1) A peça descreve o martírio de São Lourenço e sua luta contra demônios que tentam levar os índios para o vício e pecado;
2) Os demônios Aimbiré e Guaixará tentam corromper os índios e criticam a influência de São Lourenço, mas ele continua protegendo e guiando o povo;
3) São Lourenço captura os demônios e os entrega para serem punidos, queimando os imperadores romanos Décio e Valeriano que perseguiram os cr
1) A peça descreve o martírio de São Lourenço e sua luta contra demônios que tentam levar os índios para o vício e pecado;
2) Os demônios Aimbiré e Guaixará tentam corromper os índios e criticam a influência de São Lourenço, mas ele continua protegendo e guiando o povo;
3) São Lourenço captura os demônios e os entrega para serem punidos, queimando os imperadores romanos Décio e Valeriano que perseguiram os cr
1) A peça descreve o martírio de São Lourenço e sua luta contra demônios que tentam levar os índios para o vício e pecado;
2) Os demônios Aimbiré e Guaixará tentam corromper os índios e criticam a influência de São Lourenço, mas ele continua protegendo e guiando o povo;
3) São Lourenço captura os demônios e os entrega para serem punidos, queimando os imperadores romanos Décio e Valeriano que perseguiram os cr
o prazer, nem abolido. (Cena do martírio de São Lourenço) Cantam: Quero as tabas acender com meu fogo preferido Por Jesus, meu salvador, Que morre por meus pecados, Boa medida é beber Nestas brasas morro assado cauim até vomitar. Com fogo do meu amor Isto é jeito de gozar a vida, e se recomenda Bom Jesus, quando te vejo a quem queira aproveitar. Na cruz, por mim flagelado, Eu por ti vivo e queimado A moçada beberrona Mil vezes morrer desejo trago bem conceituada. Valente é quem se embriaga Pois teu sangue redentor e todo o cauim entorna, Lavou minha culpa humana, e à luta então se consagra. Arda eu pois nesta chama Com fogo do teu amor. Quem bom costume é bailar! Adornar-se, andar pintado, O fogo do forte amor, tingir pernas, empenado Ah, meu Deus!, com que me amas fumar e curandeirar, Mais me consome que as chamas andar de negro pintado. E brasas, com seu calor. Andar matando de fúria, Pois teu amor, pelo meu amancebar-se, comer Tais prodígios consumou, um ao outro, e ainda ser Que eu, nas brasas onde estou, espião, prender Tapuia, Morro de amor pelo teu. desonesto a honra perder. SEGUNDO ATO Para isso com os índios convivi. GUAIXARÁ Vêm os tais padres agora Esta virtude estrangeira com regras fora de hora Me irrita sobremaneira. prá que duvidem de mim. Quem a teria trazido, Lei de Deus que não vigora. com seus hábitos polidos estragando a terra inteira?
Só eu permaneço nesta aldeia como chefe guardião. Minha lei é a inspiração que lhe dou, daqui vou longe visitar outro torrão.
Quem é forte como eu?
Como eu, conceituado? Sou diabo bem assado. A fama me precedeu; Guaixará sou chamado. SEGUNDO ATO (...) AIMBIRÊ AIMBIRÊ Usarei de igual destreza E os rapazes cobiçosos, para arrastar outras presas perseguindo o mulherio nesta guerra pouco santa. para escravas do gentio... Assim invadem fogosos... O povo Tupinambá dos brancos o casario. que em Paraguaçu morava, (...) e que de Deus se afastava, deles hoje um só não há, SÃO LOURENÇO todos a nós se entregaram. Mas existe a confissão, (...) Bom remédio para cura Na comunhão se depura Todos os tamoios foram Da mais funda perdição Jazer queimando no inferno. A alma que o bem procura. Mas há alguns que ao Padre Eterno fiéis, nesta aldeia moram, Se depois de arrependidos livres do nosso caderno. os índios vão confessar Estes maus Temiminós dizendo: "Quero trilhar nosso trabalho destroem. o caminho dos remédios" o padre os vai abençoar GUAIXARÁ Vem tentá-los que se moem GUAIXARÁ a blasfemar contra nós. Como se nenhum pecado Que bebam, roubem e esfolem. Tivessem, fazem a falsa Confissão, e se disfarçam Que provoquem muitas lutas, Dos vícios abençoados, muitos pecados cometam, a assim viciados passam. por outro lado se metam longe desta aldeia, à escuta AIMBIRÊ dos que as nossas leis prometam. Absolvidos Dizem: "na hora da morte AIMBIRÊ Meus vícios renegarei". É bem difícil tentá-los. E entregam-se a sua sorte. Seu valente guardião me amedronta. GUAIXARÁ Ouviste que enumerei GUAIXARÁ os males são seu forte. E quais são? SÃO LOURENÇO AIMBIRÊ Se com ódio procurais É São Lourenço a guiá-los, tanto assim prejudicá-los, de Deus fiel Capitão. não vou eu abandoná-los. E a Deus erguerei meus ais GUAIXARÁ para no transe ampará-los. Qual? Lourenço o consumado nas chamas qual somos nós? (...) ANJO AIMBIRÊ Esse. Prendei-os donos da luz! (Os santos prendem os dois diabos.) TERCEIRO ATO guardastes, sendo juízes. Sou mandado ANJO por São Lourenço queimado, Aimbirê! levá-los à minha casa, Estou chamando você. onde seja confirmado Apressa-te ! Corre! Já! vosso imperial estado em fogo, que sempre abrasa. AIMBIRÊ Aqui estou! Pronto! O que há! VALERIANO Será que vai me pender Ai de mim! de novo este passarão? DÉCIO ANJO Ó miserável de mim, Reservei-te uma surpresa: que nem basta ser tirano, tenho dois imperadores nem falar em castelhano! para dar-te como presa. Que é do mando em que me vi, De Lourenço, em chama acesa, e o meu poder soberano? foram ele os matadores. AIMBIRÊ AIMBIRÊ Jesus, Deus grande e potente, Boa! Me fazes contente! que tu, traidor, perseguiste, À força os castigarei, te dará sorte mais triste e no fogo os queimarei entregando-te em meu dente, como diabo eficiente. a que, malvado, serviste. Meu ódio satisfarei. Pois me honraste, (...) e sempre me contentaste (Vão todos agachados em direção a ofendendo ao Deus eterno. Décio e Valeriano que conversam) É justo pois que no inferno, palácio que tanto amaste, VALERIANO não sintas o mal do inverno. O Décio, cruel tirano! Já pagas, e pagará (...) Contigo Valeriano, DÉCIO porque Lourenço cristão Essa é a pena redobrada assado, nos assará. que me causa maior dor: que eu, universal senhor, AIMBERÊ morra morte desonrada (...) na forca como traidor. Vou fingir-me castelhano e usar de diplomacia Ainda se fosse lutando, com Décio e Valeriano, dando golpes e reveses, porque o espanhol ufano pernas e braços cortando, sempre guarda a cortesia. como fiz com os franceses, acabaria triunfando. Oh, mais alta majestade! Beijo-vos a mão mil vezes, por vossa grã-crueldade pois justiça nem verdade QUARTO ATO porque eu, que sou seu Amor, seja em ti bem imprimido TEMOR DE DEUS voz grave e (Dá seu recado.) irônica QUINTO ATO Pecador, Dança de doze meninos, que se fez na sorves com grande sabor procissão de São Lourenço. o pecado, 1o) Aqui estamos jubilosos e não ficas afogado tua festa celebrando. com teus males! Por teus rogos desejando Deus nos faça venturosos E tuas chagas mortais nosso coração guardando. não sentes, desventurado! 2o) Nós confiamos em ti O inferno Lourenço santificado, como seu fogo sempiterno, que nos guardes preservados Já te espera, dos inimigos aqui se não segues a bandeira Pedir que alguém cante comigo
da cruz, Dos vícios já desligados
sobre a qual morreu Jesus nos pajés não crendo mais, para que tua morte morra. em suas danças rituais, nem seus mágicos cuidados. Deus te envia esta mensagem com amor, 3o) Como tu, que a confiança a mim que sou seu Temor voz fininha e delicada em Deus tão bem resguardaste, me convém que o dom de Jesus nos baste, declarar o que contém pai da suprema esperança. para que temas ao Senhor. (…) Espantado estou de ver, 7o) Fiel a Nosso Senhor pecador, teu vão sossego. a morte tu suportaste. Com tais males a fazer, Que a força disto nos baste como vives sem temer, para suportar a dor aquele espantoso fogo? pelo mesmo Deus que amaste. (...) 8o) Pelo terrível que és, AMOR DE DEUS Já que os demônios te temem, (Dá seu recado) nas ocas onde se escondem vem calcá-los sob os pés, Ama a Deus, que te criou, pra que as almas não nos queimem. homem, de Deus muito amado! Ama com todo cuidado, (...) a quem primeiro te amou. 12o) Em tuas mãos depositamos nosso destino também. Seu próprio Filho entregou Em teu amor confiamos à morte, por te salvar. e uns aos outros nos amamos Que mais te podia dar, para todo o sempre. Amém. se tudo o que tem te dou? Por mandado do Senhor, te disse o que tens ouvido. Abre todo teu sentido,