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História da MÚSICA

A origem da palavra música é grega. A etimologia está em musiké téchne, que significa a arte das musas, divindades que cantavam as
memórias do passado. A técnica da música consiste em arranjar sons em uma sucessão, intercalados com períodos de silêncio, por um
determinado período. Entendida desta forma, a música é uma linguagem, uma forma de comunicação. É uma linguagem tão real
quanto aquela que usamos para conversar, mas que vai além. Victor Hugo, grande dramaturgo, retratou a definição de música da
seguinte forma: “A música expressa o que não pode ser dito em palavras mas não pode permanecer em silêncio”. A música tem um
poder de comunicação.
Melodia, harmonia e ritmo - A melodia é a sequência de notas musicais. A sucessão de sons organizados proporciona um sentido
musical ao ouvinte. É a melodia que permanece na memória depois de se ouvir uma canção. Mas a linha melódica não é solta no ar,
ela é suportada pela estrutura harmônica. É a seleção de notas que compõem determinado acorde (formação sonora). Em um
sentido amplo, harmonia é a descrição do desenrolar ou progressão dos acordes ao longo de uma composição. O terceiro elemento é
o ritmo. É exatamente o embalo para a melodia sustentada pela harmonia. Pode-se ter o ritmo do samba, valsa, bolero, prelúdios,
qualquer um dependendo da invenção e da composição. O ritmo dita o tempo musical e o estilo da música. A música é indissociável
da cultura e passou por evolução através do tempo.
Música na pré-história - Os primeiros homens ouviam o som das ondas, o canto dos pássaros, os sons que outros animais faziam para
se comunicar, os trovões, os uivos do vento e os próprios batimentos do coração. Perceberam também que podiam produzir sons, por
exemplo, batendo as palmas das mãos, os pés no chão e com sua própria voz.
Musica-no-Egito-Antigo - As referências iconográficas comprovam que no Antigo Egito, por volta de 3.000 a.C., havia instrumentos
variados como o tambor, a harpa, a cítara e a flauta. A música era um importante elemento religioso. Os antigos egípcios acreditavam
que o deus Thoth era o criador da música, e que Osíris a tinha usado para civilizar o mundo.
A música na Mesopotâmia - Nessa região foram encontradas liras e harpas em 3.000 a.C. e cítaras. E o mais impressionante foi o
registro na mais antiga linguagem escrita do mundo: a escrita cuneiforme. Nele havia registros de músicos, dentro dos palácios ao
lado dos reis.
A música na China e na Índia - A música prosperou na Ásia, especialmente na Índia e na China, muito fortemente relacionada à
espiritualidade. A música desempenhou um papel transcendental, unindo o homem ao sagrado, a algo superior.
A música na Grécia Antiga - O berço da cultura ocidental foi a Grécia, e com a música não foi diferente. A forma como a música é
entendida hoje deve-se aos gregos, que já a consideravam uma forma de elevar o homem transcendentalmente e moralmente.
Apolo, por exemplo, era a divindade que regia as artes. Em muitas representações é possível vê-lo segurando uma lira, um dos mais
antigos instrumentos de corda. De acordo com Pitágoras, se não houvesse música no mundo, a alma adoeceria.
Influência do Cristianismo e da Igreja Católica na história da música - A expansão de Roma foi também a expansão do Cristianismo e
da música cristã. As pessoas exploram a voz humana mais do que no passado exploraram os instrumentos, que se tornaram
secundários em relação à voz humana. O cristianismo foi uma das principais influências que trouxe a presença da voz à música. Isto
aconteceu por causa da salmodia, do cantochão e do canto gregoriano. As salmodias são salmos cantados.
Música, Renascimento e humanismo - No período do humanismo, o ser humano se mostrou espetacular, o pilar do conhecimento. O
homem ocupou o centro das atenções como um ser racional e maravilhoso, capaz de grandes coisas. Os gênios e artistas deste
período viram que Roma era um museu ao ar livre. Ali, houve a experiência do encanta
mento e da catarse grega. Inevitavelmente, com o reconhecimento do valor, movimentos menos interessantes também surgiram
dentro do próprio homem. Inveja, insegurança, imaturidade, superioridade. A cultura que existia até então era teocêntrica e se
tornou antropocêntrica. A música, que até então era modal, ganhou um aspecto mais vocal e instrumental e começou a ser
levemente analisada. Nesta análise, houve uma mudança de paradigmas.
Composições-de-Bach-para-a-música-modal-e-tonal Johann Sebastian Bach mudou a história da música com sua produção artística.
Curiosamente, foi extremamente respeitado em vida como organista e como músico, mas não como compositor. Suas obras
permaneceram desconhecidas por quase cem anos. Felix Mendelssohn Bart Bartholdy foi o responsável pelo resgate, popularizando
Bach com a composição Paixão Segundo São Mateus, BWV 244. A partir deste momento, a humanidade atentou-se para a grandeza
de Bach como compositor; e especialmente como um compositor que tinha o propósito de glorificar e amar a Deus através da música
ele usava as iniciais SDG, que significam Soli Deo Gloria.
A música no Barroco - A partir do século XVII, o movimento barroco promoveu mudanças marcantes no cenário musical, trabalhando
com sonoridades e com estruturas harmônicas mais complexas, cheias de floreios e detalhes rebuscados. As obras deste período
inovaram a harmonia da obra musical e trouxeram uma característica incontestável, que foi a regularidade rítmica.
A música clássica - A música clássica é aquela que permanece, pois o clássico é permanente. Beethoven é clássico porque não é
esquecido. O que ele fez na história da música, como outros compositores, foi grandioso demais para ser esquecido ou
desconsiderado.
Neste sentido, a música clássica também pode ser chamada de música erudita, que vem do latim ex-rude. Ela tira a rudeza do homem,
seu lado bruto. É uma música que refina e enriquece. Nesta época, a música instrumental e as orquestras ganharam ainda mais
destaque. O piano tomou o lugar do cravo e foram criadas notas estruturas musicais, como a sonata, a sinfonia, o concerto e o
quarteto de cordas.
A música nos séculos XX e XXI - O rádio possibilitou uma grande transformação na música. Com isso, surgiram novas tecnologias e
suportes para as gravações e para a difusão musical. Os artistas começaram a se popularizar rapidamente, o que também deu impulso
à indústria musical. A televisão permitiu clipes, e as apresentações performáticas foram difundidas. Nos últimos dois séculos o ritmo
tomou o lugar de primazia da melodia e da harmonia, e a música começou a mover mais o corpo através da sensualidade do que com
a alma através da inteligência. Apesar da popularização que os meios tecnológicos trouxeram, o que é bom, o lado negativo foi a
expansão da indústria cultural. Esta última ocupa-se mais com a venda do que com a arte em si .

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