Você está na página 1de 5

Aula de Artes (Obras do PAS 1)

Professor Vitor Vanini

Conteúdos:
- Little Fugue in G minor, para Organ, de J. S. Bach;
- Clementina de Jesus - Muriquinho Pequinino (Canto II – Canto dos Escravos).

Little Fugue in G minor, para Organ,


de J. S. Bach 10. A música barroca possui a presença de ritmos
enérgicos, melodias com muitos ornamentos,
Contexto da Obra contrastes de timbres instrumentais e
sonoridades fortes com suaves.
1. É possível afirmar que a Pequena Fuga em
Sol menor, de Johann Sebastian Bach, foi 11. A música barroca pode ser marcada pela
composta provavelmente entre 1703 e 1707. oposição aos modos gregorianos, dessa forma
pode ser encontrada a dissonância como um
2. O barroco foi uma tendência artística que se recurso musical.
desenvolveu primeiramente nas artes
plásticas e depois se manifestou na literatura, Compositor da Obra
no teatro e na música.
12. Entre o período de 1703 a 1707 Bach
3. Na história da música, o “barroco” é o termo desempenhou o cargo de organista dentro da
indicado para designar o período que vai do igreja de São Brás, na Alemanha.
aparecimento da ópera (“Orfeo”, de
Monteverdi, 1607) e do oratório até a morte 13. Bach levou-o a sucessivos atritos com a igreja
de J.S. Bach (1750). devido ao excesso de variações e dissonâncias
que introduzia em suas músicas.
4. Na formação da música clássica uma figura
importantíssima para esse processo foi o 14. As obras de Bach trazia mudanças no andamento
músico e compositor Johann Sebastian Bach e na duração, ora lentos e demorados, ora
criador da obra Little Fugue in G minor, para rapidíssimos e curtos, que desconcentravam os
Organ. cantores e a congregação.

5. Na música, o barroco é caracterizado pelo 15. Bach é o resultado supremo da história da


uso do baixo contínuo, da polifonia, do polifonia europeia, o fundamento de sua
contraponto e da harmonia tonal. música é a música vocal.

6. Foi durante o período barroco que a música Elementos descritivos da obra musical
vocal passa a ser mais importante que a
música instrumental. 16. A fuga, uma forma ou maneira de escrever
música que existe desde a Renascença, teve seu
7. O período barroco reflete a junção dos auge no período barroco graças ao mestre das
pensamentos entre o homem e Deus, o fugas Johann Sebastian Bach (1685-1750).
terreno e o celestial, o pecado e o perdão.
17. Pode-se dizer que o cânone é um estilo de
8. O início do período barroco é marcado com o composição contrapontista, polifônica e que
surgimento da figura de Bach, denominado o possui um tema principal que pode ocorrer uma
príncipe da música, através de suas variação no processo imitativo do mesmo tema.
composições.
18. É possível afirmar que Little Fugue in G minor,
9. O Barroco pode ser marcado por um período para Organ, de Bach é uma fuga na qual o tema
de conflito do homem, no qual está a é repetido por outras vozes que entram
dualidade entre o sacro e o profano, a sucessivamente e continuam de maneira
espiritualidade e os desejos da carne. entrelaçada.
19. A Fuga em Sol menor, BWV 578 28. Na obra de Bach, sua estrutura formal se divide nas
(popularmente conhecida como "Pequena secções com uma exposição de quatro entradas.
Fuga"), é uma peça musical de piano em
quatro vozes escrita por Johann Sebastian 29. No final da fuga de Bach surge ainda uma última
reexposição do tema, de novo na tônica, podendo esta
Bach durante seus anos na Alemanha (1703-
reexposição final assumir, por vezes, formas mais
1707).
complexas e desenvolvidas do que as reexposições
anteriores.
20. A obra Little Fugue in G minor, com um tema
imitativo, é uma música que sofre variações
durante sua execução e pode-se dizer que é
a mais reconhecida de Bach.

21. Na execução da obra de Bach é possível


perceber o rallentando como elemento
estético de finalização da peça musical.

22. No compasso 7 da música Little Fugue in G


minor, para Organ, de Bach é possível
identificar o trinado e a bordadura como
recurso de embelezamento da obra.

23. A obra musical Little Fugue in G minor, para


Organ, de Bach apresenta um compasso
quaternário que segue uma sequência de
tonalidades homônimas: Gm Dm Cm Gm.

24. É possível identificar no terceiro e no quarto


tempo do quinto compasso um movimento de
graus conjuntos pela melodia mais grave.

25. Típicas de várias peças de J. S. Bach, as


fugas, deram-se origem primeiramente na Muriquinho Pequinino
forma musical chamada de cânone, mas
Clementina de Jesus
Bach ao elaborar mais ainda, e explorando a
forma de variações sobre o tema, varia o
Contexto da Obra
tom, o ritmo e especialmente a voz, com uso
de imitação.
30. O ano de 1964 representa um dos períodos mais
difíceis, desumanos e controversos na nossa
26. A obra Little Fugue in G minor de J. B. Bach
história republicana, em contrapartida Clementina
é um exemplo de fuga escrita na tonalidade
não surge como uma ameaça em plena ditadura,
de sol menor para um órgão, que é um
ela aparece como uma novidade, uma proposta
instrumento da família dos aerofones de
cultural que interessava.
teclas, tocado por meio de um ou mais
manuais e uma pedaleira.
31. Para a indústria musical, Clementina não
incomodava ao governo militar que pretendia ser
27. Uma das características da fuga é que, a partir da
segunda entrada do tema (normalmente
visto como um país de uma democracia racial e
designada de resposta), o mesmo vem importava a necessidade de representação étnica
acompanhado de um contra-tema com e cultural.
características melódico-rítmicas complementares
e contrastantes a este mesmo tema, 32. As movimentações negras, seja de caráter
completando-o como se de um todo se trata-se. político ou cultural, se espelharam, tendo como
influência a cultura indígena e africana, presente
e resistida por Clementina, em sua voz, em sua
música, em sua estética, em sua dessas canções eram denominados cantos de
representação. trabalho.

33. A novidade de se ter Clementina estava em 41. No mundo do samba, Clementina fez de tudo:
cantar a ancestralidade africana, isto é, uma dirigiu escola de samba, bloco de carnaval,
memória de repertório oral, que muitas vezes ensaiou o coro feminino conhecido como as
em sua canção não se entendia o que Pastoras de Heitor dos Prazeres. E seguiu
pronunciava, pelo uso de palavras tão cantando em festas de maneira informal.
especificas, mas sentia que aquilo tinha
origem de algo antigo e cultural. 42. De origem humilde, Clementina de Jesus recebeu
de seus pais uma criação com influências da
34. Juntamente com Clementina, as escolas de cultura africana, sendo seu pai violeiro e
samba estavam alheias ao processo político capoeirista e sua mãe rezadeira, que entoava
brasileiro durante a ditadura militar, o que jongos, lundus e cantigas de trabalho durante o
importava para os sambistas era serviço de casa.
proporcionar momentos de descontração em
meio ao caos.
Elementos descritivos da obra musical
Compositor da Obra
43. O timbre de voz de Clementina de Jesus é
35. Marcada por sua voz grave e anasalada,
conhecido como contralto, que, por definição, é o
Clementina de Jesus é a solista que
registro agudo da voz feminina.
interpreta a canção “Muriquinho Pequinino“,
ela foi cantora, compositora e tornou-se uma
44. Na obra apresentada, com exceção da cantora, a
grande representante da ancestralidade e
percussão está tocando um instrumento definido
sonoridade afro-brasileira.
como membranofone.

36. No decorrer dos anos, Clementina começou


45. Clementina de Jesus, Tia Doca e Geraldo Filme
a frequentar rodas de samba, inclusive na
interpretam o Álbum “O Canto dos Escravos”, o
casa de Tia Ciata, na qual pôde ter os
LP foi prensado em 1982, nesse trabalho contém
primeiros contatos com grandes nomes da
o registro de cantos ancestrais dos negros
música brasileira.
escravizados e de maneira mais específica
podemos situar Clementina de Jesus que
37. Clementina teve sua carreira musical de
interpreta a faixa denominada “Canto II”.
maneira tardia, pois apenas aos 30 anos que
realmente iniciou nos palcos e atuou de
46. A presente obra, Muriquinho Pequenino, se trata
maneira profissional.
de um vissungo, ou seja, um canto entoado pelos
38. Um dos principais motivos para a carreira escravos durante o trabalho.
tardia de Clementina foi devido à falta de
47. O vissungo se referia a uma música de caráter
oportunização no mercado fonográfico, visto
responsorial praticada por escravizados
que a mesma possuía pouco estudo de
indígenas, tal música era entoada raramente
música e pouca experiência para poder atuar
em português, prevalecendo as línguas africanas.
em grandes palcos.

39. Uma das principais sambistas de todos os 48. Era normal nas rodas de samba as inúmeras
tempos, Clementina teve a sua importância repetições de partes específicas das músicas,
reconhecida durante toda sua trajetória de visto que grande a maioria dos participantes eram
vida, isso foi perpetuado, pois trouxe impacto iletrados.
marcante para a estruturação do samba
49. Assim como o samba a repetição seria uma
contemporâneo.
prática de suporte para decorar, essa prática
pode ser analisada também na obra Muriquinho
40. É possível afirmar que Clementina de Jesus
Pequenino por meio de uma estrutura musical
foi importante por registrar e divulgar músicas
binária “AB”.
ancestrais realizadas por escravos, algumas
50. Quanto à textura musical é possível destacar:
o canto da solista inicialmente e logo depois
a entrada de coro em uníssimo que finaliza
as frases com uma polifonia vocal.

51. Na obra de Clementina está presente como


acompanhamento de instrumentos de
percussão, berimbau e violão.

52. A música interpretada por Clementina de


Jesus, foi um vissungo entoado pelos
escravos durante o trabalho na região de
mineração em Minas Gerais, fala sobre a
fuga de um menino, que com apenas uma
trouxa de roupa em suas costas, se refugia
no quilombo do Dumbá.

53. Ouvir Clementina cantar a referida canção


mexe com nosso imaginário, nos dá a
impressão de que a mesma estava vendo o
muriquinho partir, entre os sons dos
tambores, violão e a entonação da sua voz
forte e rouca.

GABARITO

1. 20. 39.
2. 21. 40.
3. 22. 41.
4. 23. 42.
5. 24. 43.
6. 25. 44.
7. 26. 45.
8. 27. 46.
9. 28. 47.
10. 29. 48.
11. 30. 49.
12. 31. 50.
13. 32. 51.
14. 33. 52.
15. 34. 53.
16. 35. 54.
17. 36. 55.
18. 37.
19. 38.
Sujeito: É a idéia musical em que se baseia a fuga. Recebe também os nomes de tema, dux, proposta,
vox antecedens.

Resposta: A resposta (comes, conseqüente) pode ser real ou tonal. A resposta real consiste em uma
imitação rigorosa do sujeito à 5a superior. A resposta tonal é uma imitação do sujeito que porta
mutações melódicas com finalidades à sua adequação tonal.

Contra sujeito: É um tema subsidiário que acompanha o sujeito. Seu conceito foi introduzido por
Coprario, em seu Rules How to Compose (c.1610). Um contra-sujeito ouvido com o sujeito em todas as
entradas (ou quase todas) pode ser considerado um contra-sujeito regular.

Episódio: Em fuga, o termo refere-se a qualquer passagem que ocorra entre o fim da exposição e o
começo da entrada final que não seja uma entrada de sujeito. A Teoria nunca se decidiu se uma entrada
completa de um contra-sujeito sem o sujeito (CBT, Vol. I, fuga 11) constitui ou não um episódio.

Contra-exposição: Algumas fugas apresentam uma nova exposição após a exposição regular inicial, a
qual recebe o nome de contra-exposição; embora a alternância entre tônica e dominante seja
normalmente aplicada na exposição, esta ordem das entradas pode variar aqui.

Você também pode gostar