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Baseado na obra de

Elomar Figueira Mello

Adaptado por Marcos Guerra e Edinara Medeiros


Marcos Guerra
Nasceu em 7 de outubro de
1985, em Natal-RN. É formado
em Artes Plásticas, pela UFRN,
sendo atualmente estudante de Di-
reito. Em 2009, fundou a editora
K-ótica para lançar histórias em
quadrinhos, mais tarde tornando-a
numa loja dedicada a publicações
do gênero. Fez cenografia de ópera,
foi professor de inglês, trabalhou
em livrarias, ilustrou livros, mexeu
com teatro, poesia e virou pai de
Maria Júlia. Lançou títulos como
“O Evangelho Segundo o Sangue”
e “Lampião na Terra dos Santos
Valentes”. Fez uma incursão à
literatura infantil, com a artista
Amanda Silva, no livro “A pala-
vra bem almoçada”, ainda por ser
lançado. Atualmente, trabalha com
roteiro de jogos eletrônicos, como
o “Dolmen”.

Baseado na obra de Elomar Figueira Mello


© Copyright 2017 de Marcos Neves e Edinara Medeiros Sumário
Coordenação geral
Marcos Neves e Edinara Medeiros
Prefácio ................................................................................................................. 07
Roteiro original e texto
Elomar Figueira Mello Bespa ........................................................................................................................ 11
Textos dissertativos 1° Canto: Da Catingueira ............................................................................................ 22
Ernani Maurilo e AdelinF Renault, extraídos da obra original, Álbum Auto da Catingueira
(1983), gravado ao vivo na sala de visitas da Casa dos Carneiros, na Gameleira. 2° Canto: Dos Labutos ................................................................................................ 42
Adaptação 3° Canto: Das Visage E Das Latumia ........................................................................... 61
Edinara Medeiros e Marcos Neves
4° Canto: Do Pidido ................................................................................................... 76
Arte
Marcos Neves 5° Canto: Das Violas Da Morte ................................................................................... 86
Revisão de conteúdo
Agradecimento .......................................................................................................... 135
Elomar Figueira Mello

Editor
Cleudivan Jânio

Produção/Coordenação administrativa
Rossane Nascimento

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

N425a

Neves, Marcos
Auto da catingueira em quadrinhos / Marcos Neves, Edinara Me-
deiros. - 1. ed. - Natal [RN]: CJA Edições, 2017.

139 p. : il. ; 28 cm.

ISBN: 978-85-9498-031-1

1. Poesia brasileira. I. Medeiros, Edinara. II. Título

17-41372 CDD: 869.91


CDU: 821.134.3(81)-1

Todos os direitos reservados.


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84 99953-5466 / 3025-6820
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“Ó Senhor Deus, eu sempre cantarei

a respeito de teu amor

e anunciarei a tua fidelidade

a todas as gerações.”

Salmos 89:2
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BESPA 1ºCanto: DA CATINGUEIRA nio. Lubrina como neblina. Corre no
seio da Caatinga, que esta é ao mesmo
Pg 11: A Bespa é uma introdução à Pg 24: A expressão é profundamente
tempo velha e moça, isto em função do
cantoria; nela se definem os temas, os poética: faz parte do dia-a-dia da
ciclo das águas e das secas; ao chover,
cantos, as histórias. conversa catingueira descrever o tempo
a Caatinga explode imediatamente em
quando o tempo se deu. A quadra
Pg 16: No sentido do cantar, minha verde, alegre, remoçada; já a seca a deixa
escura de janeiro é vista aqui como
memória não pode falhar, eu canto enrugada, em envelhecida, prostrada.
uma época em que, sem lua no céu, no
em um tempo corrido, fatos, dados e
minguante, não há claridade nas noites Pg 39: Pru via dela, tem o sentido
coisas a serem lembrados e registra-
ao sair, tendo o catingueiro que levar de “por causa dela”, muito sangue foi
dos; eu tenho uma missão
um facho (lanterna, tição aceso, lampa- derramado. O trecho seguinte é de uma
a ser cumprida.
rina, fifó, etc) na mão. Dassanta corre o infinita poética: a transformação de
Pg 19: Zé Crau e Alêxo foram can- primeiro risco de sua vida: a possibili- Dassanta num pássaro de asas amarelas,
tadores do São Joaquim, local onde dade de morrer pagã, verdadeiro pânico uma jaçanã pomba-fulô; encontrável em
o poeta viveu a primeira quadra de para o catingueiro, do auto de sua fé. inúmeras histórias indígenas-sertanejas...
sua vida, e povoaram a memória do Não fosse o catingueiro também descen-
Pg 26: O homem em sua vida na terra
autor, naqueles dias bem distantes da dente de índio...
enfrenta ritos de passagem impostos
infância, com histórias e fragmentos
pela sobrevivência, pela convivência e
de acontecimentos como esses aqui
pelo código de necessidade e pressões,
reconstituídos. Sarafin e Balancesa
que partem de determinados grupos
reproduzem uma imagem imemorial:
no conjunto social. Aqui, Dassanta,
são três filhos homens e mulheres,
enfrenta dois desses ritos: o assenta-
modelos de beleza física e espiritual,
mento jurídico (ou seja, o registro
príncipes e princesas aos olhos do
de nascimento na LEI DE POÇÃO,
catingueiro, aos seus padrões do Belo.
referência à Comarca e Município de
Pg 21: Agora, o Cantador começa a Poções, Sudoeste da Bahia, onde a ação
modificar o relato: é hora de recorrer se desenvolve), e o Sacramento religioso
ao depoimento oral de um vaquei- (o batismo). Tendo o vigário tomado
ro, também neto de matador de o pouco do dinheiro levado pelos pais
marruá, isto é, de novilho, de boi de Dassanta. Não havendo, portanto,
valente. Companheiro de lidas do como assentar (registrar) sua era (idade),
pai de Dassanta no Campo do Sete por falta de dinheiro.
Estrelos, no Vale do Rio Gavião. A
Pg 31: O rompante grosso tem aqui o
expressão Malunga aqui significa
sentido de voz, do instrumento vocal
companheiro.
dos aboios que marcam tardes e ma-
Ranca toco de ribada é seguramente nhãs do sertanejo.
fruto do atavismo ibérico, que de
Pg 33: Na tradição catingueira, como
certa forma se mantém inalterável
também entre todos os despossuídos,
na tradição vocabular catingueira. A
há uma crença de que Deus está mais
Ribada é expressão comum na região
presente na necessidade e na precisão,
e tem sempre o sentido de alguma
por isso seu reencontro mais provável
coisa perdida (o que pode ser uma rês,
será nas terras quebradas da natureza.
nas baixadas e veredas da Caatinga);
no caso de ser uma rês, a de ribada Pg 34: A referência às pombas
é aquela que se perdeu do restante fogo-pagô, é de tradição catingueira,
da boiada, obrigando o vaqueiro a e a imagem poética é belíssima. O
retornar à sua procura pelos grotões, Príncipe Salvador e o Rei das Trevas
mangas e lugares desconhecidos. são referências a Cristo e ao Demô-

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2ºCanto: DOS LABUTOS define o tropeiro em si, que, como
Pg 43: A expressão burrêga marrã é marinheiro, faz de cada rancharia o
Pg 46: Aqui, novamente o referen- porto de seus inúmeros amores...
carinhosa; refere-se a uma cabritinha cial geográfico: o Campo dos Sete
com menos de 1 ano de idade, Estrelos, onde Dassanta conhece o Pg 50: O código de moralidade ser-
travessa, formosa, arteira. tropeiro numa desmancha (fabrico taneja fica colocado na preocupação de
Pg 44: A expressão aruvai, be- de farinha), com o qual se relaciona, definir se Dassanta casou, juntou, ou
lamente poética, tem o sentido obedecendo à febre perdedeira de sua simplesmente se embrechou. Com o
catingueiro do orvalho, que cai de alma e as ansiedades de seu corpo. encontro de Dassanta com o tropeiro
manhãzinha, anunciando Chico das Chagas, termina o Segundo
Pg 47: Novamente a temática da Canto do Auto. O recado está dado, o
o sol nascente. tropa e do pouso (a rancharia), duas cronista, como narrador, estabeleceu a
Pg 45: O desenvolvimento desse preocupações com esse pequeno “biografia” dos personagens, e os ele-
trecho narra uma dura realidade universo em extinção, se faz sentir mentos necessários, sejam geográficos,
caatingueira: a quadra das chuvas na obra elomariana... Os ritos de sejam genealógicos. Agora, no próximo
permite a sobrevivência com o passagem vinculados ao banho, ao canto, é hora de dar ouvido a Dassan-
Chiquêro (curral) das cabras, que dá enfeite do tropeiro. ta, de recuar no imemorial...
ao caatingueiro a ilusão do trabalho Pg 48: Gaieiro, isto é, um veado
para si. Na quadra das secas é preciso branco, grande, comum e respeitado
sobreviver trabalhando para outro na caatinga; tudo isso para comemo-
senhor mais afortunado; é hora de rar uma véspera (bespa) de São João;
trancar as cabras no fecho (cercado), grande festa no sertão.
e entregar a casa aos irmãos menores
e parar de perigrinar nos outeiros e Pg 49: Quilarão, aqui o sentido de
vagas nos serrados. É hora de tirar clarão, trovão, de chamar a atenção
umas das fatias (lâin) nos panos de sobre si.
toicinho; pegar os cachorros, juntar A expressão turuna pachola foi
os apetrechos da desmancha de tirada do dia-a-dia da oralidade
farinha (ferramenta-cocho-prancha), caatingueira; ela é utilizada para
montar nos animais e partir para o definir um tipo sócio-cultural meio
pouso dos Sete Estrelos, à procura de vagabundo, meio aciganado, deste-
nova ocupação. mido, folgazão. Aqui, expressa e

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3ºCanto: DAS VISAGE E DAS seada na cultura popular, passagens A existência dessas entidades, e seu
LATUMIA – Tirana da Pastora marcadamente de caráter moralista, registro, é bastante comum na reali-
como por exemplo, o castigo às dade das histórias e vivências sertane-
Pg 44: Percebemos em Dassanta
almas penadas por roubarem do jas, sejam escritas ou apenas baseadas
uma noção muito ampla, muito
alheio parte do pano que havia sido na oralidade.
cósmica, relacionada e comprome-
destinado à confecção de roupas;
tida com o mundo que a cerca, e As terras do sertão, nas horas mortas
ou ainda, da velha que, no des-
a aceitação natural desse mesmo e inselentes, nos momentos em que
mazêlo, viu um dia o próprio capeta
mundo; o trabalho do pastoreio tudo para, e o silêncio domina, em
na soleira de sua porta. Através do
é uma atividade extremamente que as folhas e os ramos não mexem;
medo infundido sobre as coisas do
solitária. O pastor ou pastora vive in- em que os bichos e o vento aquietam;
além, das coisas com “pauta” com o
tensamente sua imaginação, e como representam um palco natural para o
demônio, as pessoas criam uma força
tropeiro, outro errante nas estradas, invisível e o mal assombrado. E, mui-
repressiva, de bom comportamento
conversa com as plantas, com os tas foram as pessoas viventes que na
compulsório, de obediência às nor-
bichos viventes com os elementos da terra viram essas coisas. Isto porque, a
mas estabelecidas pelo grupo social.
natureza, e naturalmente, consigo Caatinga é um universo intensamente
Norma essa comprometida com a
mesmo. Na realidade, o pastoreio sacralizado, daí se entender nesse
noção de honestidade, de presteza,
ao definir um universo solitário e Canto, o aparecimento de todas essas
asseio, limpeza e pontualidade.
libertário, coloca o pastor nos portais entidades, divinas ou não, repre-
de uma nova percepção, de uma Dassanta se relaciona de forma sentando o bem e o mal. Entre essas,
nova iniciação. bastante familiar com algumas dessas algumas adquirem forma humana,
entidades e divindades, aceitando consoante com o princípio humanis-
3ºCanto: DAS VISAGE E DAS
como dado natural, a coexistência ta de que é preciso, muitas vezes,
LATUMIA - Recitativo
de todos esses elementos, mágicos sacralizar as formas do humano e hu-
Pg 55: Esse Canto também tem, ou não, no universo encantatório da manizar as formas do sagrado. E, nas
como grande parte da poética ba- caatinga, extensão de sua vida e de histórias do sertão, tem sempre o apa-
sua crença. recimento de certas figuras estranhas
Pg 63: Nesse Canto observa-se o nos hábitos e no comportamento, que
desenvolvimento e apresentação destoam do restante da comunidade,
de mais de 2 dezenas de entidades, que emanam tal força espiritual, que a
mágicas e demoníacas, que povoa- crendice popular logo determina que
ram o universo natural e mítico de aquela figura tem “pauta”, ou seja,
Dassanta. tem compromisso e relações com o
capeta.
O poeta em suas andanças e vivências
viu, ouviu e registrou aqui inúmeros
desses casos.
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4ºCanto: DO PEDIDO integrante da medicina popular do e outras inúmeras aparições, tão bem
Sertão; paca, panelada e frigideira, apresentadas no III Canto. O bem e o
Pg 66: É o mais lírico e belo
pratos tradicionais da cozinha ser- mal se conjugam no rito; de dia ele é
Canto de todo o Auto. Na voz e
taneja. A loa, como foi dito acima, filho de Deus Nosso Senhor, à noite,
na composição é perfeita relação e
é um canto de louvor à alguém nas trevas, ele é filho de Demo, é o
transmissão de sentimentos homem/
ou à alguma coisa. É comum nas lobisomem. A força do rito aqui, pode
mulher. A beleza e pré-anunciação
casas sertanejas e nas cidades e ser vista como elemento integrador e
se colocam na voz do cego canta-
vilas onde tem feira, ou ainda em coercitivo.
dor, que havia recitado e cantado
rancharias de tropa, o hábito de
em outras vezes que Dassanta havia Pg 71: O batismo como forma de
fornecimento de alimentação aos
acompanhado o tropeiro à feira. salvar as almas e pessoas perseguidas
que vêm de longe. A brividade,
Pg 67: A tradição sertaneja tem pelo Mal. Os dois garrafões guardam
também encontrada no Norte
colocado na boca e nas palavras ervas, misturas e ao mesmo tempo
de Minas e Zona da Mata, é
do cego a verdade e a intuição do são a moradia dos canguin, isto é,
uma espécie de bolo, rodado na
que vem a vir. Água da fulô que entidades demoníacas que “pautam”
palma da mão; e posto para assar,
chêra, está relacionada com colônia, com os gananciosos, propondo-lhes
normalmente adocicado, das casas
perfume, nuvelo e carrin podem ser fausto e riquezas temporais (terrenas)
da cidade, aquela era a melhor em
entendidos como carretel de linha; às custas da prisão eterna de suas almas
termos de comida.
pacote de misse, está relacionado na vida extradimensional... Trancilin,
Pg 70: O sentido de “Lua” aqui, de herança e tradição ibérica, corres-
com pacote de grampos para o
mantém sua unidade e raiz ibéri- ponde a um cordão de ouro trançado,
cabelo.
ca; brincá, como idéia e sentido de volta dupla, comum às famílias
Pg 69: O universo da feira de dançar, de divertir-se numa tradicionais do Sertão, e que passa
Nordestina começa a ser desfiado função. O feiticeiro curador é figura de geração a geração como parte de
pelo poeta, mostrando a partici- tradicional no rito do mágico e do herança e dote; As outras expressões
pação de Chico das Chagas e de medo sertanejos, conjugado com o mostram que, mesmo na rudeza na
Dassanta, quando o mesmo faz lobisomem que aparece nas noites vida agreste e catingueira, a mulher
uma loa (elogio) à comida da casa de sexta-feira, da mula-sem-cabeça retém a vaidade, a feminilidade e a
da mulher rezadeira, que é parte “competição” com outras mulheres;
esse trecho traça bem o caráter faceiro
e buliçoso de Dassanta.
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5ºCanto: DAS VIOLAS DA de rara beleza: a pé de bode é a como peleja, desafio, competição na Pg 88: A vereda do AUTO e do Pg 92: O Cantador do Nordeste, tempo, ficou clara a tentativa bem
MORTE sanfoninha 8 baixos, comum entre cantoria, que poderia ser dentro do Canto é a parcela: o tema se prende em sua picardia, continua no gênero sucedida de diminuir a importância do
os cantadores do sertão. Abriu asa, salão, ou lá fora no terreiro da casa. às ilusões e desenganos da vida, à Martelo, mas muda a temática: apela Cantador do Nordeste, que provavel-
Pg 75: A expressão purriba do
~ chegô, se refere às aqui no sentido de puxar o fole procura de algo inatingível – a felici- para a erudição citando uma das mente desconhecia esse peso que paira
lajedo o lua Pg 86: A atitude do Cantador do
nos primeiros acordes no início dade individual sem sofrimento acu- grandes fontes do conhecimento do sobre a parcela.
formações rochosas à beira do rio, Nordeste é aqui pretensamente cava-
da função. mulado. O Cantador do Nordeste, Profissional da Cantoria: O Antigo
onde a lua surge por cima dos lheiresca, desmentida nos versos que Pg 98: O voltado inteiro fica regis-
aparentemente aceitou brigar no Testamento, as Sagradas Escrituras.
lajedos, na região das Cabeceiras Pg 78: Na função, diante de uma se seguem: a escolha das armas fica a trado nas reminiscências do cronista,
terreiro do tropeiro, no tema e mote
do Rio Gavião, onde se realiza a situação inusitada, o cantador seu cargo, cantador desafiante, diz o Pg 95: A resposta ainda é dada em como gênero de Cantoria hoje quase
deixado pelo “curraleirinho”, que
função. Amiã cedo corresponde “arrilia”, isto é, provoca aqueles que menestrel-espadachim, desde que con- Martelo; Chico das Chagas, retor- extinto. Aqui, muda o comportamento
fala em solidão, ilusões e desilusões.
a amanhã cedo; é curioso ver o ousam desafiá-lo na Cantoria. tudo sejam aquelas que eu conheço, nando à linguagem e exemplo das do Profissional da Cantoria, pratica-
Como se codifica na cantoria: pegou
tempo presente do verbo: amanhã responde nos versos que se seguem. Na Escrituras Sagradas, dá uma lição de mente elogiando o Tropeiro, embora
Pg 81: O mote aqui desenvolvido a deixa e pagou o mote.
cedo a lua já entrou; o choque expressão “deixa as bestage de lado” há humildade no Cantador Profissional: não deixe de mostrar um certo despre-
é extremamente complexo; há uma
futuro-presente. As baroneza, é agressividade implícita: o tempo está Pg 89: O trecho acima, de frases apenas as coisas de Deus e do eterno zo. Curralerinho, ou seja, Chico das
flagrante intenção do cantador
flor da caatinga, mas é uma flor passando, você está dizendo bobagens. curtas, incisivas, no gênero moirão, podem ser julgadas definitivas ou Chagas, não se assusta, numa resposta
profissional em ganhar a peleja
aquática, protetora, pois oxigena a parece feito por “facãozadas” dadas permanentemente resistentes. A pas- extremamente humorada, partindo
logo no início; de impressionar os Pg 87:Continua o estilo ameno
água e permite que ela seja preser- pelos contendores; se coloca na sagem diz respeito à queda de Jericó, para o mágico, para essa banda rica em
circunstantes e convivas, através de e suave, mas ao mesmo tempo já
vada. Há no sertão, lagoas inteiras realidade como uma medição de e a luta dos Hebreus na manutenção situações, que é a banda do sobrena-
um jogo de palavras de difícil rima estabelecendo a peleja, uma crítica
coberta de baronezas, e a imagem forças, de conhecimento de assun- e preservação da Terra Prometida. tural. Canguin, aqui como forma de
e percepção. ao Cantador Profissional, que arrota
que se tem é de um verde incrível, tos e erudição. No verso rápido os Duende (já abordado no IV Canto),
sabedoria e conhecimento, mostrando Pg 96: O Cantador Profissional,
como se fosse uma pastagem, mas Pg 82: A Cantoria do Sudoeste da dois cantadores medem fôlego, se que penteava o Cão (diabo); as figuras
uma erudição requintada em relação vendo que o Martelo era um gênero
é na realidade uma reserva d’água. Bahia é mais amena, mais suave e estudam, como um duelo de espa- de João Guelé e do Zelente, povoaram
aos gêneros de cantoria de sua região. conhecido do Tropeirinho, e que
Nos catre e nas marquesa as figura carinhosa, pois ela é, não fruto de dachins em seu início, de “cuteladas” a infância do autor.
O tropeiro curraleirinho diz tranqui- esses cantares ele dominava bem,
sentô. Aqui, é necessário sentir a um profissionalismo aprimorado, curtas e movimentos ágeis, cada um
lamente que, embora não conheça o muda de gênero na Cantoria, nesse Pg 99: Já a expressão serviço mal feito
intuição poética elomariana: mas sim de uma malunguice (com- querendo dar demonstração de suas
“erudito” do cantar, os “gêneros” e as caso a parcela; gênero que tem é regionalismo puro: trata-se de um
o catre é uma armadura de ma- panheirismo), de um encontro de artes e manhas, de sua agilidade como
“formas” aperfeiçoadas, ele canta tudo tradição muito forte de ser causadora acontecimento infeliz. Mais uma vez o
deira, com treliças de couro, que companheiros nas rancharias (pouso espadachim empunhando 10 cordas;
que se fizer cantar; mostrando que da desgraça e da infelicidade; o texto sobrenatural caminha de mãos dadas
serve para sentar ou deitar; as de tropa e tropeiros), nas “funções” ainda é o lúdico, no qual os conten-
muito mais importante não é conhecer é belíssimo e reflete a magnitude da ao real. Mexer com a perguntação dá
marquesas são bancos compridos e (festas), e nos momentos de lazer. dores estudam forma e conhecimen-
os gêneros da cantoria (embora ele cite poética do AUTO. Há claramente nisso: o aparecimento de coisas do
largos, trabalhados, usados como Pg 83: O termo sinificante, tem to. O texto explicita uma falsa troca
algumas características do Sudoeste da implícito a preocupação do Canta- invisível e do mal assombrado.
assento, comuns no mobiliário aqui o sentido de insignificante, de de gentilezas, de elogios vinculados
Bahia, como o coco tirano, a parcela), dor chamar a atenção de DASSAN-
rural tradicional. As figuras são ao caráter culto, de conhecimento e Pg 100: O gênero continua sendo
humilde. Titos, corresponde a títu- mas sim ter andado pela vida, batendo TA para o amor que explode em seu
as moças dançadeiras. A pé de ciência de cada cantador. a “perguntação” em sua fase mais
los, de diploma, de reconhecimento cancela (as porteiras do mundo). peito. Marzela, entendida aqui como
bode abriu asa e cantô é expressão difícil; em ritmo biográfico, o canta-
público de sua arte e cantoria. Prufia Pg 90: Acabaram as cortesias; o algo ruim, pernicioso; serepente,
dor adversário é obrigado a responder
Cantador do Nordeste mudou como serpente.
sobre sua vida e sua família, não saindo
rapidamente o gênero da Cantoria
Pg 97: O desafio está disparando da rítmica e da métrica. Os treis trem
para um Martelo, à medida que na
em emoções, e Chico das Chagas mais falado, deve ser entendido como
armadilha do Moirão, ele não havia
começa a definir os campos e as as treis coisas mais conhecidas. Num só
conseguido enredar o “curraleiri-
armas que ele vai usar na peleja: folgo respostado, é imagem sintética:
nho”. Infarado, deve ser visto
ao tirar o corpo fora no Cantar da quero tudo isso de um só fôlego e tudo
como cansado, saturado. Armadia,
Parcela, ficou entendido um certo respondido conforme o perguntado.
como armadilha. Cutelo aqui como
receio do curraleirinho sobre esse
machado, foice.
gênero de Cantoria; ao mesmo
Pg 101: Aqui, o AUTO atinge um família, ao perder o cabresto e segurar Pg 115: A voz volta ao narrador-cronis-
dos momentos de maior sensibili- os freios nos dentes, o cantador rece- ta, que agora estabelece a crônica do que Agradecimento
dade poética, musical e literária, beu dos pais esse conselho: te lembra restou do desafio das Violas da Morte,
através do canto plangente, nostálgi- de Deus e se agarra ao Eterno, como que começou com as Violas, e acabou
co da musicalidade e sonoridade, do cigano errante, vagabundo no tempo e num traçado de facão, viola, violeiros e
“Aproveita!”, disse-me João Omar, quando respondi que seu pai havia gostado da ideia do
canto e do verso, da descrição musi- na estrada, tendo como companheiro mulher. DASSANTA, Chico das Chagas quadrinho. O encontro se deu em São Paulo, no SESC Pompéia, após a apresentação do concerto
cal de DASSANTA e seu significado a viola, e como presença as feiras e e o Cantador do Nordeste tinham “Ensaiando o Riachão do Gado Brabo”, 2015.
para o Cantador, que por amor e por cantorias, sabendo que uma mulher o trançado suas vidas com viola e facão.
ser violeiro, vai se desmanchando, vai fez e outra vai lhe perder. DASSANTA, contudo, tem sido vista, A garoa paulista me impressionou: Como pode, um lugar que não anoitece às dezoito? Numa
morrendo um pouco em cada lugar, nos dias que correm no hoje, como o livraria, me deram boa noite com o sol ainda no céu! Um outro mundo, sem dúvida. E tive que des-
Pg 107: O Cantador havia cruzado
em cada cantoria, em cada função. Pássaro-Japiassóca-Açu, nas madrugadas
o caminho do Demônio (ou do azar, bravá-lo para me aproximar do meu, um Nordeste que parecia pertencer a “esse tempo que se foi/esse
de lua, por quem olha atentamente entre
Pg 102: A louvação praticamente como o caipora é interpretado tempo que é chegado” como diz o “Lamento de Vaqueiros”, obra que tem aberto os concertos mais
as confirmações cósmicas das 3 Marias
exige que o cantador se refira a no sertão).
várias ou todas as pessoas presentes
e dos Setes Estrelos. Fica clara a imagem recentes do menestrel.
Pg 108: DASSANTA tenta, num do movimento, do vôo da liberdade, do
na função aumentando suas virtudes, A conversa seguinte se deu um ano depois. “Como vai o Auto?”, perguntou-me o princípe, lá no
pedido derradeiro alertar Chico das se lançar no espaço, libertada do corpo...
justificando seus defeitos; em caso de
Chagas, seu companheiro, para o fato esse instrumento de conformismo e Centro de Convenções, em João Pessoa, após seu “Concerto Arioso”. Respondi das dificuldades, as
moça solteira, quem louva, faz quase
de que no Campo dos Sete Estrelos, limitação, negado por Sísifo e Ícaro.
sempre um agradinho, ou mesmo especificidades das imagens, aquela pesquisa toda, enfim, que estava “laboriando” a ideia ainda, não
ficaram três crianças, três filhinhos DASSANTA havia realizado a viagem e
uma declaração. Chico das Chagas foi tinha previsão. Ele ouvia paciente, assinando minha cópia do disco “Cartas Catingueiras” com sua bic
mal alimentados, mal agasalhados, como Pássaro das asas amarelas, passou
bastante incisivo; louvação ele só fazia
necessitando deles. Ela mesmo, que a reunir as características de vôo e liber- azul, assentindo com a cabeça. Em seguida, me entrega o álbum já autografado e sorri. A mensagem
realmente para DASSANTA, aquela
havia perdido um de parto prematuro, dade: ela se transformara em um pássaro posta não era um texto qualquer: “Marcos, sei que o Auto é difícil de se adaptar. No entanto, avante!”
que era sua estrada e seu clarão, no
enterrado ainda na véspera, e já se solitário (ao contrário do Cantador do
dizer dos versos; um violão, segundo o
sentia cansada porque ainda estava de Nordeste e do Tropeiro, que não têm Eu soube imediatamente naquele instante que eu faria este trabalho que você, leitor, tem
tropeiro, tão afinado com o seu querer,
resguardo de mãe parideira: fala então sido vistos nos céus e madrugadas do entre seus dedos.
que tocavam mesmo sem corda e sem
nos planos deles, de abastança. Ela Gavião, pois permaneceram “apenas”
craviela (o pescoço da viola); o sentido
chama a atenção para o fato de que nos olhos e memórias dos cantadores de Soube também que iria para a Casa dos Carneiros, com Edinara, minha Dassanta, amiga e
da fidelidade do catingueiro, de um só
a trovoada já vai chegar e há muito a feira, cronistas de um tempo mutável); heroína, ver os sete candeeiros e chorar ao som da “Bespa”, executada pelo Caleidoscópio. Ouvir
amor, definitivo pela vida inteira, fica
fazer: na cozinha não ficou uma pane- ela, DASSANTA, tem voado no ponto
muito claro nesses belíssimos versos.
la no fogo; o surrão (saco de guardar
João Brasileiro e André Grabois. Entrar em contato com Lucas e Maria Oliveira para adentrar mais
mais alto do céu, visto daqui da terra;
Pg 103: O falso cavalheirismo foi mantimentos) ficou vazio e a própria como pássaro, ela não tem procurado um pouco o mundo da música. Respirar do ar que as décadas ainda não tiraram do Bode e que não
abandonado. É hora de encarar o con- chave da despensa está em seu currião nem aceito outra companhia, pois é um tirarão nunca de sua obra, de suas óperas, de seus livros, de seu verbo.
creto: - Somos dois pelejadores diante (cinturão). pássaro único, das asas amarelas. É o
de uma mesma mulher. O Cantador Pássaro Japiassóca Assu/Dassanta. Então, Mestre, eu finalizo e lhe ofereço este trabalho menor em sua produção, que muita alegria
Profissional do Nordeste pela primeira e aflição me trouxe. Não acredito que outro o teria feito em meu lugar. Mas sozinho não o fiz, ten-
Contudo, seu canto continua suave, e
vez, de forma clara, define seu interes-
no meio de seus trinados no céu, mais de do o apoio de cavaleiros, senhoras e malungos, que creram e sofreram junto comigo. Falhei e acertei
se por DASSANTA, e começa a
expressar toda a violência verbal até
um mortal já ouviu e sentiu a chique- diversas vezes. Que o trabalho fale por mim e possa preencher as lacunas de informação que muitos
ração de suas cabrinhas lambaceiras...
então contida no desenvolvimento sentiram abalar sua confiança.
do desafio. Chico das Chagas dá fé DASSANTA continua sendo vista
da realidade, sente a premonição da no Campo dos Sete Estrelos, nos dias Agora, com ninguém além de minha senhora ao lado, cujas mãos dadas às minhas apenas
tragédia chegando: ele se lembrou do de duplo Arco-íris e nas noites de lua fizeram por confirmar minha fé, concluo. Obrigado! Obrigado, Mestre! Obrigado... Vejo-o lá nos
sonho de sua mãe, Dona Isidora, que, e estrelas da alta caatinga do Vale derradeiro sertão...
dizia ela, ele iria se ferrar numa função do Gavião...
nas região das Cabeceiras. Marcos Guerra

Pg 104: A sina do cantador sem- Outono, Rio Gavião/lua e estrelas


pre foi essa: ao causar a desilusão da de maio 1980.

ERNANI MAURÍLIO/ADELINE
RENAULT.

135
Lista de apoiadores Felipe Moreira Joseyoshi Varela Kitayama
Fellipe N. L. dos Santos José Arimatéa Neves Costa
A Carlos Humberto Porto Filho Filipe Cartaxo Bastos Barreto José Carlos de Oliveira
Adilson Lafaiete Ferreira da Silva Clarice Neves Flavio Batista José Daniel da Costa
Adler Martins Cleudivan Jânio Flávia Carneiro José Denílson
Aidil de Sousa Carvalho Filho Flávio Nogueira José Roberto Pereira Leite Filho
D
Alex Freitag Francisca Alves João Andrade
Dalcy Xavier
Alexandre Alves da Silva G João Gabriel Lievori Camargo
Daniel D P Barbalho
Alexandre Ferreira Gabriel Andrade Jr João Henrique
Daniel Felipe
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Daniel Rincon Caires
Alexandro Carlos de Borges Souza Gilberto de Andrade Rezende João Vianêr Maia
Danielle Paulo
Alexis Peixoto Giuseppe B. De Toni João de Almeida Martins
Danilo Bezerra Vieira
Aline Siqueira Gledinélio Silva Santos Juliana Morais
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Allan Marlon Gléssia Juliany Brasiliano Veras Jácio Cata-livros
Darllan Neves da Rocha
Amadeus Galvão Gustavo Alves Bezerra Jônatas dos Reis da Silva
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Amanda Silva David Freud Gustavo Borba K
Ammer Jacome David Luquini Gustavo Diniz Ferreira Gusso Katiani Martins de Oliveira
Ana C L Oliveira Dennys Leite Maia Gustavo Fank Kerginaldo Fraifer
Ana Cristina C. dos S. Araújo Diogo Américo H L
Ana Karenina de Morais Dona Regina Helio Mafra Larissa Neves
Ana Veloso Dorivaldo Otoni Arantes Henrique Heltai Larissa Villard
Andre Gustavo Magalhaes Dulcídio Aguiar Henrique Magalhães Laurita Dias
Andreson de Oliveira Mota E Henrique Pessoa Pelet Leandro Gomes de Moura
André Costa Eduardo Rodrigues Rio Hugo Robert Leandro Guimarães Faria Corcete Dutra
André Moreira Elinaldo Aurino Huguito Patolino Lina Mendes
André da Silva Moreira Emerson Rodrigues Bezerra I Luan Menezes
Anick Silva Elias Endi Souza Ganem Iara Prates Publio Lucas França
Antonio Júlio Garcia Freire Enedino Gomes Vasco Inaldo Santos da Silva Lucas Oliveira
Antônio Roberto Achel Enio Ramalho Isabela Ramos Lucas Pires
B Enzio Andrade Ítalo Fernando Penha da Silva Lucas Victor
Benoni Matias de Oliveira Epifânia J de Cerqueira J Luciano Caletti
Bia Flauaus Eunice da Conceição Borges Jairo Viana Jr. Luiz Augusto B. Galvão de Araújo
Bruno Costa Pontes Ewerton Alípio Jaques Sousa Dutra Luiz Augusto de Araújo
Bruno Macêdo Ewerton Pínho Jares Duarte Luiz Elson
C Étore Jerônimo Lula de Medeiros Jason Maverick Luiz Henrique Moreira Guedes
Cacá Ribeiro Jefferson Andrade Luiz Victor do Espirito Santo Silva
F
Carla Séquito João Marcelo C. Paiva Lula Carneiro
Fabio Giesbrecht Gregório
Carlos Alberto Jose Felipe Monteiro Haffner Lúcia Malheiros
Fabio da Fonseca Said
M Pedro Bastos Sheyla Maria
Magnus Ferreira Pedro Dias Sales Ferreira Sidclay Dias
Manoel Arcanjo Oliveira de Souza Pedro Novellino Sihan Felix
Manoel Gutemberg Neves R Silvio Dante Padilha Uvo
Marcela Nohama Rackel Costa Sérgio Gomes Leite
Marcello Gentil Rafael Andrade Souto T
Marcelo Carvalho Lima Torres Rafael Costa Tadeu Meyer Martins
Marcelo Pitombo Rafael Farias Thiago Duarte de Oliveira
Marco Antonio Muniz Rafael Ferro Thiago Vasconcellos Modenesi
Marco Aurélio de Melo Rafael São Paulo Brandao Tiago Nascimento
Marco Vinicius de C. C. Meira Rafael dos Santos Tomas Tiago de Araújo
Marcos André Ranieri Muricy Barreto Tupa Guerra
Marcos Antonio Garcia Rebouças Reginaldo Junior U
Marcos Beltran Fonseca Océa Reinaldo Moura Ugo Leite
Marcos Gabriel Durães Fróes Renato Dantas do Nascimento V
Margarida Santana Renato Medeiros Venilton Menezes Vieira Ferreira
Margot Marie Ricardo Bruscagin Morelatto Vinicius Linhares Lunguinho
Mariana A. Brito Ricardo Cezar Cardoso Castro meira Vinicius Lunguinho
Marleth Reis Roberto Lima Vinicius Moura
Maximiliano Guerra de Medeiros Roberto Luiz Lima Vinícius Gomes
Márcia Dilene Silva Dantas Roberto Silva PInto Vivi Costa
Mário Paulo Alves Hennrichs Rodolfo Nícolas
W
Mário Rasec Rodolfo da Silva Costa
Wagner Brito Rocha
N Rodrigo Cesar Souza de Macedo
Walace Martins
Nata Silva Vieira Rodrigo Costa de Oliveira
Will Silva
Natália Silva Freitas Oliveira Rodrigo Fabbio
Wilson Luiz Granja do Prado
Natália de Oliveira Silva Rodrigo Maia Santos
Y
Neilde de Oliveira Alves Rodrigo Sensei
Ybson Luiz Santos Silva
Nicolás Alberto Irurzun Rodrigo Xavier
Nilzete Almeida Santos Ronan Fernandes Teixeira
Noádia Costa Rosaly Nunes de Oliveira
P Rubens de Avila Scharlack
Pablo B. Pinheiro Rudson Fábio Benevides
Pablo Par Rui Correia Aragão
Patrícia Rubin Rui Oliveira
Paula Reis Ruphius Germano
Paulo César Palhares Rômulo Estânrley
Paulo Henrique Dantas Marinho S
Paulo Henrique Oliveira Saulo Daniel Ferreira Pontes Marcello Gentil e Wilson Aragão,
Pedro Balduino de Freitas Ausquia Sergio Eduardo Barreto Da Luz apoiadores homenageados!
Edinara Medeiros
Natural de Caicó, formada em
Design pela UFRN, atua como
Designer Gráfico no Institu-
to Metrópole Digital. Além de
ter sido vice-diretora da Caroá,
empresa junior de viés acadêmi-
co, participou da Gamedu, como
desenvolvedora de jogos educa-
tivos e foi finalista do Concurso
Electrolux DesignLab, tendo
ganho a premiação da categoria
People’s Choice do ano de 2015.
Diagramou a revista “Maturí 40
anos”, que celebrou o aniversário
do primeiro grupo de pesquisa em
histórias em quadrinhos do Rio
Grande do Norte, o Grupehq. O
tema de seu TCC foi “Design no
Quadrinho Potiguar: O Processo
de Tradução Intersemiótica do
Auto da Catingueira” para o qual o
Tipografias utilizadas presente trabalho foi desenvolvido.
Lula Borges (Principal);
Adobe Garamond Pro (Secundária);
Papel Offset Alta Alvura 120g/m² (Miolo);
Papel Cartão triplex 250g/m² (Capa);
Impresso pela Unigráfica
Natal - RN / Dezembro de 2017
“Sinhores, dono da casa
O cantadô pede licença!”

A poesia de Elomar, em Quadrinhos!

Marcos Guerra e Edinara Medeiros trazem uma obra-prima da música para o cenário
da Arte Sequencial!

O Auto da Catingueira já nos encantou como disco, ópera e até como cordel! Agora, final-
mente, ele o fará como Novela gráfica!

“...o poeta envolveu as palavras com uma aura de ternura e agreste tão marcantes, que faz dessa
palavra um instrumento de sensualidade, de cio com a terra, com os bichos e viventes...”

Ernani Maurílio

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