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1. Introdução
Seja bem-vindo(a)! Você está iniciando o estudo de
, uma das disciplinas que
compõem os cursos de Formação Pedagógica ou Segunda Licenciatura na
modalidade EaD do Claretiano – Centro Universitário.
E será que essas práticas representam o que há de mais atual? Elas possuem
fundamentação (com base em pesquisas, estudos e práticas consolidadas) e
são representativas em educação musical? Será que são as mais adequadas
para cada um de nossos contextos e alunos? Como ou porque escolher uma
determinada prática? É mesmo importante estarmos conscientes das diferen-
tes teorias, metodologias ou abordagens? Mas, voltando um pouco... qual é a
diferença entre estes termos? Isso importa? Vamos, então, à de�nição destes
termos e a alguns exemplos.
Para saber mais e re�etir sobre esse termo, você também pode acessar os arti-
gos indicados a seguir:
Kensky e Schultz (2015, p.09) também ajudam a compreender mais dois con-
ceitos importantes, como o das abordagens pedagógicas. Elas
[...] abrangem os referenciais teóricos signi�cativos que orientam uma proposta de
ensino. Essa abordagem pode ser classi�cada como tradicional, inovadora ou
avançada, de acordo com as alternativas selecionadas e que de�nem a maneira co-
mo o ensino será desenvolvido [...].
Assim, por exemplo, em educação musical, nem sempre nos referimos a me-
todologias, não existe uma “metodologia” de “aprendizagem informal” (GREEN,
2012): ela pode ser considerada uma abordagem, uma proposta relevante para
um processo de ensino e aprendizagem. Da mesma forma, não existe uma me-
todologia C(L)A(S)P (SWANWICK, 1979), ela também pode ser considerada
uma abordagem ou um “conjunto de parâmetros” para nossas práticas
pedagógico-musicais.
Observe, porém, que vários autores conceituam estes termos de forma diferen-
te, portanto, não há um consenso absoluto em relação ao seu signi�cado. Mas,
para �ns desta disciplina, adotaremos os que mencionamos nesta introdução.
Por meio dos conteúdos aqui estudados, esperamos que você se sinta estimu-
lado a atuar, especialmente, no ensino básico (que é o foco deste curso), com-
preendendo alguns dos aspectos basilares da BNCC (Base Nacional Comum
Curricular) em relação à música e às tecnologias. Nela, a música é vista como
uma linguagem ou unidade temática do componente curricular Arte, assim
como o são as artes visuais, a dança e o teatro. Como a BNCC (2018) propõe que
estas sejam desenvolvidas preferencialmente de forma integrada, também
apresenta competências gerais para o componente. Destas competências, es-
peramos que esta disciplina lhe capacite a atuar, sem prejuízo das demais, es-
pecialmente, com as seguintes:
2. Informações da Disciplina
Ementa
Integração das tecnologias digitais de comunicação e informação (TDIC) ao
currículo, em especial na educação musical, e sua relação com as abordagens
e metodologias pedagógico-musicais ativas e tendências contemporâneas.
Identi�cação do potencial de recursos digitais e sua apropriação pedagógico-
musical, em especial de editores de áudio, de partituras, aplicativos e sites.
e a avaliação de práticas musicais apoiadas pelas TDIC em di-
versos contextos de atuação. Premissas da aprendizagem informal e estraté-
gias de ensino e aprendizagem que podem estimular a motivação extrínseca
dos alunos de música. Possíveis in�uências dos conhecimentos tecnológico-
musicais e didáticos no processo de formação pro�ssional do educador musi-
cal.
Objetivo Geral
Compreender as bases de diferentes teorias e abordagens educativo-musicais
e sua relação com as possibilidades de práticas com as TDIC, articulando-as
em estratégias que privilegiem o desenvolvimento musical dos alunos por
meio de atividades de envolvimento direto com a música.
Objetivos Especí�cos
• Discutir as etapas de integração das TDIC em educação musical conside-
rando as abordagens e metodologias pedagógico-musicais ativas.
• Identi�car o potencial de determinadas TDIC nos processos de ensino e
aprendizagem musical, em especial, os editores de partitura e de áudio, os
recursos disponíveis na internet e nos dispositivos móveis.
• Elaborar planos de aula baseados em abordagens musicais ativas e con-
temporâneas, com apoio em recursos digitais.
• Re�etir sobre como os processos de aprendizagem informal e os estilos
motivacionais do professor podem contribuir com a efetividade e a e�cá-
cia das aulas de música.
• Relacionar os conhecimentos tecnológico-musicais e didáticos construí-
dos ao seu próprio processo de formação pro�ssional como educador mu-
sical.
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Objetivos
• Discutir as etapas de integração das TDIC em educação musical.
• Identi�car as principais abordagens e metodologias pedagógico-
musicais ativas.
Conteúdos
• Etapas de integração das TDIC ao currículo.
• Principais educadores musicais das metodologias ativas e abordagens
contemporâneas.
Problematização
Em qual etapa de integração das TDICs ao currículo nos encontramos? Quais
são as principais teorias de desenvolvimento, metodologias ativas e aborda-
gens contemporâneas, e como podemos utilizá-las para planejar nossas au-
las?
Dentre as várias TDIC existentes, adotaremos duas como referência para nos-
sas práticas: o MuseScore (https://musescore.org/pt-br) (editor de partituras
digitais), o Audacity (https://www.audacityteam.org/download/) (editor de
áudio), e além destes, um editor de . Faça o download desses progra-
mas, mas faça uma varredura de vírus ao acessá-los e baixá-los. Além disso,
atente-se para as seguintes orientações:
Bons estudos!
Portanto, podemos a�rmar que o uso das TDICs e o ensino de música nas es-
colas também continua com o respaldo legal nesse documento, embora na
prática, o caminho ainda seja bastante di�cultoso.
Mas, o projeto atual vai muito além da integração ao currículo e apoio à apren-
dizagem. Conforme Bertoncello e Almeida (2010),
[...] o projeto ACOT2 contempla como cerne do seu desa�o a necessidade de prepa-
rar os alunos, não só para o trabalho, mas também para a vida, dentro de um mun-
do globalizado, interconectado sob constante mudança. [...] Em termos de di�culda-
des, a introdução do uso da tecnologia na aprendizagem, que no passado era um
desa�o, agora se transformou na tarefa de oferecer algum sentido para o uso da
tecnologia, já sob domínio de muitos dos estudantes, para o cumprimento de objeti-
vos mais nobres, como a preparação para o trabalho e para a vida. (BERTONCELLO;
ALMEIDA, 2010, p. 38).
Aprofunde seus conhecimentos!
O projeto ACOT2 é baseado em seis princípios que podem ser vistos no Quadro
1, a seguir:
Um vídeo publicado pela APPLE também pode ser inspirador para o uso
de tecnologias em aulas de música: acesse o resultado do projeto
[...] no ACOT a tecnologia aparece para apoiar a aprendizagem, que modi�ca os cro-
nogramas e estratégias de aula, onde professores passam a trabalhar entre as dife-
rentes disciplinas e a incentivar a colaboração entre os alunos. Já no ACOT2 o cur-
rículo pretende aproximar a escola da realidade do aluno, também por meio da co-
laboração, comunidade e interdisciplinaridade, mas caracterizado pela necessida-
de de saber organizar o conhecimento apreendido e conectando-o a situações-
problema, com base nos princípios emergentes já colocados, utilizando as in�nitas
possibilidades da tecnologia (Apple, 2008) (BERTONCELLO; ALMEIDA, 2010, p. 39).
Os sites do
e
da
também apresentam fotos e áudios de vári-
as tecnologias usadas no decorrer da história da música.
No você pode buscar por várias vi-
deoaulas disponíveis gratuitamente sobre
e outros termos correlatos.
da experiência musical.
Sugerimos, agora, que você dê uma pausa na sua leitura e re�ita sobre sua
aprendizagem realizando as questões a seguir.
A base dessa concepção, conforme será visto nos demais ciclos, consiste
nas Dimensões de Crítica Musical e o , que, de forma inte-
grada, podem nortear o uso e o foco das nossas atividades com os alunos du-
rante o uso de diferentes tecnologias digitais.
Existem diversas pesquisas sobre o uso de TDICs, tendo como referência as Dimensões de
Crítica Musical (SWANWICK, 2003) e o Modelo C(L)A(S)P (SWANWICK, 1979).
Organização e infraestrutura
Experiência prática:
Para melhor compreensão dos assuntos desse tópico, assista ao vídeo a seguir.
Agora, você estudará alguns deles. É pertinente comentar que há ainda muitos
educadores com propostas pedagógicas interessantes. As opções feitas nesta
disciplina devem-se a uma necessidade de delimitação considerando o tempo
exíguo de estudo. Portanto, se puder, vá além!
Além disso, ele examinou o sistema de ensino e constatou que nas aulas os
alunos não eram ensinados a como escutar e ouvir: ao invés dessa formação
musical, o que tinham era aulas de uma música entendida mais como um
conjunto de relações matemáticas do que de sons e motivos. Jaques-Dalcroze
concluiu que o treinamento musical desses alunos era focado no intelecto em
detrimento dos sentidos. Em outras palavras, em seu fazer musical parecia
haver uma inexistência de expressividade (MARIANI, 2011, p.29).
Princípios Pedagógicos
Jaques-Dalcroze é considerado um pioneiro no estabelecimento dos princípios
indicados a seguir:
O pedagogo acreditava que o ensino da música deveria iniciar desde cedo com
as crianças (o que vai de encontro aos ideais pedagógicos do século anterior),
em forma de vivências musicais, a �m de que o estudante conhecesse os ele-
mentos musicais antes pela prática, e depois pela teoria. Sobre isso, Jaques-
Dalcroze a�rma:
Todo o método repousa sob o princípio de que o estudo da teoria deve seguir a prá-
tica – não se deve ensinar regras aos alunos, que devem na verdade experimentar
os fatos que deram origem a essas regras. Antes de semear a grama, é preciso pre-
parar o terreno (JAQUES-DALCROZE, 1965, p.59).
Este aspecto foi de�nido pelo autor como rítmica ou eurritmia, e sobre ele a�r-
ma o seguinte:
O objetivo do ensino da rítmica é de fazer com que os alunos, ao �nal de seus estu-
dos, não digam ‘eu sei’, e sim ‘eu experimento’; e em seguida, de criar neles o desejo
de se expressar (JAQUES-DALCROZE, 1965, p. 60).
Eurritmia
O senso rítmico corporal [é] desenvolvido a partir de uma educação especial do sis-
tema muscular e dos centros nervosos às qualidades de receptividade e de expres-
são nas nuances de força e elasticidade no tempo e no espaço; de concentração na
análise e na espontaneidade de execução dos movimentos rítmicos. Isso ensina os
alunos a ler, notar, depois criar (interior e exteriormente) os ritmos. O senso auditi-
vo (dos ritmos) [é] desenvolvido a partir de uma educação especial do ouvido para
as qualidades de recepção e de expressão das nuances de força e duração das sono-
ridades; de apreciação rápida e re�exiva dos sons; de concentração e espontaneida-
de em suas análises e realizações vocais. Isso ensina os alunos a ler, notar, depois
criar (interior e exteriormente) os ritmos sonoros (JAQUES-DALCROZE, 1965, p. 61).
Solfejo
Improvisação
Exemplos de atividades
Duplas em movimento
O professor apresenta aos alunos um determinado som (por exemplo: um to-
que em um triângulo), e separa a turma em grupo 1 e grupo 2, solicitando que
todos �quem em pé em um espaço amplo.
Agora todos devem se misturar (sabendo a qual grupo pertence 1 ou 2). A par-
tir disso, serão dadas informações de o que deve ser feito no espaço: sempre o
professor diz a nova regra e, para indicar que todos devem segui-la, utiliza o
som do triângulo.
Os alunos devem andar no tempo que está sendo tocado pelo professor, em si-
lêncio, apenas sentindo o ritmo. Depois o professor alterna dois toques dife-
rentes, como duas e três batidas.
Nos primeiros anos do século 20, a partir de viagens que fez pelo interior do
país com o compositor Béla Bartók, realizou a coleta, análise e classi�cação de
canções tradicionais húngaras, o que resultou na publicação de um livro em
1906 (SILVA, 2011).
A resposta a que o pedagogo chegou foi de que a canção poderia ser uma fonte
de cultura e um espelho da alma do povo húngaro.
Para Kodály, a música colabora na formação total do ser humano, tornando-se par-
te de seu dia a dia na convivência social (ou pro�ssional) daqueles que dela partici-
pam (CHOKSY apud SILVA, 2011, p. 66).
Princípios Pedagógicos
Para Kodály, era muito importante estabelecer uma ligação da música folclóri-
ca a :o ,o ea .
Para Jaques-Dalcroze, o ensino de música devia ser para todos e desde cedo.
Isso também era considerado fundamental para Kodály, mas com a diferença
de que o ponto inicial seria a língua musical nativa, a partir do emprego da
voz e do canto.
Para Kodály, o canto era considerado o modo mais imediato e pessoal de ex-
pressão musical, que precederia e acompanharia o aprendizado posterior de
um instrumento musical (GOULART, 2000, p.8).
Ferramentas Pedagógicas
Kodály adaptou de outros educadores e músicos,
a �m de constituir uma metodologia completa.
Portanto, o que Guido d’Arezzo propunha é que esta relação harmônica fosse
sistematizada utilizando-se sempre os mesmos nomes para as notas da esca-
la, quer ela começasse com qualquer som – daí o conceito de “dó móvel”.
Por �m, na leitura das notas cromáticas (intervalos menores que um tom), se-
mitom acima ( ) recebe a vogal “ ”, lendo-se da seguinte forma: “ , , , ,
, e ”; semitom abaixo ( ) recebe a vogal “ ”: “ , , , , , e ”
(SILVA, 2000, p. 72-73).
Exemplos de atividades
Exemplo 1
• O professor deve ensinar aos seus alunos o .
• Depois de aprendido, os alunos devem cantar as notas que estão sendo
indicadas com a mão pelo professor.
• Após isso, divide-se a turma em dois grupos e cada um deve obedecer
uma das mãos do professor. Os grupos devem seguir cantando em duas
ou mais vozes, sempre seguindo seus “maestros”.
Exemplo 2
Os alunos devem fazer uma apreciação da peça Zangou-se o cravo com a rosa,
de H. Villa-Lobos. Sem que o professor diga o nome da peça, os alunos devem
indicar qual a forma da música e reconhecer que o tema é a música folclóri-
ca “O cravo brigou com a rosa”. Posteriormente, todo o grupo pode cantar a
canção. O objetivo é desenvolver o ouvido interno, ou seja, a memorização de
forma que o estudante consiga “ouvir a música” em sua cabeça, mesmo sem o
estímulo musical externo. Este exemplo musical foi escolhido porque, assim
como Kodály e Bartók na Hungria, Heitor Villa-Lobos no Brasil coletou e ar-
ranjou músicas tradicionais, incorporando-as às suas composições.
Para encontrar a peça sugerida, faça uma busca pelo nome da música na internet: Zangou-se o cravo com
a rosa. Há diversas versões interessantes. Escute-as e selecione a que melhor se encaixa na sua proposta
de atividade.
Assim como Kodály, o educador Edgar Willems tinha uma preocupação com a
preparação das faculdades auditivas do povo, isso é, tendo o desenvolvimento
do ouvido como elemento de base da preparação para o estudo da música
(FONTERRADA, 2008, p.137).
Com isso, Willems convenceu-se de que essas três reações poderiam ser a ba-
se do desenvolvimento da audição e, consequentemente, da formação musical.
Princípios Pedagógicos
A pedagogia de Willems é, portanto, baseada na relação que o autor estabele-
ceu com o caminho do nervo auditivo, que cria uma relação entre o impacto �-
siológico, a reação afetiva e a cognição.
Essa escuta diz respeito não apenas ao processo de reação aos sons, mas tam-
bém às relações psicológicas entre a música e o ser humano (FONTERRADA,
2008). A seguir, você verá uma descrição sobre essas três relações.
Ferramentas Pedagógicas
A partir de cada um desses aspectos, Willems fundamenta sua pedagogia mu-
sical. Inicialmente, trabalha-se com elementos ligados à sensorialidade audi-
tiva, partindo dos parâmetros do som: altura, intensidade, duração e timbre,
dentro de suas variedades que seriam os sons naturais, arti�ciais e instru-
mentais (PAREJO, 2011, p.107-108).
Por �m, para que todo este trabalho possa ser estruturado, Willems indica, as-
sim como outros pedagogos, a necessidade do trabalho prático antes da teoria,
o que signi�ca que se aprende a fazer fazendo, e por isso se deve falar o míni-
mo possível, pois a compreensão é um processo intelectual (PAREJO, 2010,
p.103).
Embora Willems entenda que “o importante não é o método, mas ter método,
conhecido pelo professor, e conduzido de forma progressiva”, o autor desen-
volveu um material didático necessário à aplicação das ideias, em que propõe
uma ordenação de atividades musicais, e não a construção de um sistema
(FONTERRADA, 2008, p.150).
Exemplos de atividades
Exemplo 1
Exemplo 2
Faça uma audição com os alunos da peça O cuco no fundo do bosque, também
da suíte “O carnaval dos animais”, de Saint Saens. Sem que os alunos conhe-
çam o nome/compositor da peça, solicite que identi�quem o animal (cuco) e
quantas vezes ele ‘canta’ durante a música. Os alunos devem identi�car tam-
bém o instrumento que reproduz o som do ‘cuco’ (clarinete).
A suíte O Carnaval dos animais, composta por Saint Saens, tem 14 pequenas peças e já foi gravada por di-
versos grupos instrumentais. Faça uma busca na internet pelas palavras “Carnaval animaux” que você
encontrará alguns vídeos com um áudio de alta qualidade. As palavras-chave para as atividades sugeri-
das anteriormente são “coucou” (cuco) e “oreilles” (personagens de longas orelhas).
Carl Orff foi um músico alemão que teve a vida dedicada a duas importantes
carreiras na música; é mundialmente reconhecido não só pela sua
, mas também como . Uma de suas obras mais famosas é
Carmina Burana, construída a partir de vinte e quatro poemas do século 13,
sendo alguns considerados as músicas eruditas mais conhecidas no mundo.
Princípios Pedagógicos
Orff partiu do pressuposto de que o aprendizado de música deveria ser lúdico,
envolvendo os estudantes em atividades de canto, dança, percussão instru-
mental, corporal etc. Esse estudo deveria começar desde cedo, na infância.
Orff baseou suas ideias pedagógicas naquilo que chamou de “música elemen-
tar”. Em suas palavras, a de�nição de música elementar é a de que:
A música não deve ser tida como abstrata, mas como uma integração de elementos
da linguagem falada, do ritmo, do movimento, da canção e da dança, numa experi-
ência coletiva (BONA, 2011, p.128).
Este pressuposto central está ligado a uma de�nição que vem da biologia: o
entendimento do princípio da , segundo o qual uma criança percor-
re, em sua aprendizagem musical, as mesmas etapas que atravessou o homem
até chegar ao nível atual de evolução. Em outras palavras, o desenvolvimento
da criança recapitula a evolução da humanidade (BONA, 2011, p.28).
Sob o ponto de vista musical, convém lembrar que a música foi entendida, por
nossos ancestrais, a partir da de�nição grega de musikae, ou seja, englobando
expressão musical, expressão corporal e expressão verbal. O ponto de partida
de Orff, portanto, é recuperar este ideal de musikae, e construir um percurso
de formação musical para que a criança gradualmente tenha contato com mú-
sica mais complexa (BONA, 2011, p.128).
Ferramentas pedagógicas
Um dos pontos chave é o trabalho com o ritmo. A partir da de�nição de músi-
ca elementar, Orff entende que linguagem, música e movimento estão origi-
nalmente ligadas pelo fenômeno rítmico – o ritmo provém do movimento, e é
a base da melodia, que por sua vez vem do ritmo da fala. Por isso, o repertório
reúne poemas, rimas, provérbios, jogos, ostinatos (padrões rítmicos repetiti-
vos), canções e danças, de fonte tradicional, folclórica ou original, executados
de forma falada, cantada ou acompanhada. A partir do trabalho rítmico,
inclui-se o movimento e a improvisação (BONA, 2011, 140-141).
Neste ponto, cabe um destaque sobre uma importante criação de Orff. O com-
positor procurou fazer com que fosse possível dispor em uma sala de aula de
música uma pequena orquestra com riqueza sonora que estimulasse as cria-
ções das crianças. Selecionou as marimbas e vibrafones da orquestra sinfôni-
ca – que são instrumentos de percussão, tocados com baquetas, formados de
uma série de lâminas de madeira ou metal, respectivamente –, adaptando-os
para a anatomia infantil. Com isso, surgiram os xilofones, metalofones e jogos
de sinos
Por �m, Orff não escreveu um método com orientações pedagógicas, mas pro-
duziu os cinco volumes do “Orff-Schulwerk”.
A escrita dos fundamentos de sua metodologia seria feita anos mais tarde, por
seu amigo e discípulo Jos Wuytack.
Exemplos de atividades
Parlendas
Escolha com os alunos uma parlenda. Repita diversas vezes até que todos de-
corem e, então, divida a turma em grupos. Um grupo deverá recitar a parlenda
alternando entre lento e rápido. Outro grupo deverá recitar a parlenda alter-
nando entre forte e fraco. Todos devem recitar ao mesmo tempo e procurar
ouvir os colegas. Ao �nal, os alunos devem improvisar formas diferentes de
recitar a parlenda.
Ostinato rítmico
Entregue aos alunos uma latinha de refrigerante limpa e vazia. Ensine-os a
executar um padrão rítmico simples: bater palma, levantar a latinha e abaixá-
la fazendo som na mesa ou chão. Execute esse movimento de maneira ritma-
da e repita diversas vezes, executando o ostinato rítmico. Peça que os alunos
pensem em uma canção que possa ser encaixada nesse ostinato e executem o
ritmo enquanto cantam.
Improvisação
Esses três temas têm re�exo no trabalho de Schafer na sala de aula, pois o �-
zeram questionar a maneira como poderia se dar a educação musical. Por is-
so, vamos descobrir mais sobre esse importante compositor.
Princípios Pedagógicos
Segundo Schafer, a ecologia é o estudo da relação entre os seres vivos e o am-
biente. Ele chama de “ecologia acústica” o estudo da relação da sociedade com
os sons e de que forma as ações dos indivíduos têm impacto no ambiente so-
noro no qual habitam (SCHAFER, 2001, p. 290).
O importante é que esse ambiente não está estruturado de forma natural, pois
os indivíduos é que são os agentes da paisagem sonora, fazendo com que ela
seja uma grande composição musical que se desdobra incessantemente. Além
disso, esses indivíduos são, ao mesmo tempo, público, executantes e composi-
tores (SCHAFER, 2001).
Muitos exercícios podem ser imaginados para ajudar a limpar os ouvidos, mas os
mais importantes, a princípio, são os que ensinam o ouvinte a respeitar o silêncio.
Este é especialmente importante em uma sociedade ocupada e nervosa. [...] Em ou-
tras ocasiões, preparamo-nos para experiências de audição com elaborados exercí-
cios de relaxamento ou concentração. [...] Alguma vezes, é útil procurar um som
que tenha características particulares. Por exemplo, tentar encontrar um som que
comece com uma altura ascendente ou um som que consista em pequenas explo-
sões não-periódicas; tentar encontrar um som que produza um baque surdo, segui-
do por um apito agudo; ou um som que combine um zumbido com um guincho. [...]
Algumas vezes, é útil documentar apenas sons isolados na paisagem sonora, de
modo a obter a melhor impressão de sua frequência e padrões de ocorrência.
Buzinas de carro, motocicletas, aviões podem ser contados por qualquer pessoa que
tenha ouvidos, e é surpreendente como alguém se torna capaz de discriminar
quando isola um som dentre muitos outros (SCHAFER, 2001, p. 291-292).
Conforme Fonterrada (2011), quanto à integração das artes, Schafer tem uma
preocupação com o entendimento de uma separação entre as linguagens ar-
tísticas. O autor desenvolve o que seria um novo gênero, batizado de “teatro de
con�uência”, em que busca integrar as artes, superando esse pensamento.
Schafer pensa a música como uma forma de arte que deve instigar artistas,
produção e público a “passar por uma experiência de transformação, pela prá-
tica e fruição artística” (FONTERRADA, 2011, p. 281).
Esses três aspectos, mesmo que inicialmente �losó�cos e artísticos, podem
ser transformados em diferentes estratégias pedagógicas para o ensino da
música, conforme veremos a seguir.
Ferramentas pedagógicas
Do ponto de vista pedagógico, o conceito mais paradoxal na metodologia de
Schafer é justamente o fato de que não há método, pois o educador age de for-
ma descritiva e não prescritiva; de maneira não linear e desordenada, ou seja,
o recurso a que outros educadores, como Marisa Fonterrada, recorrem para
descrever o pensamento pedagógico de Schafer é basear-se nas informações
que o educador apresenta ao longo de seus textos e livros (FONTERRADA,
2011).
Exemplos de atividades
Silêncio da paisagem
Feito isso, proponha que retomem o silêncio por mais um minuto e, desta vez,
de olhos fechados. Em seguida, peça que discutam novamente.
Por último, peça que todos permaneçam um minuto conversando com seus
amigos.
O objetivo dessa atividade é a percepção de silêncio e dos sons que não presta-
mos atenção.
Paisagem sonora
Leve a turma para um passeio: pode ser no pátio externo, em volta da quadra
ou na sala de aula ao lado.
Peça aos alunos que anotem todos os sons que forem ouvidos nesse trajeto;
após isso, peça-os para listar os sons ouvidos e classi�cá-los por:
• Sons naturais.
• Sons humanos.
• Sons tecnológicos.
Depois, discuta com os alunos a diferença entre a paisagem sonora atual e a
de 30 anos atrás. Dentro da classi�cação que eles �zeram, qual som mudaria
de categoria? Haveria sons diferentes?
Ele não concorda com um ensino de música voltado para o passado e para o que
denomina “adestramento musical dos alunos”, que faz que toquem ou cantem sons
determinados, organizados em ritmo e tempo concebidos pelo compositor.
na aula de música, em seu país, sucede justamente o contrário: o foco da aula está
voltado para a produção musical do passado e o aluno aprende a tocar e a ouvir
quase exclusivamente a música de dois ou três séculos anteriores (FONTERRADA,
2008, p. 180).
Além disso, Fonterrada a�rma que uma questão importante para Self era a ne-
cessidade de se desenvolver nos estudantes as habilidades técnicas necessá-
rias para o estudo de instrumento, voz e leitura de partitura, a partir de experi-
ências musicais, ouvindo sempre com “novos ouvidos”.
Princípios pedagógicos
A proposta de Self tem como foco a criação, passando pela escuta ativa, sem-
pre tendo em vista a música de vanguarda.
Para isso, lança mão de uma série de procedimentos de criação com altos ín-
dices de imprecisão, aleatoriedade e improvisação – os mesmos elementos
inovadores que substituem os valores tradicionais da música ocidental
(FONTERRADA, 2008). Entre eles, estão as seguintes quebras de paradigma:
Ferramentas pedagógicas
O trabalho com a variedade instrumental parte de uma divisão dessas fontes
sonoras entre as que produzem sons curtos, as que produzem sons que se ex-
tinguem gradualmente e as que produzem sons possíveis de serem sustenta-
dos (conceito de tenuto) (FONTERRADA, 2008).
1. curto;
2. tremolo;
3. de extinção gradual;
4. tenuto;
5. outros sinais para efeitos especiais.
Tais sinais são empregados na escrita de partituras tanto por Self quanto por
seus estudantes. No momento da execução, o regente é o responsável por indi-
car, com gestos, o tempo da música, por isso, como se pode ver no seguinte
trecho de uma partitura de Self registrado por Fonterrada, as letras represen-
tam cada uma das fontes sonoras empregadas, e a divisão temporal é repre-
sentada por barras com números. A cada uma dessas barras o regente faz um
sinal para que os executantes saibam os eventos que devem ser executados
em um determinado tempo. Por exemplo:
Exemplos de atividades
Categorização de sons
Discuta com eles a categorização desses sons segundo Self: (1) curto; (2) tre-
molo; (3) de extinção gradual; (4) tenuto; (5) outros sinais para efeitos especi-
ais.
Sinais musicais
Princípios pedagógicos
Paynter considera que o ensino da música na escola deve servir para uma sé-
rie de objetivos: ampliar a capacidade auditiva, investigar todo fenômeno so-
noro como fonte de criação musical, despertar a sensibilidade e integrar o gru-
po na prática musical (FONTERRADA, 2008, p. 186).
Ferramentas pedagógicas
Os projetos musicais a serem desenvolvidos com os alunos podem durar mais
do que uma ou duas aulas, dependendo do envolvimento dos alunos e da com-
plexidade da proposta inicial, e desenvolvem-se a partir de uma série de eta-
pas: o planejamento da ação, iniciando com a exploração sonora e a organiza-
ção do material explorado; o trabalho criativo em si; a apresentação do traba-
lho; a audição de outros trabalhos e a análise crítica (FONTERRADA; 2008;
MATEIRO, 2011).
Por �m, Fonterrada adiciona que, diferente de um processo “em linha”, como
veri�cado nas pedagogias da primeira geração, o pensamento de Paynter va-
loriza o processo “em rede”, pois, segundo Paynter, a criação musical é um pro-
cesso de atividades que se ligam de forma não linear, passando por um ponto
central de “resposta e compreensão”, mas unindo sempre uma re�exão sobre
os sons, sua organização em ideias e a sua estruturação como música
(FONTERRADA, 2008, p. 188-190).
Exemplos de atividades
Indo e Voltando
Obras Contemporâneas
Ainda que haja uma série de educadores musicais que desenvolveram propos-
tas ativas no Brasil (tais como Gazzi de Sá – 1901-1981, Sá Pereira – 1888-1966,
Liddy Mignone – 1891-1962, Jurity Farias – 1910-1980, José E. Gramani –
1944-1998, entre outros), muitos buscaram princípios advindos de metodologi-
as europeias ou preocuparam-se com a musicalização baseada na música oci-
dental tradicional. Por isso, Koellreutter é tido como um expoente por seu tra-
balho que dá destaque à improvisação musical.
Princípios pedagógicos
A educadora musical Teca Alencar de Brito (2011), que teve um contato de du-
as décadas com Koellreutter, resume os pontos que considera centrais para o
entendimento de sua proposta:
Ferramentas pedagógicas
Koellreutter destaca a importância de que não haja um método rígido a ser se-
guido. O autor considera que a educação musical deve ter um currículo aberto,
�exível e dinâmico, tendendo ao questionamento crítico do sistema, ao des-
pertar e ao desenvolvimento da criatividade por meio de três tarefas:
Exemplos de atividades
Ostinato e improviso
Cotidiano
Em razão disso, seu pensamento não está, necessariamente, alinhado aos ide-
ais aqui apresentados de Meyer-Denkmann, Schafer, Self, Paynter e
Koellreutter. Os princípios básicos de sua metodologia estão muito mais ali-
nhados a um pensamento que seria considerado “tradicional” por parte desses
pedagogos.
Você pode ter mais informações sobre essa instituição acessando o link indicado a seguir:
ASSOCIAÇÃO WUYTACK DE PEDAGOGIA MUSICAL. Home page. Disponível em: <http://www.awpm.pt/>.
Acesso em: 27 set. 2016.
Wuytack batizou sua pedagogia de “Orff/Wuytack”, pois foi amigo pessoal e
discípulo de Carl Orff. Além disso, Orff não sistematizou em texto os princípios
de sua metodologia, foi Wuytack o responsável por essa ação, adaptando os
conceitos para a realidade musical de sua época.
Princípios pedagógicos
Wuytack assume que sua metodologia é baseada em quatro princípios, que
veremos a seguir.
Antes disso, como ponto de partida, esse educador entende que toda criança
pode ser incluída ativamente no fazer musical, independentemente de seu ní-
vel de desenvolvimento musical.
Ferramentas pedagógicas
As ferramentas pedagógicas empregadas por Wuytack são as mesmas descri-
tas na pedagogia Orff. Ainda assim, é importante veri�car outros princípios
pedagógicos destacados por Wuytack sobre sua metodologia:
O outro ponto é um aspecto que visa dar coerência a todo o sistema: o provér-
bio chinês de 2000 a.C. que o pedagogo cita de forma constante: “Diz-me, eu
esqueço / Mostra-me, eu recordo / Envolve-me, eu compreendo”, em que �ca
destacado o papel do professor, visto muito mais como um agente motivador e
participante do processo musical do que como mero condutor principal das
experiências pedagógicas (WUYTACK, 2010, p. 57).
Exemplos de atividades
Parlenda
Aspectos sonoros
: Swanwick, 1991.
Além de ser uma sigla, um dos sentidos dessa palavra em português é "agregar".
Proponho que há três atividades principais na música, que são compor (a letra C,
de composition), ouvir música (A, de audition) e tocar (P, de performance). Essas
três atividades, que formam o CAP, devem ser entremeadas pelo estudo da história
da música (L, de literature studies) e pela aquisição de habilidades (S, de skill aqui-
sition) (GONZAGA, 2016).
Segundo o próprio autor, a ideia do C (L) A (S) P serve para guiar o professor no
processo de ensino musical, pois o importante na proposta é que o educador
considere que todos os elementos integrantes tenham importância na trans-
missão do conhecimento e que todos devem ser desenvolvidos de forma equi-
librada.
Não deixe de pesquisar mais sobre os educadores musicais estu-
dados!
16. Considerações
Neste primeiro ciclo de aprendizagem, aprendemos sobre os processos de in-
tegração das Tecnologias Digitais de Comunicação e Informação (TDIC) ao
currículo, em especial na educação musical. Estudamos sobre o projeto ACOT
(SANDHOLTZ; RINGSTAFF; DWYER, 1997), e o relacionamos à um dos estudos
mais importantes sobre o desenvolvimento musical: as dimensões de crítica
musical (SWANWICK, 2003); também conhecemos o modelo de atividades
musicais que tem sido uma referência para estruturar as experiências práti-
cas – o modelo C(L)A(S)P ou (T)EC(L)A (SWANWICK, 1979). Por �m, estudamos
algumas outras metodologias pedagógico-musicais ativas, ampliando nosso
conhecimento a respeito das práticas dos educadores musicais que, ainda, ho-
je podem servir como referência para nossas aulas.
/abomettecdigensmus-gs0149-fev-2023-grad-ead/)
Objetivos
• Compreender o potencial de algumas TDIC como apoio às atividades
educativo-musicais.
• Planejar uma atividade musical prática com as TDIC, relacionando o re-
curso escolhido à uma das dimensões de crítica musical e aos elemen-
tos que norteiam a Música na BNCC.
Conteúdos
• Edição de áudio e de partituras a serviço da educação musical.
• Experiências e pesquisas sobre o uso de TDIC em educação musical.
• Orientações da BNCC para o planejamento na área de Música.
Problematização
Como podemos usar editores de áudio e partituras em atividades educativo-
musicais? Quais são as premissas pedagógico-musicais e as orientações da
BNCC para estas atividades?
1. Introdução
No primeiro Ciclo de Aprendizagem, você se familiarizou com a pesquisa so-
bre as etapas de integração das TDIC ao currículo do Projeto ACOT
(SANDHOLTZ; RINGSTAFF; DWYER, 1997, apud DISSENHA, 2021) e conheceu
os principais educadores musicais dos métodos ativos (MADALOZZO, 2016),
em especial as propostas de Swanwick sobre a integração das atividades e
das dimensões de crítica musical (SWANWICK, 2003, apud MADALOZZO,
2016).
Neste ciclo, você aprofundará seus estudos conhecendo os parâmetros que po-
dem lhe auxiliar a planejar atividades pedagógico-musicais com base nestes
conhecimentos. É importante que você instale e manuseie os softwares indi-
cados no ciclo anterior (edição de áudio e partitura).
A professora da escola de música organizou seus oito alunos em uma roda e, no meio, colocou vários si-
nos, de tamanhos e formatos diferentes. Solicitou que ouvissem com atenção enquanto ela os tocava, para
distinguirem seu timbre e a altura – a�nal, queria que relacionassem seu formato à produção sonora: por
exemplo, quanto menores os sinos, mais agudos. Na atividade de percepção, tocou os sinos pedindo que
uma criança, por vez, dissesse qual havia tocado e se era mais agudo ou mais grave que o anterior. Em se-
guida, organizou-os em dois grupos e pediu que pegassem seus tablets e abrissem no link
da WebQuest que havia preparado para a aula. Primeiro, repassou com eles todas as páginas e, depois, so-
licitou que navegassem em cada um dos links indicados. Como o produto �nal da WebQuest seria a cria-
ção de duas melodias em forma de pergunta e resposta, perguntou como fariam essa diferenciação.
Lembrando das pesquisas nos links, as crianças começaram a lembrar das frases musicais vistas e ouvi-
das (áudios e partituras previamente preparados no Audacity e no MuseScore), das explicações dos sites
de teoria musical e chegaram a algumas sugestões. Combinaram que a melodia da pergunta deveria cul-
minar em um som mais agudo, criando um “suspense” ou uma “pergunta”; e que, para responder esta per-
gunta, a segunda frase deveria terminar com um som mais grave (embora também pudessem fazer o con-
trário), como um descanso ou conclusão. Cada grupo escolheu seus sinos e, depois de algumas experi-
mentações, criou as duas melodias. Começaram, então, os registros dessas melodias, um grupo
no Audacity e o outro no MuseScore, para as disponibilizarem no blog da turma.
Você percebeu quantas atividades foram realizadas nesse exemplo? Qual foi o
foco musical, ou seja, quais dimensões de crítica musical foram trabalhadas?
Por meio de quais TDICs e estratégias? Novamente, estamos falando do
Audacity e do MuseScore, que nesta disciplina são nossas referências para
editores de áudio e de partituras, e demonstramos um pouco como eles podem
ser integrados a uma aula em que é trabalhada uma WebQuest. Mas, antes de
falarmos da WebQuest, vamos comentar um pouco sobre os recursos e efeitos
do Audacity e do MuseScore que podem nos auxiliar a desenvolver conheci-
mentos musicais relevantes e consistentes, levando-os a dimensões de crítica
para além do básico – os materiais musicais.
Na página do texto original (em inglês), há diversos hiperlinks que apresentam o passo a passo de aplica-
ção de cada efeito a um trecho. Acesse e experimente!
• Ajustar volume (tornar o som mais forte ou suave): ampli�cador, redutor
automático, compressor, limitador, normalizador.
• Diminuir e aumentar progressivamente o volume (fade in ou fade out):
por faixa (track), ou cruzamento ou sobreposição entre faixas, ou o stu-
dio fade out (aplicação de um fraseado mais “musical”) e o fade ajustá-
vel (ajuste dos parâmetros de diminuição ou aumento do som), ou dimi-
nui ou aumenta progressivamente (ex. de mezzo piano para forte).
• Mudanças na qualidade do som: ajustes independentes de frequências
graves e agudas, �ltros (devem ser habilitados para uso), distorções no
formato da onda sonora (apresenta algumas funções básicas), equaliza-
ção (ajuste de volume), �ltros para limitação/atenuação de frequências
graves ou agudas, efeitos especí�cos como o “Paulstretch”, que pode
mudar as texturas e o andamento, o “phaser”, os editores de espectogra-
mas (alternativas para equalização e outras edições nesta forma de vi-
sualização do áudio), trêmolo, vocoder (para criar voz “robotiza-
da”), wahwah (efeito parecido com o desta surdina ou pedal).
• Reparos em áudio dani�cado: remoção de cliques e outros ruídos, com
reconstrução do trecho reparado, redução de ruídos [suaves] de fundo,
atenuação de um ruído em uma frequência especí�ca e outros reparos,
ferramentas de �ltro e reparo na visão do áudio como espectograma.
• Mudanças de andamento e altura: as mudanças de um parâmetro (altu-
ra, velocidade, tempo) podem ser feitas sem mudar outro (ex. mais lento
sem mudar altura). Outros efeitos são “sliding stretch” (para rubatos, de-
sacelerandos e acellerandos, por exemplo), “Paulstretch” (para mudar o
andamento geral, ouvir melhor um trecho ou criar alguma textura dife-
rente), e o silêncio truncado (para eliminar “vácuos” sonoros).
• Adição de reverberação ou eco: delay (atraso com diminuição do anda-
mento e das alturas), echo (efeito de eco – repetição de um trecho com
volume decrescente) e reverb (para criar sons em “ambientes” diferen-
tes, ou tornar o som mais “seco” ou próximo).
• Remoção de voz: inversão das amostras sonoras, redução e isolamento
de uma voz.
• Manipulação do áudio: repetição e reversão (ou inversão) de um deter-
minado trecho (Index of Effects, Generators, Analyzers and Tools
(https://manual.audacityteam.org/man/index_of_effects_genera-
tors_and_analyzers.html), 2019.)
:
Para acessar o �nal do menu, deve ser selecionado o botão da barra de rolagem (v) ao �nal do submenu –
nesta �gura, a imagem foi editada para visualização de todas as opções.
(http://www.abemeducacaomusical.com.br/re-
vista_musica
/ed9/Revista%20Meb%209_ARTIGO_Estudio%20Movel.pdf).
E quais são os recursos e efeitos que podemos aplicar a uma partitura editada
no MuseScore? É importante lembrar que ele pode ser muito útil para ativida-
des mais “técnicas”, como para leitura da notação musical tradicional/con-
vencional, incluindo o aprendizado das notas musicais (�guras de som, silên-
cio etc.), compassos, ritmos, claves e armaduras de clave, alterações (susteni-
dos, bemóis, bequadros etc.), transposição etc., percepção ou notação de diver-
sos elementos. Mas podemos – e precisamos – ir muito além, explorando ou-
tros recursos para além das “notas”.
No Musescore, acessamos o menu das “ ”, que, por sua vez, apresenta
várias opções (Figura 2). Ao selecionar a , é possível identi�-
car todas essas opções e suas especi�cações: claves, armaduras de clave, fór-
mulas de compasso, colchetes de sistema, acidentes, articulações, respirações
e pausas, ornamentos, cabeças de nota, linhas, barras de compasso, arpejos e
glissandos, tremolo, texto, andamento, dinâmicas, digitação, repetições, dese-
nhos de cifras, adornos de gaita de fole, quebras e espaçamentos, molduras e
compassos, propriedades da barra de ligação e símbolos.
Figura 2 Print da tela do MuseScore versão 3.2.3.7635, Menu das Paletas (https://musescore.com/).
• Acesse acesse o
e experimente, quanto mais você o utilizar,
mais rapidamente se familiarizará com todos os recursos, efeitos e
possibilidades.
• Para outras ideias sobre como trabalhar com o MuseScore, acesse o
artigo (http://www.cp2.g12.br/ojs/in-
dex.php/midiaseeducacao/article/view/515/445), de Fonseca et al.
(2015).
Em 2017, 40% do total de professores haviam ajudado algum aluno a enfrentar situ-
ações ocorridas na Internet, tais como bullying, discriminação, assédio e dissemi-
nação e imagens sem consentimento. Percentual que é bastante semelhante entre
professores que lecionam em escolas públicas (39%) e que lecionam em escolas
particulares (44%) (CETIC, 2017, p. 130).
Outra situação que chama atenção é que 70% dos docentes têm sido apoiados
no uso da internet em suas atividades educacionais (p. 133), embora muitos
(45%) ainda ressaltem a falta de manutenção dos equipamentos e de apoio pa-
ra acesso direto aos alunos (48%) (ibidem). Este pode ser mais um dos argu-
mentos pelos quais seria melhor realizar atividades bem estruturadas e orga-
nizadas na internet, evitando a “navegação livre”, em sites que nem sempre
oferecem informações con�áveis, ou que os alunos sejam distraídos pelo ex-
cesso de informações e links complementares que direcionam assuntos alhei-
os, por exemplo.
1. As WebQuests são sobretudo atividades de grupos, embora possam ser imagina-
das investigações individuais aplicáveis à educação a distância e ao ambiente de
bibliotecas.
2. As WebQuests podem ser aperfeiçoadas com elementos motivacionais que en-
volvam a estrutura básica de investigação, dando aos aprendizes um papel a ser
desempenhado (cientista, detetive e repórter, por exemplo), criando uma personali-
dade �ctícia com a qual os participantes deverão interagir via e-mail, e apresentado
um cenário dentro do qual os participantes irão trabalhar [...].
3. As WebQuests podem ser planejadas para uma disciplina ou podem abranger
uma abordagem multidisciplinar. Uma vez que as abordagens multidisciplinares
são um desa�o maior que o trabalho numa única área, talvez convenha começar
por esta última alternativa até reunir mais experiência para trabalhos compreensi-
vos (DODGE, 1995, p. 2).
Depois da tarefa, esta é a página mais importante, pois apresenta os links es-
pecí�cos e previamente selecionados pelo professor a serem acessados em
busca da informação para cumprir a tarefa. É importante especi�car as pági-
nas de consulta e testar antes de disponibilizar, evitando indicar páginas que
foram retiradas ou movidas.
•
(https://sbie2008.virtual.ufc.br/CD_ROM_COMPLETO/sbie_posters
/Os%20monges%20os%20trovadores%20e%20a%20musica%20medie-
val.pdf): uma WebQuest para integrar Informática Educativa e
Educação Musical, de Alves et al. (s/d).
• (http://doczz.com.br/doc/133122/brava-
gente--brasileira--uma-webquest-sobre-o-hino-da)!
Uma WebQuest sobre o Hino da Independência do Brasil, de Alves et
al. (s/d).
• Caça ao tesouro “ (http://www.inovar.pt
/cre/phpwebquest/caza/soporte_tablon_c.php?id_actividad=522&
id_pagina=1)” (forma simpli�cada de WebQuest).
:
Para acessar, desabilite programas como “adblocker” [bloqueadores de anúncio]. Caso o link não funcione,
acesse a página principal com todas as WebQuests e similares (http://www.inovar.pt
/cre/phpwebquest/procesa_index_todas.php)!
Saiba mais!
6. Considerações
Neste ciclo, buscamos compreender o potencial de algumas TDIC – os editores
de áudio e de partituras digitais - como apoio às atividades educativo-
musicais a partir das leituras e práticas indicadas como base das nossas re�e-
xões.
/abomettecdigensmus-gs0149-fev-2023-grad-ead/)
Objetivos
• Identi�car as concepções e teorias que podem nortear os processos de
avaliação tecnológica e educativo-musical.
• Compreender as possíveis práticas de avaliação em educação musical e
os seus elementos constituintes, estabelecendo as relações entre ela e o
planejamento da aprendizagem.
Conteúdos
• Relação entre planejamento e avaliação em educação musical com uso
de TDIC.
• Estratégias e critérios de avaliação na educação musical.
Problematização
Quais são as concepções de educação musical e as teorias de aprendizagem
em música que podem auxiliar a estabelecer os objetivos e as estratégias de
avaliação? Quais premissas podem nortear a seleção de TDIC para nossas
aulas de música?
1. Introdução
Avaliar em música? Para muitos, isso é um “absurdo”, pois para estes a música
é subjetiva, intuitiva e pessoal. Como, o que e quando avaliar também são as-
pectos muito discutidos. Esta di�culdade parece se re�etir em muitas escolas
de educação básica, nas quais o componente curricular Arte (ou um especí�co
de música), não integra o quadro formal de avaliação e não pode aprovar ou
reprovar os alunos, ao contrário de outros componentes. Realmente não é o
caso de ser ou não aprovado em música, mas esta situação retrata a falta de
conhecimento dos fundamentos teóricos e práticos da avaliação em música.
Para iniciar a aula de “teoria musical”, os alunos iriam acessar o objeto de aprendizagem O Som no
Labirinto, que a professora havia instalado nos laptops do laboratório de informática antes da aula, para
percepção de timbres, seguindo o uso proposto pelos autores. Os alunos não tiveram di�culdade em iden-
ti�car os timbres da �auta doce, clarinete e trompa, e �caram animados com o jogo. Perguntaram se havia
algum outro, e então ela pediu para acessarem o Zorelha e identi�carem os instrumentos e as músicas.
Depois, solicitou que se organizassem em grupos de até 4 alunos para uma atividade com os instrumentos
da escola. Entregou-lhes um pequeno instrumento de percussão e pediu que escolhessem uma música pa-
ra os colegas identi�carem. Ela também seria gravada em áudio para a aula da semana seguinte. O desa�o
foi de logística, pois era difícil organizar os grupos sem que um visse o que o outro estava tocando. Mesmo
assim, solicitou que todos “segurassem a curiosidade” e se concentrassem em sua própria música (certa-
mente um objetivo atitudinal, extramusical). Enquanto ensaiavam, ela estendeu uma toalha sobre algu-
mas cadeiras, na frente da sala, para funcionar como cortina, e abriu o Audacity em seu laptop para gravar
as performances. Após o ensaio, cada grupo foi para trás da toalha e tocou sua música para que os colegas
adivinhassem qual era e quais instrumentos foram usados. Os alunos faziam silêncio durante as perfor-
mances, para não prejudicar a gravação, mas assim que a fala era liberada, mostravam-se muito ansiosos
para falar.
Bons estudos!
Para Stahl (1990) [...] ele deve ser desenvolvido para suprir objetivos educacionais
preestabelecidos, subordinando suas características técnicas às necessidades pe-
dagógicas (p.36). Behar (1993) também considera que a produção de software [apli-
cativo] educacional, independente da sua forma de uso, deve seguir certas regras e
critérios fundamentados em teorias de aprendizagem, a �m de alcançar seus obje-
tivos educacionais (p.83). (KRUGER, 2000, p. 15).
1) Os tutoriais em vídeo o�ciais do Musescore são narrados em inglês, mas você pode ativar
a legenda (em inglês) e acompanhar a sequência das ações de con�guração de diversos ele-
mentos.
2) Outro conjunto de vídeo de dicas úteis é o do EntreNotas. Eles foram gravados na versão
2 do MuseScore, embora a versão 3 já esteja disponível.
3) Se não encontrar nenhuma explicação sobre um recurso especí�co, você também pode
procurar no YouTube por tutoriais ainda mais recentes, que contemplem esta ou até uma
nova versão. Também é possível acessar um Manual do Musescore 3. Esse manual está es-
truturado em texto e possui hiperlinks para cada tópico. Você poderá baixá-lo, em formato
PDF, nas versões: pelo acesso ao manual para o MuseScore 3 ou uma versão superior e pelo
acesso ao manual versão 2, embora recomendamos o uso da versão mais recente.
O uso do Audacity na educação musical pode extrapolar em muito o simples
registro de uma gravação - a�nal, para isso, é possível usar o próprio gravador
do smartfone ou celular, inclusive em formato de vídeo. Os vários recursos
do Audacity permitem trabalhar não apenas as propriedades do som, acres-
centar efeitos, modi�car timbres e outras características, mas também traba-
lhar a forma da música, em termos de repetições, acréscimos, supressões de
trechos, entre outros. Veja um exemplo:
Como evitar esse uso periférico ou instrumental, que lembra as atividades nas
etapas de e das TDICs - ou seja, retomando Sandholtz,
Ringstaff e Dwyer (1997), como passar por essas etapas, inclusive as de
e , para chegar à de uso das TDICs em nossas au-
las de música? Uma das questões mais básicas que norteiam a nossa visão so-
bre o uso das TDICs relaciona-se às nossas próprias visões sobre currículo,
planejamento e aulas.
:
É importante conhecer e re�etir sobre a visão de currículo da escola em que atuamos e
compreendê-lo como um elemento norteador, �exível, que deve ser socialmente contextua-
lizado, considerando tanto o conteúdo e objetivos a serem "ensinados" quanto aqueles que
os alunos querem que sejam "aprendidos", assim como o modo pelo qual são estudados.
A�nal, como o professor também aprende com os alunos (ainda mais ao pensarmos no uso
das TDICs), esta deve ser nossa visão constante.
Entender o currículo dessa forma nos permite planejar nossas aulas com mai-
or segurança, sabendo que precisamos estabelecer objetivos claros, coerentes
e alcançáveis, compatíveis com o nosso aluno e sua realidade sociocultural,
considerando o que temos a nossa disposição e o que ainda precisamos bus-
car para alcançar. Mas o que é "planejar", ou "planejamento"?
Agora que você concluiu o estudo deste tópico, sugerimos que avalie como foi
sua aprendizagem a respeito dos conceitos apresentados, para isso, responda
a questão a seguir.
Nesse momento, sugerimos que assista ao vídeo a seguir e poderá ampliar sua
compreensão acerca dos assuntos tratados até o momento.
Agora, propomos que façamos uma re�exão a respeito do cotidiano que viven-
ciam nossas crianças.
Nossas crianças são chamadas de “nativos digitais”. Você certamente conhece mais crianças que, ao esta-
rem sozinhas, preferem jogar no celular em vez de jogar bola ou brincar com bonecas. Aliás, para que jo-
gar bola sozinho se, pelos aplicativos (e através da internet), conseguem jogar com os colegas da escola,
mesmo quando não estão juntos? Muitos jogos, em suas salas (servidores remotos) e com seus chats, per-
mitem a interação em tempo real com outros usuários para criar, conversar, e tantas outras ações – que,
prudentemente, precisam ser acompanhadas ou monitoradas por um adulto. Eles sabem pesquisar na in-
ternet e encontrar vídeos e textos diversos, e a grande maioria usa aplicativos para editar e publicar seus
próprios vídeos em seus canais ou redes sociais. Aliás, para muitos, o Facebook já é ultrapassado; estão
no Instagram e em outras redes, inclusive especí�cas de música (há algum tempo, a “febre” era
o Musically, depois foi o Tiktok... e assim prosseguem, a cada mês uma novidade). Embora, na escola,
muitas aulas ainda sejam à base de lápis, caderno, livro-texto, estão surgindo algumas inovações – em
história, serão criados podcasts sobre o tema em estudo; em outra, os alunos farão vídeos para ações de
sensibilização sobre preservação ambiental. As aulas em que são usados recursos tecnológicos que com-
binam áudio e vídeo e nas quais são feitas atividades em grupo são sempre as mais comentadas e adora-
das.
Algumas das ações citadas anteriormente são comuns a vários contextos, não
é? Para alguns, elas podem ser bastante simples, corriqueiras, ultrapassadas;
mas, para outros, podem ser muito inovadoras. A�nal, o que é inovação? O
simples uso de uma tecnologia em uma atividade educativo-musical é uma
inovação? Vamos ver como o relatório da OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico) conceitua o termo no relató-
rio Medindo a Inovação na Educação (https://www.oecd-ilibrary.org
/education/measuring-innovation-in-education-2019_9789264311671-en), ci-
tado pelo Instituto Porvir: "Inovação está relacionada à adoção de novos servi-
ços, tecnologias, processos, competências por instituições de ensino que le-
vem à melhora de aprendizagem, equidade e e�ciência" (Instituto Porvir, 2020
(http://porvir.org/ate-onde-vai-o-impacto-da-inovacao-na-educacao/)).
[...] inovação detém um valor, [...], não deve ser confundida com a a�rmação de que
envolve um julgamento de valor, pois podemos dizer que 'X' é signi�cativamente
diferente de 'Y' sem dizer que é melhor ou pior do que 'Y'.
De outro lado, o autor apresenta a inovação disruptiva, que ocorre quando algo
muda sem necessidade de concessões, apenas ganhos sem perdas, ou seja,
quando uma pessoa “descobre como fazer uma mudança oferecendo mais de
algo sem exigir menos de outro. Frequentemente, a quebra de uma concessão
inicia a derrubada de paradigmas” (ibidem), e, apesar de ela inicialmente ter
aceitado as concessões anteriores, passa a buscar algo diferente (não apenas
melhorar o que já existe). Para este tipo de inovação, não precisamos de novos
dados, mas sim de teorias inovadoras – como a da inovação disruptiva –, pois
elas é que darão signi�cado a estes novos dados e “rompem” com as conces-
sões estabelecidas. Por isso, ele alerta:
O futuro e o passado existem no presente, mas eles não são distribuídos uniforme-
mente no mundo todo [...]. Se simplesmente esperarmos que o futuro se torne pre-
sente - ou seja, se esperarmos até que dados sobre novas formas de ensinar e
aprender entre em cena -, eles continuarão a competir com outros dados, e pouca
coisa irá mudar (CHRISTENSEN, 2015, n. p).
Sugerimos, agora, que você dê uma pausa na sua leitura e re�ita sobre sua
aprendizagem realizando a questão a seguir.
Leitura complementar
Avaliação em Música
Sugerimos, agora, que você re�ita sobre sua aprendizagem realizando a ques-
tão a seguir.
6. Considerações
Neste ciclo estudamos sobre a relação entre planejamento e avaliação em edu-
cação musical com uso de TDIC, bem como as estratégias e critérios de avalia-
ção na educação musical. É importante ressaltar que todo o planejamento é
baseado (consciente ou inconscientemente) em alguma teoria de aprendiza-
gem, metodologia ou abordagem – conforme já estudamos anteriormente. Isso
também acontece com as TDIC, e por isso é tão relevante analisarmos seu po-
tencial educativo-musical frente ao nosso contexto, avaliando-os (ou
analisando-os) para que permitam o alcance dos objetivos que estabelecemos
para nossas aulas.
/abomettecdigensmus-gs0149-fev-2023-grad-ead/)
Objetivos
• Compreender os princípios da aprendizagem musical informal e suas
possíveis recontextualizações no ensino de música.
• Conhecer as pesquisas que resultaram nas teorias sobre motivação, a
�m de compreender como o estilo motivacional do professor de música
pode in�uenciar a aprendizagem dos alunos.
• Identi�car possibilidades de recontextualização dos princípios da
aprendizagem informal e da motivação com uso das TDIC em aulas de
música.
Conteúdos
• Princípios da aprendizagem musical informal no ensino de música e o
uso das TDIC.
• O estilo motivacional do professor de música e sua relação com a apren-
dizagem do aluno.
Problematização
O que é a abordagem da aprendizagem informal de música? Como seus prin-
cípios podem ser adotados em aulas de música, inclusive nas que utilizam as
TDIC? No que consistem as teorias da motivação e como elas podem in�uen-
ciar a atuação do professor de música?
Orientação para o estudo
Neste ciclo, ao realizar as leituras recomendadas, atente-se às unidades e tó-
picos correspondentes, para não fugir ao tema estudado. Assista ao(s) ví-
deo(s) sugerido(s) e não deixe de responder ao Quiz – ele não vale nota, mas
testa seus conhecimentos. Você também deverá �nalizar o Projeto de Prática
da disciplina, iniciado no 2º Ciclo de Aprendizagem. Bons estudos!
1. Introdução
Atualmente, dois temas têm sido muito discutidos na educação musical: a
abordagem pedagógica baseada nas práticas de aprendizagem musical infor-
mal, derivadas de pesquisas sobre o processo de aprendizagem dos músicos
populares (GREEN, 2002) e as teorias da motivação (REEVE, 2006), as quais
originaram várias “miniteorias”, como
Por outro lado, também existem práticas musicais que se encontram entre es-
sas duas situações, as quais têm sido chamadas de não formais. Estas nor-
malmente ocorrem em instituições do chamado “terceiro setor”, como
Organizações sociais (OS), Organizações não Governamentais (ONGs) e
Institutos, e podem ser vistas, também, em empresas (normalmente denomi-
nada educação corporativa), museus, orquestras, igrejas, clubes e outros tipos
de comunidades ou associações. A educação não formal é intencional, com
certo grau de organização e propósito, eventualmente com alguma progressão
ou sequência – o que é diferente da aprendizagem informal. Ou seja, normal-
mente a educação não formal complementa a educação formal. Por outro lado,
ela não possibilita certi�cação ou diplomação como a educação formal (embo-
ra, na prática, muitas vezes seu propósito e resultado sejam equivalentes).
Não vincule a educação formal a um ensino tradicional, ultrapassado, e nem a educação não formal a um
ensino mais instigante e prático. As metodologias e os métodos transcendem os contextos – você encon-
trará professores tanto do ensino formal como não formal adotando metodologias ativas, práticas em gru-
po, com repertórios diversi�cados e contextualizados.
Os estudos sobre a motivação têm sido conduzidos por pesquisadores com fo-
co nas questões psicológicas, embora também “cultural (ou social/cognitiva),
comportamental, �siológica/neurológica, cognitiva, evolucionária, humanista,
psicanalítica” (REEVE, 2006 apud ARAÚJO, 2013, p. 56). Cada um dos pesquisa-
dores desenvolveu “miniteorias” que explicam diferentes aspectos da motiva-
ção humana – como a teoria da autoe�cácia, da realização, do �uxo, entre ou-
tras (ibidem). No Brasil, já foram realizados muitos estudos na área de música,
buscando compreender os motivos pelos quais as pessoas se interessam e
perseveram em aprender algo, ou os motivos pelos quais as pessoas escolhem
se tornar professores, entre outros.
Sugerimos, também, a leitura do texto que descreve a pesquisa que deu origem
a essa abordagem:
• GREEN, Lucy. Ensino da música popular em si, para si mesma e para “ou-
tra” música: uma pesquisa atual em sala de aula (http://www.abemeduca-
caomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article
/view/104/87). Revista da ABEM, Londrina, v. 20, n. 28, p. 61-80, 2012.
Para conhecer uma aplicação dos estudos sobre as práticas informais de edu-
cação musical com o uso de TDIC, assista, a seguir, vídeo com o relato de pes-
quisa A in�uência da tecnologia nas práticas informais de aprendizado musi-
cal na o�cina de música do projeto PBID/UMG, de Fernando Macedo
Rodrigues:
Sugerimos, agora, que você dê uma pausa na sua leitura e re�ita sobre sua
aprendizagem realizando a questão a seguir.
4. Considerações
No último ciclo de estudos, conheceremos algumas tendências tecnológicas
que, em algum momento (provavelmente no futuro), poderão ser adotadas em
nossas aulas de música. Neste sentido, discutiremos como essas tecnologias e
as demais que conhecemos nesta disciplina, bem como as diferentes teorias,
metodologias e abordagens pedagógico-musicais podem contribuir com nos-
sa formação e atuação pro�ssional.
(https://md.claretiano.edu.br
/abomettecdigensmus-gs0149-fev-2023-grad-ead/)
Objetivos
• Identi�car o potencial de tecnologias como objetos de aprendizagem, os
recursos educacionais abertos e os diferentes tipos de simuladores de
realidades, além de recursos digitais especi�camente criados para ativi-
dades musicais.
• Re�etir sobre as possíveis relações entre as TDIC e as teorias, metodolo-
gias e abordagens educativo-musicais estudadas na disciplina
Conteúdos
• Pesquisas sobre os recursos tecnológicos mais utilizados pelos músicos
e educadores musicais.
• Tecnologias digitais e suas formas de disponibilização: objetos de apren-
dizagem, recursos educacionais abertos.
• Diferentes tipos de realidades: virtual, aumentada e mesclada.
• Processos e práticas de formação de professores para o uso das TDIC.
Problematização
Quais são as TDIC disponíveis na internet ou em forma de recursos digitais
físicos que podemos utilizar em nossas aulas de música? Quais conceitos,
conteúdos e práticas ainda precisam ser discutidas na formação de professo-
res de música para o uso das TDIC? Como todos esses conhecimentos podem
contribuir para minha prática educativo-musical?
1. Introdução
Neste quinto e último ciclo de aprendizagem, conheceremos algumas tecnolo-
gias digitais disponíveis na internet ou que podemos construir ou adquirir por
serem recursos físicos. Também conheceremos um texto sobre formação de
professores para música, que pode servir como base para suas re�exões a res-
peito das necessidades e interesses de formação continuada a nessa área,
mesmo após a �nalização de nossa disciplina. Leia com atenção o conteúdo,
acesse os vídeos e textos opcionais, e re�ita sobre sua aprendizagem neste pe-
ríodo em que estivemos juntas(os)!
Bons estudos!
Para saber mais sobre eles, procure em seu próprio smartphone (loja virtual - como App Store ou Google
Play) ou pela ferramenta de busca em seu navegador de internet, pois os sites podem oferecer novas ver-
sões e versões para diferentes plataformas. Para decidir qual você quer pesquisar ou usar, tenha em mente
seus objetivos educacionais e seu contexto (alunos, instalações físicas, equipamentos disponíveis, acesso
à internet etc.).
[...] totalmente imersiva, que engana seus sentidos para você pensar que está em
um ambiente diferente ou em um mundo diferente do mundo real. Utilizando um
dispositivo de cabeça (HMD) ou headset, você vai experimentar um mundo gerado
por computador de imagens e sons, no qual é possível manipular objetos e
deslocar-se usando controladores táteis, enquanto �ca ligado a um console ou PC.
[...] capturar imagens de cartões marcadores disponíveis no livro. Estes cartões são
compostos por símbolos que estão catalogados no banco de dados do software. Os
símbolos musicais detectados são analisados e interpretados pelo software. A in-
terpretação dos símbolos produz objetos virtuais em 3D que são combinados com o
mundo real do usuário. O mundo misturado é enviado pelo software para um dis-
positivo de visualização (tela do computador) (CORRÊA et al. 2012, p. 4).
A MR une o mundo real a elementos digitais. Na Realidade Mesclada (RM) você in-
terage com itens e ambientes físicos e virtuais e manipula-os, utilizando tecnologi-
as de detecção e imagem. A Realidade Mesclada permite que você se veja e mergu-
lhe no mundo à sua volta, mesmo enquanto você interage com um ambiente virtu-
al usando suas próprias mãos - tudo sem nunca tirar o headset. Ela proporciona a
capacidade de ter um pé (ou mão) no mundo real e o outro em um lugar imaginário,
derrubando os conceitos básicos entre o real e o imaginário e oferecendo uma ex-
periência capaz de mudar a maneira como jogamos e trabalhamos hoje.
Caso queira saber mais sobre a diferença entre esses três tipos de reali-
dade, acesse a matéria completa (https://www.toptal.com/designers
/ui/augmented-reality-vs-virtual-reality-vs-mixed-reality) (sugerimos,
porém, que utilize um tradutor, pois o texto está escrito em inglês). Agora,
se quiser conhecer o impacto que a RM pode causar em você, assista ao
vídeo Intel Introduces Merged Reality. (https://www.youtube.com/wat-
ch?v=DIIk89cmcsU&feature=youtu.be)
4. Considerações Finais
A partir dos estudos neste último ciclo, espero que você tenha re�etido sobre
as diversas tecnologias digitais que estão disponíveis – gratuitamente ou não
– na internet, ou que consistem em recursos físicos e podem transformar
completamente nossas visões sobre os instrumentos musicais e as práticas
educativo-musicais. Também espero que você tenha concluído que a aprendi-
zagem sobre as TDIC e as abordagens, metodologias e teorias educativo-
musicais não se esgotaram nesta disciplina. Assim, desejo que se motive a
buscar ainda mais informações, em especial sobre os elementos que mais
chamaram sua atenção e que podem contribuir com o aprimoramento de suas
práticas. Siga sempre em frente: bons estudos – seja nos contextos formais,
não formais ou mesmo em momentos de aprendizagens informais!