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LITERATURA AFRO-BRASILEIRA EM

LÍVIA NATÁLIA

DISCENTES: JESSICA RENATA OLIVEIRA DA SILVA


PRISCILA
INTRODUÇÃO
O que torna a escrita afro-brasileira
distinta do conjunto das letras nacionais?
• “o negro é o tema principal da literatura negra"
• uma visão de mundo identificada à história, à cultura, logo
a toda problemática inerente à vida desse importante
segmento da população.
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO
• Quem é Lívia Maria Natália?
• Formação acadêmica;
• Escrita literária;
• A literatura afro-brasileira de Lívia Natália;
• Associações teóricas;
• Análise dos poemas;
• Comentários e conclusão;
• Referências
QUEM É LÍVIA MARIA NATÁLIA?
FORMAÇÃO ACADÊMICA
• Mestre  em Letras (2005);

• Doutora (2008) em Teorias e Crítica da Literatura e da Cultura pela Universidade Federal da


Bahia (UFBA);

• Atualmente é Professora Adjunta do setor de Teoria da Literatura da UFBA;

• Se dedica a estudar a Literatura Negra escrita por mulheres no Brasil e nos PALOP, com recorte
em gênero, raça e sexualidades.
ESCRITA LITERÁRIA
• Água negra. Salvador: EPP, 2011. (poesia).
• Correntezas e outros estudos marinhos. Salvador: Ogum’s Toques Negros, 2015. (poesia).
• Água negra e outras águas. Salvador: EPP, 2016. (poesia).
• Dia bonito pra chover. Rio de Janeiro: Malê, 2017. (poesia).
• Sobejos do mar. Salvador: EPP; Caramurê Publicações, 2017. (poesia).
• As férias fantásticas de Lili. São Paulo: Ciclo Contínuo, 2018. (infantojuvenil).
• Coletânea de Literatura Feminina Negra Louva Deusas. Organização de Louva Deusas. São Paulo:
[s.n.], 2012.
• Ogum’s toques negros: coletânea poética. Organização de Guellwaar Adún, Mel Adún e Alex Ratts.
Salvador: Ogum’s Toques Negros, 2014.
A LITERATURA AFRO-
BRASILEIRA DE LÍVIA NATÁLIA
• FEMINISMO NEGRO;
• RELIGIOSIDADE DE ORIGEM AFRICANA;
• DEBATE E EXPOSIÇÃO DO RACISMO NO BRASIL;
• MILITÂNCIA CONTRA TRAÇOS COLONIAIS AINDA PRESENTES NA
ATUALIDADE.
ASSOCIAÇÕES TEÓRICAS
• TENTATIVA DO ROMPIMENTO DA ALIENAÇÃO COLONIAL;
•  EXISTE NA POSSE DA LINGUAGEM UMA EXTRAORDINÁRIA POTÊNCIA;
• UMA LITERATURA QUE APRESENTA UM SUJEITO DE ENUNCIAÇÃO QUE SE
AFIRMA E SE QUER NEGRO;
 ESTUDO MARINHO                 para Lise Arruda
              Iemanjá me atirou uma palavra de pele salgada
                para fazer um poema de escamas
                e dar à Kianda da minha poesia
                pés de peixe e algo do que balouça
                na Água clara quando o peixe nada.
  A palavra veio num escapulido macio
  E mergulhou no azul de suas entranhas.
  Nadou ferindo as marolas, e eu, de anzol nos beiços,
  me atirei no seu canto empolado
  já enredada nas notas finas.
  Muito mergulhei e, no que me vi,
  virei eu mesma uma sereia-kianda de pés encantados.
                Vivo agora nos naufrágios mergulhada
                onde as palavras tem olhos e guelras,
                e respiram se abrindo para a Água que nelas se
                encharca.
                Lá, onde dormem as pedras negras,
                os sobejos de gente,
                os pedaços de pente
                e as conchas partidas,
                mora a minha palavra,
                com sua cauda marinha.
                                 (Natália, p. 39)
FREUDIANA
No mais fundo dos homens que amo
há meu pai, com sua carne de maresias.
Ele se desenha na pele dos meus homens
como o mar inscreve, no peixe, as escamas.

(Todo corpo em que derivo absorta


tem algo de sua voz pedregosa.)

Nas peles negras em que me banho


flutua sua existência de maré:
prenhe de naufrágios.

Aos pés destes timoneiros delicados


que pensam singrar minhas águas
sou a kianda-sereia,
um coral espelhado,
sou a ostra que se desmora em silêncio.

Sou a água eternamente translúcida.


Precipício denso de onde estes peixes bebem
– apenas –
um silêncio delicado.
ILÊ T’AIYO
Minha Alma tem a profundidade oblíqua das Águas,
este pretume espelhado que engana o céu,
esta morada de bichos estranhos todos feitos de breu.  

Aquietada, a Água imita o chão


e sinto que posso caminhar
na face luminosa de seu mistério.
NEGRIDIANOS
  Para Cuti, José Carlos Limeira e Guellwar Adún
Há uma linha invisível,
lusco-fusco furioso dividindo as correntezas.
Algo que distingue meu pretume de sua carne alva
num mapa onde não tenho territórios.
Minha negritude caminha nos sobejos,
nos opacos por onde sua luz não anda,
e a linha se impõe poderosa,
oprimindo minha alma negra,
crespa de dobras.
Há um negridiano meridiando nossas vidas,
ceifando-as no meio incerto,
a linha é invisível mesmo:
mas nas costas arde,
em trilhos rubros,
a rota-lâmina destas linhas absurdas que desenhas
enquanto eu não as enxergo.

(p. 71)
CONCLUSÃO

A literatura de Lívia Natália é carregada de marcas e traços genuinamente


negros, como por exemplo a religiosidade afro. Além disso a autora advoga em
prol da causa negra fazendo críticas sociais e trazendo protagonismo negro para
literatura.
MENSAGEM DA LÍVIA
REFERÊNCIAS
• Curriculo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2528662239547111
• Site Literafro: http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/571-livia-natalia
• Blog outra águas: http://outrasaguas.blogspot.com/
• Blog do grupo CONCRIZ:
http://grupoconcriz.blogspot.com/2012/07/a-poesia-de-livia-natalia.html
• Rede social de Lívia Natália: https://www.instagram.com/livianataliapoeta/
• DUARTE, Eduardo de Assis. Literatura afro-brasileira: um conceito em construção. Estudos de
Literatura Brasileira Contemporânea, no. 31. Brasília, janeiro-junho de 2008, pp. 11-23.
• FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da
• Silveira . - Salvador : EDUFBA, 2008.

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