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O grande interesse de Willems pela música surgiria por volta dos vinte e cinco
anos. De forma autodidata, Willems começa a improvisar e é nesse momento que se
apercebe que esta paixão pela música surge de uma necessidade de se autoexpressar
(Ilari, 2012). Aquando da sua entrada no Conservatório de Genebra, onde viria a
organizar o curso de Filosofia e Psicologia da Música e a lecionar por vinte e seis anos,
é que se dá início ao seu método de trabalho (1925) (Alves, 2015). Simultaneamente,
criaria o curso de Desenvolvimento Auditivo para Adultos em 1929 e ainda daria início
a um curso idêntico porém dedicado a crianças que se desenvolveu de forma
experimental durante cinco anos.
A sua fama surgiria por volta do ano de 1950 e seria o resultado de uma
‘’intensificação de seu trabalho como conferencista que se estendeu por Portugal,
Alemanha e França.’’ (Alves, 2015, p. 28). Diante deste sucesso mundial, Willems dá
início ao curso de iniciação musical em Genebra e ainda o curso de ‘’Pedagogia Musical
para professores’’ (Alves, 2015). A década que se sucederia seria importante na medida
em que foi possível consolidar toda a pedagogia musical na qual Willems focava toda a
sua atenção. Logo se edificaria, em 1968, a Association Internacionale des Professeurs
de Musique, Méthode Edgar Willems, no espaço Conservatório Musical de Delémont
(Suíça) e sob a direção de Chapuis.
2. O método
De acordo com Willems, qualquer ser vivo evidencia uma unidade intrínseca tal
como qualquer obra musical apresenta unidade. Uma unidade de vida interna capaz de
dar vida a uma produção humana, seja ela qual for (Ilari, 2012). Esta unidade é
composta por dois polos diferentes mas que, no entanto, se complementam um ao outro.
Falamos da matéria sonora e do espírito artístico. O próprio conceito de música associa
de modo orgânico o som (elemento material) e a arte (elemento espiritual). Os limites
destes dois polos não são possíveis de alcançar. Tal como refere Willems, estes limites
escapam à investigação porque conduzem-nos ao que ainda não conhecemos das leis do
espírito e da matéria (Ilari, 2012). Contudo, essa ideia de dois polos explicitamente
fragmentados é meramente explicativa, isto porque, nas suas obras, Edgar Willems
reforça incansavelmente a homogeneidade entre a vida e a música (Alves, 2015). Esta
necessidade de diferenciação surgiu para que não haja erros de interpretação.
3. Proposta pedagógica
Edgar Willems crê piamente que a vivência musical é uma espécie de fio
condutor de toda a aprendizagem que pretendemos incutir. Neste sentido, é importante
que a criança possa vivenciar os fatos musicais muito antes de tomar consciência sobre
eles (Ilari, 2012). ‘’ Primeiramente é preciso viver e fazer música, depois, pensar sobre
ela.’’ (Ilari, 2012, p. 103).
Ainda assim, a utilização destes materiais é apenas uma sugestão tendo em conta
que o método de Willems oferece um leque de possibilidades que asseguram uma
escolha mais livre. Pretende-se apenas demonstrar a importância do uso de materiais
didático durante a educação musical. O uso destes materiais tem como principal
objetivo a dinamização das aulas de música.