Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LÍVIA NATÁLIA
• Se dedica a estudar a Literatura Negra escrita por mulheres no Brasil e nos PALOP, com recorte
em gênero, raça e sexualidades.
ESCRITA LITERÁRIA
• Água negra. Salvador: EPP, 2011. (poesia).
• Correntezas e outros estudos marinhos. Salvador: Ogum’s Toques Negros, 2015. (poesia).
• Água negra e outras águas. Salvador: EPP, 2016. (poesia).
• Dia bonito pra chover. Rio de Janeiro: Malê, 2017. (poesia).
• Sobejos do mar. Salvador: EPP; Caramurê Publicações, 2017. (poesia).
• As férias fantásticas de Lili. São Paulo: Ciclo Contínuo, 2018. (infantojuvenil).
• Coletânea de Literatura Feminina Negra Louva Deusas. Organização de Louva Deusas. São Paulo:
[s.n.], 2012.
• Ogum’s toques negros: coletânea poética. Organização de Guellwaar Adún, Mel Adún e Alex Ratts.
Salvador: Ogum’s Toques Negros, 2014.
A LITERATURA AFRO-
BRASILEIRA DE LÍVIA NATÁLIA
• FEMINISMO NEGRO;
• RELIGIOSIDADE DE ORIGEM AFRICANA;
• DEBATE E EXPOSIÇÃO DO RACISMO NO BRASIL;
• MILITÂNCIA CONTRA TRAÇOS COLONIAIS AINDA PRESENTES NA
ATUALIDADE.
ASSOCIAÇÕES TEÓRICAS
• TENTATIVA DO ROMPIMENTO DA ALIENAÇÃO COLONIAL;
• EXISTE NA POSSE DA LINGUAGEM UMA EXTRAORDINÁRIA POTÊNCIA;
• UMA LITERATURA QUE APRESENTA UM SUJEITO DE ENUNCIAÇÃO QUE SE
AFIRMA E SE QUER NEGRO;
ESTUDO MARINHO para Lise Arruda
Iemanjá me atirou uma palavra de pele salgada
para fazer um poema de escamas
e dar à Kianda da minha poesia
pés de peixe e algo do que balouça
na Água clara quando o peixe nada.
A palavra veio num escapulido macio
E mergulhou no azul de suas entranhas.
Nadou ferindo as marolas, e eu, de anzol nos beiços,
me atirei no seu canto empolado
já enredada nas notas finas.
Muito mergulhei e, no que me vi,
virei eu mesma uma sereia-kianda de pés encantados.
Vivo agora nos naufrágios mergulhada
onde as palavras tem olhos e guelras,
e respiram se abrindo para a Água que nelas se
encharca.
Lá, onde dormem as pedras negras,
os sobejos de gente,
os pedaços de pente
e as conchas partidas,
mora a minha palavra,
com sua cauda marinha.
(Natália, p. 39)
FREUDIANA
No mais fundo dos homens que amo
há meu pai, com sua carne de maresias.
Ele se desenha na pele dos meus homens
como o mar inscreve, no peixe, as escamas.
(p. 71)
CONCLUSÃO