Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O termo romântico vem de uma atitude estética diferente dos artistas. Pensa-se que
este termo tenha derivado do romance medieval, que consistia num poema externo que
contava as virtudes das grandes personagens. Existe a ideia do misticismo e passado remoto,
conferindo um sentido de individualidade. Este foi também um período influenciado por
grandes acontecimentos, como a Convenção de Viena (1815), as Invasões francesas ou a
Revolução Industrial, o que levou a uma mudança de pensamento.
ROMANTISMO: NA MÚSICA:
1ªfase [1770-1802]: Beethoven nasceu em Bona, na Alemanha, onde estudou e trabalhou até
1791. O seu pai queria que este fosse o novo Mozart. Beethoven é ouvido por Haydn, que lhe
arranja uma bolsa de estudo. Este parte então para Viena, em 1792, para estudar com Haydn e
Albrechtsberger. Haydn passa-lhe influências do classicismo, como a forma, estrutura e
harmonia, enquanto que Albrechtsberger lhe ensina a dominar o contraponto, como as fugas.
Resumindo, esta é a fase em que Beethoven ganha as bases das suas composições,
mas tenta ganhar um estilo próprio.
Como obras importantes desta fase, destacam-se a sua Sonata op. 2 nº1, dedicada a
Haydn; a sua Sinfonia nº1 em Dó maior; e os seus quartetos de cordas op. 18.
2ªfase [1803-1814]: Por volta de 1803, Beethoven começou a compor num novo estilo (ainda
baseado nos modelos de Haydn e Mozart), em parte devido ao apoio de patrocinadores e
editores. Existiam vários patrocinadores interessados em manter Beethoven em Viena. Teve
como seu aluno de piano e estudante de composição, o Arquiduque Rudolph. Os editores
começaram a competir pela música de Beethoven.
É por volta de 1802 que este começa a perder a audição. Considerou o suicídio, mas
decidiu trabalhar para a arte, tal como descrito no testamento Heiligenstadt. Começou a
aparecer menos vezes em público, mas continuou a compor. Muitas das suas composições
desta altura parecem refletir a luta da sua própria vida. Os temas podem ser vistos como
personagens de um drama.
Beethoven iniciou uma reformulação das formas musicais sem precedentes,
compondo sonatas, sinfonias, e quartetos de cordas maiores e mais complexos que os dos
seus mestres.
As suas obras mais importantes desta fase são a sua 3ª Sinfonia e Fidelio, a sua única
ópera.
3ªfase [1815-1827]: Esta é uma fase complicada para Beethoven, devido ao agravamento da
sua surdez. Termina a guerra em Viena, existindo um ambiente depressivo.
Beethoven resolve abandonar progressivamente o seu estilo heroico, isolando-se e
focando-se muito nas obras de carácter intimista, e voltando a utilizar o contraponto. Vai
procurar também a continuidade de andamentos, e começar a “turvar” as frases (relação
entre estas).
Entre as principais obras desta fase, estão a sua 9ª Sinfonia, a Grande Fuga para
quarteto de cordas, as suas sonatas para piano op. 106 e 110.
HECTOR BERLIOZ
Poemas Sinfónicos de Liszt: Um poema sinfónico é uma forma contínua com várias secções de
caráter e andamento mais ou menos contrastante, sendo alguns temas desenvolvidos,
repetidos, variados ou transformados de acordo com a estrutura de cada obra. A inspiração
vem de um quadro, uma estátua, um poema, uma personalidade, etc. e é identificado no título
pelo compositor.
Liszt compôs 13 poemas sinfónicos, 12 dos quais entre 1848 e 1858, sendo que o 13º
foi composto entre 1881 e 1882.
Quanto à orquestração, existe um maior peso dos metais, maior contraste entre
madeiras e metais, e maior virtuosismo nas cordas.
Schubert manteve a estrutura clássica nas suas obras, mas introduziu um novo estilo
romântico, assente em grandes melodias, claras e agradáveis, harmonias arrojadas, cores
instrumentais, contrastes dinâmicos e no realce de emoções.
A sua 8ª Sinfonia foi a sua sinfonia mais popular, apesar de Schubert apenas ter
completado dois dos quatro andamentos (não se sabe o porquê, pois existem esboços dos
outros andamentos). Nunca foi tocada durante a sua vida (apenas 37 anos após a sua morte).
A sua 9ª sinfonia resulta da união entre o lirismo romântico, o drama Beethoveniano e a
forma clássica. Tal como a Sinfonia Incompleta, nunca foi apresentada durante a sua vida.
Schumann elogia a obra pela sua “pesada direcção”.
FELIX MENDELSSOHN
Lied: O lied romântico é baseado na tradição do séc. XVIII, mas a sua popularidade apenas
começou a aumentar a partir do século XIX. Os poetas desenvolveram este género sobre
elementos clássicos e da tradição. A natureza era o tema comum, e o lirismo a forma mais
comum da poesia, em que são utilizadas estrofes com métrica e rima regular, e em que se
denota a influência dos modelos clássicos do Sopphr e Horacio. O poema é estrófico e
representa o sentimento de um único tema.
Ciclos de Canções: Canções agrupadas por características unificadoras, como por exemplo o
mesmo poeta ou mesma temática. Nestas coleções, as canções deviam ser apresentadas por
ordem, permitindo ao compositor contar uma história. Esta temática foi introduzida por
Beethoven em Andie ferne Gelieble (3ª fase).
Nos Lieds e Ciclos de Canções, destacam-se Schubert: primeiro grande mestre do género,
autor de mais de 600 lieder. Viveu da publicação das suas obras e transformou textos e formas
das canções de variados poetas, incluindo Goethe. Este tentou equiparar a música à palavra,
colocando poemas estróficos, em especial os que apresentavam uma imagem ou sentimento,
e melodias que capturavam o tema e espírito do poema; e Schumann: compositor que
defendia que o piano e a voz eram parceiros. Este é da opinião que a música deve captar a
essência do poema, usando uma figura para conseguir a ideia da criação central do poema.
A ópera no século XIX era bastante lucrativa, sendo que os compositores ganhavam
bastante dinheiro. Esta era destinada não só à classe média e alta, mas também à burguesia.
Eram os compositores Italianos que dominavam os palcos. A ópera italiana, quando
comparada à francesa e alemã, é mais centrada no canto e no virtuosismo dos cantores. Na
ópera francesa e alemã, há uma maior preocupação com o papel da orquestra e com a
orquestração.
Quanto à ópera italiana, podemos destacar vários compositores, entre os quais
Rossini.
Rossini estudou em Bolonha, compondo a sua primeira ópera aos 18 anos. Em 1815,
foi nomeado diretor musical do teatro San Carlo, em Nápoles. Uma vez que tinha de compor
rapidamente, revia muitas vezes material de óperas anteriores para compor as mais recentes.
Associado ao Bel Canto, adaptou as suas obras para o público francês ao mudar-se para Paris,
tornando-se diretor do Théatre Italien. Escreve William Tell em 1829, sendo encenada mais de
500 vezes durante a sua vida. Esta obra caracteriza-se por combinar características italianas
com elementos da Grand Opera Francesa. Rossini parou de escrever óperas quando tinha
quarenta anos, e viveu os restantes quarenta com conforto económico, compondo noutros
géneros.
Nas suas óperas, Rossini procurava o Bel Canto, um estilo elegante de cantar que
contrastava com o estilo dramático, que tinha dominado a última metade do século anterior.
Estas óperas são conhecidas pelo fraseado melódico, ritmos vigorosos, frases claras,
orquestração simples e esquemas harmónicos simples.
Rossini e os seus libretistas desenvolveram uma estrutura de cena em que todos os
solos, conjuntos e coros contribuem para o desenvolver do enredo. Uma cena típica de solo
consiste numa introdução orquestral e uma scena – recitativo acompanhado pela orquestra,
seguido de uma ária com duas secções principais, uma lenta lírica e cantabile, e uma cabaleta
brilhante e rápida. A tempo di mezzo geralmente separa estas secções. Os conjuntos e os finais
têm estruturas semelhantes.
Outros importantes compositores da ópera italiana do século XIX são Bellini e
Donizetti.
Ópera em França
Ópera Alemã
Na ópera, a interação entre a música e a literatura era muito forte nos países germânicos. O
Singspiel, género que integra elementos da ópera francesa e tradição austro-germânica, era o
nome dado ao estilo nacional de ópera deste país. O enredo é baseado na história ou em
lendas medievais, envolvendo elementos sobrenaturais e o folclore – características de
identidade do país.
Como principal compositor, destaca-se C.M.Weber, com a obra Der Freischütz.
Anteriormente a este século, a música não religiosa era apenas a composta na época,
não havendo contacto com o repertório passado. A partir de cerca de 1850 as bases do
repertório clássico são criadas, e um novo campo de Musicologia inicia o estudo da música
passada, sendo criadas e publicadas coletâneas das obras de Bach, Händel, Mozart,
Beethoven, Schubert, Chopin e outras de alguns trabalhos menos conhecidos do Barroco e
Renascimento. Com a criação deste novo campo de estudo, é iniciado o domínio da música
germânica, e também o fácil acesso à música mais antiga, tanto por parte dos músicos como
do público em geral.
BRAHMS vs WAGNER
Brahms seguiu as linhas mais clássicas, enquanto que Wagner, à semelhança de Liszt, seguiu o
legado de Beethoven, que apontava para novas linhas e géneros de composição. Nestes dois
compositores, existe uma dualidade entre música absoluta e música programática; tradição e
inovação; formas/géneros clássicos e “novos”estilos.
Wagner foi um compositor influenciado por Weber e Beethoven. Escreveu algumas obras
instrumentais, 1 sonata para piano e alguns Lieder. O seu primeiro grande sucesso foi Rienzi,
composto em 1842. O êxito das suas obras continuou com O Navio Fantasma, e o Holandês
Voador, em 1843, período onde se estabeleceu em Dresden, e consolidou a sua vida
económica. No final da década de 40, século XIX, Wagner foge da Alemanha, devido a
acontecimentos políticos e dívidas de jogo. Estabelece-se na Suíça, onde tem contacto com
Liszt e se casa com Cosima Liszt. A nível de estrutura e concepção sinfónica, as obras de
Wagner têm influências de Beethoven, Meyerbeer (no sentido de obra de arte total) e de
Weber (no estilo de Singspiel e nacionalismo).
Wagner desenvolveu alguns ensaios a partir dos anos 50, denotando-se influências
Antissemitas (Judaísmo na música), apesar de as mesmas não terem sido uma contribuição
fundamental para o estilo nacional.
No tratado Ópera e Drama, Wagner expõe a noção de arte total. Este conceito baseia-
se no fundamento de que a poesia, desenho técnico, encenação, ação e a música trabalham
em conjunto, com o objetivo de tornar a obra composta numa obra de arte total. Wagner, nos
seus dramas musicais (terminologia usada pelo mesmo para descrever as suas obras), utilizava
as linhas vocais como parte de uma textura completa, na qual a música era o fundamental. O
pensamento total da ópera devia ser obra do compositor. Wagner utilizava nas suas obras o
leitmotiv, que consiste num motivo musical associado a uma personagem, emoção ou ideia.
Durante a composição, é utilizado para determinar o sentido do tema, mas caso a situação da
ação se modifique, o leitmotiv pode também ser modificado. A música dos dramas musicais
desenvolve-se em torno destes temas em que o material melódico circundante e o
desenvolvimento do leitmotiv criam a ideia de “melodia sem fim”.
Exemplos Óperas de Wagner: Óperas/Dramas musicais intermédios – Tannhäuser (1845);
Lohengrin (1850). Tetralogia Ciclo do Anel, baseada na mitologia nórdica – Das Rheingeld
(1854); Die Walhure (1856); Singfried (1857); Götterdämmerung (1879). Óperas finais – Tristão
e Isolda (1859), conhecida pela utilização continua de cromatismos e linguagem harmónica;
Die Meistersinger von Nürnberg (1856); Parsifal (1882).
Influências de Wagner: Compositor que mais textos teve escritos sobre a sua vida. Visiona as
suas obras como arte total o que afeta toda a ópera do final do Romântico. Dedica-se à
questão da afinação e cor orquestral, que influencia outros compositores, pois até então a
afinação era bastante descurada. Não só os compositores foram influenciados pelas obras de
Wagner, mas também poetas e pintores inspiraram-se nas obras do mesmo; os pensamentos
antissemitas também tiveram seguidores, como os Nazis.