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Nota
Temor dos Homens
Temor de Si Mesmo
Temor do Fracasso
Temor de Desemprego
Temor da Perda
Temor da Morte e Doença
Temor do Futuro
Apêndice A: O Temor e a Soberania de Deus
Apêndice B: O Temor do Senhor
Nota
“A beleza da Bíblia é que ela nunca nos deixa pensar que estamos sozinhos
em nossos temores.” - Kris Lundgaard
Nicholas Batzig
O temor dos homens é algo que ilude apenas alguns? O apóstolo Paulo diz
que, por natureza, não há temor diante dos olhos dos homens que estão fora
de Cristo (Rm 3.18). Entretanto, até mesmo o santo mais piedoso ainda
possui remanescentes desse temor dos homens em sua alma. Às vezes, até
mesmo crentes escolhem se aquecer na fogueira da aceitação, como Pedro
fez no pátio ao lado de fora de onde o seu Senhor sofria. O temor dos
homens silencia o nosso testemunho de Cristo e nos impede de viver para a
sua
glória. Ele nos impede de dizer e fazer o que agrada a Cristo, pois
preferimos agradar a homens.
Então, o que devemos fazer? Como lançamos fora o temor dos homens e
agarramos o temor do Senhor?
Kris Lundgaard
Talvez com menos drama - contudo, talvez, às vezes, com ainda mais -,
cada um de nós se sente traído por si mesmo. “O nosso coração nos
condena” (1 João 3.20) e parece não haver jeito de proteger nossos ouvidos
da voz de autoacusação. Esse acusador interno insulta a qualidade da nossa
fé: “Seu tolo. Você pensa que Deus se impressionará com o seu tipo de
religião?”. Ele cataloga minuciosamente os nossos pecados, desde a
infância até esta semana, e indaga: “Pode semelhante fé salvá-lo?”. Ou ele
cava até o mais fundo e mais delicado ponto de nossa consciência, encontra
o pecado do qual temos mais vergonha e sustenta que aquilo é imperdoável
e que estamos além do alcance da misericórdia de Deus.
A beleza da Bíblia é que ela nunca nos deixa pensar que estamos
Paulo provavelmente aprendeu isso pelo hábito de orar os salmos, pois Davi
frequentemente pregava a si mesmo. Os filhos de Corá também apresentam
um claro modelo disso nos Salmos 42 e 43, possivelmente uma única
composição de três lamentos. No primeiro lamento (42.1-4), o salmista tem
sede de Deus e anela por estar com ele, mas se sente distante e até mesmo
separada dele. No segundo (vv. 6-10), ele se sente esquecido por Deus e
oprimido pelos seus inimigos, sobrecarregado e afundado em ondas de
tribulação - ao ponto de ele experimentar o seu medo e angústia como uma
ferida mortal em seus ossos. No terceiro (43.1-4), ele se sente rejeitado
por Deus.
Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim?
Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.
(Salmo 42.5, 11, 43.5)
homem” que ele era em Romanos 7.14-24 para Deus, por meio de Jesus
Cristo, no versículo 25. À medida que o coração sonda interiormente -
somando pecados passados, rememorando fracassos passados, lamentando
sofrimentos -, ele apenas encontrará razões para a dúvida de si mesmo, o
desencorajamento e o temor.
Devemos pregar o evangelho a nós mesmos. Isso exige que mantenhamos
nosso rosto na Bíblia, ouvindo a voz de Deus, encontrando a nossa
confiança nele e em suas promessas, e não em nós mesmos. O que nós
descobriremos na Palavra é que, “se o nosso coração nos acusar,
certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as
coisas” (1 João 3.20). Isso é verdadeiro - ele sonda o nosso coração de
modo mais penetrante do que a nossa consciência pode fazer e sabe que nós
somos de fato piores do que jamais imaginamos.
Mas, a despeito disso, “Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos
pecadores” (Romanos 5.8, NVI). Quando Paulo reflete sobre isso em
Romanos 8.31-39, ele percebe o impensável: Deus está do nosso lado -
mesmo contra o nosso coração. Paulo se aquece sob a revigorante luz dessa
notícia até que não haja mais ninguém para acusá-lo. De fato, o pensamento
de que Deus iria voltar-se contra nós, depois de entregar o seu Filho por
nós, ou de que o Filho iria nos abandonar, quando foi ele mesmo que
morreu por nós e que vive a interceder por nós - bem, esse pensamento é
absolutamente impossível.
Contudo, há Alguém que pode refrear a mim mesma, / Que pode tirar de
mim o fardo sufocante / Quebrar o jugo e me pôr em liberdade.
N.T.: Nos Estados Unidos, após a II Guerra Mundial, o temor espalhado pela população de uma
atuação comunista infliltrada na sociedade ou no governo.
Temor do Fracasso
Todos nós temos nossas razões pessoais para termos medo do fracasso, mas
a Bíblia nos conduz à raiz do problema. Nós temos medo do fracasso
porque não fomos criados para ele. Deus sempre está no controle soberano
de todos os nossos defeitos, contudo, desde o princípio, Deus não nos criou
para fracassar, mas para sermos bem-sucedidos em nosso serviço a ele.
missão. Estamos nos preparando para o dia em que Deus encherá a terra da
sua glória e receberá louvores sem fim de toda criatura. Fomos feitos para
sermos bem-sucedidos nessa missão, não para fracassar.
Por que, então, falhamos tantas vezes? Gênesis 3.17-19 indica que a
freqüente futilidade dos nossos esforços na vida é a conseqüência do
pecado. A nossa prisão ao fracasso não ocorreu na criação, mas resultou do
julgamento de Deus contra nós. Assim, é de todo correto anelarmos por
sermos redimidos de todo fracasso e de todo temor que ele traz.
De que maneira tudo o que Cristo fez pode nos ajudar a tornar os nossos
fracassos em esperança? Por um lado, a sua vitória nos livra de toda falsa
esperança que tínhamos. Pode parecer estranho, mas o sucesso na verdade
cria grandes problemas para as pessoas ao longo da Bíblia. Ele dá à luz as
mentiras de que alcançamos a vitória por nós mesmos e de que o sucesso
nas coisas desta vida é o que mais importa. Contudo, essas mentiras nunca
nos satisfazem por muito tempo. À medida que o tempo passa, elas nos
levam a mais terríveis fracassos.
Por outro lado, quando reconhecemos que apenas Cristo foi bem-sucedido
em cumprir plenamente o serviço humano a Deus, recebemos a firme
esperança de que, um dia, triunfaremos sobre todos os nossos fracassos. A
vida, morte, ressurreição e ascensão de Cristo provam que ele derrotou a
tirania do pecado e a conseqüência do fracasso, bem como - e aqui está a
grande maravilha - que ele compartilha o seu sucesso com todos aqueles
que nele confiam e o seguem. Com essa firme confiança em Cristo,
sabemos que todo sucesso nesta vida resulta da sua obra em nós, e não dos
nossos próprios esforços. Mais do que isso, mesmo os nossos fracassos
nesta vida mantêm os nossos olhos fixos naquilo que mais importa para nós.
Em vez de colocar as nossas esperanças nesta vida, depositamos as nossas
esperanças no mundo por vir. Lá partilharemos plenamente da vitória de
Cristo e nunca mais teremos qualquer temor de fracassar novamente.
Jonathan Leeman
Nossa, que bom que eu vou à igreja, porque a minha mente às vezes voa em
direções absurdas. Todo domingo meu pastor abre o Bom Livro e me ajuda
a ter pensamentos melhores.
Ao ensinar em João 4, meu pastor nos disse que Jesus veio para nos salvar
do pecado. Assim como a mulher samaritana que queria água, nós também
temos necessidades físicas que devem ser satisfeitas. Jesus se preocupa com
essas necessidades, mas o objetivo dele é que todos os sintomas da queda
— incluindo sede, doença e até mesmo perda de emprego — nos aponte
para a verdadeira doença: o pecado.
Deus permite que coisas ruins aconteçam aos seus filhos - alguém perdendo
o emprego, por exemplo. A Bíblia não promete que nunca perderemos
nossos empregos. Nós podemos perder. Mas se somos cristãos, sabemos
que as coisas que realmente nos devem causar temor — o pecado e a
punição de Deus — já foram resolvidas. Nosso futuro está garantido.
Quando chegamos a João 9, meu pastor nos ajudou a pensar mais sobre os
momentos difíceis na vida. “Coloque-se no lugar dos pais do homem cego”,
ele disse. “Imagine viver naquela época e ter um bebê que nasceu cego.
Você poderia se perguntar se ele seria capaz de prover por si mesmo, se
experimentaria a pobreza, se seria socialmente excluído”.
Como foi reconfortante, então, ouvir as palavras de Jesus: “Nem ele pecou,
nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (v.
3).
Assim como com o homem cego, a Bíblia não promete que não
enfrentaremos provações. Mas ela promete sim que Deus manifestará a sua
glória através das provações dos seus santos.
Meu pastor, então, nos levou a uma grande promessa em João 10:
ninguém pode tomar das mãos de Jesus as suas ovelhas. Depois ele disse
algo interessante: “A Escritura nos apresenta como ovelhas necessitadas.
Você pensa em si mesmo como uma ovelha necessitada? Ou você vive de
acordo com a fórmula ‘saúde + riqueza = felicidade’?” Essa equação é uma
mentira, ele exclamou.
Vou repetir: nós podemos perder nossos empregos. O cristianismo não nos
promete o melhor da vida agora, então abandone a falsa religião. Ao invés
disso, confie que Jesus nos preservará para si mesmo e pela eternidade.
Logo na semana seguinte, meu pastor nos ensinou a partir de João 11 que o
amor de Deus nem sempre se parece como esperamos que se pareça.
Lembra quando Jesus descobriu que Lázaro estava doente? João nos diz:
“Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. Assim, quando soube que
Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava”.
Como é? Jesus o amava, então o deixou morrer? Bom, pense naquilo que
Jesus orou antes de ressuscitar Lázaro; ele fez tudo isso para que as pessoas
cressem.
Thomas Schreiner
Esse acidente personalizou para mim um medo real que todos nós
experimentamos, a saber, o medo de perder nosso cônjuge ou nossos filhos
para a morte. Como viveremos sem eles? Os pais cristãos, em particular,
temem que seus filhos nunca cheguem à fé. Eles mal podem suportar a ideia
de seus filhos sofrerem no inferno para sempre.
Se Deus nos ama tanto, se ele nos perdoou de nossos pecados e rebelião, se
ele nos purificou de toda injustiça (ljo 1.9), então não temos nada a temer.
Como o Apóstolo Paulo explica, não há nenhuma perda neste mundo que se
compare à alegria de ganhar Cristo (Fp 3.7-9). Todo sofrimento e dor que
enfrentamos podem ser suportados porque sabemos que Deus nos ama com
um amor inextinguível em todas as circunstâncias.
Não é apenas o caso de Deus nos amar. Ele também reina e governa sobre
todas as coisas. O Senhor declara o fim desde o princípio, e seus propósitos
e conselhos permanecerão de pé (Is 46.9-10). Nada pode entrar em nossas
vidas à parte de sua vontade soberana, pois ele governa até sobre onde as
sortes são lançadas (Pv 16.33). Isso significa que, em última análise, não há
acasos. Nenhum governante ou autoridade pode nos prejudicar, porque o
Senhor inclina o coração dos reis do jeito que quer (21.1). “No céu está o
nosso Deus e tudo faz como lhe agrada “(Sl 115.3). Ele “frustra os
desígnios das nações e anula os intentos dos povos”(33.10).
Jesus ensina que nem mesmo um pardal cai em terra à parte da vontade de
Deus (Mt 10.29). Se ele cuida de pardais, então também cuida dos cabelos
da nossa cabeça (v. 30). Eu recebi grande conforto com esses versículos,
porque se pardais não caem em terra à parte de Deus, então isso também
não acontece com ciclistas. Minha esposa estava nas mãos de Deus quando
sua cabeça bateu na calçada. Não estou dizendo que enfrentar a situação foi
fácil, e eu desejaria, a partir de uma perspectiva humana, que isso
nunca tivesse acontecido. Mas eu tive esse grande conforto por saber
que minha esposa estava nas mãos amorosas e fortes de Deus. Ele a
ama muito mais do que eu a amo ou amarei.
Devemos confiar nas promessas de Deus, mas devemos atentar para quais
são essas promessas. Deus não promete que tudo vai sair do jeito que
gostaríamos na vida. Mesmo que Deus não nos
Quando tememos a perda, somos como Davi, que temia que as trevas iriam
encobri-lo (SI 139.11). As trevas podem vir, mas Deus acende a luz nas
trevas, pois “até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são
a mesma coisa” (v. 12). O Senhor é a nossa luz nas trevas. Como o Salmo
27.1 diz: “O SENHOR é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” Não
temos nada a temer, pois a morte não é a realidade final. Nós servimos a um
Deus que ressuscitou Jesus dentre os mortos. Temos garantida uma
eternidade de amanhãs felizes. “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a
alegria vem pela manhã” (SI 30.5).
Robert Rothwell
“Eu vejo uma mancha que precisamos investigar’. Câncer. Não era o
diagnóstico que eu esperava receber enquanto um jovem prestes a começar
uma família. Imediatamente, minha mente se encheu de perguntas: Como
irei contar à minha esposa? Como ela ficará se eu morrer? Quanto custará o
tratamento? Eu estou pronto para morrer?
Nos dias que se seguiram, não havia palavras. Ajudou-me o fato do câncer
diagnosticado ter uma taxa de cura de 95 por cento, mas eu estaria
mentindo se dissesse que isso eliminou minhas preocupações. Uma taxa de
cura de 95 por cento não é uma taxa de cura de 100 por cento. Será que eu
estaria entre os poucos “azarados”? Como seria possível manter o
semblante franco e dizer à minha esposa que “tudo vai ficar bem”, quando
eu não tinha nenhum controle sobre isso? Às vezes, as coisas não ficam
“tudo bem” - pelo menos no curto prazo.
Por que tememos tanto a morte? Para os não cristãos, a resposta é fácil. Não
importa o quanto eles suprimam a verdade pela injustiça, seja pelo ateísmo,
o agnosticismo ou a falsa religião, eles não podem
escapar da consciência dada por Deus de que eles quebraram a lei divina e
merecem o inferno.
Os cristãos também temem a morte e a doença. Certamente, nós sabemos
que não deveríamos fazê-lo e nunca dizemos a ninguém que nutrimos tais
temores. Obviamente, nós sabemos todas as coisas certas a dizer acerca da
morte. Deus é soberano. Ele tem um bom propósito na minha dor. O Senhor
pode ensinar e santificar a minha família, os meus amigos e a mim mesmo
pelo processo do sofrimento e da morte. Com frequência, porém, dizemos
essas coisas porque “temos que dizer”, e não por estarmos plenamente
convencidos. Eu fui culpado disso. De fato, todos nós somos culpados
disso.
Os cristãos não temem a morte e a doença pelas mesmas razões dos não
cristãos, porque sabemos que Cristo tem um lar para nós nos céus (João
14.1-3). Em vez disso, nós tememos perder o controle. Fazemos seguros
contra a perda de nossos bens. Organizamos nossa rotina para sermos mais
produtivos. Em geral, nós desfrutamos de relacionamentos felizes e
realizadores ao ouvirmos os outros e nos doarmos. Mas, a despeito de
nossos melhores esforços, não podemos fugir da morte e da doença.
Por fim, medite nas promessas de Deus até que elas se tornem parte da sua
própria alma. “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não
temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado
me consolam” (Salmo 23.4). “Porque para mim tenho por certo que os
sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a
ser revelada em nós” (Romanos 8.18). “Porque a nossa leve e momentânea
tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda
comparação” (2 Coríntios 4.17). Essas palavras de vida nos confortam nos
dias escuros.
Quatro anos e dois filhos depois, eu estou livre do câncer. Mas a morte
ainda jaz adiante de mim e de todos nós. Que enfrentemos o temor da morte
com a coragem que é própria a nós, filhos de Deus.
Edward Welch
Então eu cresci e percebi que cada época é, de fato, o pior dos tempos. A
verdade é que sempre temos ajuda para tornar nossos medos globais. Há
sempre uma nova ameaça.
Aqui estão alguns medos comuns, de uma lista que pode ser interminável:
Receberemos graça
Nesta promessa está incluído que ele nos dará a graça diária de que
precisamos. A imagem do Antigo Testamento por trás disso é o dom do
maná. Era o suficiente para um dia, mas não devia ser
Recontar a história
Com essa graça futura em vista, nós recontamos a história de nossas vidas e
a história da história. Considere o Salmo 23, por exemplo, como um
modelo. Tornamo-nos, pela fé, as ovelhas do Senhor. Alegria e descanso
são a ordem do dia. Mas ovelhas têm que se movimentar, e essa jornada irá
incluir problemas, como testemunhamos quando o Cordeiro de Deus se
submeteu ao seu Pastor no mesmo caminho. O problema pode ser intenso.
Pode incluir Assíria, Roma e outras ameaças que podem nos matar. Mas a
história não termina aí. Nossos inimigos vão assistir à distância enquanto
nos assentamos à mesa do banquete de Deus. Eles serão envergonhados;
nós seremos uma família com o Honrado. À medida que caminhamos para a
casa do Senhor, sem temer mal algum, oramos para que sua vontade seja
feita na terra como no céu (Mt 6.10). E a peregrinação leva-nos para a casa
de Deus, onde a sua vontade é feita continuamente. A história da Escritura
sempre termina bem.
N.T.: Nos Estados Unidos, após a II Guerra Mundial, o temor espalhado pela população de uma
atuação comunista infliltrada na sociedade ou no governo.
N.T.: Livro de Hal Lindsey de grande sucesso, que associava acontecimentos contemporâneos a
profecias apocalípticas.
Apêndice A: O Temor e a Soberania de Deus
Kim Riddlebarger
Esta breve lista de passagens bíblicas nos lembra que qualquer medo que
estivermos enfrentando pode trazer glória a Deus, ser transformado por
Deus para nosso bem maior e conceder-nos a necessária segurança quando
estamos com medo. A Escritura acalma nossos medos lembrando-nos que
Deus é nosso Pai Celestial que nos ama e cuida de nós, mesmo quando o
tememos, ou receamos seus propósitos soberanos. Ele ainda nos ama,
mesmo quando tememos que não.
eu vou ali orar; e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu,
começou a entristecer-se e angustiar-se. Então, lhes disse: A minha alma
está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo”. Jesus
também disse: “o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.
Então ele orou: “Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem
que eu o beba, faça-se a tua vontade” (v. 41-42). No relato de Lucas, a
dimensão do medo de Jesus é revelada: “E, estando em agonia, orava mais
intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue
caindo sobre a terra” (Lc 22.44).
Melhor ainda, nós temos um grande sumo sacerdote, que nunca dorme nem
cochila, e que sabe como é para nós experimentar temor e ansiedade. E a
Jesus que oramos quando estamos com medo, e é Jesus que intercede por
nós, ainda enquanto oramos a ele (Hb 4.1416). E isso que significa
dizermos que “Deus está no controle”.
Raymond C. Ortlund
Um tipo de temor é aquele que foge do Senhor com pavor, que se esconde e
se afasta dele com terror, como se ele fosse nosso problema. Esse tipo de
medo é pagão, não cristão. Não tem nada a ver com glorificar e desfrutar de
Deus. E desconfiança e ressentimento para com Deus. O evangelho não cria
esse temor em nossos corações. O evangelho nos mostra a glória da graça
de Deus em Cristo e nos ergue, seguros e destemidos, para enfrentar a vida
corajosamente como homens e mulheres com destinos eternos.
Se você não está em Cristo, você teme o Senhor de todas as formas erradas,
e não o teme o suficiente. A Bíblia diz que você enfrenta uma “expectação
horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários” (Hb
10.27). Se você não está em Cristo, você é adversário de Deus e está indo
para o julgamento eterno - e você realmente merece isso. Mas ele está
livremente lhe oferecendo Cristo como seu abrigo.
Você precisa de abrigo por muitas razões. Aqui vai apenas uma: sem Cristo,
você é tudo que você tem. Arthur Allen Leff, da Escola de Direito de Yale,
um incrédulo brilhante, declara sem
rodeios: “Parece que nós somos tudo que nós temos. Dado o que sabemos
sobre nós mesmos e sobre os outros, esta é uma perspectiva extremamente
desgostosa; olhando ao redor do mundo, parece que, se todos os homens
são irmãos, o modelo dominante é Caim e Abel. Nem a razão, nem o amor
e nem mesmo o terror parecem ter servido para nos tornar “bons”, e pior do
que isso, não há razão nenhuma por que qualquer coisa deva nos tornar
assim”. Se você não está em Cristo, você é tudo que você tem. Isso é algo a
temer. Mas Cristo é um abrigo para as pessoas que estão com mais
problemas do que elas mesmas imaginam. Volte-se para Ele. Volte-se para
Ele agora. Ele vai recebê-lo.
Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá
separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm
8.38-39). Nós cremos nisso, e O amamos.
Mas assim que aceitamos que não somos a medida, mas somos medidos;
que não somos os doadores, mas os recebedores, e que Jesus Cristo é o
maior especialista do universo em todas as coisas humanas, nós
embarcamos em uma maravilhosa nova jornada. Somos livres para crescer e
mudar.