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VIOLÃO.

TEORIA E PRÁTICA.

Ramon Carvalho

Petrolina-PE, 2012.
Ramon Carvalho

VIOLÃO.
TEORIA E PRÁTICA.

Este material tem o intuito de auxiliar o estudante


na formação do conhecimento básico que envolve
teoria da música e esse maravilhoso instrumento
chamado violão, no qual é marca registrada de
inúmeros artistas e está presente em diversos
gêneros musicais, com destaque para bossa nova,
MPB, rock, country e outros..
Conteúdo Programático - Teórico.

 Introdução à música.
 Conceitos;

 Tipos de sons;

 Partes de um violão;

 Notas naturais e acidentes;

 Simbologias.

 Localização de notas no braço e afinação do violão.


 Distribuição das notas musicais;

 Tons e Semitons (meio-tom);

 Intervalo de Oitava;

 Afinação.

 Principais acordes (Maiores, menores, com sétima).


 Representação dos acordes no violão;

 Tríades e tétrades;

 Mão direita e mão esquerda;

 Símbolos.

 Notações musicais.
 Revisão de algumas notações;

 Novas notações;

 Interpretação das notações.

 Cifra numérica.
 Notação;

 Representação;

 Leitura;

 Exercícios.

 Leitura de tablatura.
 Notação;

 Representação;

 Exercícios.
 Intervalos.
 Conceito;

 Distribuição dos intervalos;

 Intervalo de oitava, sétima, sexta, quinta, quarta, terça, segunda;

 Outros intervalos: Nona, décima, décima primeira, décima segunda, décima terceira, décima quarta.

 Formação de acordes (Tríades).


 Conceito;

 Formação de acordes maiores;

 Formação de acordes menores;

 Regras

 Exercícios.

 Formação de acordes (Tétrades).


 Conceito;

 Formação de acordes maiores com sétima maior;

 Formação de acordes maiores com sétima menor;

 Formação de acordes menores com sétima maior;

 Formação de acordes menores com sétima menor;

 Formação de acordes meio diminutos;

 Formação de acordes diminutos;

 Regras;

 Exercícios.

Conteúdo Programático - Prático.

 Noções de tempo musical.


 Cromatismo;

 Metrônomo;

 Exercícios musculares;

 Exercícios cromáticos:

 1234 (região: 1,2 e 3);

 1212 (região 1,2 e 3);

 2323 (região 1,2 e 3);

 3434 (região 1,2 e 3);


 1313 (região 1,2 e 3);

 2424 (região 1,2 e 3);

 1414 (região 1,2 e 3).

 Cifra numérica.
 Exemplos;

 Exercícios.

 Tablatura.
 Leitura;

 Exercícios.

 Aplicação de acordes.
 Cadências simples;

 Progressões;

 Outras formas para os acordes;

 Exercícios de tempo com metrônomo para progressões;

 Exercícios com tempos iguais para todos os acordes;

 Exercícios com tempos diferentes para alguns acordes.

 Técnicas.
 Dedilhados;

 Batidas variadas;

 Ligadura: Hammer On, Pull Off e slide;

 Trêmulação;

 Palm muting;

 Palheta;

 Palheta para o acompanhamento e para o solo;

 Trinado;

 Bend;

 Harmônicos: Naturais e artificiais;

 Tapping;
O que é música?
Música é um tipo de arte. Mas assim dizemos muito pouco, pois existem diversos tipos de
manifestações artísticas que não servem para caracterizar o nosso estudo. Então pra ser mais peculiar
podemos entender a música como a arte de combinar sons, esses sendo das mais diversas variedades,
podendo ser com sons percussivos e/ou sons tonais. A música se divide em três partes: Melodia, harmonia,
e ritmo.

Melodia?
Melodia é uma combinação de sons sucessivos e se relaciona com o solo da música, é na melodia
que percebemos com precisão qual música realmente está sendo apresentada. Está diretamente
relacionada as notas musicais e suas interações entre si.

Harmonia?
Harmonia é a combinação de sons simultâneos, está relacionada com a base da música ou o
acompanhamento, ao se analisar uma harmonia esta se analisando os acordes e suas interações entre si
que compõe uma melodia qualquer.

Ritmo?
O ritmo é a pulsação de uma música, o andamento, o suingue, definindo assim em muitos casos a
cultura de uma região. O ritmo existe para complementar a harmonia que por sua vez existe pra completar
a melodia. Podem ser mais calmos, mais alegres, tristes, dançantes e saltitantes.

Notas musicais?
Sons tonais diferentes que recebem nomes (Ex: dó, réb, ré, ré# mi, fá, fá#, sol, lá, sib, si) e são
usados para se produzir música.

Tipos de Sons.

 Tonantes: Todo aquele som que reflete uma ou mais notas musicais. Sons que geram Tons. (Ex:
Som do violão, guitarra, baixo, flauta, voz, assobio e outros).

 Não Tonantes: Todo aquele som que gera uma batida percussiva e não geram notas musicais. (Ex:
som da Bateria, pandeiro, triângulo, zabumba).

Acordes?
Acordes são junções de notas. Podendo ser com 3 notas diferentes (tríades) ou com 4 notas
diferentes (Tétrades). Podem ser: menores, maiores, menores com sétima menor, maiores com sétima
maior, menores com sétima maior, maiores com sétima menor, meio diminutos, diminutos, com quinta,
com quarta, com sexta e outros...

Ex: Am, C, D#m, Em7, B°, F#5, Fm/C.


Tipos de violão

O violão mudou muito ao longo do tempo, em cada país onde ele passou, ganhou um toque
daquele lugar, sua origem se torna meio incerta, mas se sabe que o violão Espanhol foi o marco na história
desse instrumento. Hoje podemos encontrar várias formas e modelos, com cordas de nylon ou aço, sendo
o de nylon com 6 cordas (tradicional) e de 7 cordas, e o de aço de 6 cordas e 12 cordas.

Os violões com corda de nylon são muito usados em música popular, erudita, MPB, Bossa Nova,
Chorinho e também no Samba. Seu som é mais aveludado e com nível sonoro mais baixo em relação ao
seu irmão com cordas de aço, geralmente é tocado apenas com os dedos, em alguns casos os violonistas
usam um acessório que se chama “dedeira” implantado nos dedos para simular o efeito causado pelas
unhas humanas, as unhas também são marca registrada do violão de nylon. Não é regra se tocar nylon
apenas com as mãos sem o auxilio de dedeira ou palheta. Nada impede que o músico criar, recriar e inovar
alguma técnica usada seja nesse tipo ou em outro tipo de violão.

O violão de aço seja ele com 6 cordas (tradicional) e 12 cordas (cordas duplas), possui um som mais
estridente e com maior volume sonoro. É muito usado em Rock, Pop, MPB, Axé, Forró, Sertanejo e outros.
Não é regra que este tipo de violão seja usado apenas nesses estilos, pois o violão não se limita a um ou
dois estilos musicais, ele está presente na imensa maioria de estilos. O violão de 12 cordas possui as
mesmas 6 do violão tradicional, só que com uma corda próxima da outra, assim ficando muito próxima,
quando o músico prende uma corda automaticamente ele prende 2 cordas, assim criando o efeito duplo e
expandindo o som do instrumento a ponto de em vários momentos de algum trecho musical o ouvinte
acredite que há mais de um violão em execução. Geralmente usam-se palheta, mas é bastante comum
também que se toque com os dedos, utilizando as unhas e “dedeira”.

Abaixo, alguns exemplos de violões citados acima.

Nylon 6 cordas Aço 6 cordas Nylon 7 cordas Aço 12 cordas


Anatomia do violão.

1. Cabeça, Cabeçalho ou mão.


É comum os luthiers e fabricantes terem o seu próprio design para a mão do violão, dessa forma de
longe e logo de cara sabemos por quem foi feito o instrumento (em alguns casos). É uma prolongação do
braço e é onde são apoiadas as tarraxas, e apesar de existirem violões onde a mão é colada, os melhores
resultados são obtidos quando os dois são feitos em uma peça única de madeira. Sua angulação em
relação ao braço influi no tensionamento das cordas, o que pode refletir em questões de afinação
e batimentos indesejáveis (trastejamentos).

2. Tarraxas.
Mecanismo que afrouxa ou tensiona as cordas para se afinar o violão. A precisão das tarraxas depende
do bom funcionamento das engrenagens, e é comum com o passar do tempo o violonista ter de lubrificar o
mecanismo para diminuir o atrito. Existem produtos no mercado específicos para isso.

3. Capotraste ou pestana.
Embora em quase todos os violões de fábrica o capotraste seja feito de plástico, é unânime entre os
violonistas que o melhor material a ser utilizado é osso, ou mesmo marfim. A distância entre uma corda e
outra é determinada pelas ranhuras feitas no capotraste, e juntamente com o rastilho ele determina a
ação das cordas (altura das cordas em relação à escala), o que varia de acordo com o toque e gosto pessoal
de cada músico.
4. Braço.
Geralmente é constituído de uma peça de madeira que seja mais resistente a tensionamentos,
freqüentemente são usados mogno ou cedro. Sobre ela costuma-se acoplar a escala, normalmente feita de
ébano ou pau ferro, onde se fixam os trastes, mas em instrumentos de fábrica é comum os trastes serem
colocados diretamente no braço, para se baratear o processo de fabricação. Dependendo do tipo de
instrumento, é colocada uma estrutura de metal por dentro do braço (tensor), que exerce uma
resistência as influências externas que a madeira do braço pode sofrer, e evita certos problemas na
regulagem do instrumento e até mesmo que a madeira do braço empene.

5. Traste.
Pedaço de metal que estabelece de maneira aproximada (mesmo nos melhores instrumentos) o
temperamento da escala. Trastes desalinhados tendem a deixar certas regiões do braço desafinadas, e
a interferirem no movimento de vibração do comprimento da corda, causando ruídos indesejáveis
(trastejamentos).

6. Casa.
Espaço entre dois trastes, onde o violonista põe o dedo para se produzir uma nota.

7. Bojo superior.
Detalhe da curva. Varia de modelo a modelo.

8. Boca.
Cavidade que dá mais expansão sonora ao instrumento, podendo ser de várias formas sendo a circular
e a ovalada as mais comuns.

9. Roseta, Mosaico.
O trabalho artístico pode identificar um fabricante ou luthier em especial, e assim como os filetes dão
folga a eventuais dilatações e contrações que o tampo pode sofrer em função de mudanças de
temperatura.

10. Corpo ou caixa acústica.


Apesar de todas as partes vibrarem e ressoarem como um todo, boa parte do som do instrumento
resulta do que acontece aqui. As dimensões da caixa acústica influem no som final resultante, bem como o
tipo de densidade das madeiras envolvidas no processo de construção e da estrutura interna do corpo do
violão.

11. Cintura.
Intervalo entre as curvaturas: bojo superior e bojo inferior.

12. Bojo Inferior.


Detalhe da curva. Varia de modelo a modelo.

13. Rastilho.
Influi na ação do instrumento e age diretamente no caminho da vibração das cordas para o cavalete e
tampo. Melhor material a ser usado é osso ou marfim, mas em instrumentos de fábrica costuma-se usar
plástico (assim como o capotraste). Alguns sistemas de captação eletroacústica são instalados no rastilho.
14. Cavalete.
Exerce um papel significativo do som do instrumento, uma vez que faz parte da transferência da
vibração das cordas, por meio do rastilho, ao tampo do violão. Madeiras densas e resistentes são
escolhidas na construção do cavalete (jacarandá, pau ferro e até ébano são usadas, cada uma com
características próprias no som resultante), fortes o suficiente para suportar o tensionamento das cordas.

15. Tampo.
O carro chefe no que diz respeito à projeção sonora, sustentação e outras características do som do
violão. Pinho, cedro e abeto são as madeiras mais usadas, existem várias formas de construção. Por baixo
do tampo existe o leque harmônico do violão, estrutura que distribui e organiza a vibração do tampo para
as laterais e para o fundo, existindo diversos modelos de construção, cada um com resultados distintos.

16. Tróculo.
Junção do braço com o corpo do violão. A construção do braço pode ser feita de uma peça única, ou
composto por peças diferentes coladas no braço (tróculo, braço e cabeça). Essa ligação é feita encaixando-
se o tróculo em um bloco de madeira que faz parte da estrutura da caixa acústica.

17. Laterais.
Como o fundo é comum serem usados jacarandá ou pau ferro, geralmente se escolhendo uma madeira
que ressoe de determinada forma, em função da construção interna da caixa acústica, e do tipo de
madeira e construção do tampo. No encontro das laterais com o tampo e o fundo, estruturas internas
reforçam a construção do corpo.

18. Aro.
Por todo contorno da caixa acústica existem reforços internos que dão sustentação e fazem parte do
caminho de transferência da vibração do tampo ao corpo do instrumento.

19. Tróculo.
Junção do braço com o corpo do violão. A construção do braço pode ser feita de uma peça única, ou
composto por peças diferentes coladas no braço (tróculo, braço e cabeça). Essa ligação é feita encaixando-
se o tróculo em um bloco de madeira que faz parte da estrutura da caixa acústica.

20. Fundo.
O processo de construção é similar a construção do tampo, usando-se a mesma madeira das laterais,
duas placas de madeira são dispostas lado a lado.

21. Filetes ou Frisos.


Além de terem um papel decorativo, eles auxiliam na estrutura do instrumento, dando suporte e
espaço para eventuais dilatações e contrações das placas do tampo, fundo e laterais, em função de
diferenças de temperatura, assim como a roseta.
Série harmônica – A origem das notas musicais.

Em física, série harmônica é o conjunto de ondas composto da frequência fundamental e de todos


os múltiplos inteiros desta frequência. De forma geral, uma série harmônica é resultado da vibração de
algum tipo de oscilador harmônico. Entre estes estão inclusos os pêndulos, cordas, corpos rotativos (tais
como motores e geradores elétricos) e a maior parte dos corpos produtores de som dos instrumentos
musicais. As principais aplicações práticas do estudo das séries harmônicas estão na música.

Desde a antiguidade, muitas civilizações perceberam que um corpo em vibração produz sons em
diferentes frequências. Os gregos há mais de 6 mil anos já estudavam este fenômeno através de um
instrumento experimental, o monocórdio. Os textos mais antigos de que se tem conhecimento sobre o
assunto foram escritos pelo filósofo e matemático grego Pitágoras. Aproximadamente na mesma época, os
chineses também realizavam pesquisas com harmônicos através de flautas.

Pitágoras percebeu que ao colocar uma corda em vibração ela não vibra apenas em sua extensão
total, mas forma também uma série de nós, que a dividem em seções menores, os ventres, que vibram em
frequências mais altas que a fundamental. Se o monocórdio for longo o suficiente, estes nós e ventres são
visíveis. Logo se percebeu que estes nós se formam em pontos que dividem a corda em duas partes iguais,
três partes iguais e assim sucessivamente. A figura ao lado mostra os nós e ventres das quatro primeiras
frequências de uma série. Para facilitar a compreensão eles são mostrados separadamente, mas em uma
corda real, todos se sobrepõem, gerando um desenho complexo, semelhante à forma de onda do
instrumento. Se colocarmos o dedo levemente sobre um dos nós, isso provoca a divisão da corda em
seções menores e torna os ventres mais visíveis. Esta experiência pode ser feita com um violão, ao pousar
um dedo levemente sobre o 12º traste e dedilhar a corda. Isso divide a corda em duas seções iguais e
permite ver dois ventres distintos em vibração.

O conhecimento da série harmônica permitiu à maior parte das civilizações do mundo, escolher,
dentre todas as frequências audíveis, um conjunto reduzido de notas que soasse agradável ao ouvido.
Pitágoras percebeu, por exemplo, que o segundo harmônico (a nota com o dobro da frequência da
fundamental) soava como se fosse a mesma nota, apenas mais aguda, ou seja, uma oitava acima.
Os sons da série harmônica.

A série harmônica é uma série infinita, composta de ondas


senoidais com todas as frequências múltiplas inteiras da frequência
fundamental. A Tabela abaixo mostra dois exemplos de série harmônica.
Uma se inicia no Lá1 (110 Hz) e a outra no Dó2 (132 Hz). A frequência dá
nota Dó2 foi arredondada para simplificar a tabela. Em um sistema
temperado as frequências das notas seriam ligeiramente diferentes. São
mostrados os 16 primeiros harmônicos para cada série.

Pitágoras.

Lá1 Do2
# Freqüência Freqüência Observações
Nota Nota
(Hz) (Hz)
Freqüência fundamental. Tecnicamente o primeiro
1(F) Lá1 110 Do2 131
harmônico.
2 Lá2 220 Do3 262 Uma oitava acima da fundamental. 2º harmônico
3 Mi3 330 Sol3 393 Uma quinta acima do 2º harmônico.
4 Lá3 440 Do4 524 Duas oitavas acima da fundamental.
Todos os harmônicos ímpares subseqüentes soam
5 Do#4 550 Mi4 655
desafinados em relação aos equivalentes temperados
Note que o Sol4 da série de Do é diferente da mesma nota
6 Mi4 660 Sol4 786
na série de Lá (linha abaixo)
7 Sol4 770 Sib4 917
8 Lá4 880 Do5 1048 Três oitavas acima da fundamental
9 Si4 990 Ré5 1179
10 Do#5 1100 Mi5 1310
11 Ré#5 1210 Fa#5 1441
12 Mi5 1320 Sol5 1572
Veja que o Lá5 é muito desafinado em relação à mesma
13 Fá#5 1430 Lá5 1703
nota na série de Lá (última linha)
Estas notas não pertencem a nenhuma escala ocidental por
14 Sol5 1540 Sib5 1834
terem intervalo inferior a um semitom.
15 Sol#5 1650 Si5 1965
16 Lá5 1760 Do6 2096 Quatro oitavas acima da fundamental
Notas musicais e suas simbologias (Cifras).

Dó = C
Ré = D
Mi = E
Fá = F
Sol = G
Lá = A
Si = B

Para um melhor entendimento...

A = Lá
B = Si
C = Dó
D = Ré
E = Mi
F = Fá
G = Sol

Note que as cifras são as primeiras letras do alfabeto e daí o leitor para facilitar seu entendimento
pode colocá-las na seguinte: A, B, C, D, E, F, G. Mas nunca esquecendo que a contagem das notas parte do
Dó (C). Ao se chegar à última nota, ou seja, o Si (B), a contagem começa outra vez partindo do Dó (C) até o
Si (B).
Acidentes musicais.

# = Sustenido. b = Bemol.

# = Alteração de uma nota meio tom acima (Agudo).

b = Alteração de uma nota meio tom abaixo (Grave).

Distribuição das notas naturais.

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó
C D E F G A B C
|_____________________ Intervalo de 8ª ________________________|

Distribuição cromática das notas.

 Escala com os sustenidos.

C C# D D# E F F# G G# A A# B C

 Escala com os bemóis.

C Db D Eb E F Gb G Ab A Bb B C
Intervalos entre notas naturais.

Intervalo é a distancia que uma nota possui em relação à outra. O tom é a medida de distancia
entre as notas, sendo que a menor unidade é a metade do tom, ou seja, o ½ tom (ou semi-tom), no violão
cada casa corresponde a uma nota musical e possui ½ tom de distancia uma casa da outra em ambos os
sentidos, subindo ou descendo a escala.

OBS:

 ½ tom: Intervalo que corresponde à diferença de uma casa (anterior ou posterior);

 1 tom: Intervalo que corresponde à diferença de duas casas (anterior ou posterior).

 Escala natural com seus respectivos intervalos.

C D E F G A B C
₁ tom ₁ tom ½ tom ₁ tom ₁ tom ₁ tom ½ tom

Intervalos na escala cromática.

 Escalas cromáticas com seus respectivos intervalos.

C C# D D# E F F# G G# A A# B C
½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom

C Db D Eb E F Gb G Ab A Bb B C
½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom ½ tom

 Nota enarmônica: Possui grafia diferente, nome diferente e sons iguais. Ex: Eb/D# -
C#/Db – Bb/A#
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª
Solta
casa casa casa casa casa casa casa casa casa casa casa casa

+1 +2 +3 +4 +5
Nota +1/2 +1 +2 +3 +4 +5 +6
1/2 1/2 1/2 1/2 1/2

Dó Dó# Ré Ré# Mi Fá Fá# Sol Sol# La La# Si Dó

Ré Ré# Mi Fá Fá# Sol Sol# Lá Lá# Si Dó Dó# Ré

Mi Fá Fá# Sol Sol# Lá Lá# Si Dó Dó# Ré Ré# Mi

Fá Fá# Sol Sol# Lá Lá# Si Dó Dó# Ré Ré# Mi Fá

Sol Sol# Lá Lá# Si Dó Dó# Ré Ré# Mi Fá Fá# Sol

Lá Lá# Si Dó Dó# Ré Ré# Mi Fá Fá# Sol Sol# Lá

Si Dó Dó# Ré Ré# Mi Fá Fá# Sol Sol# Lá Lá# Si

Tabela mostrando os intervalos das notas naturais a suas respectivas oitavas.

Afinação do violão.

Afinar um violão é estabelecer uma relação entre os sons produzidos pelas cordas soltas para que
possa produzir música. Cada corda do violão recebe um nome na qual condiz com a nota que ela produz
tocada livremente sem dedos prendendo alguma casa, são dispostas de baixo pra cima e assim
enumeradas conforme abaixo.

1ª Corda__________________ E ________________________Mi
2ª Corda__________________ B ________________________Si
3ª Corda__________________ G _______________________Sol
4ª Corda__________________ D ________________________Ré
5ª Corda__________________ A ________________________Lá
6ª Corda__________________ E ________________________Mi
Obs.: Se o violão for de 7 cordas, a 7ª corda será um B (Si). O violão de 12 cordas respeita a mesma
afinação do violão de 6 cordas , lembrando que são cordas duplas.
Afinando...

A afinação correta de um violão é parte fundamental para que você possa tocar de forma correta e
agradável. Com o violão desafinado todas as músicas tocadas parecem estar erradas. Veremos como afinar
de maneira rápida e simples o violão.

1. Afinando a 5ª corda – Lá.


Para se iniciar a afinação é necessário antes termos algum som como referência. Começamos a
afinação diretamente na 5ª corda, pois temos fontes comuns de referência para este som. Especificamente
desta corda Lá (5ª corda de baixo para cima) podemos ter como base um diapasão de sopro ou digital e até
mesmo o som do pulso do telefone que vibra igual a 440hz. Escute o som produzido por um destes meios e
vá girando a tarraxa da corda Lá até que os dois sons vibrem de maneira harmoniosa, ou seja, não pareçam
estar diferentes.

2. Afinando a 4ª corda – Ré.


Com a 5ª corda afinada podemos até afinar a 4ª corda (Ré) sem precisar ouvir outra fonte de som
como referência. Para isto basta tocar a 5ª corda no 5º traste e em seguida tocar a 4ª corda solta. Os dois
sons devem ser iguais. Vá girando a tarraxa da corda Ré até que os dois sons se igualem.

3. Afinando a 3ª corda – Sol.


O processo é igual ao anterior. O som da 3ª corda (Sol) solta deve ser igual ao da 4ª corda tocada no
5º traste. Vá girando a tarraxa da corda Sol até que os dois sons se igualem.

4. Afinando a 2ª corda – Si.


A diferença aqui é que a 2ª corda (Si) tocada solta é igual a 3ª corda tocada no 4º traste. Vá girando
a tarraxa da corda Si até que os dois sons se igualem.

5. Afinando a 1ª corda - Mi (ou "mizinha").


A 1ª corda (mizinha) tocada solta tem o mesmo som da 2ª corda (Si) tocada no 5º traste. Como nas
etapas 1, 2 e 3. Vá girando a tarraxa da corda mizinha até que os dois sons se igualem.

6. Afinando a 6ª corda - Mi (ou "mizão").


A 6ª corda (mizão) tocada solta tem o mesmo som da 1ª corda (mizinha) tocada solta, porém em
oitavas diferentes, ou seja, o som é o mesmo embora um seja mais grave e o outro mais agudo. Vá girando
a tarraxa da 1ª corda (mizinha), até se igualem ao som da corda Mi (mizão) solta. Ou pode-se colocar o
dedo na 5ª casa da 6ª corda Mi(mizão) e tocar a 5ª corda (Lá) solta, o som que a corda presa emitir, deve
ficar igual ao da corda solta, vá girando a tarraxa da 6ª corda até que o som se iguale a 5ª corda solta.
Representação das notas musicais na escala do violão.

Com base neste diagrama você saberá onde se encontra as notas musicais no braço do violão até a
17ª casa. Essa representação também é válida para a guitarra. A representação das cordas G, D, A, E, é
válida para o contrabaixo de 4 cordas.
Acordes.
(Maiores e menores)

Como já foi conceituado anteriormente, acordes nada mais são que 3 ou 4 notas diferentes tocadas
simultaneamente. A seguir veremos os famosos “bracinhos” que representam parte da escala do violão
onde será apresentado um acorde qualquer.
Os bracinhos são uma espécie de diagrama que representam a escala do violão, da guitarra,
contrabaixo ou cavaquinho, onde serão mostradas as notas que juntas formam a função acorde. No nosso
caso esses “bracinhos” representarão a escala do violão que é nosso objeto de estudo nesse curso.

Em cima encontramos a tipologia do acorde, ou seja, se é um DÓ maior, um Mi menor, seu é um MI


bemol menor e por ai vai. As bolinhas pretas mostram onde o dedo terá que apertar para o acorde
“funcionar”, a numeração em cima das bolinhas representa o dedo que você deve usar. A barra mais
escura que aparece em cima representa a pestana, que é um recurso usado na construção dos acordes,
que é feita com o dedo indicador. O outro número que aparece ao lado das pestanas significa a casa que a
pestana se encontra. Se não houver indicação de casa, a casa que a pestana ficará é a própria onde está
representada no “bracinho”.

Relação da mão direita e esquerda.


Legenda:

Dedos da mão direita: Dedos da mão esquerda:


 P = Polegar  1 = Indicador
 I = Indicador  2 = Médio
 M = Médio  3 = Anelar
 A = Anelar  4 = Mínimo

Outros símbolos:
+ = Aumentada ou maior; (vem depois de números. Ex: C7+, Bbm7+)
- = Diminuída ou menor; (vem depois de números. Ex: C7-, Bb5-)
# = Sustenido;
° = Diminuto;
b = Bemol;
m = Menor;
9 = Nona;
7 = Sétima;
6 = Sexta;
5 = Quinta;
4 = Quarta.
Dicionário de acordes.
(Maiores, menores, com 7ª, com 5ª, com 6ª, diminutos, aumentados, diminuídos).
Exercício teórico.

 Quais são as notas musicais naturais?


___________________________________________________________________________________

 Quais as notas musicais cromáticas?


___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

 O que é um intervalo de oitava (8ª)?


___________________________________________________________________________________

 Qual a oitava de Mi (E)? E de Fá (F)? E de Sol sustenido (G#)?


___________________________________________________________________________________

 Quantos tons existem entre as notas, nos dois sentidos (acima e abaixo):

E – F _______________________
D – B _______________________
A – Bb _______________________
B – C ________________________
G – A# _______________________
C – B ________________________
F – D ________________________

 No violão o intervalo de ½ tom corresponde a quantas casas de diferença? E 2


tons?
___________________________________________________________________________________
 Escreva os nomes dos acordes: E, D#7, Fm, C7, Bb, Eb7, Am, G#m.
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________

 Quais os nomes das notas das cordas do violão na afinação padrão?


___________________________________________________________________________________

 O que são acordes?


___________________________________________________________________________________

 Quais os nomes das notas a seguir:

5ª corda, 14ª casa? ____________


3ª corda, 7ª casa? _____________
1ª corda, 1ª casa? _____________
6ª corda, 16ª casa? ____________
2ª corda, 2ª casa? _____________
4ª corda, 10ª casa? ____________
1ª corda, 8ª casa? _____________
5ª corda, 2ª casa? _____________
2ª corda, 14ª casa? ____________
4ª corda, 11ª casa? ____________
6ª corda, 6ª casa? _____________
 Construa os acordes.
Exercícios Práticos.

 Exercícios cromáticos.

Cromatismo é o nome dado ao processo mecanizado que o instrumentista realiza levando em


consideração o seu intervalo que corresponde a ½ tom (ou semi-tom), em termos práticos o exercício
é feito de casa em casa sem saltar mais de uma casa.

São vários tipo de exercício para o melhoramento da mobilidade dos dedos do aluno iniciante, o
cromatismo além de servir como guia para o estudante ter noção dos sons em geral, o faz atentar
para fatos como altura musical, timbre e pegada. Tomando a cada aula um novo exercício, o aprendiz
começa a melhorar a mecânica e com a ajuda do metrônomo a ideia de tempo musical fica mais
evidenciada e compreendida.

Para um melhor resultado, todos os exercícios abaixo deverão ser executados com o auxílio de um
metrônomo, para o aluno começar a desenvolver a percepção de andamento. Executando sempre os
exercícios nas três regiões da escala para desenvolver a noção de espaço entre as casas, que variam
em sua extensão e também o som produzido. Os andamentos a serem treinados são: 80, 90, 100, 110,
120, 130, 140, 150.

OBS: Treinar com ajuda do metrônomo é imprescindível para um bom resultado!

Ascendente Descendente

 Exercício 1: 1-2-3-4  Exercício 8: 4-3-2-1


 Exercício 2: 1-2  Exercício 9: 2-1
 Exercício 3: 2-3  Exercício 10: 3-2
 Exercício 4: 3-4  Exercício 11: 4-3
 Exercício 5: 1-3  Exercício 12: 3-1
 Exercício 6: 2-4  Exercício 13: 4-2
 Exercício 7: 1-4  Exercício 14: 4-1
Cifra Numérica.
Acordes.

 Execute as seguintes progressões com os determinados andamentos: bpm: 80, 100, 120, 140,
150, 160.

1) C D Em C 16) C#m A E B

2) G D Em C G 17) A E D A

3) F Bb Gm C F 18) Em G A C

4) D A Bm G 19) C G D C

5) Em D 20) C F G

6) E A D 21) D G A

7) C F G C 22) G Em C D

8) B F# G#m 23) G Bm C Am D

9) C#m A E B A B 24) D F#m G A Am D

10) C# D# Fm 25) E C#m Bm A

11) Am F C G 26) Dm Bb F C

12) Bm G D A 27) C Dm F G Gm C

13) Em C G D 28) B F# E B E F# B

14) D A Bm G Gm D 29) D Em F#m A

15) F C Dm Am Bb C F 30) Fm G# A#

 Repita o mesmo exercício, mas, com a seguinte modificação: Cada número que se segue logo
após os acordes corresponde à quantidade de tempo de duração desse mesmo acorde.
Metrônomo: 80, 90, 100, 110, 120, 130.

1 ) C2 D1 Em2 C1 9) C#m2 A2 E2 B1 A1 B2

2) G1 D1 Em1 C2 G3 10) C#2 D#1 Fm1

3) F2 Bb3 Gm2 C1 F1 11) Am2 F3 C3 G2

4) D3 A2 Bm2 G1 12) Bm1 G2 D3 A1

5) Em3 D2 13) Em2 C1 G1 D2

6) E1 A2 D1 14) D2 A2 Bm1 G1 Gm1 D1

7) C2 F3 G1 C2 15) F4 C4 Dm2 Am1 Bb2 C1 F1

8) B2 F#2 G#m1
16) C#m A E B 24) D F#m G A Am D

17) A E D A 25) E C#m Bm A

18) Em G A C 26) Dm Bb F C

19) C G D C 27) C Dm F G Gm C

20) C F G 28) B F# E B E F# B

21) D G A 29) D Em F#m A

22) G Em C D 30) Fm G# A#

23) G Bm C Am D
Harmonia.

I II III IV V VI VII

C Dm Em F G Am B

D Em F#m G A Bm C#

E F#m G#m A B C#m D#

F Gm Am Bb C Dm E

G Am Bm C D Em F#

A Bm C#m D E F#m G#

B C#m D#m E F# G#m A#

C# D#m E#m F# G# A#m B#

D# E#m F##m G# A# B#m C##

E# F##m G##m A# B# C##m D##

F# G#m A#m B C# D#m E#

G# A#m B#m C# D# E#m F##

A# B#m C##m D# E# F##m G##

B# C##m D##m E# F## G##m A##


Referências.

http://www.cifras.com.br/tutorial.htm?cod=afine-corretamente-seu-violao_4

http://thalescastroblog.blogspot.com/2011/07/partes-do-violao.html

http://sextaemre.blogspot.com/2010/06/anatomia-do-violao.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rie_harm%C3%B4nica_%28m%C3%BAsic
a%29

PESCARA, Jorge. Método de Contrabaixo – Harmônicos. Coleção Toque de


mestre - Ed. Hmp.

http://www.ideiasmodernas.com/wp-content/uploads/2011/06/aprender-a-
tocar-violao.jpg

ASSUMPÇÃO, Nico. Segredos da improvisação – Bass solo. Ed. Lumiar

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