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DESCRIÇÃO

As técnicas e metodologias de ensino na educação brasileira,


não em sentido de lista, mas de fomento aos professores para a
compreensão de suas escolhas metodológicas. Adequação a
contextos, faixas etárias e objetivos.

PROPÓSITO
Conhecer as técnicas e metodologias de ensino, importantes
aliadas nos percursos das práticas docentes, no sentido de
identificar os caminhos metodológicos para obter eficácia no
desenvolvimento da prática docente, bem como considerar cada
realidade de público e de contexto no trabalho em sala de aula.

PREPARAÇÃO
Tenha em mãos um dicionário de literatura para compreender o
vocabulário específico da área. Na Internet, você acessa
gratuitamente o E-dicionário de termos literários, de Carlos Ceia,
e o Dicionário de cultura básica, de Salvatore D’Onofrio.

OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever algumas das metodologias de ensino e técnicas
adequadas para a educação básica
MÓDULO 2
Identificar a importância das escolhas metodológicas no processo
de ensinaraprender, considerando a prática e as diferentes
realidades educacionais

INTRODUÇÃO
Nosso diálogo será sobre as escolhas a serem feitas para o
desenvolvimento das práticas docentes na educação básica.
Escolher bem a(s) metodologia(s) e compreender como
determinadas técnicas podem (ou não) se adequar a essas
escolhas é um caminho necessário para que a aula e o
desenvolvimento do trabalho pedagógico sejam mais bem
qualificados. Para isso, além da conceituação de algumas das
técnicas e metodologias de ensino mais utilizadas na educação
brasileira, consideramos necessário propor a reflexão sobre as
escolhas metodológicas à luz das realidades existentes. Mais do
que isso, consideramos estratégico que você perceba a potência
das metodologias, considerando a diversidade de público
estudantil, composto por crianças, jovens e adultos, com o qual
lidamos nas escolas, ou seja, em espaços formais de ensino e
mesmo em outros espaços educativos.

É importante lembrar que o diálogo atual sobre técnicas e


metodologias de ensino traz o desafio de pensarmos para além
do que já temos instituído. A pandemia de Coronavírus, que
chegou em 2020 ao Brasil, nos lança nesse cenário de busca de
novas metodologias, de outras formas de desenvolver a prática
docente, para além do que os cursos de formação de professores
vinham trabalhando. Novos e complexos horizontes se
apresentam para todos nós, professores e professoras.

MÓDULO 1

Descrever algumas das metodologias de ensino e técnicas


adequadas para a educação básica

CONCEITOS
Organizar o cotidiano da sala de aula e estruturar caminhos a
serem seguidos, tendo como meta o melhor desenvolvimento do
processo de ensino-aprendizagem dos estudantes, é tarefa
árdua. Todavia, é de extrema importância fazer escolhas que
sejam facilitadoras para o desenvolvimento do processo de
ensino-aprendizagem dos estudantes.

Conhecer as realidades e as necessidades que compõem o


grupo de estudantes que divide uma sala de aula é um dos
pilares centrais da organização e estruturação sobre a qual
estamos falando.

Por outro lado, sabemos que não é incomum que as instituições


educacionais tenham previamente estabelecidos os seus grandes
referenciais metodológicos, também conhecidos como
concepções. Exemplo disso é que, não raro, escutamos
expressões como “escola socioconstrutivista”, “alfabetização com
método natural”, “concepção tradicional de ensino”, dentre outros.
Mas isso, descolado de um contexto educacional, não é
suficiente.

Precisamos estar atentos ao fato de que os caminhos


metodológicos precisam se relacionar diretamente às formas de
ensinar e às abordagens que promovam melhores condições
de ensinaraprender.
Saiba mais
Ensinaraprender, escrito de forma conjunta, representa, de
acordo com Alves (2001), a indissociabilidade entre os atos de
ensinar e aprender.

Revisitando Paulo Freire (2013, p. 25), você também poderá


observar que “(q)uem ensina aprende ao ensinar e quem aprende
ensina ao aprender”, reafirmando a indissociabilidade e a
dialogicidade essenciais ao processo de ensinaraprender.

Vamos refletir

Para começarmos este diálogo, pegue seu caderno de estudo ou


abra um novo arquivo de documento em seu computador.
Escreva o que você entende por metodologia e por técnica de
ensino. Em seguida, procure fazer uma lista das metodologias de
ensino que você conhece ou já ouviu falar. Ao final deste módulo,
retome suas anotações e reflita sobre elas.

TÉCNICA E METODOLOGIA –
ORIGEM ETIMOLÓGICA E CAMINHOS
Se nos remetermos à origem etimológica das palavras “técnica” e
“metodologia”:
Técnica

Tem sua origem em technikós, do grego, que associada à téchnē,


é conhecida como a arte ou habilidade de fabricar ou fazer algo.
De acordo com o dicionário Houaiss (2004, p. 710), técnica é um
“conjunto de procedimentos ligados a uma arte ou ciência”.
Metodologia

Tem sua origem a partir de três expressões gregas: metà (ir para
além), odòs (qual caminho seguir) e logos (estudo). Sendo assim,
pode ser definida pelo estudo dos caminhos e possibilidades para
o alcance de determinado objetivo. O dicionário Houaiss (2004, p.
494) a define como um “conjunto de métodos, princípios e regras
empregados por uma atividade ou disciplina”. E método, por sua
vez, é definido como “1. procedimento, técnica ou meio para se
atingir um objetivo 9 (…) 2. processo organizado de ensino,
pesquisa, apresentação etc.” (2004, p. 494).

É importante lembrar que essa conceituação ampla de técnicas e


metodologias não é suficiente para a plena compreensão de
quais técnicas e metodologias de ensino escolher para o
desenvolvimento do trabalho pedagógico com crianças, jovens ou
adultos nos diferentes anos de escolaridade da educação básica.
Outro aspecto a ser observado é a linha tênue que existe entre
essas conceituações. Sobre isso, falaremos mais adiante ainda
neste módulo.

Neste módulo, nosso foco é conhecer (ou reconhecer, por que


não?) algumas das metodologias e técnicas de ensino utilizadas
na educação básica. Elegemos as que mais transitam nas
escolas e nos cursos de formação de professores, mas se você
entende que seu processo de formação docente é permanente,
siga em frente. Pesquise outras metodologias e aprofunde seus
estudos.

A escolha da metodologia de ensino é tarefa complexa e, muitas


vezes, é a principal pergunta que os responsáveis ou os
estudantes fazem antes de realizar a matrícula em uma escola.
Essa escolha deve considerar o perfil de escola, a missão, os
princípios e os valores que a gestão escolar considera relevantes
para o desenvolvimento humano de seus estudantes.

É a metodologia que norteará o trabalho docente, utilizando-se de


diferentes modos de ensinar, ou seja, técnicas, e mesmo de
novos recursos, buscando implementar um fazer educativo que
estimule o ensinaraprender pautado em contextos e
possibilidades modernas.

Você deve estar se perguntando: toda técnica se adequa a toda


metodologia? Certamente não! A escolha da técnica vai depender
do caminho metodológico utilizado, sendo que uma mesma
técnica de ensino pode ser utilizada em mais de uma
metodologia.
Quanto à escolha metodológica, também é importante considerar
que ela deva ser adequada para o público a que se destina, ou
seja, para cada perfil de estudante e de escola. Se a escola
atende a um público conservador, uma metodologia pautada em
experimentações e processos que visem a construção do
conhecimento pode não ser a mais apropriada. Em contrapartida,
se o público apresenta um perfil mais questionador e
problematizador, metodologias que transitem nesses contextos
podem ser bem-vindas. Tudo isso vai precisar estar em conexão
com o projeto político-pedagógico da escola.
Clique na barra para ver as informações.

O QUE É PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO?


Você sabia que o esperado dentro dos princípios de uma escola
democrática é que o projeto político-pedagógico seja construído
pela comunidade escolar ― professores, funcionários técnico-
administrativos, estudantes, responsáveis? Sim! Essa construção
coletiva é importante para que possa refletir, na essência, os
anseios da comunidade e estar em consonância com a missão,
princípios e valores institucionais e culturais da escola. Um
projeto político-pedagógico que não atende a esse requisito pode
se transformar em algo distante e não desenvolver na
comunidade escolar o sentimento de pertencimento. Utilizando
uma das categorias do pensamento freireano, tal prática se
assemelharia à “invasão cultural”.
Saiba mais
Para Paulo Freire (1987), o conceito de invasão
cultural compreende o ato de invadir o espaço ou o contexto
cultural de outras pessoas, tentando fazer valer a sua visão de
mundo ― dos invasores ― e, com isso, impedindo que suas
vozes, suas atividades criadoras e seus posicionamentos se
manifestem.

Desse modo, tudo na escola ganha mais sentido quando todos se


sentem partes integrantes. E esse sentimento floresce ainda mais
quando os caminhos são tecidos conjuntamente.

Ainda tratando das escolhas, as técnicas e as metodologias de


ensino a serem utilizadas pretendem considerar alguns aspectos
importantes: quais são os objetivos educacionais? Quais são as
condições de espaço escolar? Qual é o perfil de estudante
atendido? Quanto tempo se tem para o desenvolvimento do
conteúdo a ser trabalhado? Qual é a segurança do professor para
trilhar aquele caminho, ou seja, ele tem experiência ou
conhecimento didático para seguir a escolha feita?

Essas perguntas nos permitem refletir sobre a necessidade da


existência de mais de um caminho a seguir em uma mesma
metodologia de ensino. Isso nos leva a compreender que, de
acordo com o desenvolvimento do trabalho pedagógico, pode ser
necessário ao professor ter flexibilidade para experimentar ou
praticar outra técnica, caso a originalmente escolhida não atenda
aos objetivos propostos para o trabalho a ser desenvolvido. Mais
do que isso, é bastante comum que se lance mão de mais de
uma técnica, haja vista que a integração entre mais de uma
opção pode ser bastante enriquecedora.
Como você pode notar, não há fórmulas prontas ou receitas
infalíveis. Conhecer o grupo de estudantes e diferentes técnicas
de ensino, e buscar experimentar os caminhos escolhidos são
possibilidades que se apresentam. A área de educação, como
muitas, está em permanente movimento. Sendo assim, é
fundamental que o professor assuma a postura de pesquisador.

O professorpesquisador é aquele que estuda, busca, investiga,


experimenta, ousa e vai além. Sempre respeitando os princípios
éticos na relação professor-aluno, entende que sua atuação
precisa ser de constante movimento em prol de um trabalho
pedagógico mais eficiente e eficaz.

Embora a discussão sobre o conceito


de professorpesquisador não seja o eixo central deste módulo,
não poderíamos deixar de mencionar a importância de os
professores da educação básica assumirem uma postura
investigativa, sendo indivíduos fundamentais na parceria para a
construção de uma proposta de escola que atenda às
necessidades do século XXI (E olha que isso já é falado desde o
século XX!). Formar professores para que se sintam,
potencialmente, autores e produtores dos conhecimentos a
serem desenvolvidos ― e construídos, produzidos em sala de
aula ― é um desafio por vezes complexo, mas não pode estar de
fora do debate da escola no século XXI. Lembro-me, agora, da
passagem de um artigo do professor Paulo Sgarbi, intitulado Os
estranhos caminhos de Santiago. Recorrendo às suas memórias
de infância, Sgarbi (2000, p. 82) diz:

E consta que, lá pelos três anos, esse moleque portando um


trilho de prender papel, estava no quintal brincando com o que
ele supunha ser uma minhoca linda e colorida. Dona Amélia, ao
perceber que o silêncio imperava no ambiente, o que era um sinal
claro de que Paulo Sérgio estava aprontando alguma, saiu a
procurá-lo e o viu brincando com a tal minhoca. Foi um susto só,
e um vigoroso puxão pelo braço tirou o menino daquela inocente
situação.

Na verdade, a minhoca colorida era um filhote de cobra coral, e o


inocente menino disse que estava tão somente ensinando a
minhoca a dançar. Na verdade, não havia nenhum motivo para
susto: eu apenas estava começando a minha formação
acadêmica no estranho caminho de me tornar, um dia que eu
ainda não sabia que existiria, professor.

Em Como tenho me tornado professora?, Margarida dos Santos


(2000) compartilha conosco, leitores e professores em constante
formação, um pouco de sua trajetória formativa. Peço licença
para o convite à leitura de um trecho um pouco extenso, mas que
tem por objetivo vermos as potencialidades e possibilidades de
cada professor fazer-se, cotidianamente, professorpesquisador.
“Apesar do meu esforço e prazer pelo trabalho, alguma coisa
parecia não dar certo. Procurava cursos, mudava a metodologia,
trocava cartilhas, enfim, repensava e buscava novas
possibilidades de trabalho. No entanto, percebia que algumas
crianças pareciam ficar pelo meio do caminho” (SANTOS, 2000,
p. 68-69).

E dando prosseguimento à sua narrativa, Margarida (2000, p. 74-


75) nos conta:

(…) “ candidatei-me ao concurso de remoção e fui para o Instituto


de Educação do Rio de Janeiro ― IERJ. Lá encontrei um grupo
de professoras e professores engajados num processo de
construção de alternativas pedagógicas para as práticas
alfabetizadoras já existentes na escola. (…). Nossos olhos iam se
tornando atentos, desejosos de aprender. Olhos crédulos na
capacidade de cada criança. (…). Esse período foi marcado por
momentos de angústia, medo e perplexidade, alegria, ousadia,
indiferença, ameaças, impotência e onipotência. (…). Naquele
momento, começava a me reconhecer como sujeito que ensina
mas também aprende e, o mais surpreendente, em processo e na
interação, especialmente com as crianças. Aos poucos
compreendia que erro e acerto fazem parte de um mesmo
processo, aprendia a ver o erro como possibilidade, o que me
mobilizava a continuar buscando respostas para as minhas
dúvidas e a compreender que eu não era a única a viver aquele
processo, o que me dava certa tranquilidade para continuar
buscando espaços de troca. Sabia que não estava sozinha.
Descobria mais uma vez a força do coletivo e, no coletivo, me
sentia mais aberta para rever práticas antigas”.
Sgarbi e Santos nos permitem perceber a potência da pesquisa.
Primeiro, com Paulo Freire, vemos uma criança que se coloca ao
desafio da experimentação, em sua inocência, sem perceber o
risco com o qual se deparava. Mas, como ele mesmo diz, já se
anunciava ali um potencial professor… pesquisador.

Nas falas de Margarida, nos deparamos com a formação


da professorapesquisadora por meio do incômodo com as
metodologias já conhecidas e os seus possíveis caminhos e, em
resposta a isso, a trajetória narrada por ela nos leva a perceber
as potencialidades e possibilidades que cada professor(a) tem na
ousadia manifestada pelas trocas e por outras escolhas
metodológicas a serem tecidas a partir de um olhar e de uma
prática reflexiva, investigativa, propositiva.

E, assim, estamos falando também de metodologias que podem


e devem ser adequadas aos nossos contextos vividos, às
realidades dos nossos estudantes e às suas demandas reais.

Resumindo
Ao chegar até aqui, você já deve estar percebendo que não há
uma única metodologia de ensino, assim como não há uma única
técnica para determinada metodologia, como falamos
anteriormente, para toda a diversidade de pessoas em
escolarização, sejam crianças, jovens ou adultas.
METODOLOGIAS DE ENSINO E
TÉCNICAS – DEFINIÇÃO E
APLICABILIDADE NA EDUCAÇÃO
BÁSICA
O conhecimento de diferentes metodologias de ensino e algumas
das técnicas que se adequam a elas é o assunto que trataremos
de agora em diante.

Você deve lembrar que as metodologias precisam se adequar


aos contextos escolares ― institucionais ― e, também, aos
contextos individuais. Desse modo, qual é o perfil de estudante
que a escola atende? Qual é o compromisso político,
considerando a concepção freireana? Não há fórmula ou receita.

Nossa escolha será apresentar algumas dessas possibilidades


para que se constituam como caminhos para que você,
como professorpesquisador em formação, possa trilhar,
aprofundar e escolher. Dessa forma, além de (re)conhecer a
caracterização de algumas das metodologias existentes e
utilizadas na educação básica, você poderá acessar alguns dos
muitos outros caminhos existentes para ler e, assim, saber mais
sobre cada uma delas.
Metodologia tradicional

A metodologia tradicional considera o professor como o detentor


do conhecimento que é transmitido a seus estudantes. O
professor planeja as aulas de forma a transmitir seus saberes aos
estudantes, a quem cabe receber o conteúdo transmitido,
assimilar, internalizar.

Nessa metodologia, que foi marcante durante parte significativa


do século XX, o professor é sempre o protagonista e a
interação entre professor e aluno limita-se a ter uma pessoa
que ensina (o professor) para os demais (os estudantes)
aprenderem.

A verificação da aprendizagem é feita por meio de:

Exercícios de fixação.
Avaliações, como trabalhos e provas.
A aula expositiva, por exemplo, é uma técnica muito utilizada na
metodologia tradicional e favorece o formato em que um ensina
para outros aprenderem. Os materiais costumam ser
padronizados com a utilização de livros, apostilas, modelos de
exercícios.

A sala de aula tende a ser organizada em filas e os alunos se


sentam um atrás do outro. Há escolas que, por muito tempo,
utilizaram salas no formato auditório, com degraus, de forma que
os alunos das últimas fileiras pudessem ter uma melhor visão do
quadro e do professor. Outro artefato utilizado era um tablado na
frente da sala, que assegurava ao professor ministrar sua aula
em um patamar elevado.
Por muito tempo foi considerada uma metodologia eficaz, tendo
sido o modelo mais utilizado em escolas brasileiras. Contudo, há
questionamentos a serem feitos a essa metodologia.

Atenção
Para Paulo Freire, na concepção bancária de educação, os
saberes são atributos de um grupo, ou seja, dos detentores
desses saberes. De acordo com esse contexto, a educação
apresenta-se como a ação de transferir conhecimento de uma
pessoa que sabe (o professor) para outra que deve aprender (o
estudante). Os saberes são transmitidos sem espaço para
questionamentos e não há preocupação com o desenvolvimento
do pensamento autônomo e crítico pelos estudantes.

Vamos refletir

Você se lembra de alguma crítica que tenha sido feita em relação


a essa metodologia e sua aplicabilidade? Registre o que lembrar
e retorne a esses registros ao final desse capítulo para checar
suas anotações.

Agora, o treinador Arthur Antunes Coimbra, o Zico, fala sobre sua


experiência, destacando o valor da repetição e o papel da
metodologia tradicional no esporte.

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Metodologia sociointeracionista

A metodologia sociointeracionista apoia-se no pensamento de


Lev Semyonovitch Vygostky. No sociointeracionismo, os
estudantes são estimulados a desenvolverem seus
conhecimentos a partir da interação entre pares e com o
meio em que estão inseridos, mediados pelo professor.

De acordo com as concepções do bielorrusso Vygotsky, a


interação entre os seres humanos baseia-se nas dimensões
históricas, sociais e culturais que se constroem por meio do
convívio. É com e a partir do convívio social que a sociedade se
desenvolve.

O trabalho em equipe é estimulado e contribui para a busca


de soluções de um problema conjuntamente, o que
desencadeará no processo de construção de conhecimento, por
meio das interações entre as pessoas e o meio histórico, social e
cultural, sendo mediado. Assim, há a promoção do aprendizado
e, por conseguinte, o desenvolvimento cognitivo, seja de
crianças, de jovens, de adultos e de idosos.

A seguir, o professor Rodrigo Rainha destaca o valor do


sociointeracionismo na História.

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Metodologia socioconstrutivista

Ancorada no pensamento do suíço Jean Piaget, a metodologia


socioconstrutivista leva em consideração o processo de
construção do conhecimento pelos estudantes em interação
com o meio em que vive. A dinâmica de trabalho precisa dar
lugar à escuta atenta do que o estudante sabe, para, a partir de
seus conhecimentos prévios, ser possível elaborar e construir o
conhecimento.

O professor é o responsável por assegurar os meios para que o


estudante aprenda, sendo um mediador ou facilitador do
processo de ensino-aprendizagem.

O formato da avaliação supera o desenho convencional e pode


se ancorar na construção do conhecimento cotidianamente.
Observar e registrar as fases de desenvolvimento dos
estudantes, lidar com situações cotidianas e dos contextos
sociais, perceber as formas de interações dos estudantes,
estimulá-los a expor seu pensamento e posicionamento sobre os
temas trabalhados em sala de aula são reconhecidamente
possibilidades de desenvolvimento da aprendizagem e de se
produzir uma avaliação do processo ensino-aprendizagem.

Para o sucesso dessa metodologia, é importante que as turmas


sejam organizadas com menor quantidade de estudantes, de
forma a possibilitar que os professores os acompanhem mais de
perto e, assim, criar situações que estimulem a construção do
conhecimento, considerando-se o tempo de aprendizagem de
cada um.
O relato da professora Regina Braga destaca o valor da
educação socioconstrutivista no ensino de Biologia.

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Metodologia (ou concepção) freireana

O pensamento de Paulo Freire, muito mais do que uma


metodologia, apresenta uma concepção de ensino que considera
que aprender é ler o mundo, é ir além dos conteúdos e que
se constrói por meio das trocas e de compartilhamento de
saberes, o que nos permite aprender cotidianamente.
Freire se preocupou com as classes populares e sempre
valorizou o ser humano em sua essência como um eterno
aprendiz. Educar, para ele, é um ato político. Diante disso,
valorizar o cotidiano dos estudantes e estimular que cada ser
humano possa primeiro ler o mundo para somente depois
aprender a ler as palavras, representa trazer essa pessoa para
conhecer qual o contexto social em que vive, qual a relação
social que se estabelece ― será esse ser humano um oprimido?
Um opressor? Como se define como opressor ou como oprimido?
― e como se constituir como um ser consciente de sua ação no
mundo e no contexto social em que vive. Para isso, a práxis
educativa deve promover o desenvolvimento da leitura crítica de
mundo e os conteúdos trabalhados na escola devem considerar a
realidade social, histórica, econômica, cultural do local de
vivência dos estudantes.

Ao ter como uma das âncoras da concepção de educação o


compartilhamento de saberes, a ideia de hierarquia, presente na
concepção tradicional de educação, dá lugar à horizontalidade.
Diante disso, a valorização dos diferentes saberes que os seres
humanos trazem para seus contextos sociais e, como parte
desses, para a escola, se une à ideia de compartilhamento de
saberes.
Como você pode perceber, isso nos remete à potencialidade do
aprender em comunhão, pela troca, de forma horizontalizada,
pois “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os
homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” (FREIRE,
1987, p. 68). Para tanto, o diálogo e uma proposta de educação
problematizadora, que valorize as diferentes ideias e opiniões
sobre um mesmo tema em debate, são essenciais para o
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e para a
busca da emancipação humana.

Mas, para tudo isso acontecer por meio da orientação da teoria


freireana, educadores precisam se permitir vivenciar a prática
comprometida com os oprimidos, com as classes populares, com
os princípios da democracia, da cidadania, da liberdade, dos
direitos humanos.

Resumindo
A prática pedagógica precisa se fazer verdadeiramente nos
compartilhamentos e na crença esperançada ― de que é
possível organizar o trabalho pedagógico orientado para a
inclusão. E isso é possível ao se romper com o distanciamento
entre professores e estudantes e com a ideia de que há uns
saberes que se sobrepõem a outros
A seguir, a professora Flávia Miguel fala sobre o valor do olhar
freireano em uma concepção libertadora de educação.

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O francês Celestin Freinet contribuiu de forma marcante com a
educação básica em diferentes lugares do mundo, incluindo o
Brasil. Para Freinet, não há um modelo ideal de educação,
mas uma concepção que se articule por meio da relação
entre escola e o meio social, e que se estabeleça a partir da
ideia de educação de classes.

A metodologia Freinet apresenta o trabalho como central e


como princípio na organização da escola, baseado na
cooperação entre estudantes e professores, e ancorando-se no
desenvolvimento da confiança e do respeito entre todos. Soma-
se a esses aspectos o lugar da democracia, da ordem e da
disciplina como valores importantes no espaço e no cotidiano
escolar e que contribuem para a formação cidadã.

Atenção
É importante que você repare que a metodologia Freinet valoriza
a transformação das situações consideradas estritamente
escolares em experiências de vida, tendo como centro a vida das
crianças. Abordaremos agora alguns dos caminhos trilhados por
ele no desenvolvimento de seu fazer pedagógico: as aulas-
passeio, o livro da vida, a imprensa escolar e a correspondência
interescolar e convidamos você a ir além, pesquisando mais
sobre essas escolhas de Celestin Freinet para a educação dos
filhos da classe trabalhadora.
As aulas-passeio (também conhecidas como trabalhos de campo
ou estudo do meio) permitiam que o aprender e o fazer, juntos, se
materializassem e ganhassem corpo. E, assim, nessas
atividades, alguns conhecimentos vão sendo construídos ao
passo que outros vão sendo reelaborados, recriados. Como você
deve notar, os saberes circulam para além do espaço da sala de
aula e, até mesmo, da escola, pois estão no mundo.

Diante disso, observar elementos da natureza, a vida em


movimento, para além dos muros escolares, interagir com
pessoas que não estão dentro de sua escola e pesquisar sobre
seus modos de ser e de viver eram aspectos importantes para
que o processo ensino-aprendizagem ocorresse. Assim, as aulas-
passeio foram se constituindo como encontros entre o vivido na
escola e para além de seus muros.

Atenção
Freinet rompeu com os materiais escolares e criou o livro da vida.
Estava ali uma forma de construir o próprio material didático: em
parceria com os alunos e de acordo com os interesses coletivos,
suas leituras de mundo e de vida e, ainda, em conexão com o
meio. Nesse movimento de produção da leitura e da escrita com
sentido, criou também a imprensa escolar e, por meio dela,
produziu jornais com seus alunos. A leitura dos jornais
produzidos no ambiente escolar era compartilhada e lida com
familiares e amigos dos estudantes

Buscando transcender os muros da comunidade, criou a


correspondência interescolar e alçou outros voos, que permitiram
às crianças conhecerem outras formas de viver em comunidades
outras.

Resumindo
A metodologia Freinet trazia para a cena escolar potencialidades
de um trabalho construído em coletividade, em cooperação, no
qual o professor é o mediador. Apresentava-se, ainda, como
potência para a emancipação dos filhos da classe trabalhadora,
do homem do campo, em uma ação de trabalho escolar formativo
e para a vida, com sentido para aqueles que a praticavam (ou
seja, os estudantes). Em suma, uma formação visando à leitura
crítica de mundo, à prática da liberdade e à busca de
transformações na sociedade.

A seguir, o professor Caio Abtibol destaca o valor de Freinet na


prática do pedagogo.

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2:50
Metodologia Montessoriana

De acordo com o pensamento da italiana Maria Montessori, o


estudante precisa ser estimulado e, assim, deverá ser
construída a autoeducação da criança. O professor exerce o
papel de observador e de mediador.

Com a multidisciplinaridade sendo a base para a organização


curricular, você deve perceber que o trabalho pedagógico se
baseia nas experiências como potenciais formas de
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, por meio
dos estímulos. Os chamados materiais concretos ou objetos
fazem parte do acervo da sala de aula e são considerados parte
da construção do aprendizado.

O professor tem a atribuição de observar e, assim, de


acompanhar a evolução do aprendizado dos estudantes de
diferentes faixas etárias (a organização do grupo de uma mesma
sala de aula considera a perspectiva da heterogeneidade, que
potencializa o compartilhamento de saberes) e investigar os
motivos geradores das possíveis dificuldades de aprendizagem,
sempre respeitando o interesse de estudo, o ritmo de
aprendizagem de cada um e demonstrando tranquilidade, de
forma que a criança se sinta segura.

Cabe ressaltar que esse processo de observação e


acompanhamento é a base do processo de avaliação na
metodologia montessoriana.

A seguir, o professor Antônio Giacomo fala sobre o valor do


modelo de Montessori na formação dos professores.

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Metodologias ativas

As metodologias ativas apontam para uma nova perspectiva em


educação, em que a relação de ensino-aprendizagem busca
estimular o estudante, ao potencializá-lo como protagonista
do processo de ensinaraprender. Como você deve perceber,
essa é mais uma das metodologias de ensino em que o professor
é o orientador ou o mediador do processo, o que potencializa a
interação e a participação ativa dos estudantes nos percursos de
construção de saberes.
Vamos conhecer algumas das técnicas de ensino que se
desenvolvem na perspectiva das metodologias ativas.

Projetos de trabalho

Busca incentivar os estudantes a aprenderem de forma


colaborativa e por meio de casos desafiadores, de resolução de
problemas ou de estudos de casos propostos pelo professor.
Pretende-se, com isso, que o estudante desenvolva um perfil
investigativo e crítico, perante a realidade, e o conhecimento
precisa ser construído de forma consistente.

Sala de aula invertida

Os conteúdos são disponibilizados antecipadamente para os


estudantes e diversos recursos de aprendizagem, como vídeos,
textos, jogos etc. são disponibilizados didaticamente.

Gamificação

Consiste na utilização de jogos que estimulem o pensamento


crítico e que motivem os estudantes no processo de ensino-
aprendizagem, colaborando para que o estudante seja
protagonista desse processo. O professor, por meio do uso dessa
técnica, pode ter uma visão mais ampla do desempenho de seus
alunos, buscando maior desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem desses educandos.

Ensino híbrido

Reúne diferentes possibilidades para o desenvolvimento da


prática pedagógica, associando atividades desenvolvidas
presencialmente a outras no formato online. O estudante é
incentivado a desenvolver sua autonomia e assumir uma postura
pesquisadora, de forma a potencializar o movimento de busca de
informações que permitam aprofundar, e mesmo complementar,
o que foi abordado no contexto presencial.

O professor Gabriel Elmor destaca o valor das metodologias


ativas para o ensino de exatas.

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2:39
Vamos refletir

Agora que você já (re)conheceu alguns dos caminhos a serem


seguidos na prática docente por meio das técnicas e
metodologias de ensino utilizadas na educação básica, retome as
respostas das atividades anteriores e cheque os seus
conhecimentos prévios e o que você agregou durante o estudo
desse módulo.

Em síntese, você deve ter percebido que não há uma


metodologia certa ou errada. E que não há receita para se
escolher essa ou aquela metodologia ou técnica de ensino. Essas
escolhas devem considerar um conjunto de fatores que
sinalizamos no decorrer deste módulo, sobretudo quem é nosso
estudante e qual sua realidade e contextos de vida.

Sem receita de bolo? Brincando com metodologias

No vídeo a seguir, o doutor em História e Educação, Rodrigo


Rainha, mostra como se dá o diálogo entre as metodologias e as
escolhas por parte da escola e dos professores.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. Neste módulo, você teve contato com algumas das principais metodologias
de ensino. Considere o que você estudou e assinale a alternativa que define a
metodologia que Paulo Freire associa à educação bancária:
a) Montessoriana.

b) Tradicional.

c) Sociointeracionista.

d) Ativa.

e) Socioconstrutivista.

Comentário
Parabéns! A alternativa "B" está correta.
Uma das características da metodologia tradicional é a ideia de
transferência de saberes dos professores para os estudantes. A
crítica freiriana busca refletir sobre as formas de aprender ao
associar a concepção bancária de educação à metodologia
tradicional de ensino.

Parte superior do formulário


2. O século XXI e as demandas apresentadas pela pandemia de Covid-19 para
o campo da educação apresentam a possibilidade de novos caminhos e formas
para o desenvolvimento da prática pedagógica e de outras metodologias de
ensino, como é o caso, por exemplo, das metodologias ativas. Assinale a
alternativa que melhor apresenta um caminho ou técnica que se adeque a essa
metodologia:
a) Aula-passeio.

b) Aula expositiva.

c) Observação individualizada do estudante.

d) Ensino híbrido.

e) Trabalho em grupo.

Comentário
Parabéns! A alternativa "D" está correta.

O contexto da pandemia da Covid-19 aponta para revisões nas


formas de se propor o desenvolvimento do ensino-aprendizagem,
que poderão ser incorporadas na prática pedagógica, sem retirar
a autonomia e o lugar de atuação da escola e do professor. A
incorporação de novas metodologias e técnicas de ensino deve
considerar que o professor precisa continuar sendo pesquisador
de sua prática e refletir sobre o que propõe para o pleno
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem de seus
estudantes.
Outro aspecto importante é a introdução ou a ampliação dos usos
das tecnologias na sala de aula, como suporte ao
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.

MÓDULO 2
Identificar a importância das escolhas metodológicas no processo
de ensinaraprender, considerando a prática e as diferentes realidades
educacionais

CRIANÇAS, JOVENS, ADULTOS E IDOSOS E REFLEXÕES SOBRE

O ENSINARAPRENDER: QUAL METODOLOGIA PARA QUAL REALIDADE?

Este módulo é um convite à reflexão sobre qual metodologia, e para qual


realidade, que possibilita o efetivo desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem, para crianças, jovens, adultos e idosos.

Foto: Joa Souza/Shutterstock.com


Não temos receitas prontas, pois para a educação não há receita! Há caminhos
a serem seguidos.
Esses caminhos precisam considerar a necessidade de se relacionar teoria e
prática pedagógica, pois uma não se faz sem a outra. Além disso, é essencial
considerar as diferentes realidades educacionais existentes para, então, se
propor um trabalho ancorado em determinada concepção metodológica.
ATENÇÃO
Dito isso, é importante que você reconheça que a potencialidade da reflexão
sobre os processos de desenvolvimento do ensino-aprendizagem de crianças,
jovens, adultos e idosos requer, em primeiro momento, a consideração sobre
quem são esses seres em suas subjetividades e necessidades. Cada um tem
um tempo e um modo de lidar com os modos de ensinaraprender e não
podemos esquecer que esse movimento requer, por parte dos professores,
investimentos na reflexão cotidiana sobre as diferentes formas
de ensinaraprender.
A reflexão sobre esses processos precisa (re)conhecer: quem são os
estudantes, quais suas faixas etárias em suas diversidades, quais são seus
pontos de partida (conhecimentos prévios, de vida, que trazem para o cotidiano
da escola) e quais são suas expectativas com a escola.
Partir desse (re)conhecimento é considerar alguns dos elementos que nos
ajudam a pensar sobre qual metodologia e para qual realidade.
Você deve lembrar que estudamos um pouco sobre as experiências de
pesquisa de Paulo Sgarbi e de Margarida dos Santos. Ele se mostrou
pesquisador ainda bem menino, ao passo que ela traz a necessária relação da
pesquisa para o fazer docente. Os dois são, sem
dúvida, professorespesquisadores que refletem sobre suas práticas.
E por que estamos voltando a esse assunto? Porque quando convidamos você
à reflexão sobre a importância das escolhas metodológicas, estamos
convidando a incorporar os sentidos de ser professorpesquisador na essência.
Ou seja, aquele que lê, estuda, conhece, questiona, por consequência, busca.
E, assim, se permite ousar pelos caminhos das escolhas metodológicas.
Contudo, é importante que você saiba que não nos
formamos professorespesquisadores e estará tudo resolvido. Certamente não é
assim. A formação do professorpesquisador é cotidiana e se reflete na forma
como interagimos com nossos estudantes e com a prática pedagógica que
desenvolvemos diariamente em sala de aula.
É, portanto, um movimento contínuo de ação-reflexão-ação, que possibilita o
replanejamento, recalcular a rota. Logo, é cotidianamente que nos
formamos professorespesquisadores. Ou, dito de outra forma, é
essencial, para uma prática pedagógica que seja diferenciada e imbuída da
busca constante por conhecer as realidades de nossos estudantes, que
nos lancemos ao desafio e à ousadia de
sermos professorespesquisadores a cada dia do nosso fazer docente.
Mas, será que isso é fácil? Pare um pouco para pensar...

Foto: Dado Photos/Shutterstock.com


CAMINHOS E DESCAMINHOS
Como podemos observar, estamos diante de um dos desafios colocados para
professores que se percebem permanentemente em formação. E, mais uma
vez, é importante que você lembre que não há receita, mas caminhos a serem
trilhados.
VAMOS REFLETIR
Antes de continuar o estudo deste módulo, pense em uma escola. Escreva em
seu caderno, ou em um documento que possa ser salvo em seu computador,
qual é o perfil dos estudantes atendidos nessa escola, seus interesses, a
caracterização da escola. Lembre-se sempre que você deve falar do lugar
de professorpesquisador.
Lembre-se, também, do ensinamento de Paulo Freire: de que a educação
precisa ser considerada um ato político, portanto, há escolhas a serem feitas.
E por falar em escolhas, toda ação pedagógica, que se faz por meio das
tendências pedagógicas, é uma ação política que impacta e é impactada pela
proposta de educação e de sociedade.
Ao optar pela metodologia, não se esqueça de que é fundamental e necessário
trilhar caminhos que possibilitem saber quem é o estudante, o grupo que tem
em sala de aula, seus acessos a conhecimentos e potencialidades para além
dos muros da escola.

Foto: Joa Soares/Shutterstock.com


Você deve notar que os caminhos trilhados precisam considerar o
compromisso com as realidades diversas, plurais, que colocam os professores
frente ao desafio de se comprometerem com os grupos sociais com os quais
lidam, independentemente de suas condições socioeconômicas e culturais.
Cada grupo social ou segmento da sociedade importa. E a educação e suas
formas de fazer, em diferentes níveis e modalidades de ensino, e por diferentes
anos de escolaridade, precisam contemplar essas realidades e nuanças.
A essa altura, você pode estar se perguntando: como fazer isso? Como trilhar
esses caminhos? Como propor uma escola outra com metodologias e técnicas
de ensino outras que promovam processos de ensino-aprendizagem, que se
ancorem na inclusão social de todos, considerando os contextos geracionais,
os campos de interesse, os saberes que vão sendo aprendidos ao longo da
vida?
Clique na barra para ver as informações. Objeto com interação.
O QUE É APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA?
O conceito de aprendizagem ao longo da vida é entendido como a
possibilidade que as pessoas têm de, independentemente da idade,
aprenderem durante todo o curso de sua vida, em diferentes níveis e
modalidades de ensino.
Para a modalidade “educação de jovens e adultos”, a aprendizagem ao longo
da vida tem se constituído como um direito, na medida em que seu sentido
possibilita que pessoas jovens, adultas e idosas acessem as diferentes etapas
da escolarização buscando retomar os estudos. A instituição educacional, seja
ela básica ou superior, constitui-se como espaço que se abre para os jovens,
adultos e idosos, dentro da perspectiva da formação permanente, o que
contribui para a conquista de melhores condições de formação para inserção
no mundo do trabalho.
Além disso, em 2018, a perspectiva do aprender ao longo da vida foi inerida na
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo 3º: “XIII –
garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida”. Essa
redação na legislação assegura o princípio da aprendizagem ao longo da vida
para todo o ensino, contemplando todas as pessoas, de todas as idades.
É preciso que você perceba que cada professor, em cada escola, precisa ter
consciência sobre com quem e para quem desenvolve a prática pedagógica
escolhida, pois cada metodologia precisa agir como uma facilitadora ou como
mediadora, para que os estudantes possam compreender e melhor se
apropriarem dos conteúdos.
Embora haja realidades e espaços educativos que adotem determinada
metodologia, mais do que conhecer o como fazer, como utilizar essa ou aquela
metodologia e determinada técnica de ensino, é fundamental conhecer bem
quem são os estudantes, seus contextos de vida, suas realidades, dinâmicas
de vida e de convivência e os percursos, isso para que seja possível analisar e
avaliar o potencial de adequação dessas técnicas e metodologias, seus usos e
suas contribuições para o desenvolvimento efetivo do processo de ensino-
aprendizagem dos estudantes.
Foto: Joa Soares/Shutterstock.com
Ao considerar esses aspectos, remetemo-nos à pluralidade que está
apresentada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e que precisa
ser considerada dentro do espaço da escola. E falamos, ainda, da liberdade
de ensinaraprender e da compreensão da escola que ensinaaprende — sendo
também difusora de diferentes conhecimentos (populares, científicos, culturais)
desenvolvidos dentro e fora da escola, potencializando a concepção de
aprendizagem ao longo da vida.
SAIBA MAIS
O artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96,
estabelece alguns princípios para o desenvolvimento do ensino no país. Dentre
eles, destacamos:
 II — liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
 III — pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
 XIII — garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da
vida.
A proposição de uma prática reflexiva sobre o ensinaraprende, que impacte em
escolhas metodológicas que se adequem às diferentes realidades, pressupõe o
diálogo com esses princípios considerados na LDB.
Foto: Tarcisio Schnaider/Shutterstock.com
Como você pode perceber, mesmo que os estudantes sejam de um mesmo
perfil socioeconômico ou cultural, trazem consigo hábitos, heranças culturais,
valores que se constituem, primeiramente, no núcleo familiar e que, portanto,
os diferenciam ou mesmo criam grupos que se aproximam por esses jeitos de
ser e de interagir. E a escola não pode se fechar para essas diferenças que
constituem pluralidades.
Quando nos referimos a esses jeitos de ser, nos referimos às formas de ser e
de estar no mundo e em diferentes realidades. Logo, ao refletirmos sobre
metodologias de ensino, é muito importante considerarmos as diferentes
possibilidades de inserção de formas de se fazer a prática pedagógica, nesses
contextos tão diferenciados, contemplando os percursos, os momentos
históricos, as realidades educacionais e de vida dos estudantes.
O trilhar desse caminho potencializa os professores a desenvolverem uma
prática educativa que esteja efetivamente a serviço de todas as classes sociais,
como promotora da transformação social e da emancipação humana.
Clique na barra para ver as informações. Objeto com interação.
O QUE É EMANCIPAÇÃO HUMANA?
O conceito de emancipação humana, na perspectiva freireana, se ancora na
ideia de uma busca incessante pela libertação das pessoas, de situações de
opressão e de dominação, que retiram direitos dos seres humanos. É, portanto,
um processo a ser conquistado pela ação humana.
Ao revisitar o livro Pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, você encontrará o
aprofundamento desse debate conceitual, pois a defesa que o autor faz é pela
emancipação por meio da luta pela libertação, tendo como horizonte a
construção de novas perspectivas para os seres humanos e suas relações.
Essa luta é em direção à busca da transformação social, que pode acontecer
nos diferentes espaços e contextos sociais de convívio dos seres humanos.
Dessa forma, a significativa contribuição da educação pode se realizar por
meio da ação comprometida dos professores, investindo no desenvolvimento
da autonomia dos estudantes, com respeito e valorização de suas realidades
de vida, na diversidade que as constituem.

DESCOBRINDO UMA NOVA FORMA DE PENSAR O ESPAÇO


EDUCACIONAL
É importante que você reconheça que o sentido da escola, como promotora da
transformação social e da emancipação humana, está posto dentro de uma
concepção de escola como espaço de produção de saberes.
Esse movimento traz para o texto uma lembrança do que escreveu e cantou
Gonzaguinha, na música Caminhos do Coração: “E é tão bonito quando a
gente entende / que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá”. E essa
tanta gente que a gente é precisa ser visibilizada dentro da escola, com suas
diferentes cores, com suas diferentes formas de ser e de estar no espaço
escolar e para além de seus muros, na sociedade. Com suas diferentes
histórias, culturas, tradições.
Você deve saber que as culturas estão por toda parte. E que a manutenção
das tradições, como patrimônio a ser preservado, é tarefa, também, da escola.
Mas, para isso, as culturas precisam transbordar dentro dos espaços
escolares.
Reconhecer que cultura é toda a produção criada pelos seres humanos, como
traz Paulo Freire, é um ponto de partida importante para se investir no trabalho
com as diferentes culturas que fazem parte da vida e dos modos de viver dos
estudantes da educação básica, sejam eles crianças, jovens, adultos ou
idosos.
Respeitar e buscar conhecer as diferentes culturas, das diferentes pessoas, é
estimular a valorização dos diferentes saberes — em que um saber não é mais
importante do que o outro, mas simplesmente diferente — e precisa ser um
exercício cotidiano dos professores, ao pensarem sobre sua prática
pedagógica e ao organizarem seu planejamento.

Foto: Joa Soares/Shutterstock.com


Quando os professores potencializam a interface com as diferentes culturas
populares no cotidiano da prática pedagógica, promovem a valorização dos
saberes do povo, desmistificando a ideia de que há uma cultura instituída e, de
certa forma, como patrimônio de camadas elitistas da sociedade, que se
sobressai às culturas populares e à manutenção e preservação de suas
tradições.
ATENÇÃO
O trabalho com as culturas populares precisa ser estimulado dentro das
escolas e estar incluso em seus projetos político-pedagógicos. Essa é uma das
formas de se valorizar os saberes e as tradições populares, e contribuir para
sua preservação.
Uma prática educativa que se ancore na diversidade, no respeito às diferenças,
na valorização dos saberes dos povos tradicionais, nas heranças que passam
dos avós, para as futuras gerações, e que também possibilite a democratização
dos saberes, é uma prática que se pressupõe socialmente, culturalmente e,
portanto, eticamente inclusiva e emancipatória.
Para isso, é importante compreender a centralidade da cultura nos currículos
praticados e nas escolhas metodológicas, uma vez que as culturas, suas
conformações e manifestações estão presentes no cotidiano das pessoas de
diferentes idades que chegam às escolas, em todo e em cada ano de
escolaridade.
Tratamos aqui de metodologias de ensino para crianças, jovens, adultos e
idosos. Sabemos que são faixas etárias diferenciadas, leituras de mundo, de
escola, de vida e de sociedade também variadas. Logo, os professores que
trabalham com cada um desses públicos precisam considerar essas
especificidades.

Foto: Joa Soares/Shutterstock.com


Pode parecer que há uma linha tênue, que nos permite utilizar um mesmo livro
de literatura ou outro material didático com todos eles, por exemplo, como um
panfleto, uma notícia de jornal ou mesmo um livro de literatura infanto-juvenil.
Mas a forma de encaminhar o trabalho precisa considerar os objetivos, as
especificidades de cada faixa etária e os contextos e realidades de vida.
Por outro lado, determinados materiais não conseguem transitar entre os
diferentes públicos estudantis, mesmo que no mesmo ano de escolaridade,
seja em classes infantis, seja em classes da modalidade educação de jovens e
adultos.
Diante disso, é fundamental termos em mente que, ao nos formarmos
cotidianamente professores e, mais ainda, professorespesquisadores da nossa
própria prática, precisamos estar atentos a essas dimensões.
NOVOS CONTEXTOS
Considerando a pandemia da Covid-19 e as mudanças impostas para a
educação, não parece mais ser possível conceber o fazer educativo sem o uso
de suportes tecnológicos, sejam eles quais forem.
Para a escola pós-pandemia, fica o legado de um novo fazer educativo, com
novas metodologias que requerem maior interatividade entre professores e
estudantes.
Todavia, num país que carrega as marcas de séculos de desigualdade social
(que nem mesmo os processos de democratização da educação e dos acessos
à escola deram conta de superar), é preciso levar em consideração a
necessidade tanto da escola em ser mais acessível digitalmente, quanto de
seus estudantes individualmente. E, por outro lado, é necessário considerar as
perspectivas dos usos das tecnologias e de suas potencialidades na educação.
Foto: Shutterstock.com
Tais considerações exigem que as escolas brasileiras (que ainda convivem
com as marcas da desigualdade, da insuficiência de recursos e de acessos)
possam ter seus problemas estruturais superados, de forma a constituírem-se,
efetivamente, como escolas do século XXI.
RESUMINDO
Toda escolha a ser feita necessita de conhecimento sobre quem são os
estudantes, e quais objetivos e metas traçam o desenho da escola e da
concepção de educação a ser implementada.
Os processos de pesquisa e a vivência de se fazerem e de
serem professorespesquisadores (que já vêm sendo apresentados para o
debate sobre educação e suas práticas desde o século XX) parecem ganhar
mais força no século XXI. Em muitas realidades educacionais, esses processos
tornaram-se ação efetiva, possibilitando a experimentação metodológica que já
marcou cenários educativos de meados do século XX, como é o caso das
Escolas Anísio Teixeira e dos colégios de aplicação das universidades
brasileiras.
Agora, fazemos um convite a mais uma reflexão. Para isso, lembre-se da
necessidade de se reconhecer e compreender que o processo
de ensinaraprender, seja para crianças, seja para jovens, adultos ou idosos
precisa se adequar às diferentes realidades educacionais. Essa é uma tarefa
urgente para todos os que atuam na área de educação e que defendem a ideia
da democratização do acesso aos saberes e do respeito às diferenças que
constitui a cada um na sua individualidade.
Dito de outra forma: qual a intenção da prática docente? A quem ela serve? Por
que optar entre essa ou aquela metodologia? Por que se apropriar dessas ou
daquelas técnicas de ensino? Qual a consequência do fazer pedagógico? Qual
metodologia para qual realidade e para qual público estudantil?

RESPOSTA
Após ter feito suas reflexões, você deve ter reconhecido que a intencionalidade
da prática docente é uma necessidade e contribui para orientar as escolhas
das metodologias e técnicas de ensino. Deve também ter identificado que, nem
sempre, uma metodologia pode se adequar e ser positiva para diferentes
públicos estudantis, mesmo para além das realidades educacionais e de vida
desses públicos.
PARA ONDE VAMOS?
No vídeo a seguir, o doutor em História e Educação, Rodrigo Rainha, mostra
como se dá o diálogo entre as metodologias e as escolhas por parte da escola
e dos professores.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. A PRÁTICA PEDAGÓGICA TRAZ, HISTORICAMENTE, DESAFIOS. UM
DESSES DESAFIOS, QUE TRAZ A ESSÊNCIA DO
SER PROFESSORPESQUISADOR, PODE SER REPRESENTADO PELA
ALTERNATIVA:

a) O professorpesquisador é aquele que organiza seu planejamento a


partir das anotações e materiais didáticos que já possui, de anos
anteriores.
b) O professorpesquisador é aquele que investe na transmissão de
conteúdos aos estudantes, ficando restrito às aulas expositivas.
c) O professorpesquisador é aquele que defende que a avaliação seja
restrita à realização de testes e provas.
d) O professorpesquisador é aquele que não se apresenta como autor de
sua própria prática.
e) O professorpesquisador é aquele que lê, estuda, busca, conhece,
questiona e ousa pelos caminhos das escolhas metodológicas.

1. 2. ATUALMENTE, OBSERVAM-SE ALGUMAS EXPERIÊNCIAS


PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA QUE PROPÕEM, NO/PARA
O COTIDIANO DA ESCOLA, AÇÕES QUE SE PREOCUPEM DO
TRABALHO COM AS CULTURAS EM SUAS DIVERSIDADES.
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA ASPECTOS QUE
CONTRIBUEM PARA ESTIMULAR E DESENVOLVER O TRABALHO
COM AS CULTURAS E MANIFESTAÇÕES POPULARES DENTRO
DOS ESPAÇOS ESCOLARES:
A valorização dos saberes dos estudantes e a manutenção das tradições como
patrimônio a ser preservado e trabalhado cotidianamente na/pela escola.
A valorização da cultura erudita como representatividade das manifestações
populares.
A compreensão de que há uma cultura única que deve ser valorizada por
todos, independentemente de suas origens étnicas, sociais e econômicas.
A realização de festa junina e de festa do folclore como atividades exclusivas
para o trabalho pedagógico com a temática das culturas.
Incluir o tema culturas somente no planejamento de trabalho da Educação
Infantil.
2. GABARITO
1. A prática pedagógica traz, historicamente, desafios. Um desses
desafios, que traz a essência do ser professorpesquisador, pode ser
representado pela alternativa:
A alternativa "E " está correta.

É importante perceber que o professor que se coloca como pesquisador é


aquele que se forma cotidianamente, no espaço escolar, e por meio dele, de
seus estudos e de suas ações cotidianas. Ao fazer de sua ação pedagógica um
espaço de pesquisa, ele se forma e aperfeiçoa seu saberfazer docente.

2. Atualmente, observam-se algumas experiências pedagógicas na


educação básica que propõem, no/para o cotidiano da escola, ações que
se preocupem do trabalho com as culturas em suas diversidades.
Assinale a alternativa que indica aspectos que contribuem para estimular
e desenvolver o trabalho com as culturas e manifestações populares
dentro dos espaços escolares:
A alternativa "A " está correta.

A cultura (ou as culturas) está(ão) por toda a parte. É fundamental


compreender que essa temática precisa perpassar o currículo de todos os anos
de escolaridade, sem distinção. Dessa forma, é possível a escola ser,
efetivamente, um espaço de inclusão social.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, há diversas metodologias e técnicas de ensino e elas se
adequam a diferentes tendências e práticas pedagógicas. Se olharmos para a
história da educação brasileira, vamos reconhecer que essas tendências e,
também, essas metodologias, foram se modificando ao longo do tempo.
Diante disso, conhecer algumas das metodologias de ensino e as técnicas é
importante para que possamos fazer as escolhas que melhor contribuam para
o processo de ensino-aprendizagem que se quer desenvolver.
Mas, para isso, já sabemos que é necessário — e, por que não dizer,
imprescindível — conhecer a realidade e os contextos de vida dos estudantes.
É preciso também reconhecer a educação como uma ação essencialmente
humana e carregada de escolhas ou, parafraseando Freire, a educação como
uma ação eminentemente política, porque as escolhas feitas são políticas
capazes de promover a inclusão social e práticas mais igualitárias, ou não.
Práticas pedagógicas que pressuponham o caminhar e o aprender em
comunhão, o tecer junto ancorado em uma perspectiva de horizontalidade para
o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, dialogam com
determinadas proposições de concepções metodológicas de ensino e não com
outras. Essas concepções precisam ser conhecidas, de forma que possam ser
feitas conscientemente.
E por falar em consciência, a educação e as práticas docentes precisam estar
ancoradas em ideias que possibilitem pensar sobre o fazer educativo e as
metodologias de ensino a serem utilizadas, considerando uma escola outra,
que se faça para além dos seus muros, com os saberes elaborados em
diálogo, como em uma via de mão dupla, para lá e para cá, adentrando o
espaço da sala de aula e sendo estímulo aos compartilhamentos desses
saberes de toda gente que habita esse espaço de forma horizontalizada.
Dessa forma, ao refletir sobre a escola e seus saberesfazeres, nos tempos
atuais, é inegável que a prática docente preocupada da emancipação humana,
da inclusão e da transformação social ainda é um processo de busca
incessante, um movimento de construção que requer pesquisa e a construção
de caminhos metodológicos que dialoguem e promovam a efetiva
aprendizagem.

AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALVES, N. Imagens das escolas. In: ALVES, N.; SGARBI, P. (orgs.). Espaços
e imagens na escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 7-17.
BRASIL. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional. Consultado na internet em: 12 dez. 2020.
FERNANDES, A. da P.; SANFILIPPO, L. B. Culturas, educação e corpo em
movimento – potencialidades da escola. In: RevistAleph, n. 31. Dez. 2018. p.
378-391. Consultado na internet em: 10 fev. 2021.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
HOUAISS, Instituto Antônio (org.). Minidicionário Houaiss da língua
portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Educação escolar e cultura(s):
construindo caminhos. In: Revista Brasileira de Educação, n. 23, mai-ago 2003,
p. 153-168. Consultado na internet em: 10 fev. 2021.
SANTOS, M. dos. Como tenho me tornado professora? In: VASCONCELOS,
G. A. N. (org.). Como me fiz professora. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 61-79.
SGARBI, P. Os estranhos caminhos de Santiago. In: VASCONCELOS, G. A.
N. (org.). Como me fiz professora. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 81-98.

EXPLORE+
As metodologias de ensino precisam ser pensadas a partir da realidade dos
estudantes que delas se beneficiarão, para o desenvolvimento de seu processo
de ensino-aprendizagem. Para conhecer mais um pouco sobre esse debate,
convidamos você à leitura do artigo Metodologia de ensino: um re-pensar do
processo de ensino e aprendizagem, de Francielle Altrão e Egeslaine de Nez,
que se baseia em um relato de experiência.
Para conhecer mais sobre o pensamento de Paulo Freire, sugerimos a leitura
do livro Pedagogia do Oprimido. Traduzido para mais de 40 idiomas e que
completou 50 anos em 2018, é a obra do autor mais conhecida
internacionalmente.
Outra obra de Paulo Freire que sugerimos é Pedagogia da autonomia: saberes
necessários à prática educativa. É a última obra publicada em vida e reúne
reflexões sobre as relações entre educadores e educandos. A obra apresenta,
de forma leve e poética, conceitos densos que dialogam com a potencialidade
reflexiva da prática docente e com o ensinar em três atos.
Para conhecer mais sobre Célestin Freinet, sua vida, obra e estudos que
envolvem o pensamento desse pedagogo francês, convidamos você a navegar
no site Rede Freinet. Lá você poderá acessar textos diversos, pesquisas e
vídeos que abordam sua vida e obra.
Compreender as metodologias ativas e suas formas é de grande importância.
Acesse o site da Base Nacional Comum Curricular, veja o artigo “O uso de
metodologias ativas colaborativas e a formação de competências” , e
aprofunde um pouco mais seus estudos sobre o tema, a partir de experiências
em escolas de ensino fundamental brasileiras.
Leia o artigo Tendências pedagógicas na prática escolar, de José Carlos
Libâneo . Nesse texto, você encontrará um panorama das tendências
pedagógicas em curso no Brasil, em diferentes períodos da história da
educação. Embora não tenhamos a intenção de aprofundar cada uma das
pedagogias e de suas tendências apresentadas por Libâneo, nosso caminhar,
em certa medida, dialoga com o que o autor discute nesse texto. Além disso, é
mais um material para você compreender a importância das escolhas de
técnicas e metodologias na prática docente e refletir sobre isso.
Para aprofundar seus estudos sobre a educação, a educação escolar e o
ensino, o convidamos à consulta e à leitura da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
Para que você possa refletir um pouco mais sobre as culturas populares, sua
relevância e suas potenciais relações e interações com a escola, sugerimos a
leitura do artigo Culturas, educação e corpo em movimento – potencialidades
da escola, de autoria de Andrea da Paixão Fernandes e Lucio Bernard
Sanfilippo .
Convidamos você ao aprofundamento sobre a relação entre escola e culturas e
sua centralidade nos currículos, e em como essas formas de fazer uma outra
concepção de currículo pode afetar o projeto político pedagógico da escola, por
meio da leitura do artigo Educação escolar e cultura(s); construindo caminhos,
de autoria de Antonio Flavio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau.

CONTEUDISTA
Andrea da Paixão Fernandes
CURRÍCULO LATTES

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