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Insumos de Improvisação Melódica

Padrões tradicionais da
Linguagem Jazzista

Jessivaldo Oliveira da Silva


O Jazz Bebop surgiu de um movimento musical que valorizou o aspecto da instrumentalidade
do músico, cujas composições eram voltadas a explorar das capacidades intelectuais do músico.

Um dos principais percussores do Jazz Bebop foi o saxofonista Charlie Parker, que trouxe
inovações nas linhas de improvisação, dentre elas, a forma de construir as melodias com uso de
arpejos de tríades contidas na escala do acorde, com efeito melódico circular (conforme exemplos
que serão dados adiante), cujo objetivo principal é provocar uma suave tensão harmônica que
sempre busca repouso nas notas do acorde, e é excelente recurso para o encadeamento dos acordes,
além de propiciar geração de melodias improvisadas em sentido de contraponto melódico.

Usaremos compasso comum (4/4) para os exemplos; e todos os exemplos serão dados com
base na tradicional progressão harmônica II-V-I, em Dó Maior (podendo ser transposto para Dó
menor, por parte do estudante, bastando alterar os intervalos das escalas dos acordes).

Inicialmente, a seguir, será demonstrado um exemplo que apresenta o princípio trazido por
Charlie Parker, que consiste no encadeamento de notas com uso de saltos de 6ª ou 3ª e arpejos de
tríades (ou tétrades), com efeito melódico circular:

Conforme pode ser observado acima, o princípio consiste de aplicar um apejo de tríade,
montada a partir de uma nota que se encontra a uma 6ª ou uma 3ª da nota tocada antes do arpejo,
como, no exemplo acima, é o caso da nota Fá do II, de cuja 6ª é o Lá, de onde se inicia a tríade de
Am, usada para encadear a nota Ré do II, de cuja 6ª é o Fá, de onde se inicia a tríade de F, usada
para encadear a nota Si do V, de cuja 6ª é o Ré, de onde se inicia a tríade de Dm, usada para
encadear a nota Sol do V, de cuja 6ª é o Si, de onde se inicia a tríade de Bdim, usada para encadear
a nota Mi do I, de cuja 3ª é o Sol, de onde se inicia a tríade de G, usada para encadear a nota Dó do
I, de cuja 6ª é o Mi, de onde se executa a última tríade desta progressão, que tanto pode encadear o
Lá como o Dó.

Este é o princípio básico desta forma de construir melodias, a partir do qual muitas outras
melodias podem ser idealizadas e construídas.
A seguir, veremos diversas formas de construir melodias para improvisações, a começar por
esse princípio, e a partir de então seguiremos para formas melódicas diferenciadas.

1. Exemplos com aplicação de um arpejo e de um padrão cromático:

A) este primeiro exemplo traz uma tríade encadeando as notas do acorde do momento,
e em seguida, um padrão cromático encadeando a 3ª do próximo acorde, e assim segue na
mesma construção:
B) o exemplo a seguir é semelhante ao anterior, com a diferença de que o arpejo é
iniciado já na nota do acorde, sem o salto de 6ª ou 3ª:

B) este segundo exemplo usa um padrão cromático logo no início do encadeamento das
notas do acorde do momento, e depois usa uma tríade para encadear a 3ª do próximo acorde:

C) neste terceiro exemplo, a tríade é iniciada a uma oitava abaixo da nota do acorde,
em que é construída uma tétrade que segue em melodia de segundas, e usa uma aproximação
cromática para encadear a 3ª do próximo acorde:

2. Exemplos diversos com uso de fragmento melódicos e arpejo: nos exemplos a seguir, o
princípio de salto de 6ª descendente ou de 3ª, usado anteriormente, será aproveitado para
demonstração de melodias construídas com diversos tipos de fragmentos melódicos (bordaduras
etc):

Exemplo 1:
Exemplo 2:

Exemplo 3:
Exemplo 4:

Exemplo 5:

Exemplo 6:

Exemplo 7:

Exemplo 8:

Exemplo 9:
Exemplo 10:

Exemplo 11:

Exemplo 12:

Exemplo 13:
Exemplo 14:

Exemplo 15:

Exemplo 16:

Exemplo 17:

Exemplo 18:
Exemplo 19:

Exemplo 20:

Exemplo 21:

Exemplo 22:

Exemplo 23:
Exemplo 24:

Exemplo 25:

Exemplo 26:

Exemplo 27:

Exemplo 29:
Exemplo 30:

Exemplo 31:

Exemplo 32:

Exemplo 33:

Exemplo 34:

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