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Ministra cursos de formação para profissionais que atuam com crianças e idosos.
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Instagram: rosangela.lambert10
APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 03
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 61
Apresentação
Este E-book é resultado de uma série de artigos que escrevi para o site "Terra da
Música" (https://www.terradamusica.com.br/).
Minha gratidão a Karine Teles Alves que me incentivou a produzir este material e
ao mestre e amigo, Turi Collura, pela oportunidade, sem a qual este E-book não
existiria!
Rosangela Lambert
Março/2019
A escuta ativa
Vale ressaltar que a pedagogia musical atual não se interessa apenas por sons
considerados “agradáveis” ao ouvido, mas sim por todos os sons e no desafio de
descobrir sua beleza potencial. Beleza esta que advém da pesquisa e do exercício
cotidiano da escuta. Para o pesquisador e educador Keith Swanwick, a audição é a
prioridade em qualquer atividade musical, pois ela está presente não só no ato de se
ouvir a gravação de uma obra musical, como também no ato de se explorar ou tocar
um instrumento, improvisar e compor.
Sob esta perspectiva, a importância da escuta enquanto “atividade” não deve ser
questionada: como ela não implica necessariamente um comportamento
externalizável, é frequentemente considerada a mais passiva das atividades
musicais. No entanto, a aparência de uma atitude receptiva não deve mascarar o
ativo processo perceptivo que acontece, uma vez que a mente e o espírito do
ouvinte são mobilizados.
Assim, longe de uma função menor, que pode caber a quem não sabe, o ensinar
constitui-se numa atividade bastante complexa, em que é preciso dar ao conteúdo
que se ensina – o que – uma forma – como, que viabilize um processo de ensino e
aprendizagem significativo. Lee Shulman (1938), célebre estudioso da educação,
afirma que o mero conhecimento do conteúdo é tão inútil pedagogicamente quanto
habilidades para ensinar sem conteúdo.
Platão
É somente a partir do século XVI que a criança é reconhecida como um ser que
necessita de cuidados especiais, de educação e lazer.
Pouco após Rousseau, surgiram outros pensadores, como Juan Enrique Pestalozzi
(1746-1827), Friedrich Herbart (1776-1841) e Friedrich Froebel (1782-1852), os
quais também abriram espaço para a música na escola. Em suas propostas
educacionais, a base deveria ser de cunho afetivo, na qual a vivência e a
experimentação deveriam vir antes dos princípios e teorias.
O Canto Orfeônico
Em 1996, uma nova LDB substituiu a vigente desde 1971, no entanto nada mudou
em relação às aulas de música, que continuaram inexistentes. Em 1997 houve a
publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), um conjunto de
orientações para os docentes desenvolverem em cada área do conhecimento. O
volume de número seis, intitulado “Arte”, apresenta orientações acerca das quatro
áreas já supracitadas, mas devido à fragilidade da lei, a música, enquanto área de
conhecimento, esteve ausente das escolas públicas brasileiras por cerca de 40
anos.
Em agosto de 2008 foi aprovada a lei nº 11.769, a qual tornou “obrigatório” o ensino
de música nas escolas de educação básica, como conteúdo não exclusivo, sem a
exigência de professor habilitado em Música e sem especificações de quais
conteúdos devem ser trabalhados.
Mesmo longe do ideal, tal lei representa um avanço para os educadores musicais
que vêm, há vários anos, em busca da inserção desta área do saber nos currículos
das escolas públicas, de forma obrigatória.
A partir de 1923, aos 40 anos de idade, seus experimentos acabaram por coloca-lo à
frente de projetos de ensino musical nas escolas da Hungria. Junto a seus
colaboradores, passou a organizar livros e atividades musicais para serem utilizadas
nas escolas, a partir do jardim da infância. Seu pensamento filosófico contempla a
música como pertencente a todos e como parte integrante da cultura do ser humano.
Para ele, as aulas de música devem ser regularmente oferecidas nas escolas, de
modo que o apreciar e o fazer musical façam parte da vida do cidadão.
Assim, o canto, deve ser introduzido o mais cedo possível e dispensa o uso de
instrumentos, pois até os acompanhamentos harmônicos são feitos por vozes. Ele
não era contra o aprendizado de um instrumento, porém insistia que o canto deveria
preceder ao seu aprendizado:
Kodály desenvolveu 21 livros que integram seu método de educação musical, com
exercícios melódicos e rítmicos, incluindo o uso de nome de notas na realização do
solfejo melódico, para o sistema Dó Móvel*, quer dentro ou fora da pauta musical e
para a leitura absoluta; o sistema Manossolfa**, com gestos para representar as
alturas musicais e a utilização do sistema de “silabação rítmica”, este último, já
existente, instituído por J. Chavé, na França.
* “Dó Móvel” caracteriza-se pela atribuição de uma altura aleatória como “tônica” (centro
tonal) para a prática do solfejo melódico. Dessa maneira, as notas dó, ré, mi, fá, sol, lá e si são
dados para os graus da escala em qualquer tonalidade maior e sua relativa menor.
No entanto, para ele, a melodia é o elemento primaz da música, razão pela qual o
canto desempenha o papel mais importante na educação musical dos principiantes,
enquanto que o ritmo e a harmonia são meios eficazes para desenvolver a
musicalidade e a audição interior. Sobre a melodia, ele afirmaria:
Com o intuito de divulgar os princípios de sua obra, viajou por vários países,
inclusive o Brasil. Em 1963, a convite do compositor alemão Hans Joachin
Koellreutter, esteve na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, onde
ministrou um curso para jovens professores, tendo retornado em 1971 para novo
curso.
No ano de 1968 foi criada a Fédération Internationale Willems, cuja função é difundir
a obra de seu mestre. Seus membros encontram-se em cerca de trinta países. O
representante oficinal no Brasil é o IEM – Instituto de Educação Musical, fundado em
1992, em Salvador e dirigido pela educadora Carmen Maria Mettig Rocha.
* Carrilhão intratonal: metalofone no qual um tom está dividido em dezoito partes ou mais
partes.
** Tubo harmônico: tubo de plástico que, ao ser girado pelo aluno, emite os sons iniciais da
série harmônica, na proporção da força empregada.
Em 1937 estreia sua cantata cênica “Carmina Burana”, momento crucial de sua
carreira. Segundo Orff, ele passa a desaprovar seus trabalhos anteriores e a
considerar esta cantata como o fundamento das produções que se seguiriam.
Assista ao vídeo indicado no link abaixo com um dos trechos mais conhecidos da
cantata.
https://youtu.be/hAFn2J6FEbI
Ao término da guerra Orff retomou seu trabalho e resolveu desenvolver, com a ajuda
de Gunild Keetman, também professor de música, práticas musicais para atuar
diretamente com as crianças pequenas. Os instrumentos foram reconstruídos por
Klauss Becker e o “Studio 49” foi criado, o qual ainda hoje fabrica instrumentos Orff.
Sua tônica era a de que nada substitui a experiência e a prática, o “fazer musical”. A
partir desta ideia, desenvolveu o conceito de “música elementar”, ou seja, música
que oferece oportunidades para vivências significativas, contribuindo para o
desenvolvimento da personalidade do indivíduo. Experiências estas que valerão na
vida adulta. Segundo Orff, essa “música elementar” é “uma espécie de húmus para
o espírito”.
O “Instrumental Orff”
Orff no Brasil
Desde 1988, o Colégio Santo Américo, em São Paulo, vem promovendo cursos para
divulgar as ideias e o material da “Obra Escolar”, do original “Orff-Schulwerk”.
"Não podia brincar, nem conversar com ninguém... só podia estudar. Tinha apenas
12 anos [...] enquanto brincava com as coisas dos armários, descobri uma flauta
militar, vertical, como flauta doce - um instrumento austríaco... [...] Quando saí da
'prisão' resolvi que ia ser músico".
“Não acredite em nada que o professor diz; não acredite em nada do que você lê;
não acredite em nada do que você pensa; em outras palavras, questione sempre”.
“Não há coisa errada em música, a não ser aquilo que não se pode executar; errado
é sempre relativo a alguma coisa; o errado absoluto em música não existe”.
“Não há nada que precise ser mais planejado do que uma improvisação. Para
improvisar é preciso definir claramente os objetivos que se pretende atingir. É
preciso ter um roteiro e, a partir daí, trabalhar muito: ensaiar, experimentar, refazer,
avaliar, ouvir, criticar, etc. O resto é vale-tudismo!”
“A melhor hora para apresentar um conceito ou ensinar algo novo, é aquela em que
o aluno quer saber. E o professor deve estar sempre atento e preparado para
perceber e atender às necessidades de seus alunos. Não é preciso ensinar nada
que o aluno possa resolver sozinho. É preciso aproveitar o tempo para fazer música,
improvisar, experimentar, discutir e debater. O mais importante é sempre o debate, e
nesse sentido, os problemas que surgem no decorrer do trabalho interessam mais
do que as soluções”.
Jogos de Improvisação
https://www.youtube.com/watch?v=sfhGrFPYsh8
https://www.youtube.com/watch?v=p2uV7gESPac
Livros Publicados
“Meu método é não ter método. O método fecha, limita, impõe... e é preciso abrir,
transcender, transgredir, ir além”.
http://www.ufsj.edu.br/koellreutter/koellreutter.php
https://www.youtube.com/watch?v=HtTWkxgStKE
https://www.youtube.com/watch?v=f3wRZLNoEfQ
1. Procurar descobrir todo o potencial criativo das crianças, para que possam
fazer música por si mesmas;
Assim, pode-se dizer que suas propostas pedagógicas são caracterizadas pela não
linearidade, ou seja, a qualquer tempo é possível aplica-las, reaplica-las ou
transformá-las, levando-se em consideração as necessidades, capacidades e
interesses do grupo com o qual se trabalha, a fim de se atender a objetivos
específicos.
“Meu método de educação musical é não linear. Os exercícios que se seguem não
vão como ABCDEFG... todavia, acredito que eles constituem um alfabeto. A técnica
é a de mosaico – uma pedra aqui, uma pedra ali – num modelo em constante
expansão. Alguns exercícios são relacionados ao aperfeiçoamento técnico; outros à
exploração criativa de sons.”
Murray Schafer em cena do curta Listen (David New, 2009) sobre o educador.
Limpeza de Ouvidos
Era possível trabalhar com ou sem grafia, a qual era utilizada de maneira não
convencional:
Suas propostas seriam mais bem classificadas como propostas de educação sonora,
ao invés de propostas de educação musical, uma vez que seu foco é
essencialmente a qualidade da escuta, seja ela musical ou não.
Poderíamos dizer que o que ele propõe deveria anteceder e permear o ensino de
música por promover um despertar para o universo sonoro, por meio de ações muito
simples, capazes de modificar substancialmente a relação homem x paisagem
sonora*.
Schafer regendo
(Imagem: Canadian Music Centre)
Schafer lança seus alunos no universo sonoro de uma maneira nova, não esperada
e convida-os a fazer música de maneira crítica e reflexiva. Ele afirma:
Sua primeira visita ao Brasil foi em 1990, ocasião em que ministrou dois cursos, um
no Rio de Janeiro e outro em São Paulo, ambos patrocinados pela Fundação Vitae.
Em 1992, ele voltou, dessa vez ministrando cursos no Rio de Janeiro, em São Paulo,
Londrina e Porto Alegre. Retornou ainda em 1998, em 2004 para o XIV Encontro
Internacional do Foro Latino-americano de Educação Musical (Fladem) e em 2011
para o lançamento do livro Educação Sonora, tendo participado de encontros e
workshops.
Partindo desta reflexão, ele sustenta que o processo metafórico musical acontece
em três níveis cumulativos:
- Notas são ouvidas como melodias: escutar sons como música exige que
desistamos de prestar atenção nos sons isoladamente;
- Melodias são escutadas juntas, gerando novas relações e a música “parece” ter
vida por si própria;
Para Keith Swanwick uma visão de música como uma forma de discurso
impregnada de metáfora tem consequências para a educação musical. Ele afirma:
Ele propõe dois modelos de ação para o ensino de música: a “Teoria Espiral do
Desenvolvimento Musical” e o “Modelo Compreensivo da Experiência Musical”,
denominado C(L)A(S)P.
Esta teoria dialoga com os pressupostos teóricos da teoria construtivista lançada por
Jean Piaget, que procura apresentar as diversas fases de construção do
conhecimento. Swanwick elabora a espiral de desenvolvimento articulando
atividades musicais e as suas influências no processo de aprendizagem da música,
o qual deve respeitar o estágio em que cada aluno se encontra e propor atividades
que lhes propiciem experiências musicais.
Este modelo propõe cinco parâmetros de atividades musicais que devem abarcar a
educação musical:
C= Composition (composição);
L = Literature Studies (literatura sobre música);
A = Appreciation (apreciação);
S = Skill Aquisition (conhecimentos e habilidades sobre música);
P = Performance (execução).
O modelo sugere que o professor deve trabalhar os parâmetros de forma equilibrada
e integrada, no entanto, as atividades de Composition, Appreciation e Performance
(CAP), desempenham papel primordial na educação musical, pois constituem as
possibilidades fundamentais de envolvimento direto com a música, enquanto os
outros dois, Literature e Skill, desempenham papel de suporte. Assim, o modelo
busca enfatizar o que é fundamental e o que é periférico, propondo uma hierarquia
de valores e objetivos.
Vale lembrar que a composição inclui todas as formas de invenção musical, desta
forma, a improvisação também é compreendida como “composição” no modelo
proposto por Swanwick.
De maneira geral, pode-se dizer que o século XX foi marcado por mudanças que
tiveram impacto significativo em vários aspectos da vida humana, quer no campo
intelectual, social, artístico e também educacional. Com o crescimento acelerado das
cidades e da indústria moderna, houve o reforço do coletivismo e o ensino focado
nas massas.
Os métodos ativos – alguns dos quais abordados em nossos artigos – que surgiram
durante o século XX apontam para a preocupação em contribuir para que todos
tenham as mesmas oportunidades de acesso à linguagem musical de maneira eficaz
e ao mesmo tempo, prazerosa.
Ressalta-se, no entanto, que embora chamados métodos ativos, nem todos são, na
verdade, metodologias de educação musical, mas propostas e abordagens que
facilitam e democratizam o aprendizado musical.
Jaques-Dalcroze
Kodaly
Willems Exercícios
corporais, de
solfejo rítmico e
Busca desenvolver Voz, sinos e melódico,
a acuidade auditiva instrumentos exercícios com
e o canto coletivo de plaquetas sinos e
instrumentos e
plaquetas
Carl Orff
Tocar e
Busca desenvolver Instrumentos improvisar em
a expressão, a de plaquetas, grupo, criando
criatividade e a de percussão frases, ostinatos,
musicalidade como e a voz perguntas e
um todo respostas ou
inventando rimas
Koellreutter
Qualquer
Busca desenvolver estímulo ou Jogos de
o fazer musical material improvisação
criativo e reflexivo sonoro pode
ser utilizado
Murray Schafer
Busca refinar a Qualquer Jogos de
capacidade de estímulo ou improvisação,
escuta e material atividades
desenvolver o fazer sonoro pode criativas
musical criativo a ser utilizado utilizando
partir de sons do materiais
ambiente. convencionais ou
não
Swanwick
Qualquer
Busca desenvolver Corpo, voz, atividade musical
a capacidade de instrumentos que trabalhe de
ouvir ativamente, musicais maneira
tocar e criar convencionais equilibrada os
(compor ou ou não. pilares de sua
improvisar) abordagem: a
escuta, a criação
e a execução.
A improvisação pode ser livre ou dirigida e trabalha com distintos graus de intenção
ou de consciência. O resultado pode, por isso, nem sempre ser coerentemente
estruturado, porém sempre estará presente um ato expressivo de comunicação,
utilizando dois canais de aprendizagem ao mesmo tempo – razão e intuição. Gainza
faz uma comparação entre a educação musical e a educação em outras áreas:
É, pois, no exercício da improvisação que o aluno constrói suas ideias musicais, sem
compromissos ou prévias exigências, expressando-se sem a preocupação de errar,
deixando fluir sua imaginação e espontaneidade. Trata-se de uma experiência rica,
na qual, além de apreender e internalizar conceitos musicais exercita o contato inter-
humano, tornando-se mais sensível.
“A improvisação musical é uma atividade projetiva que pode definir-se como toda
execução instantânea produzida por um indivíduo ou grupo. O termo “improvisação”
designa tanto a atividade como seu produto.”
A improvisação pode ser livre ou dirigida. Na primeira, o aluno expressa suas ideias
musicais de maneira livre, transportando os sons e a música para seu mundo; na
segunda, os objetivos, regras, etapas, estímulos ou materiais, são pré-determinados
pelo professor.
Abertas: têm caráter mais livre, de maneira que o aluno pode expressar-se
usando os materiais disponíveis e inventar formas diferentes para tocar um
determinado instrumento;
Fechadas: têm caráter de lei e servem para fixar limites para a proposta;
Simples ou Compostas: referem-se à quantidade de objetos ou elementos
musicais que serão utilizados durante a improvisação;
Única: como a regra fechada, tem caráter de lei, mas é mais específica que a
regra fechada, ou seja, a improvisação deverá ser elaborada com um único
elemento;
Seriada: formada por regras secundárias que se sucedem à regra principal;
Investigativa: o aluno deve manipular e pesquisar as possibilidades sonoras de
um determinado instrumento ou objeto para posterior improvisação.
É, portanto, muito
importante que o
professor peça ao seu
aluno que, do momento
em que tocar a primeira
nota, ou o primeiro som –
no caso de objetos ou
instrumentos percussivos
– mesmo encontrando
dificuldades durante a
improvisação, só pare na
última nota ou som. Só
assim ele poderá
aprender a desenvolver
uma ideia musical e a
acreditar na sua
capacidade de construção Curso com Violeta Gainza no Conservatório Superior de Música de Vigo
na improvisação.
Gainza esteve no Brasil por mais de uma vez, como no Seminário Iberoamericano
de Educação Musical e Inclusão Social, em 2009, no 5º Encontro Nacional das
Escolas de Música – CAEM, em 2011 e no Encontro de Educadores Musicais na
Teca Oficina de Musica, em 2014.
https://www.youtube.com/watch?v=fcJKbeS_T2w
“Sem afinar os sentidos, não afinamos o pensamento”. Quem diz isso é Elvira
Drummond, educadora musical e atualmente professora da Universidade Federal do
Ceará. Autora que atingiu a impressionante marca de quase 200 títulos publicados,
Elvira nos fala nesta entrevista sobre como a música entrou em sua vida, da
importância de se fazer do ato de se criar um hábito, dos autores que norteiam seu
pensamento pedagógico, e ainda nos propõe uma reflexão sobre o contexto, rumos
e necessidades da educação musical no Brasil.
Elvira Drummond: Adoro ler e, com isso, fui abrindo diversas janelas do
conhecimento humano que me serviram de respaldo para a escrita. Além dos vários
pedagogos musicais (Dalcroze, Willems, Orff, Kodály, Schafer, dentre outros),
pesquisei em áreas afins, ou seja, no campo da psicologia, filosofia, sociologia,
antropologia e pedagogia (com destaque para o processo de letramento). Vale
ressaltar o fato de que, indiscutivelmente, aprendi mais música quando saí dela, isto
é, pesquisar outras áreas de conhecimento ampliou meu campo de visão do próprio
discurso sonoro, ou seja, a articulação da música com outros saberes e linguagens
artísticas propiciou uma ótica diferenciada sobre a própria música. Cito, aqui, alguns
teóricos que muito influenciaram meu trabalho: • Piaget, Vygotisky, Wallon, Freinet,
Montessori, Rousseau, Gardner, Steven Pinker, Sócrates, Platão, Aristóteles, Santo
Agostinho, Descartes, Adorno, Bachelard, Foucault, Levi-Strauss, Antoine
Compagnon, Joseph Campbell, Mircea Eliade, Otto Maria Carpeaux, Mário de
Andrade, Kurt Pahlen, dentre outros.
Para acompanhar o trabalho de Elvira Drummond, siga sua página no facebook ou,
então, acesse o site oficial: http://www.elviradrummond.com.br/
Antonio Machado
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