Você está na página 1de 7

PERÍODOS E CARACTERÍSTICAS

• 350 – 600 D.C. – Período pré Idade Média


• 600 – 850 - -Início da Idade Média. Canto Gregoriano
• 850 – 1150 - Período Romanesco. Desenvolvimento da notação musical, aprox. 1000
• 1150 – 1450 - Período Gótico
• 1450 – 1600 - Período Renascentista
• 1600 – 1750 - Período Barroco
• 1725 – 1775 - Período Rococó
• 1775 – 1825 - Período Clássico
• 1820 – 1900 - Período Romântico
• 1890 – 1915 - Período Pós-Romântico
• 1900 ............ - século XX – vários “ismos”
• ...................... - século XXI – continuação das tendências musicais do final do sec. XX,
incluindo a música eletrônica, computer music e experimentalismo.

RENASCENÇA BARROCO CLÁSSICO ROMÂNTICO MODERNO

• Clareza sonora • Doutrina das • Balanço, clareza e • Expressão forte e • Prevalece


afeições economia de exagerada diversidade e
meios experimentalismo:
• Balanço entre novos ritmos,
quatro ou mais • Dinâmica em • Expressão íntima, harmonia,
vozes planos, concertato, • Frases curtas; individual sistemas tonais,
homogêneas baixo figurado movimento timbres
intermitente
• Melodias líricas
• Contraponto • Contraponto longas; harmonia • Impressionismo
imitativo imitativo • Nova dinâmica: em terças
crescendo e expandidas
diminuendo • Expressionismo,
• Movimento primitivismo,
contínuo, melodias • Extensão da forma politonalismo
longas sobrepostas • Ênfase em forma e clássica
relacionamento
tonal • Neoclassisismo

• Serialismo

• Música eletrônica
e aleatória

• Tendências
neoromântica

• Computer music,
tecnologia MIDI

1
FORMAS E MEIOS MAIS USADOS

RENASCENÇA BARROCO CLÁSSICO ROMÂNTICO MODERNO

(Ricercar) Concerto grosso Sinfonia Sinfonia Sinfonia

Concerto Concerto Concerto Concerto

(Canzona) Sonata Sonata Sonata Sonata

Sonata Trio Quarteto de Cordas Quarteto de Cordas Quarteto de Cordas

Trio Piano Trio Piano Trio Piano

(Danças) Suíte Suíte Suíte

Poema Sinfônico Poema Sinfônico

Abertura Abertura

Música Descritiva Música Descritiva

Ópera Ópera Ópera Ópera

Missa Missa Missa Missa Missa

Oratório Oratório Oratório Oratório

Cantata Cantata Cantata Cantata

Madrigal

Moteto Moteto

Música Eletrônica

2
TENDÊNCIAS

RENASCENÇA BARROCO CLÁSSICO ROMÂNTICO MODERNO

Sistema Modal. Sistema tonal Tonalidade é a Tonalidade se Tonalidade perde


emerge. Todos os base da expande. Tons força. Novos
tons possíveis com organização distantes, sistemas
temperamento. formal. A música justaposições explorados como:
Tonalidade Clássica é a mais incomuns atonalidade,
totalmente tonal dos exploradas, uso politonalidade,
estabelecida no períodos. intenso de harmonia
final do período. modulação. estruturada em
quartas,
relacionamentos
aleatórios.

Orquestra Grande diversidade Começo de escrita Desenvolvimento Orquestra se Continuação de


de instrumentos, idiomática para padrão da transforma em um grandes
mas nenhuma instrumentos. orquestra com as conjunto grande, orquestras, mas
escrita idiomática. Nenhuma formação quatro famílias em média 100 com novos
de conjunto homogêneas. instrumentistas, experimentos de
instrumental Emerge a arte da continuando com pequenos
estabelecida. orquestração. as quatro famílias. conjuntos.
Metais e percussão Desenvolvimento
mais da música
proeminentes. A eletrônica.
arte da
orquestração
altamente
desenvolvida.

Ópera Primeiras óperas Declínio da Ópera se torna Assim como na


eram homofônicas, ópera napolitana. entretenimento música do séc.
sendo o texto mais A ópera é público. Ópera XX,
importante. Início reformada, se lírica e cômica experimentalismo
dos Teatros de tornando mais com temas é encontrado na
Óperas. Surgimento dramática. Coro românticos e ópera, a começar
das óperas e orquestra se nacionalistas. com Debussy e
venezianas, onde tornam mais Ápice da ópera R. Strauss.
texto é subordinado importantes. dramática em Temas
à música. Ascensão da Verdi e drama expressionistas
Desenvolvimento ópera cômica musical de também usados.
da ópera napolitana com Mozart Wagner. Aumento Ópera em um ato
com a Ária da capo sendo o do interesse em e pequenas
e alternância entre compositor de drama, óperas são
recitativo e ária, destaque. principalmente em comuns.
com muitos Puccini e no
ornamentos e movimento
improvisação. “verismo”.

Vocal e Música Música vocal e Música Música vocal e Música vocal e


instrumental; primordialmente instrumental de instrumental é a instrumental de instrumental de
música vocal. igual importância. mais importante igual importância. igual
Doutrina das deste período. Impera a música importância, mas
3
absoluta e afeições no final do Impera a música programática. há um retorno à
programática barroco. Música absoluta. música absoluta
absoluta no
desenvolve-se a Neoclassicismo.
partir da ascensão Música
da música instrumental mais
instrumental. proeminente que
vocal.

Homofonia Polifonia (textura Homofonia em Homofonia (não Homofonia (rica e Polifonia (não
versus não densa) monodia (não densa). densa). densa, exceto na
polifonia densa) e polifonia música
(densa). neoromântica;
ritmicamente
complexa.

Elementos da música

• MELODIA – sequência de alturas percebidas pela mente como uma unidade, em algo que tem começo,
meio e fim. O ritmo serve para delinear o contorno melódico, ou seja, o ritmo na música serve para
guiar o contorno musical em frases e cadências.
O tema é uma idéia musical que serve como elemento construtor da música, podendo ser uma melodia
como um todo ou uma compacta idéia harmônico-ritmo-melódica que se desenvolve durante a música.
O tema consta de partes ou fragmentos ritmco-melódicos que é o motivo e seu desenvolvimento.

O formato melódico faz o ouvinte fixar uma melodia é o seu clímax que é o ponto mais agudo de uma
melodia representando um pico de intensidade.

• HARMONIA – adiciona profundidade à melodia. É o equivalente à perspectiva na pintura. Harmonia


implica em movimento e progressão.

Consonância e dissonância: tensão e repouso. Sem uma a outra não existe. A música foi, ao longo do
tempo, ficando mais dissonante à medida que as dissonâncias ficavam mais comuns.

Exemplos musicais dessa consonante para dissonante - Missa para o papa Marcellus de Palestrina.
Mozart: Eine Kleine Nachtmusik, Wagner: Tristão e Isolda, Schoenberg: Premonição, op. 16.

• RITMO – fluxo no decorrer do tempo. Tendo em vista música ser uma arte que existe somente no
tempo, ritmo controla essa sequência da atividade musical. O ritmo está para a música assim como o
uso de espaço para a escultura e arquitetura.

• COMPASSO – é organizado pela pulsação regular, cada duas, três, quatro pulsações, e assim se percebe
pulsações em grupos de duas, três, quatro ou mais. Esses grupos em música se chamam compasso. Na
música contemporânea, nem sempre essa pulsação é regular, não só pela alternância de compassos
variados como também pelo emprego de compassos de pulsação irregular, como o compasso quinário,
setenário, ou até mesmo compassos fracionados com duas e meia pulsações, três e um quarto...

• ANDAMENTO – indica o “passo” da música, incluindo os termos bastante usados que modificam o
andamento estabelecido da música, como accelerando, ritardando.

4
• DINÂMICA – (p, pp, f, ff, etc.), crescendo e diminuendo, dentre outros sinais, é também chamada de
marcas de expressão. Seu emprego mais frequente se deu a partir do final do século XVIII e durante
todo o século XIX.

Pode-se observar o emprego de dinâmica cada vez mais presente em peças partir do período barroco até
o contemporâneo. Como com exemplo, J. S. Bach, Paixão Segundo São Mateus; Rossini, O Barbeiro de
Servilha; Ravel, Bolero; Honegger, Pacific 231;Tchaikovsky, Valsa das Flores; comparando os
elementos: acelerando, aumento de volume e melodia em direção ao agudo. Todos reforçam um ao
outro para criar o clímax.

Contraste de dinâmica na música equivale ao uso de luz e sombra na pintura.

Formas da música

MÚSICA DE UM ÚNICO TEMA – (A ou A A’)


Chopin: Prelúdio em Lá maior, Op. 28, Nº 7

• FORMA – (A B A) ternária: idéia musical, contraste e repetição.

FORMA A B A AMPLIADA: Tchaikovsky,Valsa das Flores

A B A CODA
a-b-a-b c-d-c a-b-a-b

Outras formas ternárias, como o último movimento da sonata para piano, K. 331 de Mozart. Este
movimento é em forma ternária composta, com uma característica peculiar: entre cada grande divisão e
antes da coda se ouve um período contrastante de duas frases que funciona como um refrão, daí ser
conhecida como Rondó Alla Turca.

Outra forma peculiar é a Valsa Nº 1 em Mi bemol, Op. 18, conhecida como Valsa Brilhante de Chopin.
Esta peça é quase uma sucessão de cinco valsas, sendo a última igual à primeira. Sua forma, no entanto,
é A B C D A.

TEMA E VARIAÇÃO

É uma composição com um tema do compositor ou de algum outro compositor (Brahms – Variações sobre um
tema de Paganini), onde, no início o compositor apresenta esse tema e em seguida suas variações s. Geralmente
é em forma binária ou ternária e em seguida uma série de variações onde certas características da idéia original
são mantidas e outras alteradas como:

Variação melódica – uso de várias técnicas, adicionando notas ao motivo, como por exemplo, um motivo com
as notas dó, sol, mi, pode ser ornamentado com dó, fá#-sol, ré#-mi, e assim, um motivo mais ornamentado
surge, contudo, sem ter modificado a melodia. A subtração de notas também é utilizada, deixando apenas o
5
“esqueleto da melodia”. Mudança de tom do motivo também é empregada com frequência. Variação melódica -
é bastante empregada em música jazística.

Variação harmônica – acordes empregados na música são substituídos por outros. Harmonia diatônica é
substituída por uma mais cromática, e em certos casos, a melodia pode ser completamente omitida, ficando
apenas o esqueleto harmônico. Arpejos podem aparecer no lugar de blocos de acordes, ou a melodia é transposta
para um registro grave enquanto o acompanhamento aparece no registro agudo.

Variação rítmica – ritmo e andamento podem variar também. Às vezes, uma valsa pode aparecer disfarçada de
polca, minueto ou marcha. Quanto à textura, o tema pode estar entremeado de novos temas. Ou o tema original
pode ser um acompanhamento para uma nova melodia. Combinando esses métodos com mudança de dinâmica e
tom, o tema é mudado e apresentado como uma marcha fúnebre, ou serenata, dança folclórica, capricho ou
barcarola.

MINUETO E TRIO – originário da corte francesa em meados do séc. XVII, em compasso ternário. No séc.
XVIII minueto foi usado no terceiro movimento e, ocasionalmente no segundo. Dança é em construção
simétrica, geralmente minuetos têm uma frase com quatro ou oito compassos. Mas em alguns minuetos de
Haydn e Mozart muitos têm frases assimétricas. A forma é geralmente A B A, com a parte B geralmente para
três instrumentos, daí o nome trio. O trio é mais leve em textura e mais calmo, geralmente com instrumento da
seção das madeiras. No final do trio vem o sinal D. C. Minueto-trio-minueto é uma estrutura simétrica em três
partes, na qual cada parte é uma pequena forma de três ou duas partes.

O minueto pode vir com as partes repetidas, mas geralmente depois do trio essa repetição não é feita. Uma
codetta (coda pequena) pode também vir no final da parte A e sua repetição.

SCHERZO - nas sinfonias do séc. XIX o minueto foi substituído pelo scherzo. Geralmente o terceiro
movimento, ocasionalmente o segundo. É também como o minueto, em compasso ternário e em forma ternária
(scherzo-trio-scherzo). A diferença está no andamento mais rápido e ritmo marcante, com mudanças bruscas de
textura e atividade melódica e rítmica.

RONDÓ – sua característica é o tema recorrente da idéia central (refrão). A sua forma mais simples é A B A B
A, que resulta numa extensão da forma ternária. O rondó pode ter dois temas contrastantes: A B A C A. No
período clássico, adquiriu uma forma mais ampla, também chamada de rondó de sete partes ou ainda de sonata-
rondó, pela similaridade com a forma da sonata allegro: A B A C A B A. O primeiro A B A é o equivalente à
exposição da sonata e o segundo A B A se assemelha à recapitulação. Entre os dois há a seção C que
corresponde ao desenvolvimento da sonata. A diferença está nesse outro elemento temático. Na sonata o
desenvolvimento é extraído da exposição, onde A e B às vezes só A ou só B são desenvolvidos, passando por

6
vários tons. Nos séc. XVIII e XIX, rondós tanto eram empregados no final de uma sonata ou como peça
independente.

Sonata e seus movimentos durante os períodos clássicos e românticos

Movimento Características Forma Andamento


1º Épico-dramático Sonata-allegro Alegro
2º Devagar e lírico Tema com variação, forma de Andante, Adágio, Largo
sonata, A B A
3º Minueto (séc. XVIII), Minueto e trio Allegro
Scherzo (séc. XIX) Scherzo e trio
4º Vívido (séc. XVIII) Sonata-allegro, Rondó, Rondó- Allegro, Vivace, Presto
Épico-dramático com final sonata, Tema com variações
triunfante (séc. XIX)

Na sonata, o primeiro, terceiro e quarto movimentos eram geralmente no tom indicado na peça, enquanto o
segundo movimento era em outro tom, em contraste com o tom inicial. No século XIX compositores passaram a
empregar o tema do primeiro movimento nos demais como meio de unificação.

SINFONIA

Peça para orquestra, geralmente em três ou quatro movimentos: rápido-devagar-rápido ou rápido-devagar-


moderadamente rápido- rápido.

O primeiro movimento é em forma de sonata allegro, basicamente em três seções: exposição, desenvolvimento e
recapitulação seguido do fechamento (coda).

O segundo movimento, no século XIX é geralmente devagar com característica lírica. Geralmente em forma
ternária (A B A) ou tema com variação.

O terceiro movimento é um minueto no período Clássico. No período Romântico é geralmente um scherzo,em


ritmo agitado e às vezes impetuoso. A forma é geralmente A B A expandida. A seção do meio é às vezes um trio
de natureza mais calma, contrastando com a seção A. Em algumas sinfonias o minueto ou o scherzo é o segundo
movimento.

O quarto movimento é sempre triunfal, como no primeiro, baseado na forma de sonata allegro.

Joaquim Ribeiro Freire Neto


jrfreire@ufpi.edu.br
7

Você também pode gostar