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SOUL MUSIC

A Soul Music é um gênero


musical que surgiu nos Estados
Unidos no final dos anos 1950 e
início dos anos 1960. Ela se de-
senvolveu a partir da música
gospel, rhythm and blues (tam-
bém conhecida como R&B, mas já bas-
tante diferente do R&B moderno, de
Whitney Houston, Mariah, Carey Be-
yoncé — e você verá que entre essas
três já tem uma diferença considerável)
e do jazz, com influências do
rock and roll e do blues.
A soul music era um estilo
musical que refletia a experiên-
cia afro-americana nos Estados
Unidos, com letras que aborda-
vam temas como amor, desilu-
são, esperança e luta por direi-
tos civis. O som era caracteri-
zado por um ritmo animado,
uma seção rítmica forte, vocais
poderosos e uma melodia cati-
vante.
O termo “soul” foi usado
pela primeira vez na música
gospel para se referir à entrega
emocional e espiritual dos can-
tores. Era música cantada com
a alma.
A música gospel, que era
uma parte importante da cul-
tura afro-americana, tinha uma
forte influência na música soul.
Afinal de contas, a maioria dos
artistas negros daquele período
tinham sido criados na igreja e
incrementaram na música
aquilo que havia marcado as
suas vidas de canto na juven-
tude. Artistas como Sam Cooke,
Ray Charles (considerado por mui-
tos o “inventor” da soul music) e
Aretha Franklin foram alguns
dos primeiros a popularizar o
som da soul music e a introduzir
novas técnicas vocais, como gri-
tos, gemidos e improvisação.
Com o passar do tempo, a
soul music se tornou um dos gê-
neros musicais mais populares
do mundo, com artistas como
James Brown, Marvin Gaye,
Otis Redding, Stevie Wonder e
Al Green. A música soul
também teve um impacto signi-
ficativo na cultura popular
americana, influenciando a
moda, a dança e a linguagem.
A soul music é um gênero
musical importante que conti-
nua a inspirar artistas e fãs de
todo o mundo até hoje.
O estilo é conhecido pelos
vocais potentes, emotivos e
cheios de sentimento, que,
como eu já disse, incluem gri-
tos, gemidos e improvisos. Os
cantores muitas vezes utilizam
técnicas como melismas, ou
seja, a prolongação de uma
nota em várias sílabas; o ritmo
forte e animado, com uma seção
rítmica consistente e bem defi-
nida. O uso de instrumentos
como o baixo, a bateria e a gui-
tarra é fundamental para criar
o groove característico do gê-
nero; as letras da soul music fre-
quentemente falam sobre amor,
dor, luta, esperança e supera-
ção. Como esses temas univer-
sais têm apelo para diversas
audiências, ajudam a conectar
os ouvintes com a música e por
isso funciona bem com pessoas
de classes sociais, formação e
idades variadas; como falei
mais acima, a soul music tem
raízes no gospel e no rhythm
and blues, e essas influências
são evidentes em sua sonori-
dade: os coros, as harmonias e
os arranjos elaborados são al-
gumas das características her-
dadas do gospel, enquanto o
R&B trouxe o groove e a batida
para a música. (E antes que você
me pergunte, o groove é uma sensação
musical que é criada pela interação dos
elementos rítmicos, harmônicos e me-
lódicos dos instrumentos sobretudo do
contrabaixo e provoca aquele “balanço
na alma” que causa vontade de dan-
çar); os instrumentos de sopro,
como saxofone, trompete e
trombone, são comuns na soul
music e ajudam a criar arranjos
sofisticados e cheios de energia;
herança do jazz, o gênero valo-
riza a improvisação, tanto nos
vocais quanto nos
instrumentos — especialmente
em apresentações ao vivo.
O soul ou a soul music se
distingue de ritmos similares
especialmente pela complexi-
dade dos arranjos e a sofistica-
ção dos músicos, que muitas
vezes combinam elementos de
diferentes gêneros musicais
para criar um som único e ino-
vador.
O R&B é mais cadenciado,
o gospel, embora possa ser até
mais alegre, tem menor traba-
lho de arranjo instrumental (e
menos sensualidade também), já o
funk — que é um gênero deri-
vado da soul music, é mais cí-
clico, repetitivo e tem uma te-
mática mais “carnal”. Ainda as-
sim, esse funk (quase) nada tem
a ver com o funk que é feito no
Brasil — que na verdade é uma
sobreposição do hip-hop sobre o
funk americano com influência
da batida de samba-enredo. Di-
ferentemente do funk gringo,
que tinha como expoentes
bandas como Earth, Winde &
Fire, o funk brasileiro tem letras
rasíssimas, focada em porno-
grafias e outras subversões e
dispensa qualquer talento e cri-
atividade vocal ou instrumen-
tal.

Você pode dar uma pesquisada


por conta própria em:

Sites:
“Soul Music”, in: Encyclopae-
dia Britannica (em inglês):
https://www.britannica.com/art/soul-music

“Origens e evolução da soul mu-


sic”, in: G1:
https://g1.globo.com/musica/noticia/origens-e-
evolucao-da-soul-music.ghtml

“As principais características


do R&B”, in: Palco MP3:
https://blog.palcomp3.com/principais-caracte-
risticas-do-rb/

“A história do R&B: da soul mu-


sic à nova geração”, in: Nação
da Música:
https://br.nacaodamusica.com/posts/a-histo-
ria-do-rb-da-soul-music-a-nova-geracao/
“A influência do gospel na soul
music”, in: Gospel Mais:
https://www.gospelmais.com.br/influencia-gos-
pel-soul-music.html

Livros:
Rhythm & Blues: 50 Anos de
Música, de Arthur Conley (Re-
cord, 1999)

A História da Soul Music, de


Alice Echols. (Objetiva, 2011)

Breve História da Soul Music


(ou O que é soul?), de Silvio
Anaz. (Edições do Autor, 2013)

Soul e R&B: a história do ritmo


e da dança que encantou o
mundo, de Charles L. Hughes
(Autêntica, 2021)

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