foco no conteúdo

A Revista de Antropofagia, lançada em 1928, foi um


marco na história do modernismo brasileiro. Encabeçada
por Oswald de Andrade, Raul Bopp e seus colaboradores, a
publicação defendia a ideia de uma "antropofagia cultural",
propondo a incorporação e a reinvenção das influências
estrangeiras dentro de uma perspectiva nacional.
A revista foi um importante espaço para debates sobre identidade, arte
e política, caracterizando-se pelo espírito irreverente, pelas ideias
combativas, pela tomada de posições radicais, envolvendo,
principalmente, experiências estética e cultural. Teve duas fases, numa
alusão ao tema da antropofagia, seus mentores chamaram a segunda
etapa da revista de 2ª “dentição”.
Foco no conteúdo
As revistas modernistas foram importantes não apenas por divulgar
obras literárias e artísticas, mas também por conectar diferentes artistas
e intelectuais do movimento modernista, estabelecendo um diálogo
enriquecedor entre eles. Por meio dessas publicações, o modernismo
brasileiro ganhou visibilidade e impactou profundamente a cultura e a
sociedade da época, abrindo portas para uma nova era de expressão e
experimentação artística.
Além das revistas e dos manifestos já apresentados (Antropófago e da
Poesia Pau-brasil), destacam-se como difusores das ideias modernistas:
- O Manifesto Verde-Amarelo, de Menotti del Picchia, lançado em
1926, que defendia a renovação das artes plásticas e a valorização da
brasilidade através da natureza e das cores do país.
Foco no conteúdo
• O Manifesto Regionalista, que defendia a valorização das
tradições e características culturais de cada região do Brasil.
Nesse manifesto, Mário de Andrade ressaltava a importância de
conhecer e valorizar as peculiaridades regionais, ao invés de
buscar uma homogeneização cultural. Esse movimento
regionalista também teve influência na literatura, com obras que
retratavam as particularidades e diversidades do país;
• O Manifesto da Poesia Modernista, escrito por Manuel
Bandeira em 1924, apresentava os princípios estéticos do
modernismo na poesia, como a liberdade formal, a valorização da
linguagem cotidiana e a ruptura com a métrica tradicional.
Na prática

Leia atentamente e responda à questão:


(UDESC 2010) - As proposições abaixo se referem ao
Modernismo e aos seus Manifestos. Assinale a alternativa
incorreta.
Na prática
a) O Manifesto Verde-Amarelo, formado por um grupo de escritores jovens,
surgiu logo depois do Movimento Pau-Brasil e tinha como objetivo dar
continuidade ao Romantismo, que focava o homem português como herói
nacional.
b) Na “Grande Noite” da Semana da Arte Moderna, Menotti del Picchia fora
vaiado ao apresentar o seu discurso, ilustrado com alguns poemas e excertos.
c) O Manifesto Pau-Brasil (1924) propunha uma literatura autenticamente
nacionalista com base nas características do povo brasileiro e combatia a
influência estrangeira na literatura.
d) A ideia do Manifesto Antropofágico surgiu quando Tarsila do Amaral
presenteou seu marido, Oswald de Andrade, com a sua obra – a tela Abaporu.
e) O Movimento da Escola da Anta, que fazia parte do Manifesto Verde-Amarelo,
representava a proposta do nacionalismo primitivo, elegendo como símbolo
nacional a anta, além de valorizar a língua indígena “tupi”.
Na prática Correção

(UDESC 2010) - As proposições abaixo se referem ao Modernismo


e aos seus Manifestos. Assinale a alternativa incorreta.
a) O Manifesto Verde-Amarelo, formado por um grupo de
escritores jovens, surgiu logo depois do Movimento Pau-Brasil e
tinha como objetivo dar continuidade ao Romantismo, que focava
o homem português como herói nacional.
Aplicando
Para finalizar os estudos acerca da Semana de 22 e a
implementação do Modernismo brasileiro, responda:
(UFPR) "A ambição do grupo [modernista] era grande: educar o
Brasil, curá-lo do analfabetismo letrado, e, sobretudo, pesquisar
uma maneira nova de expressão, compatível com o tempo do
cinema, do telégrafo sem fio, das travessias aéreas
intercontinentais".
(Boaventura, M. E. A Semana de Arte Moderna e a Crítica Contemporânea: vanguarda e
modernidade nas artes brasileiras. Conferência - IEL-Unicamp, 2005, p. 5-6. Fonte:
http://www.iar.unicamp.br/dap/vanguarda/artigos.html).

Conforme o trecho acima e os conhecimentos sobre a Semana de Arte


Moderna de 1922 e o modernismo brasileiro subsequente, é correto
afirmar:
Aplicando
a. A Semana de 1922 marcou o modernismo inspirado em vanguardas
europeias, buscando uma nova arte com uma identidade brasileira
experimental, miscigenada, antropofágica e cosmopolita. O movimento
celebrava o progresso da nação, simbolizado pelo desenvolvimento da
cidade de São Paulo.
b. A Semana foi o grande marco da arte moderna brasileira, caracterizando-
-se pela busca por uma imitação do surrealismo e do cubismo, realizada
por acadêmicos em constante contato com os artistas europeus.
c. A Semana de 1922 somou-se ao regionalismo nordestino para mostrar as
raízes da cultura brasileira, recusando qualquer interferência da arte
estrangeira. Os modernistas fizeram, com isso, uma forte crítica à
modernização e a alfabetização brasileira.
Aplicando

d. Monteiro Lobato e Mário de Andrade lideraram a Semana de 1922,


que teve o intuito de aliar as produções mais recentes no campo da
música, literatura e artes plásticas futuristas com as obras
tradicionalistas da arte brasileira.
e. Os modernistas passaram a se organizar, depois da Semana de
1922, para efetivar uma arte revolucionária nos moldes do realismo
soviético, pois acreditavam na conscientização da população para
uma mudança no poder.
Aplicando Correção
Conforme o trecho acima e os conhecimentos sobre a Semana de Arte
Moderna de 1922 e o modernismo brasileiro subsequente, é correto
afirmar:
a) A Semana de 1922 marcou o modernismo inspirado em
vanguardas europeias, buscando uma nova arte com uma
identidade brasileira experimental, miscigenada, antropofágica
e cosmopolita. O movimento celebrava o progresso da nação,
simbolizado pelo desenvolvimento da cidade de São Paulo.

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