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Disciplina: PRR - MEEM 4 - Métodos de Educação Musical

Identificação da tarefa: Tarefa 1. Envio de arquivo


Pontuação: 20 pontos

Tarefa 1

Análise sobre pensadores da Educação Musical

No nosso curso abordamos diversos pensadores do mundo da Educação


Musical.

Cada um deles contribuiu com elementos, ou até mesmo com visões diferentes
de um mesmo ponto específico. Nesse contexto, alguns tiveram influência de
outros, o que, até certo ponto podemos traçar paralelos acerca das diferentes
metodologias aplicadas.

Leia a Unidade II e trace um paralelo entre as produções de Edgar Willems e


Émile Jacques-Dalcroze.

O texto deve ter entre 500 e 1.000 palavras, excluídas as referências


bibliográficas.
Para ele, os pontos de interesse são: escuta ativa, voz cantada, movimento
corporal e uso do espaço.

A posição particular de Dalcroze foi a superação da dicotomia corpo e espírito;


o humano capacitado de movimento, deslocamento, para chegar à
compreensão, fruição e conscientização da música. Ela não é um objeto
externo, mas sim ao mesmo tempo interior e exterior.

O aprendizado musical foi estudado por meio da escuta ativa. A rítmica é


estudada por meio do movimento. Dalcroze entendia a música relacionada ao
movimento, a interação espaço-tempo-energia. Isso despertou interesse
também em muitos dramaturgos e dançarinos.

Quando voltou para a França, estava encantado, e entrou em contato com as


teorias de tensão e repouso, e as de expressão em música do pianista Lathis
Lussy, em que a expressão musical e o fraseado nascem da alma inspirada do
intérprete, e não somente na estrutura interna da fase musical. Lussy foi o
primeiro a tentar aproximar a teoria musical à psicologia afetiva.

Dalcroze foi muito influenciado por essas ideias e passou a pensar sobre como
unir expressão e gesto, movimento e música, conjugando música e expressão.

O grande objetivo de Dalcroze era que o aluno, antes de dizer “eu sei”,
experimentasse fisicamente e sentisse esse “saber”.

OBSERVAÇÃO

Ele inverteu a prescrição e passou a criar exercícios que estabelecem relação


entre movimento e audição, sons e durações, tempo e energia, dinamismo e
espaço, música e gesto. O aluno passa a receber educação musical por meio
do movimento – experiência sensório-motora e da experiência estética.

Era desejo do próprio Dalcroze que suas ideias, depois de compreendidas,


fossem aplicadas a outros países e outras culturas, sendo adaptadas a cada
grupo cultural de acordo com suas próprias características; que os professores
estivessem constantemente alertas para novos procedimentos em renovação
constante de adaptação às condições do momento. O material didático deve
ser elaborado pelo próprio professor tendo em mente os elementos básicos do
pensamento de Dalcroze, que são: ritmo, solfejo e improvisação (MARIANI,
2012).

Agora, veja que, na visão daucroziana, o solfejo é a extensão da rítmica. A


vivência do som deve ser anterior ao lido e analisado. O som oral deve ser
experimentado por meio de movimentos como gesticular, reger, caminhar,
dançar. O som é colocado em forma de desenho corporal.

Se você pensar em uma nota, até outra nota, perceberá que há espaço para o
movimento, da mesma forma que de acorde para acorde. Para Dalcroze, não
há som estático e sem vida. A vida vem do corpo, do movimento.

proposta de educação musical que relaciona a música ao movimento corporal;

caminhos metodológicos com o objetivo de estimular o desenvolvimento global


da pessoa na área física, afetiva, intelectual e social;

ritmo, solfejo e improvisação fazem parte das proposições de Dalcroze para o


desenvolvimento musical de crianças, jovens e adultos.

Edgar Willems nasceu na Bélgica e erradicou-se na Suíça. Foi aluno de


Dalcroze e seu trabalho foi muito influenciado pelos princípios do mestre.

Um dos fundamentos do trabalho de Willems é operar em bases racionais e


encontrar as relações entre a música e o homem; estabelecer a necessidade
da educação musical e que ela ganhe status científico.

Ele estudou a audição sob três aspectos, sensorial, afetivo e mental, e faz
referência aos três domínios da natureza: físico, afetivo e mental. Segundo ele,
há uma ordem que impulsiona a criação e que ordena a natureza, o humano e
a audição.

» Proposta de ensino de música para todas as crianças a partir de 3 anos de


idade.

» Escuta é a base da musicalidade.


» Busca por bases psicológicas para a educação musical.

» Procura estabelecer relações entre o som e a natureza humana a partir


dos aspectos: sensorial, afetivo e mental.

» Necessidade de ensino de música antes do estudo de instrumento musical.

» Contrário ao ensino de música somente às pessoas talentosas.

Para o autor, há três formas de apreensão sonora: ouvir, escutar e


entender-compreender.

Ensinar a ouvir é ensinar a perceber as impressões sonoras.

A educação musical não pode moldar o ouvinte para aceitar somente a


estrutura tonal e clássica, mas deve estar aberta a outros sistemas.

Ele também foi completamente contrário ao ensino de música somente às


pessoas talentosas, e insistiu no ensino de música que alcançasse a todos.
Outro conceito importante para Willems é que há necessidade de ensino de
música antes do estudo de instrumento musical.

Para o autor, há três formas de apreensão sonora: ouvir, escutar e


entender-compreender. Ao utilizar os verbos em francês, a tradução de
“entender” torna-se imprecisa. Embora em português o dicionário acuse a
diferença entre ouvir e escutar, ouvir é uma ação de forma abrangente, e
escutar é estar atento.

Ensinar a ouvir, então, é ensinar a perceber as impressões sonoras, realizar


exercícios para acurar a percepção dos sons sucessivos, depois os
simultâneos. Há distinção entre o ato de ouvir sensorialmente e o de
compreender mentalmente o que se ouve. Para Williams, é importante
concentrar-se no fenômeno sonoro, em exercícios que mostrem os diferentes
parâmetros do som, ou seja, altura, duração, intensidade e timbre, sempre
priorizados desde o início do aprendizado.

O mais importante é o aspecto relacionado à altura, evolvendo grande


quantidade de exercícios de reconhecimento auditivo de grande e pequeno,
isto é, sons graves, médios e agudos, intervalos desde os pequenos aos mais
amplos, como a oitava. E os pequenos entre tons, semitons e a percepção do
espaço intratonal.

Para Willems, é necessária a vivência e utilização de materiais mais diversos


que os utilizados no ensino tradicional. Ele alinhou-se à estética musical do seu
tempo, que incluía na composição acervo sonoro muito mais amplo que
somente as notas musicais.

Segundo o autor, a melodia é o ato típico da escuta sensível, apoiada por


intensão de escutar. Esse tipo de escuta não se dá por meio de sons isolados.
Para ele, a música, mais que as outras artes, é a arte de expressão emotiva.

A tudo isso, ele incorpora os sons da natureza, sons de pássaros e cantos


primitivos, que são desprezados no ensino mais tradicional.

O terceiro modo de escuta é, segundo o autor, a inteligência auditiva. Ela é


constituída por uma síntese abstrata das experiências sensoriais e auditivas.
Nela comportam associação, análise, síntese, memória e imaginação criativa,
incluindo a escuta interior. O ouvido tem a capacidade de registrar os sons
separadamente, enquanto a simultaneidade de sons só é apreendida pela
inteligência auditiva, ou seja, a capacidade de imaginar e criar imagens
sonoras.

Para Parejo, embora Willems tenha tido contato com pensadores de sua
época, por exemplo Piaget, ele foi buscar fundamentos para sua compreensão
do que seja o ensino de música em conceitos da teosofia e da antroposofia,
que apresentam fundamentos ligados às leis cósmicas da natureza, em teorias
espiritualistas, do pensamento pitagórico, e estudos sobre os fundamentos
cósmicos da escala diatônica.

Figura 6. Willems faz correlação entre a natureza humana e a música.


Assim como em todo ser vivo há uma unidade intrínseca, também na obra
musical encontramos manifesta a mesma unidade, ou seja, a unidade de vida
interior e de espírito que anima qualquer produção humana.

Veja abaixo uma síntese visual dos graus pedagógicos nos conceitos de
Willmes.

Figura 7. Graus pedagógicos nos conceitos de Willmes.

Observe a síntese

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