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PROPÓSITO
Conhecer as técnicas e metodologias de ensino, importantes
aliadas nos percursos das práticas docentes, no sentido de
identificar os caminhos metodológicos para obter eficácia no
desenvolvimento da prática docente, bem como considerar cada
realidade de público e de contexto no trabalho em sala de aula.
PREPARAÇÃO
Tenha em mãos um dicionário de literatura para compreender o
vocabulário específico da área. Na Internet, você acessa
gratuitamente o E-dicionário de termos literários, de Carlos Ceia,
e o Dicionário de cultura básica, de Salvatore D’Onofrio.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever algumas das metodologias de ensino e técnicas
adequadas para a educação básica
MÓDULO 2
Identificar a importância das escolhas metodológicas no processo
de ensinaraprender, considerando a prática e as diferentes
realidades educacionais
INTRODUÇÃO
Nosso diálogo será sobre as escolhas a serem feitas para o
desenvolvimento das práticas docentes na educação básica.
Escolher bem a(s) metodologia(s) e compreender como
determinadas técnicas podem (ou não) se adequar a essas
escolhas é um caminho necessário para que a aula e o
desenvolvimento do trabalho pedagógico sejam mais bem
qualificados. Para isso, além da conceituação de algumas das
técnicas e metodologias de ensino mais utilizadas na educação
brasileira, consideramos necessário propor a reflexão sobre as
escolhas metodológicas à luz das realidades existentes. Mais do
que isso, consideramos estratégico que você perceba a potência
das metodologias, considerando a diversidade de público
estudantil, composto por crianças, jovens e adultos, com o qual
lidamos nas escolas, ou seja, em espaços formais de ensino e
mesmo em outros espaços educativos.
MÓDULO 1
CONCEITOS
Organizar o cotidiano da sala de aula e estruturar caminhos a
serem seguidos, tendo como meta o melhor desenvolvimento do
processo de ensino-aprendizagem dos estudantes, é tarefa
árdua. Todavia, é de extrema importância fazer escolhas que
sejam facilitadoras para o desenvolvimento do processo de
ensino-aprendizagem dos estudantes.
Vamos refletir
TÉCNICA E METODOLOGIA –
ORIGEM ETIMOLÓGICA E CAMINHOS
Se nos remetermos à origem etimológica das palavras “técnica” e
“metodologia”:
Técnica
Tem sua origem a partir de três expressões gregas: metà (ir para
além), odòs (qual caminho seguir) e logos (estudo). Sendo assim,
pode ser definida pelo estudo dos caminhos e possibilidades para
o alcance de determinado objetivo. O dicionário Houaiss (2004, p.
494) a define como um “conjunto de métodos, princípios e regras
empregados por uma atividade ou disciplina”. E método, por sua
vez, é definido como “1. procedimento, técnica ou meio para se
atingir um objetivo 9 (…) 2. processo organizado de ensino,
pesquisa, apresentação etc.” (2004, p. 494).
Resumindo
Ao chegar até aqui, você já deve estar percebendo que não há
uma única metodologia de ensino, assim como não há uma única
técnica para determinada metodologia, como falamos
anteriormente, para toda a diversidade de pessoas em
escolarização, sejam crianças, jovens ou adultas.
METODOLOGIAS DE ENSINO E
TÉCNICAS – DEFINIÇÃO E
APLICABILIDADE NA EDUCAÇÃO
BÁSICA
O conhecimento de diferentes metodologias de ensino e algumas
das técnicas que se adequam a elas é o assunto que trataremos
de agora em diante.
Exercícios de fixação.
Avaliações, como trabalhos e provas.
A aula expositiva, por exemplo, é uma técnica muito utilizada na
metodologia tradicional e favorece o formato em que um ensina
para outros aprenderem. Os materiais costumam ser
padronizados com a utilização de livros, apostilas, modelos de
exercícios.
Atenção
Para Paulo Freire, na concepção bancária de educação, os
saberes são atributos de um grupo, ou seja, dos detentores
desses saberes. De acordo com esse contexto, a educação
apresenta-se como a ação de transferir conhecimento de uma
pessoa que sabe (o professor) para outra que deve aprender (o
estudante). Os saberes são transmitidos sem espaço para
questionamentos e não há preocupação com o desenvolvimento
do pensamento autônomo e crítico pelos estudantes.
Vamos refletir
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Metodologia sociointeracionista
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Metodologia socioconstrutivista
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Metodologia (ou concepção) freireana
Resumindo
A prática pedagógica precisa se fazer verdadeiramente nos
compartilhamentos e na crença esperançada ― de que é
possível organizar o trabalho pedagógico orientado para a
inclusão. E isso é possível ao se romper com o distanciamento
entre professores e estudantes e com a ideia de que há uns
saberes que se sobrepõem a outros
A seguir, a professora Flávia Miguel fala sobre o valor do olhar
freireano em uma concepção libertadora de educação.
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O francês Celestin Freinet contribuiu de forma marcante com a
educação básica em diferentes lugares do mundo, incluindo o
Brasil. Para Freinet, não há um modelo ideal de educação,
mas uma concepção que se articule por meio da relação
entre escola e o meio social, e que se estabeleça a partir da
ideia de educação de classes.
Atenção
É importante que você repare que a metodologia Freinet valoriza
a transformação das situações consideradas estritamente
escolares em experiências de vida, tendo como centro a vida das
crianças. Abordaremos agora alguns dos caminhos trilhados por
ele no desenvolvimento de seu fazer pedagógico: as aulas-
passeio, o livro da vida, a imprensa escolar e a correspondência
interescolar e convidamos você a ir além, pesquisando mais
sobre essas escolhas de Celestin Freinet para a educação dos
filhos da classe trabalhadora.
As aulas-passeio (também conhecidas como trabalhos de campo
ou estudo do meio) permitiam que o aprender e o fazer, juntos, se
materializassem e ganhassem corpo. E, assim, nessas
atividades, alguns conhecimentos vão sendo construídos ao
passo que outros vão sendo reelaborados, recriados. Como você
deve notar, os saberes circulam para além do espaço da sala de
aula e, até mesmo, da escola, pois estão no mundo.
Atenção
Freinet rompeu com os materiais escolares e criou o livro da vida.
Estava ali uma forma de construir o próprio material didático: em
parceria com os alunos e de acordo com os interesses coletivos,
suas leituras de mundo e de vida e, ainda, em conexão com o
meio. Nesse movimento de produção da leitura e da escrita com
sentido, criou também a imprensa escolar e, por meio dela,
produziu jornais com seus alunos. A leitura dos jornais
produzidos no ambiente escolar era compartilhada e lida com
familiares e amigos dos estudantes
Resumindo
A metodologia Freinet trazia para a cena escolar potencialidades
de um trabalho construído em coletividade, em cooperação, no
qual o professor é o mediador. Apresentava-se, ainda, como
potência para a emancipação dos filhos da classe trabalhadora,
do homem do campo, em uma ação de trabalho escolar formativo
e para a vida, com sentido para aqueles que a praticavam (ou
seja, os estudantes). Em suma, uma formação visando à leitura
crítica de mundo, à prática da liberdade e à busca de
transformações na sociedade.
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Metodologia Montessoriana
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Metodologias ativas
Projetos de trabalho
Gamificação
Ensino híbrido
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Vamos refletir
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. Neste módulo, você teve contato com algumas das principais metodologias
de ensino. Considere o que você estudou e assinale a alternativa que define a
metodologia que Paulo Freire associa à educação bancária:
a) Montessoriana.
b) Tradicional.
c) Sociointeracionista.
d) Ativa.
e) Socioconstrutivista.
Comentário
Parabéns! A alternativa "B" está correta.
Uma das características da metodologia tradicional é a ideia de
transferência de saberes dos professores para os estudantes. A
crítica freiriana busca refletir sobre as formas de aprender ao
associar a concepção bancária de educação à metodologia
tradicional de ensino.
b) Aula expositiva.
d) Ensino híbrido.
e) Trabalho em grupo.
Comentário
Parabéns! A alternativa "D" está correta.
MÓDULO 2
Identificar a importância das escolhas metodológicas no processo
de ensinaraprender, considerando a prática e as diferentes realidades
educacionais
RESPOSTA
Após ter feito suas reflexões, você deve ter reconhecido que a intencionalidade
da prática docente é uma necessidade e contribui para orientar as escolhas
das metodologias e técnicas de ensino. Deve também ter identificado que, nem
sempre, uma metodologia pode se adequar e ser positiva para diferentes
públicos estudantis, mesmo para além das realidades educacionais e de vida
desses públicos.
PARA ONDE VAMOS?
No vídeo a seguir, o doutor em História e Educação, Rodrigo Rainha, mostra
como se dá o diálogo entre as metodologias e as escolhas por parte da escola
e dos professores.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. A PRÁTICA PEDAGÓGICA TRAZ, HISTORICAMENTE, DESAFIOS. UM
DESSES DESAFIOS, QUE TRAZ A ESSÊNCIA DO
SER PROFESSORPESQUISADOR, PODE SER REPRESENTADO PELA
ALTERNATIVA:
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALVES, N. Imagens das escolas. In: ALVES, N.; SGARBI, P. (orgs.). Espaços
e imagens na escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 7-17.
BRASIL. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional. Consultado na internet em: 12 dez. 2020.
FERNANDES, A. da P.; SANFILIPPO, L. B. Culturas, educação e corpo em
movimento – potencialidades da escola. In: RevistAleph, n. 31. Dez. 2018. p.
378-391. Consultado na internet em: 10 fev. 2021.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
HOUAISS, Instituto Antônio (org.). Minidicionário Houaiss da língua
portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Educação escolar e cultura(s):
construindo caminhos. In: Revista Brasileira de Educação, n. 23, mai-ago 2003,
p. 153-168. Consultado na internet em: 10 fev. 2021.
SANTOS, M. dos. Como tenho me tornado professora? In: VASCONCELOS,
G. A. N. (org.). Como me fiz professora. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 61-79.
SGARBI, P. Os estranhos caminhos de Santiago. In: VASCONCELOS, G. A.
N. (org.). Como me fiz professora. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 81-98.
EXPLORE+
As metodologias de ensino precisam ser pensadas a partir da realidade dos
estudantes que delas se beneficiarão, para o desenvolvimento de seu processo
de ensino-aprendizagem. Para conhecer mais um pouco sobre esse debate,
convidamos você à leitura do artigo Metodologia de ensino: um re-pensar do
processo de ensino e aprendizagem, de Francielle Altrão e Egeslaine de Nez,
que se baseia em um relato de experiência.
Para conhecer mais sobre o pensamento de Paulo Freire, sugerimos a leitura
do livro Pedagogia do Oprimido. Traduzido para mais de 40 idiomas e que
completou 50 anos em 2018, é a obra do autor mais conhecida
internacionalmente.
Outra obra de Paulo Freire que sugerimos é Pedagogia da autonomia: saberes
necessários à prática educativa. É a última obra publicada em vida e reúne
reflexões sobre as relações entre educadores e educandos. A obra apresenta,
de forma leve e poética, conceitos densos que dialogam com a potencialidade
reflexiva da prática docente e com o ensinar em três atos.
Para conhecer mais sobre Célestin Freinet, sua vida, obra e estudos que
envolvem o pensamento desse pedagogo francês, convidamos você a navegar
no site Rede Freinet. Lá você poderá acessar textos diversos, pesquisas e
vídeos que abordam sua vida e obra.
Compreender as metodologias ativas e suas formas é de grande importância.
Acesse o site da Base Nacional Comum Curricular, veja o artigo “O uso de
metodologias ativas colaborativas e a formação de competências” , e
aprofunde um pouco mais seus estudos sobre o tema, a partir de experiências
em escolas de ensino fundamental brasileiras.
Leia o artigo Tendências pedagógicas na prática escolar, de José Carlos
Libâneo . Nesse texto, você encontrará um panorama das tendências
pedagógicas em curso no Brasil, em diferentes períodos da história da
educação. Embora não tenhamos a intenção de aprofundar cada uma das
pedagogias e de suas tendências apresentadas por Libâneo, nosso caminhar,
em certa medida, dialoga com o que o autor discute nesse texto. Além disso, é
mais um material para você compreender a importância das escolhas de
técnicas e metodologias na prática docente e refletir sobre isso.
Para aprofundar seus estudos sobre a educação, a educação escolar e o
ensino, o convidamos à consulta e à leitura da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
Para que você possa refletir um pouco mais sobre as culturas populares, sua
relevância e suas potenciais relações e interações com a escola, sugerimos a
leitura do artigo Culturas, educação e corpo em movimento – potencialidades
da escola, de autoria de Andrea da Paixão Fernandes e Lucio Bernard
Sanfilippo .
Convidamos você ao aprofundamento sobre a relação entre escola e culturas e
sua centralidade nos currículos, e em como essas formas de fazer uma outra
concepção de currículo pode afetar o projeto político pedagógico da escola, por
meio da leitura do artigo Educação escolar e cultura(s); construindo caminhos,
de autoria de Antonio Flavio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau.
CONTEUDISTA
Andrea da Paixão Fernandes
CURRÍCULO LATTES