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18 e 24 de Abril de 2021.

“Mensagem de Domingo”.

Derrote as suas trevas interiores.


Romanos 7.14-24
Iniciando a Jornada.
Bom dia a todos, graça e paz aos irmãos! A palavra que quero compartilhar com vocês esta manhã tem o
seguinte tema: “Derrote as suas trevas interiores”.
Não sei se você já teve a experiência de ser surpreendido por uma atitude que você jamais pensou que
seria capaz de ter. Antes de entregarmos a nossa vida a Cristo, reconhecendo-o como Senhor e Salvador, nós
vivamos no pecado. A maioria de nossas atitudes, comportamentos e ações eram más, egoístas, mesquinhas,
desregradas e sem escrúpulos.
Mas, ao nascermos de novo em Cristo Jesus (Jo.1.11-13), através da ação regeneradora do Espírito 1
Santo (Tt.3.4-7), que nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo.16.5-9) e através da revelação da
Palavra de Deus (Tg.1.17-18). Nossas atitudes foram transformadas (2Co.5.17, Gl.5.24), ganharam um novo
padrão (Ef.4.22-24).
E à medida que passamos a caminhar com o Senhor Jesus em nosso dia a dia começamos a conquistar
vitórias sobre os hábitos da carne e sentimos que pouco a pouco estávamos nos tornando mais espirituais.
Conforme em nossa caminhada cristã fomos tomando conhecimento da Palavra de Deus e recebendo a
sua revelação para a nossa vida estabelecemos padrões elevados para nós mesmos e, por algum tempo,
tínhamos a impressão de que alcançamos esses padrões.
Mas, então depois de um bom tempo de caminhada na fé, de repente somos confrontados com uma dura
realidade. Aquelas atitudes pecaminosas que parecíamos ter superado em nossa vida, ter vencido no percurso de
nossa caminhada na vida cristã, nos toma de assalto. Somos surpreendidos por elas, ou por outras, que jamais
pensamos ser capaz de ter.
Então, tudo cai por terra! Começamos a enxergar lugares mais profundos de nosso coração e
descobrimos pecados cuja presença desconhecíamos em nós até então.
 Você já teve essa experiência alguma vez em sua caminhada cristã?
O que? Como assim? Como fui capaz de agir assim? Que tipo de cristão, de crente, de discípulo de
Jesus sou eu, com esse tipo de comportamento, atitude, ação? E, então você é tomado pela acusação do Diabo,
pelo sentimento de condenação e a culpa.
Se você já se sentiu assim alguma vez. Se você já fez esse tipo de descoberta. Quero dizer nesta manhã
que você não está só. E que essa não é uma realidade exclusivamente sua.
Todos nós, mesmo depois de virmos a Cristo ainda teremos que lidar com as trevas interiores que ainda
há em nós. Há um ditado judaico que diz: “Não há homem bom sem pecado”. O que ele quer dizer na prática é
que não há ninguém que seja perfeito em si mesmo. Não há ninguém que não tenha que lidar com falhas em seu
caráter.
 Todos nós temos trevas interiores, abismos sombrios que precisam ser vencidos, derrotados
dentro de nós.
É isso, que o apóstolo Paulo está testemunhando no texto que lemos nesta manhã. Paulo nos coloca
diante de uma dura realidade que muitas vezes temos dificuldade de aceitar. Todos nós temos trevas dentro de
nós que precisam ser vencidas, e que se não forem derrotadas irão acabar controlando a nossa vida, ofuscando
em nós a vida de Deus.
Paulo diz: “Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não
consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não
quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim”. Rm.7.18-20 NVI
As palavras de Paulo nestes versículos são fortes: “Sei que nada de bom habita em mim”; “... o mal que não
quero continuo fazendo...”; “... já não sou eu quem faz, mas o pecado que habita em mim...” .
Paulo fala aqui do dilema, da guerra que ele vive em seu ser, em seu interior entre as suas trevas
interiores e a sua nova vida em Cristo.
Preste muita atenção em quem diz essas palavras. É o grande apóstolo Paulo.
 É Paulo o maior missionário que a igreja já teve em sua história;
 É Paulo, o homem que teve as experiências mais extraordinárias com Deus;

Pib Comodoro/MT
18 e 24 de Abril de 2021.
“Mensagem de Domingo”.
 É Paulo, o homem que dos 28 livros do Novo Testamento, só ele escreveu 13. Aquele cujo, a
base da teologia da fé cristã, a espinha dorsal das doutrinas fundamentais que cremos como
igreja veio de seus escritos.
É esse Paulo que diz que embora conheça a Cristo, que embora tenha sido alcançado pela sua graça,
ainda luta para vencer um lado sombrio que está dentro dele.
As nossas trevas Interiores.
Talvez você se pergunte: o que são essas trevas interiores que ainda existe em nós? É a nossa inclinação
natural ao pecado que herdamos de Adão e Eva depois da queda.
O retrato que Paulo descreve de si mesmo em Romanos 7.14-24, não é o de uma pessoa escravizada
pelo pecado, mas, alguém que ainda luta contra as inclinações pecaminosas da natureza humana. Luta está que
perdurará até o momento em que seremos transformados (1Co.15.50-58). Paulo era tão humano quanto 2
qualquer um de nós, e mesmo liberto da escravidão do pecado e da Lei (Rm.6-7), lutava contra as inclinações
carnais. A luta que Paulo descreveu não é a luta de todo ser humano. Ela se refere especificamente ao “cabo de
guerra” interior que existe no cristão. Visto que os seres humanos nascem em harmonia com os desejos da
carne (Rm.8.7), é somente quando nascemos de novo pelo Espírito, que um conflito espiritual realmente
começa a surgir (Jo.3.6). Isso não significa que o não cristão nunca experimentam conflitos morais; eles
certamente os experimentam. Mas, mesmo esse conflito, em última análise, é resultado da atuação do Espírito.
A luta do cristão, no entanto, assume nova dimensão, porque o cristão tem duas naturezas que estão em
guerra uma com a outra: a carne e o Espírito. Paulo chama cada uma destas duas forças, de homem natural (ou
carnal) e homem interior (ou espiritual). É uma batalha entre o velho homem, que é guiado pela sua natureza
caída, e o novo homem, cheio do Espírito Santo.
Neste embate, contra a carne temos o auxílio do Espírito Santo e devemos crucificar a carne (Gl.5.24 )
com seus apetites e desejos pecaminosos e viver para Deus.
Talvez você se pergunte: Mas, como isso é possível? Como alguém como o apóstolo Paulo ainda tinha
que lidar com uma realidade de trevas interiores dentro dele? A resposta é simples! Todos nós apesar de
sermos salvos em Cristo, ainda temos uma natureza pecaminosa habitando dentro de nós. E essa natureza só
precisa do lugar certo, da situação certa, do momento certo para se manifestar em nós.
Não se engane! A estratégia do Diabo é nos convencer que somos bons, justos e direitos. É, assim que
ele nos priva dos efeitos e dos benefícios da graça de Cristo em nossa vida.
Há uma natureza pecaminosa dentro de nós. A Bíblia é clara em nos ensinar isso. Essa era uma realidade
que não era ignorada pelos homens e mulheres de Deus no passado.
Jó faz a seguinte pergunta em seu livro: “Como é que você, um simples homem, se considera puro e sem pecado? Como
você pode pensar que é justo perante Deus? Fique sabendo que Deus não considera nem os próprios anjos inocentes e puros! Perto da santidade
de Deus até o céu é impuro! Que dizer então de nós, homens, perversos por natureza e cheios de pecado como uma esponja que cai na
água?”. Jó.15.14-16 NVI

Davi diz no Salmo 51.5: “Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe”. Sl.51.5
NVI
E ainda no Salmo 14 declara: “Lá do Céu o Senhor olha para a humanidade, procurando alguém que compreenda seus planos,
procurando alguém que deseje comunhão com Ele. Mas, de que adianta? A humanidade inteira se desviou do caminho certo e se perdeu.
Todos os homens foram estragados pelo pecado. Não há um homem sequer que procure fazer o bem; não há nem um homem bom por
natureza!”. Sl.14.2-3 Bv

Salomão diz em Provérbios 20.5: “Quem poderá dizer: "Purifiquei o coração; estou livre do meu pecado?". Pv.20.5
NVI
E em Eclesiastes 7.20: “E não existe um único homem na terra que seja sempre bom; e nunca peque”. Ec.7.20 Bv
Jeremias afirma em seu livro: “... o coração do homem é terrivelmente cheio de maldade. Não há ninguém capaz
de saber até que ponto é mau e pecador o coração humano! Somente o Senhor sabe! Ele examina cuidadosamente o coração e
os pensamentos do homem...”. Jr.17.9-10 Bv
O apóstolo João diz em sua primeira carta: “Se dissermos que não temos pecado, só estamos nos enganando a
nós mesmos, e recusando aceitar a verdade”. 1Jo.1.8 Bv

Pib Comodoro/MT
18 e 24 de Abril de 2021.
“Mensagem de Domingo”.
Paulo declara: “Sabemos que a lei é espiritual; eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado... Sei que nada
de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo... Assim, encontro
esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo
outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em
meus membros”. Rm.7.14,18,21-23 NVI

Você percebe como as Escrituras Sagradas são claras em afirmar que somos naturalmente pecadores, ou
seja, há uma natureza pecaminosa habitando em nós. O pecado não é um problema externo apenas, mas sim
interior.
Paulo nos diz aqui em Romanos, que embora tenhamos nascido de novo em Cristo, ainda sim teremos
que lidar com um nível de trevas interiores em nós.
 Nascer de novo requer um momento de fé, mas chegar a ser como Cristo é um processo de
toda a vida.
Em sua carta aos Coríntios, Paulo compara essa nossa luta com as nossas trevas interiores a uma corrida, 3
a uma briga constante:
“Vocês não sabem que dentre todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que
alcancem o prêmio. Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo
perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo,
e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos
outros, eu mesmo não venha a ser reprovado”. 1Co.9.24-27 NVI

Algumas considerações.
Ao lidar com as nossas trevas interiores há algumas coisas que precisamos ter clara em nossa mente e
coração:
O mal é uma realidade: “Se vocês perdoam a alguém, eu também perdoo; e aquilo que perdoei, se é que havia
alguma coisa para perdoar, perdoei na presença de Cristo, por amor a vocês, a fim de que Satanás não tivesse vantagem sobre
nós; pois não ignoramos as suas intenções”. 2Co.2.10-11 NVI
Paulo está falando sobre perdão neste texto, mas ele também fala algo que devemos prestar muita
atenção. O Diabo é real. Ele existe, e seu propósito é ter vantagem sobre nós.
Pedro nos alerta sobre essa mesma verdade em sua carta: “Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês,
anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar”. 1Pd.5.8 NVI
Pedro diz que o Diabo, e, ele é claro em descrevê-lo: “o inimigo de vocês”, anda ao nosso redor como leão
rugindo e procurando uma oportunidade, uma brecha para nos devorar.
Paulo ainda escrevendo a sua segunda carta aos Coríntios declara: “Mas estou amedrontado, temendo que de
alguma forma vocês sejam desviados da sua devoção simples e pura ao nosso Senhor, tal como Eva foi enganada por Satanás no
Jardim do Éden”. 2Co.11.3 Bv
A maior estratégia do nosso inimigo é nos convencer que ele não existe. Pois, assim não é preciso
enfrentá-lo e vencê-lo.
O pecado gerou em nós uma natureza pecaminosa: “Quando Adão pecou, o pecado entrou na raça
humana inteira...”. Rm.5.12 Bv
“Nós sabemos que a lei é espiritual, mas eu não sou espiritual. O pecado me controla como se eu fosse seu escravo... E,
se faço as coisas más que não quero fazer, já não sou eu quem as faz, mas o pecado que vive em mim.”. Rm.7.14,20 VFL
“Quando Adão completou cento e trinta anos, gerou um filho à sua semelhança e imagem, e lhe deu o nome de Set”.
Gn.5.3 EP
As trevas não estão somente no mundo, mas, antes de tudo, dentro de nós.
 Preste atenção, o pecado nos trouxe uma escuridão interior. As trevas não estão somente no
mundo, mas, antes de tudo, dentro de nós.
Ao contrário do que alguns pensam Paulo não estava delirando, não estava imaginando duas entidades
possuindo a mesma pessoa. Ele também não tinha nenhum tipo de esquizofrenia paranoide. O que ele está
descrevendo é um conflito de naturezas. Depois de nos rendemos a Cristo como Senhor e Salvador de nossa
vida, duas naturezas passam habitar dentro de nós. A natureza adâmica, caída e corrompida, recebida no
nascimento (Sl.51.4) e a nova natureza herdada de Cristo pela graça mediante a fé (2Co.5.17, 2Pd.1.4). E a
partir deste momento essas naturezas entram em rota de colisão uma com a outra como Paulo nos diz:

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“Mensagem de Domingo”.
“Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Pois, no íntimo do meu
ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha
mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros’. Rm.7.21-23 NVI
“Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o
outro, de modo que vocês não fazem o que desejam”. Gl.5.17 NVI
O que precisamos entender é que Deus nos criou perfeitos, a sua imagem é semelhança: “Então disse Deus:
"Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”. Gn.1.26 NVI; e também compartilhou da sua vida
espiritual conosco: “Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o
homem se tornou um ser vivente”. Gn.2.7 NVI
E, entre os seus atributos que Deus compartilhou conosco, um foi a sua santidade. A perfeição implica
um estado de virtude e retidão. A inocência e ausência de malícia de Adão e Eva eram resultado de haverem
sido criados moralmente virtuosos e perfeitos. 4
O sábio Salomão escreveu: “Deus fez o homem reto…”. Ec.7.29 NVI . A palavra aqui traduzida como “reto”
deriva do hebraico que significa “honestidade”, “integridade”, “retidão”. Ou seja, ser uma pessoa reta não
significava meramente a ausência de maldade e malícia, mas a presença de bondade. Mais do que dizer que não
tinham vício nenhum, seria correto enfatizar que Adão e Eva tinham as melhores virtudes.
Deus nos criou a sua imagem e semelhança, compartilhou a sua vida conosco, e com isso nos tornamos
seres constituídos de corpo e espírito/alma.
O ser humano é formado de uma parte espiritual e uma parte material (Gn.2.7). A parte espiritual não
morre, no sentido de deixar de existir. Quando ocorre a morte corporal nosso Espírito tem dois destinos
possíveis: ou vai para os céus, com Deus ou vai para o inferno, sem Deus:
“Então o nosso corpo voltará para o pó da terra, de onde veio, e o nosso espírito voltará para Deus, que o deu”. Ec.12.7
NTLH
“Cada pessoa tem de morrer uma vez só e depois ser julgada por Deus”. Hb.9.27 NTLH
O corpo morre fisicamente aqui na terra, mas não deixa de existir, ele permanece morto até que Cristo
Jesus venha uma segunda vez, para o julgamento Final, quando então todos os corpos ressuscitarão, os que
estão no inferno para a perdição eterna e os mortos em Cristo para a vida eterna nos céus. O destino final do
corpo é sua reunião perpétua com o espírito, seja para vida eterna ou para o juízo eterno (1Ts.4.16-17).
Veja bem, tanto a parte material quanto a espiritual foram criadas por Deus e ele não faz nada que não
seja verdadeiramente bom. Mas com a chegada do pecado tanto a matéria quanto o espírito passaram a sofrer os
efeitos nocivos da desobediência.
Muitos pensam que o ser humano nasce com um espírito bom e inocente e uma carne má e corrupta,
mas isso não é o que ocorre de fato, tanto nossa parte material como a parte espiritual (imaterial) foi corrompida
pelo pecado que habita no ser humano, depois da queda de Adão e Eva.
Aqui em Romanos 7.18 Paulo usa duas palavras fortes para destacar essa realidade da natureza
pecaminosa gerada em nós pelo pecado de Adão e Eva: “Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne.
Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo”. Rm.7.18 NVI
São elas “habita” e “carne”. A palavra “habita” significa exercer domínio,a ideia é de estar preso a velha
natureza. Em outras palavras é o pecado que manda e desmanda sob o meu teto. O que o “Eu” pratica, não o faz
mais com liberdade. Tem de querer aquilo para o que é obrigado, não o que no fundo desejaria.
Já a palavra “carne” na Bíblia tem duas palavras no grego para descrevê-la. A primeira é “Soma” que é
usada para descrever o nosso corpo físico, natural, ou seja, os músculos, pele, ossos e indica a parte física e não
tem nenhuma referência ao pecado em si. A ideia é simplesmente de uma descrição biológica, refere-se ao
corpo como uma descrição de elementos químicos da terra que o compõe como: oxigênio, carbono, hidrogênio,
nitrogênio, cálcio, fósforo, potássio, enxofre, sódio, cloro, iodo, ferro, cobre, zinco e outros elementos em
proporções menores.
Já a segunda é “Sarx” também pode ter o sentido de corpo natural ou biológico, mas não se restringe a
este significado. Quando o autor bíblico quer fazer referência á nossa natureza pecaminosa ele usa a palavra
“Sarx”. Neste último sentido ela não se refere meramente ao corpo, mas abrange toda nossa natureza, seja a
parte material como a parte imaterial (corpo e espírito/alma). Isso significa que o pecado corrompeu toda
estrutura da vida humana. Porém a carne em si não é má, não foi criada para ser imperfeita, mas se torna
imperfeita pelo pecado que habita nela.

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18 e 24 de Abril de 2021.
“Mensagem de Domingo”.
Ao dizer que não habita bem algum em sua carne, Paulo se refere a todo sistema corrupto que herdamos
em Adão, toda a tendência para a malícia, impureza e maldade que passou a fazer parte do nosso ser depois do
pecado. A toda estrutura pecaminosa e antiDeus enraizada na natureza humana, desde o mais profundo da alma.
Neste sentido, a carne não é um pedaço do homem, mas sua totalidade, todo seu EU, é o homem natural. E a
inclinação da carne é contra as coisas do alto (Rm.8.7-8).
O corpo físico e a mente não são maus em si mesmos. Eles foram criados por Deus, para a vida neste
planeta e para comunhão com Ele. Foram criados “muito bons” (Gn.1.31).
Mas, Gêneses 3 mudou a humanidade e alterou o propósito de Deus. Este não é o mundo que Deus
pretendeu que fosse e nós não somos o povo que Deus pretendeu que fôssemos. O pecado afetou radicalmente a
criação. O pecado pegou o que era bom e transformou em algo mau e egocêntrico. O corpo e a mente tornaram-
se o campo de batalha da tentação e do pecado. Paulo sentia a batalha agudamente! E ansiava pelo novo tempo,
pelo novo corpo, pela nova comunhão com Deus (8.23). 5
É interessante perceber que o livro de Romanos mostra o pecado da humanidade tão claramente, sem, no
entanto mencionar Satanás até o capítulo 16.20. Na verdade nós, humanos, não podemos acusar Satanás por
problemas com o pecado, pois quem faz as escolhas (quem toma as decisões) somos nós. O pecado é
personificado como rei, tirano e senhor de escravos, que tenta e atrai para a independência de Deus e para a
autoafirmação a qualquer custo.
A nossa natureza pecaminosa não é destruída ou removida na salvação, mas tornada potencialmente
inoperante. A sua impotência permanente depende de nossa cooperação com o Espírito que habita no nosso
interior (Rm.8.9,11). Deus proveu os crentes com tudo que é necessário para combater o mal personificado
(pecado) e pessoal (Satanás e os demônios): a presença e o poder do Espírito Santo (Jo.14.15-18); a armadura
espiritual (Ef.6.11), a revelação das Escrituras Sagradas (Ef.6.17) e a oração (Ef.6.18). A batalha pode ser
difícil (Rm.7), mas é uma batalha ganha (Rm.8).
Você pode derrotar essas trevas interiores que ainda habita o seu ser . Após a sua
conversão você não está mais cativo do poder do pecado. Os seus grilhões e correntes foram quebrados. O seu
poder absoluto foi anulado sobre a sua vida:
“Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês.
E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. Mas se Cristo está em vocês, o corpo está morto por causa do
pecado, mas o espírito está vivo por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em
vocês, aquele que ressuscitou a Cristo dentre os mortos também dará vida a seus corpos mortais, por meio do seu Espírito,
que habita em vocês. Portanto, irmãos, estamos em dívida, não para com a carne, para vivermos sujeitos a ela. Pois se vocês
viverem de acordo com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão, porque todos os que
são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. Rm.8.9-14 NVI
Ao dizer neste texto “... aquele que ressuscitou a Cristo dentre os mortos também dará vida a seus corpos mortais,
por meio do seu Espírito, que habita em vocês...”. v.11 e " ...mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão...".
v.13, Paulo está dizendo que através do poder do Espírito Santo que agora habita em nós depois de nossa
conversão a Cristo, nós estamos mortos para o pecado. Isso significa dar por morto o poder do pecado em nosso
corpo. Quando nos consideramos mortos ao pecado, podemos resistir à tentação do diabo:
“Portanto, não deixem que o pecado os controle em sua vida aqui na terra. Vocês não devem ser governados por
aquilo que a sua natureza pecadora quer que façam. Não ofereçam as partes do seu corpo para servir o pecado e nem usem o seu
corpo para fazer o mal. Ao contrário, ofereçam esse corpo para o serviço de Deus, para fazer o bem. Sejam como pessoas que
morreram e agora vivem uma vida nova. O pecado não será senhor de vocês, pois vocês não estão debaixo da lei, mas
debaixo da graça de Deus”. Rm.6.12-14 VFL
A declaração de Paulo no verso 14 “O pecado não será senhor de vocês, pois vocês não estão debaixo da lei, mas
debaixo da graça de Deus” VFL ou “Porque o pecado não terá domínio sobre vocês, pois vocês não estão debaixo da lei, e sim
da graça”. NAA é uma afirmação de um fato garantido e não deve ser interpretada como um imperativo ou como
se designasse uma bênção reservada ao futuro.
A parte final do verso 14, “pois não estais debaixo da lei e sim da graça” , nos dá a razão pela qual o pecado
não exercerá mais o seu domínio sobre nós.
A “Lei”, neste caso, deve ser compreendida no sentido geral, ou seja, todos os mandamentos de Deus,
moral e cerimonial. O pecado tem domínio sobre uma pessoa que está sob a lei. Por quê? Porque a lei diz o que
fazer, mas não lhe dá poder para fazê-lo. E a lei agitou os desejos latentes na natureza humana caída para fazer
o que é proibido. É a velha história de que "o fruto proibido é doce".

Pib Comodoro/MT
18 e 24 de Abril de 2021.
“Mensagem de Domingo”.
Já a palavra “graça” se refere a tudo quanto está envolvido nas provisões da redenção, em contraste com
a lei. Os crentes foram colocados debaixo de todos os recursos da graça redentora e renovadora, os quais
encontram seu resumo na morte e ressurreição de Cristo.
A virtude que continua a emanar da morte e da ressurreição de Cristo também opera nos crentes, através
da união com Ele. Tudo isso está implícito na expressão “debaixo da graça”.
O que Paulo está dizendo em resumo é que a Lei nem nos justificava nem nos ajudava a vencer o
pecado. Mas agora que estamos unidos a Cristo, o nosso Senhor é ele que nos dá o poder para fazer o que é
bom e evitar o mau. A graça é à vontade e o poder soberano de Deus que se expressa a fim de livrar os homens
da servidão ao pecado. Por ser isto verdadeiro, estar “debaixo da graça” serve de garantia de que o pecado não
exercerá domínio sobre nós.
O crente morreu para o pecado. Recebeu o Espírito Santo habitando nele como o poder para uma vida
santa. E essa santidade é motivada pelo amor ao Salvador, não por medo de punição. 6
A graça é tudo o que realmente produz santidade. Como Denney diz: "A graça não é o freio, mas a
inspiração que liberta do pecado; não é o Monte Sinai, mas o Monte do Calvário que nos torna santos".
As portas para as nossas trevas interiores.
E quais são as portas em nós que alimenta essas trevas interiores em nós?
Nossa mente:
“Assim, eu lhes digo com a autoridade do Senhor: não vivam mais como os gentios, levados por pensamentos vazios e
inúteis. A mente deles está mergulhada na escuridão. Andam sem rumo, alienados da vida que Deus dá, pois são ignorantes e
endureceram o coração para ele. Tornaram-se insensíveis, vivem em função dos prazeres sensuais e praticam avidamente toda
espécie de impureza”. Ef.4.17-19 NVT
Ser “levados por pensamentos vazios e inúteis” ou “Viver na futilidade ou vaidade de sua mente" se refere à
tendência natural e humana de pensar seus caminhos longe de Deus. Ao orgulho intelectual, a racionalização e
as desculpas que afastam às pessoas de Deus.
“Aqueles que são dominados pela natureza humana pensam em coisas da natureza humana, mas os que são
controlados pelo Espírito pensam em coisas que agradam o Espírito. Portanto, permitir que a natureza humana controle a
mente resulta em morte, mas permitir que o Espírito controle a mente resulta em vida e paz. Pois a mentalidade da natureza
humana é sempre inimiga de Deus...”. Rm.8.5-7 NVT
“O que receio, e quero evitar, é que assim como a serpente enganou Eva com astúcia, a mente de vocês seja corrompida
e se desvie da sua sincera e pura devoção a Cristo”. 2Co.11.3 NVI
Os seus pensamentos vão dirigir as suas decisões, ações e palavras. O maior campo de batalha
espiritual é a nossa mente.
Quando o pecado entrou no homem, não apenas o seu corpo foi corrompido com uma natureza maligna,
como também a sua mente foi sequestrada da presença de Deus e tornou-se uma das bases de ação do seu
inimigo. A mente caída é como uma grande fortaleza resistente às coisas de Deus, porém, extremamente
receptiva as contrárias a ele, àquelas que o magoam.
O nosso inimigo estabeleceu fortalezas em nossa mente que tentam impedir a entrada da Palavra de
Deus e do seu conhecimento e revelação. Porém, por mais fortes que sejam essas fortalezas, nós a podemos
destruir com armas espirituais: “Pois, embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos. As armas
com as quais lutamos não são humanas; pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. Destruímos
argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-
lo obediente a Cristo”. 2Co.10.3-5 NVI

Nossos desejos e prazeres:


“Quando alguém for tentado, não diga: “Esta tentação vem de Deus. ” Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e ele
mesmo não tenta ninguém. Mas as pessoas são tentadas quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos.
Então esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte. Não se enganem, meus
queridos irmãos”. Tg.1.13-16
“De onde vêm as brigas e as discussões que há entre vocês? De onde elas vêm, senão daqueles maus desejos que estão
constantemente lutando dentro do corpo de vocês?”. Tg.4.1 VFL
Cuidado com o experimentar tudo, ver tudo, consumir tudo. Pois, os nossos desejos se não forem
controlados são fontes para trevas dentro de nós.

Pib Comodoro/MT
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“Mensagem de Domingo”.
Nossas emoções:
“Mas o SENHOR Deus chamou o homem e perguntou: — Onde é que você está? O homem respondeu: — Eu ouvi a tua
voz, quando estavas passeando pelo jardim, e fiquei com medo porque estava nu. Por isso me escondi”. Gn.3.9-10 NTLH
Esses versículos de Gêneses nos revelam o efeito que o pecado teve em nossas emoções. As emoções
existiam no homem antes do pecado, pois ele foi feito a imagem de Deus. (Gn.1.26). Pelo fato de sermos à
imagem de Deus, possuímos emoção, sentimento, numa complexidade tal que nos alegramos, choramos,
chateamos; igualmente nos indignamos, sensibilizamos e ficamos irados.
Essas emoções eram absolutamente saudáveis, pois Deus abençoou e declarou perfeita sua criação.
(Gn.1.26-31) As afeições humanas foram dadas para que o homem glorificasse a Deus. Deus nos criou com
emoções para que elas nos impulsionem a buscá-Lo. Nele encontramos nossa realização e descanso para nossa
alma como também para nos relacionar com o nosso próximo.
Nos Salmos encontramos a anatomia de todas as partes da alma humana: expressões de alegria, tristeza, 7
ansiedade, arrependimento, desencorajamento. Até mesmo a maneira de Deus se revelar ocorre em termos de
emoções, por exemplo: a ira, os ciúmes (ou o zelo), a tristeza, a compaixão e o amor de Deus. Deus se revela
em termos de emoções. E por fim, a descrição dos elementos do fruto do Espírito: amor, paz, longanimidade,
benignidade é feita em termos de emoções. Mas, com a queda o pecado afetou nossas emoções mais do que
qualquer outra coisa. Vergonha (Gn.3.7), Medo (Gn.3.8-10), Culpa (Gn.3.12-13) e outras emoções passaram a
fazer parte de nosso ser: ira, ódio, inveja (Gn.4.1-16).
Quando o pecado entrou na humanidade, trouxe consigo distorções. Nossas emoções foram
corrompidas. Estas nos movem não mais para Deus, mas para longe de Deus. Além disso, ela move o indivíduo
para dentro de si mesmo. Usamos todos os dons de Deus e as oportunidades dadas por ele em nosso benefício.
Tornamo-nos egoístas, egocêntricos; queremos que nossa vontade seja feita. Em resumo, nos curvamos diante
de nós mesmos. E ainda, essas emoções corrompidas nos movem contra o nosso próximo. Surgem dissensões,
lascívia, discórdias, etc.
Nossas emoções, como nossas mentes e corpos, são grandemente influenciadas pela queda de nossos
primeiros pais em pecado. Em outras palavras, nossas emoções são maculadas por nossa natureza pecaminosa,
e é por isso que precisam ser controladas pelo Espírito Santo, pois se não serão fonte de trevas em nós.
Sua vida não pode ser dirigida por paixões dos homens, por sentimentos negativos, por humores
humanos, por emoções carnais. Porque a Bíblia diz que assim é uma vida como uma cidade derribada, sem
muros, sem domínio próprio.
A Bíblia nos diz que devemos ser controlados pelo Espírito Santo (Rm.6; Ef.5.15-18; 1Pd.5.6–11), não
por nossas emoções. Se reconhecermos nossas emoções e as trouxermos para Deus, poderemos então submeter
nossos corações a ele e permitir que ele faça sua obra em nossos corações e direcione nossas ações.
Derrotando suas trevas interiores.
Então, a grande questão diante de tudo isso que falamos até aqui é: Como eu derroto as minhas trevas
interiores? Quero nesta manhã propor cinco atitudes:
Primeira atitude...
Admita as trevas que há em você.
Como já disse a você, a estratégia do Diabo é nos convencer que nós somos bons, justos e direitos. E
enquanto não reconhecermos que somos nós que impedimos ou atrapalhamos o agir de Deus em nossa vida,
não seremos capazes de derrotar as trevas interiores que ainda existem em nós.
O apóstolo Paulo apesar de sua posição, função e experiências com Deus não é alheio a sua realidade
como ser humano. Paulo diz: “Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer
o que é bom, mas não consigo realizá-lo”. Rm.7.18 NVI
Paulo não está aqui se eximindo de sua responsabilidade diante do pecado. O que Paulo está dizendo é
que ele tem a consciência de sua falência espiritual. Que apesar de vir a Cristo há uma natureza pecaminosa
dentro dele, que apesar de ter sido fatalmente ferida, ainda assim habita dentro dele, e se não for contida pode
fazer um grande estrago. Não há como derrotar as nossas trevas interiores ignorando-as, racionalizando-as,
apresentado desculpas ou transferindo para outros. É preciso admitir que nós temos problemas em certas áreas
de nossa vida e que precisamos desesperadamente da ajuda do Espírito Santo e de outros para vencê-las.

Pib Comodoro/MT
18 e 24 de Abril de 2021.
“Mensagem de Domingo”.
Jesus no Sermão do Monte declarou: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”. Mt.5.3-4 A21
Há duas revelações para nós nessas duas Bem-aventuranças. Primeiro, ao dizer “Bem-aventurados os
pobres em espírito...”, Jesus se refere aqueles que têm real percepção de sua absoluta dependência de Deus. São
aqueles que por perceberem que não são possuidores de nada, colocam Deus como centro de sua vida, vivendo
em total dependência dele e para sua Glória.
Pobres ou humildes de espírito são aqueles que sabem que neles não há recursos nenhum diante de
Deus. São aqueles que reconhecem sua falência espiritual diante de Deus. Que não tem nada a oferecer, nada a
reivindicar, nada com que comprar o favor dos céus. São aqueles que entendem que não podem realizar
nenhum bem sem a assistência divina, que não tem nenhum bem em si mesmos que os ajudem a fazer o que
Deus requer. É saber ver a si mesmo como é - ter uma perspectiva real de si mesmo. Vê a si mesmo através da
Cruz de Cristo. É a virtude que consiste em conhecer as suas próprias limitações e fraquezas e agir de acordo 8
com essa consciência.
Jesus diz que é desse tipo de pessoa é o Reino dos Céus: “... porque deles é o Reino dos Céus...” . Ou seja,
eles desfrutam da comunhão com Deus e a certeza de que são aceitos diante dele pelos méritos de Cristo e não
seus. Eles sabem que qualquer coisa de bom que venham a fazer é por causa da vida de Cristo neles, do poder
do Espírito Santo e a graça de Deus que os motiva.
Jesus diz que é destes e somente deles, desde agora o Reino dos Céus, ou seja, a completa salvação, a
soma total das bênçãos que resultam quando se reconhece Deus como Rei sobre o coração e a vida.
Segundo ao dizer: “Bem-aventurados os que choram...”, Jesus se refere aqueles que são sensíveis aos seus
próprios pecados. As lágrimas que Jesus está focalizando aqui são as lágrimas de genuíno arrependimento e
também de compaixão. Os que choram são aqueles que ao conhecer-se diante de Deus se quebrantam por sua
condição de pecado e miséria e mudam de atitude.
Além disso, sensibilizados pelo amor de Deus, choram com os que choram, ou seja, com os que sofrem,
e pelos perdidos. Não são os que choram por raiva ou por autocompaixão, mas por um legítimo quebrantamento
diante de Deus (Is.57.15) e compaixão do próximo (Mt.9.35-36).
Os que choram são aqueles que são sensíveis primeiramente aos seus próprios pecados. São aqueles que
não estão endurecidos pelo engano do pecado, mas, estão prontos para lidar com seus pecados, sem a tendência
de pensar que os seus problemas ou pecados existem por culpa dos outros: “Reconheço que pequei vergonhosamente,
o meu pecado me persegue dia e noite. Pequei contra Ti, somente contra Ti. Eu sei que condenas o mal que cometi. Tu tens
toda a razão em me castigar; o teu julgamento é perfeitamente justo”. Sl.51.3-4 Bv
É aquele que não tem a síndrome de vítima: os que têm síndrome de vitimas são aqueles que toda vez
que erram procura atenuar a sua culpa atribuindo a outros, ou até mesmo a Deus. Essas pessoas estão
continuamente procurando os culpados por seus problemas e sofrimentos, e, consequentemente, estão sempre
empenhados em mudar os outros. “Os que choram” são aqueles que descobriram que os seus problemas não estão
do lado de fora, mas do lado de dentro.
Jesus diz que é esse tipo de pessoa que experimenta o consolo do Senhor: “... porque serão consolados...”.
O consolo a que Jesus se refere é o sentimento de perdão pelos seus pecados. É a doce experiência da sensação
de paz que o perdão dos seus pecados por Deus traz ao coração.
Deus confere consolo aos que buscam para si a ajuda dele. É ele quem perdoa, liberta, fortalece e
acalma (Sl.30.5; 50.15; Is.55.6-7; Mq.7.18-20; Mt.11.28-30).
Jesus falou da realidade deste consolo ao contar a parábola do cobrador de impostos e do fariseu que
foram ao templo orar (Lc.18.9-18): "Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus.
Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado". Lc.18.14 NVI
Davi falou deste consolo no Salmo 32.1-2: “Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus
pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia!”. Sl.32.1-2 NVI
Só há um caminho para derrotarmos nossas trevas interiores, ir ao Senhor com um coração quebrantado,
a Bíblia diz que Deus não rejeita um coração quebrantado (Sl.51.17). Mas, o quebrantamento é fruto de
reconhecimento da nossa falência espiritual diante de Deus. De que precisamos da sua ajuda e ação em nossa
vida.
Segunda atitude...
Posicione-se diante dos seus maus hábitos.
Pib Comodoro/MT
18 e 24 de Abril de 2021.
“Mensagem de Domingo”.
Além de admitir, outra atitude que precisamos ter no intuito de derrotar as nossas trevas interiores é nos
posicionar diante dos nossos pecados, fortalezas e maus hábitos. Veja o que Paulo nos diz em Colossenses 3.5
“Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês...”. Cl.3.5 NVI
Paulo é categórico em relação aos nossos maus hábitos em nossa vida. Ele diz que é preciso matá-los.
Não há acordo com eles, não há negociação com eles. A postura deve ser de tolerância zero.
A expressão “façam morrer” aqui é muito forte, significa arrancar pela raiz, dar um basta, por um ponto
final. Fazer morrer significa dar por morto o poder do pecado em nosso corpo. É como se ele estivesse dizendo:
“Coloque suas mãos no pescoço deste pecado, e não solte até que ele pare de respirar”.
 Não há como vencer as nossas trevas interiores alimentando os nossos maus hábitos.
É preciso abandoná-los assim que somos confrontados pela Palavra de Deus ou pelo Espírito Santo.
Pois, enquanto não os abandonarmos, não colocarmos um ponto final, não admitirmos que eles nos fazem mal,
drenam a vida de Deus em nós, não será possível vencer as nossas trevas interiores. 9
Como você tem reagido ao confronto da Palavra de Deus e do Espírito Santo em sua vida? Deus sempre
nos confronta com a nossa realidade. Infelizmente, a nossa atitude diante do confronto de Deus é “Nada a vê,
todo mundo faz, não tem problema não”.
A nossa atitude precisa ser de quebrantamento e conserto. Conversão significa mudança de rumo, de
direção, de atitude, de comportamento. Essa foi a atitude daqueles que foram confrontados por Deus e
venceram as suas trevas interiores.
Davi disse diante do confronto do profeta Natã: “Então Davi disse a Natã: "Pequei contra o Senhor!" E Natã
respondeu: "O Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá. Entretanto, uma vez que você insultou o Senhor, o menino
morrerá". 2Sm.12.13-14 NVI
Ainda diante do Senhor em oração no Salmo 139 diz: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e
conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno”. Sl.139.23-24
NVI
O que Davi está dizendo aqui é que Deus examine detidamente, detalhadamente. Investigue, explore, o
seu ser em busca de algo em sua mente, emoções e ações que ofende a Deus, e caso haja lhe mostre, para que
ele mude sua postura diante de Deus. A ideia deste exame de Deus é da perfuração no terreno para verificação
de sua natureza geológica: de qualidade do solo, de lençóis de água, de jazidas, etc.
Podemos deduzir pelo pedido de Davi que tanto o coração como a mente pode conduzir-nos por um
caminho mau diante de Deus, um caminho que nos afasta das Escrituras e da comunhão com ele. Ao se referir
ao coração, Davi se reporta aos tipos de sentimentos e emoções que nos atingem ou que produzimos
diariamente em nossas vidas, que muitas vezes são contrários aos princípios e direção de Deus. E ao falar da
mente, ele se reporta aos tipos de pensamentos que povoam a nossa mente, que determinam e influenciam a
nossa maneira de agir, muitas vezes em desacordo com a vontade de Deus.
O que Davi está dizendo em resumo é que ele está disposto a se posicionar diante do confronto de Deus
em relação as suas trevas interiores. Pois, o seu maior desejo é viver de acordo com a vontade de Deus.
O profeta Isaías diante do confronto do Senhor, em sua visão no templo declarou: “Então gritei: Ai de
mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o
Rei, o Senhor dos Exércitos!". Is.6.5 NVI
Isaías quando confrontado com um encontro real com Deus conseguiu ver a sua própria miséria. E
diante da sua realidade, ao ser confrontado com suas trevas interiores, ele tem uma atitude, se posiciona diante
de Deus: “Ai de mim!”. Em outras palavras ele estava dizendo: “Senhor muda a minha vida”, “Senhor o
problema sou Eu”.
Preste atenção nisto. Sem confissão não há arrependimento. Sem arrependimento não há perdão.
Sem perdão não há paz. Sem consciência do pecado, não há confissão. Sem confissão não há paz.
Isaías reconheceu o seu pecado, suas falhas, reconheceu que não era digno de produzir uma mudança em
sua vida. Ele viu o seu pecado, ao se deparar com a sublimidade da Glória do Senhor e se prostrou diante da
Santidade e do esplendor de sua pessoa. Ele reconheceu a necessidade de purificação e confessou o seu pecado.
Depois de ter contemplado as maravilhas de Deus, Isaías não consegue mais manter-se calado, e em
angustiosa confissão ele diz: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou um homem de lábios impuros, habito no meio de um
povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei! o Senhor dos Exércitos!”.

Pib Comodoro/MT
18 e 24 de Abril de 2021.
“Mensagem de Domingo”.
Diante de toda majestade de Deus, Isaías reconheceu a sua condição de pecador e identificou a sua
iniquidade; admitiu que convivia com pessoas que praticavam transgressões, ferindo os preceitos divinos; e
que, se continuasse assim, seria destruído, tendo em vista a santidade de Deus.
O profeta declarou seu pecado, a sua condição miserável e rendeu-se aos pés do Senhor: "Estou vivendo
em pecado, errado, vou ser destruído, pois não sou nada diante desse Deus e da Sua glória".
Quando você tem uma visão clara do Senhor, o seu estilo de vida vem à tona. Você é confrontado,
reconhece o seu estado pecaminoso e deseja mudar de vida. E quando você toma a mesma atitude de Isaías, de
confessar o seu pecado, de ser honesto com Deus, Deus começa a trabalhar em seu interior, porque você
reconhece que é pecador e dependente totalmente da Sua graça e da Sua misericórdia para mudar a sua
condição de vida.
J.C. Ryle certa vez disse: “Aquele que desejar dar grandes e largos passos na santidade, deverá
primeiro considerar a grandeza do pecado”. 10
Se você for mordido por uma cobra, uma das melhores coisas que você pode fazer é trazê-la com você
ao doutor (você necessitará matá-la primeiro!), de forma que o veneno possa ser reconhecido e o antídoto
relevante prescrito. Com o pecado é da mesma forma. A menos que possamos identificar os pecados, não
saberemos que remédio deveremos usar. Não é suficiente sermos vagos e genéricos sobre nossos pecados.
Pecados têm nomes, e faremos bem em aprender o que eles são. Será um ponto de progresso sempre que
pudermos identificar o que aqueles pecados que prevalecem em nossas vidas são. E antes que possamos fazer
isto, necessitamos reconhecer que há a necessidade de se fazer isto. O pecado nos agarra de maneira que, às
vezes, recusamos reconhecer. Devemos começar encarando o fato dos nossos pecados específicos.
Como disse Robert Murray McCheyne: “Tenho começado a perceber que as sementes de todo pecado
conhecido ainda subsistiam em meu coração”. Este é um ponto de progresso. Quando conhecemos isto, nossos
olhos são abertos – assim como quando um doutor diagnostica nossa doença, e chegamos a entender o que ela
é.
Você quer vencer de fato as suas trevas interiores? Então, se posicione diante delas. Aceite o confronto
de Deus. Decida mudar sua atitude, comportamento e ações. E, então mude de fato. Naquilo que está fora do
seu controle, dependa de Deus. Mas, naquilo que depende de você, simplesmente faça, se posicione!
Tudo na vida é uma escolha, e toda escolha implica prós e contras. Se hoje o querer esses prazeres é o
que lhe satisfaz, ainda que momentaneamente, você arcará com as consequências dessas escolhas. E quando
você vive em prol delas, você se separa cada vez mais de Deus! O que inevitavelmente lhe trará juízo.
Para que nós consigamos viver o plano que Deus escolheu para nós, precisamos nos livrar de todo peso
morto, de tudo o que nos embaraça e o pecado que de perto nos assedia, como diz o escritor aos Hebreus
(Hb.12.1-2). Porque se não, de duas uma: Ou nem conseguiremos sair do lugar, ou jamais chegaremos ao
destino que o Senhor tem para nós, ficando pelo caminho.
Qual peso morto de sua vida você deve jogar fora? A resposta é: Todos os hábitos que tínhamos antes de
uma nova vida com Jesus. Ou seja, todos os hábitos do “velho homem” são todo peso morto que precisa se
livrar. Pois eles só nos atrapalham e não servem para nada em nosso caminhar com Deus. Parece fácil né?!
Mas, não é! Pois não conseguimos juntá-los todos de uma vez e jogá-los fora como um amontoado de roupa
velha e suja.
Isso porque desaprender é mais lento e mais difícil do que aprender o novo. E para nos despirmos do
“velho homem”, estamos falando em desaprender e descontruir hábitos velhos, dos quais já nos acompanham
por anos ou até décadas. E então, substituí-los por novos hábitos que agradam a Deus. Contudo, é possível nos
livrarmos de um por um e assim levantar voo. Mas, para isso termos que nos posicionar diante de nossos maus
hábitos e pecados.
Provérbios 28.13 diz: “Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona
encontra misericórdia”. Pv.28.13 NVI Que essa verdade seja uma realidade em sua vida.
Terceira atitude...
Reconheça que você não pode vencer sozinho.
Uma terceira atitude importante para derrotar as nossas trevas interiores é reconhecer que não podemos
vencê-las sozinhos. É uma atitude que podemos ver com frequência na vida de Paulo. Olha o que ele nos diz em

Pib Comodoro/MT
18 e 24 de Abril de 2021.
“Mensagem de Domingo”.
Romanos 7.24-25: “Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso
Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado”. Rm.7.24-25 NVI
Se você prestar bem atenção ao texto irá perceber que o primeiro grito de Paulo é de desespero. Ele olha
para dentro de si, e ao se deparar com suas trevas interiores vê a sua impossibilidade de vencê-las sozinho.
Paulo reconhece a sua incapacidade de por si mesmo viver de uma maneira que agrada a Deus. Mas,
essa realidade não é o seu fim. Não, depois de ter sido alcançado pela graça salvadora do Senhor Jesus.
Por isso, o segundo grito de Paulo é de louvor, de adoração: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso
Senhor!...”. Essa expressão de Paulo é muito forte. Paulo ao dizer essas palavras reconhece que é pelo poder da
graça de Deus que ele pode vencer as trevas interior que existe dentro dele. A ideia é a seguinte: o que por mim
mesmo é impossível, através da vida de Cristo em mim, por meio do seu Espírito Santo, Deus fará.
Em resumo o que Paulo está dizendo aqui é que só é possível vencer nossas trevas interiores se
deixarmos de tentar derrotá-las com a nossa própria força, a nossa força de vontade, e tomarmos posse do poder
11
do Espírito Santo disponível a nós pela nossa união com Cristo.
Paulo, não encontra em si mesmo, e nem na prática da Lei o poder para vencer as trevas em seu interior,
ou seja, suas atitudes pecaminosas que geram morte e distanciamento de Deus.
Mas, isso não é razão de desespero mais para ele, pois ele sabe que esse poder nunca esteve nele, e não
depende dele, mas está em Jesus e disponível a ele através da graça salvadora do Senhor, aleluia! O poder e a
libertação que ele tanto precisava se encontra em Cristo.
Nós, cristãos, somos santificados quando nos rendemos a Cristo, não quando lutamos por
nós mesmos para vencer a nossa carne.
Na queda do homem, a vida divina foi tirada de nós a partir de Adão, deixando-nos mortos
espiritualmente, sem poder de controlar a nossa natureza carnal. Mas, ao nascermos de novo em Cristo, o
Espírito Santo vem habitar em nós, e implanta em nós a natureza divina (2Pd.1.4) através da nossa união com
Cristo. E por meio de Cristo e do Espírito Santo que possuem a vida divina nós temos o poder sobre a nossa
natureza pecaminosa, aleluia!
Como Paulo diz ao Escrever sua carta aos Filipenses, Deus agora opera em nós tanto o querer como o
poder para realizar: “pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele”.
Fp.2.13 NVI

Deus através da habitação do seu Espírito Santo em nós nos dá tanto a vitória quanto o
poder sobre a nossa natureza pecaminosa.
O Espírito de Deus nos dá forças para vencer o pecado em nossa vida, e os nossos maus hábitos, à
medida que nos entregamos completamente a ele. Por isso, as palavras de Paulo em Gálatas 5.16: “Por isso eu
digo: deixem com que o Espírito guie o comportamento de vocês. Assim não satisfarão os maus desejos da sua natureza
pecadora”. Gl.5.16 VFL
Sob o poder e controle do Espírito Santo podemos e andamos em "novidade de vida" (Rm.6.4),
vencemos o poder do pecado em nossa vida (Rm.6.14), e vivemos de uma maneira que agrada a Deus (Rm.7.6).
Nós temos uma velha natureza dentro de nós que fará de tudo para nos manter presos ao pecado. E
enquanto caminharmos a nossa vida cristã apenas em nossa força, seremos bem sucedidos por um momento,
mas, quando menos esperarmos nós seremos surpreendidos por nossas trevas interiores. E por quê? A resposta é
simples! Não podemos vencer a nossa velha natureza por nós mesmo. Se dependermos da energia da carne, não
poderemos servir e agradar a Deus nem fazer coisa alguma que se aproveite. Mas, se nos entregarmos ao
Espírito Santo, teremos o poder necessário para obedecer à vontade de Deus. O segredo para fazer o bem é se
entregar ao Espírito Santo!
É nossa união com Cristo que nos capacita a fim de servirmos a Deus de modo aceitável. Entregues a
nós mesmos, às nossas próprias limitações humanas, não conseguimos viver a vida abundante, da comunhão
com Deus. Mas, graças a Deus que Cristo venceu por nós nossas enfermidades genéticas do pecado. Em Cristo
temos o que não podíamos ter sob a lei e com o nosso próprio esforço, o poder para vencer a inclinação da
nossa natureza pecaminosa.
Agora preste atenção, é bem verdade que, embora não estejamos mais “na carne”, a carne está em nós.
Mas, depois que cremos, o próprio Espírito de Deus vem habitar em nós como o verdadeiro dono da casa. A
carne, ou seja, o “velho homem”, o antigo proprietário, está presente agora apenas como um indesejável

Pib Comodoro/MT
18 e 24 de Abril de 2021.
“Mensagem de Domingo”.
locatário, confinado em um quarto. Ela já não tem nenhum direito, mas eu tenho de vigiar e não abrir a porta
para ele.
Como alguém já disse: “Não podemos amar a Deus e paquerar com o pecado ao mesmo tempo”.
Quarta atitude...
Renda-se totalmente ao governo de Jesus.
Há um provérbio indígena cheyennes que diz: “Dentro de mim, existem dois lobos: O lobo do ódio e o
lobo do amor. Ambos disputam o poder sobre mim. E quando me perguntam qual lobo é vencedor, respondo: O
que eu alimento”.
Essa sabedoria também pode ser aplicada naquilo que diz respeito a derrotarmos nossas trevas
interiores. Você só será capaz de vencer as suas inclinações carnais, ou seja, a sua tendência natural ao pecado
se decidir a que natureza você vai alimentar: sua velha natureza pecaminosa ou a sua nova natureza em Cristo. 12
Por isso, a exortação de Paulo frequente em suas cartas em dizer que devemos nos render inteiramente
ao governo de Jesus. Paulo usa varias expressões para descartar essa nossa necessidade.
Em Romanos capítulo 6.12-14 a expressão é entrega completa: “Portanto, não deixem que o pecado domine o
corpo mortal de vocês e faça com que vocês obedeçam aos desejos pecaminosos da natureza humana. E também não entreguem nenhuma
parte do corpo de vocês ao pecado, para que ele a use a fim de fazer o que é mau. Pelo contrário, como pessoas que foram trazidas da morte
para a vida, entreguem-se completamente a Deus, para que ele use vocês a fim de fazerem o que é direito . O pecado não dominará vocês,
pois vocês não são mais controlados pela lei, mas pela graça de Deus”. Rm.6.12-14 NTLH
Ao dizer: “Entreguem-se completamente a Deus...”, em outras palavras o que Paulo está dizendo é –
rendam-se ao seu governo, permita que ele direcione e guie completamente a vida de vocês. Não apenas parte
dela, mas sim, ela em toda a sua totalidade. Tudo aquilo que compõe e constitui a vida de vocês: mente,
emoções, desejos e vontades, atitudes, ações e comportamento.
Só quando há uma entrega completa do nosso ser ao governo de Jesus que podemos de fato vencer as
nossas trevas interiores.
Se entregar por completo significa dar-se por inteiro a Deus, sem restrições ou reservas. Jesus fala sobre
essa realidade ao dizer aos seus discípulos que os mesmos deveriam amar a Deus "com todo seu coração, e com
toda sua alma, com todas as suas forças e com todo o seu entendimento" (Lc.10.27) .
Muitas vezes a nossa entrega a Deus acaba sendo de certa forma de "ao meio coração". Principalmente,
quando somos confrontados com o custo dessa entrega para nós.
A salvação não nos custa nada, mas ser discípulo nos custa tudo. Jesus sempre alertou o seus
discípulos sobre essa verdade: “Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome
diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a
salvará”. Lc.9.23-24 NVI
“Uma grande multidão ia acompanhando Jesus; este, voltando-se para ela, disse: "Se alguém vem a mim e ama o seu
pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu
discípulo. E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo”. Lc.14.25-27 NVI.
Quando os romanos executavam um criminoso, este tinha a obrigação de levar a cruz em que iria ser
pendurá-lo. Isto mostrava submissão a Roma e, além disso, advertia aos observadores de que lhes era melhor
submeter-se. Jesus ao ensinar a multidão e os seus discípulos sobre a necessidade de tomar a cruz para segui-lo
estava pedindo para que as multidões e os seus discípulos avaliassem seu entusiasmo em se declarar seus
discípulos. Pois, teriam que converter o superficial em algo profundo, do contrário irá retroceder. Seguir a
Cristo significa submissão total ao seu governo, possivelmente até morrer por ele literalmente.
Tomar a cruz significa estar disposto a morrer para as nossas vontades, a abrir mão de nossos interesses
próprios por amor a Jesus, e submissão ao seu governo. É ter como base e fundamento de nossas escolhas e
ações Cristo. É escolher o nosso caminho, atitudes e ações tomando o Senhor Jesus como modelo e não apenas
inspiração.
Quando a questão é a submissão ao governo de Jesus é impossível ser neutro. Cada pessoa tem um
senhor: Deus ou o pecado. Um cristão não é alguém que não pode pecar, mas, sim alguém que já não é escravo
do pecado, pois pertence a Deus:
“Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne, como se estivéssemos obrigados a viver segundo a carne. Porque,
se vocês viverem segundo a carne, caminharão para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificarem os feitos do corpo, certamente
viverão. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. Rm.8.12-14 NAA

Pib Comodoro/MT
18 e 24 de Abril de 2021.
“Mensagem de Domingo”.
Portanto, irmãos, vocês não têm de fazer o que sua natureza humana lhes pede, porque, se viverem de acordo com as
exigências dela, morrerão. Se, contudo, pelo poder do Espírito, fizerem morrer as obras do corpo, viverão, porque todos que são
guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. NVT
Em Gálatas 2.20 a expressão usada por Paulo é estar crucificado com Cristo para descrever nossa
rendição ao governo de Jesus: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim . A
vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Gl.2.20 NVI
O que Paulo está dizendo aqui é que ele está morto para ele mesmo. Paulo não tem mais o controle de
sua vida. Sua vida não lhe pertence mais.
Estar crucificado com Cristo significa que estamos dizendo que estamos mortos para nós mesmos. O eu
ou o ego é lançado fora. O nosso “eu” precisa ser lançado fora! Estar crucificado com Cristo significa morrer
para si mesmo. O velho homem precisa ficar fora, precisa ser desempregado, destruído, destituído. A pessoa
crucificada com Cristo não mais vive sua própria vida, pois esta foi lançada fora. Agora é Cristo quem vive 13
nela. Tudo que faz, é feito por Cristo, em Cristo e para Cristo. Não tenho mais o direito de viver como eu quero,
agora só posso viver o que Jesus quer viver. Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.
Quando eu vivo por mim mesmo, não permitindo que Cristo viva em mim, confio na minha
competência para me tornar feliz. Glorio-me em mim mesmo. Acho-me, com raras exceções, o máximo.
Quando desejo que Cristo viva em mim, Ele me capacita a viver.
Ser alcançado pela graça não quer dizer que não tenho que fazer nada, que eu não tenho que me esforçar
para viver bem, que eu não tenho que cuidar de meu corpo, que eu não tenho que lutar para preservar minha
mente sadia, que eu não tenho que batalhar para manter relacionamentos saudáveis. Eu tenho, como todos os
seres humanos, com a diferença que não confio que vá conseguir tudo isto sozinho e por mim mesmo. Minha
luta, em quaisquer frentes, deve ser travada segunda a eficácia da cruz, que opera em nós poderosamente
(Cl.1.29). O Cristo, que vive em mim, me capacitará, orientando meu esforço para as direções corretas,
inclusive a orientação de não confiar em mim mesmo.
Estar crucificado com Cristo significa que eu não vivo mais de acordo com as concupiscências e desejos
pecaminosos da minha carne, eu não mais cometo o que sei ser pecado de maneira voluntária e consciente.
João fala desta verdade em sua primeira carta:
“E vocês sabem que ele se tornou homem a fim de poder tirar os nossos pecados, e que nele não há pecado. Portanto, se
permanecermos junto dele e lhe formos obedientes, não pecaremos também; mas aqueles que continuam pecando devem entender isto: eles
pecam porque realmente nunca o viram nem o conheceram. Meus filhinhos, não deixem que ninguém engane vocês acerca disto: se vocês
estão constantemente fazendo o que é justo, é porque vocês são justos, assim como ele é justo. Mas, se vocês continuarem a pecar, isso
demonstra que vocês são do diabo, porque o diabo peca desde a criação do mundo. Mas o Filho de Deus veio para destruir essas obras do diabo.
A pessoa que nasceu na família de Deus não faz do pecado um hábito, porque agora a vida de Deus está nela e, portanto, ela não pode
continuar pecando, pois essa vida nova nasceu dentro dela e a domina — ela nasceu de Deus.” 1Jo.3.5-9 Bv
A questão chave para entendermos o que o apóstolo João está querendo nos ensinar aqui, é as suas
palavras no verso 9 que diz: “A pessoa que nasceu na família de Deus não faz do pecado um hábito, porque agora a vida
de Deus está nela e, portanto, ela não pode continuar pecando...”. Bv
João não está dizendo que o crente não peca nunca mais depois de ter entregado a sua vida a Cristo. O
que ele está de fato afirmando é que o pecado para o crente não é mais um hábito em sua vida, mas, sim um
erro de percurso, uma acidente, um intruso em sua vida.
João não está falando aqui de pessoas que lutam com o pecado em algumas áreas da sua vida e que
ainda não caminham em completa vitória, mas, sim daqueles que praticam o pecado de maneira confortável e
procuram formas de justificá-lo em sua vida.
Os verdadeiros crentes não fazem do pecado uma prática nem são indiferentes a sua presença em sua
vida. Todos os crentes ainda pecam, mas se esforçam para ganhar a vitória sobre o pecado, através do poder do
Espírito Santo. E a razão do pecado não ser mais um hábito em nossa vida é apresenta por João: "A semente de
Deus ou a vida de Deus permanece nele" . Isso significa que os verdadeiros crentes não fazem do pecar uma prática
porque a nova vida de Deus nasceu neles e agora os domina.
O que João está dizendo é que ao nascermos de novo em Cristo, Jesus nos dá uma nova vida, em que o
Espírito Santo vem viver em nós. Quando isso acontece, Deus nos perdoa e nos aceita totalmente. O Espírito
Santo nos dá uma mente nova e um novo coração, vive em nós e nos ajuda a ser como Cristo e nos dá poder
para vencer a força do pecado em nós.
Se você deseja vencer suas trevas interiores é fundamental que esteja disposto a se render
completamente ao governo de Jesus. Quando isso acontece em nossa vida recebemos dele o poder de vencer a

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nossa natureza pecaminosa que habita em nós. Jesus só pode transformar aqueles que estão inteiramente
debaixo do seu governo.
A conversão é um ato e ao mesmo tempo um processo. Jesus nos regenera por inteiro quando
entregamos a nossa vida a ele, e nos transforma a sua imagem e semelhança à medida que rendemos a ele
o governo de nossa vida dia a dia.
Quinta atitude...
Aceite o perdão de Deus sobre a sua vida e perdoe-se.
Algo necessário para todo aquele que quer derrotar as suas trevas interiores é aceitar o perdão de Deus
sobre a sua vida e perdoar-se.
Em nossa caminha com Cristo, independente da questão do tempo ou do nível que nos encontramos
haverá momentos que vamos tropeçar é cair. E a grande questão é o que faremos nestes momentos? 14
A atitude proposta pelas Escrituras Sagradas é nos arrepender, confessar o nosso pecado, tomar posse do
perdão de Deus e nos perdoar.
Paulo nos diz: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo
Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte . Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar
enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado . E
assim condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências da lei fossem plenamente satisfeitas em nós , que não
vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito”. Rm.8.1-4 NVI
O que Paulo está dizendo aqui é que por causa daquilo que Jesus fez por nós na cruz do Calvário não há
mais condenação de Deus sobre a nossa vida. Aqueles que creem no sacrifício de Jesus e como expressão
prática desta fé se rende ao seu governo desfrutam do perdão de Deus.
Ao dizer que não há mais condenação, Paulo diz que não há mais dívida com Deus, não há mais
penalidade a ser executada sobre a nossa vida, não há mais maldição em relação ao pecado em nossa vida, a ira
e a justiça de Deus foram satisfeitas.
Agora veja bem. Isso não aconteceu por nossos méritos, não aconteceu por se cumprir o que a Lei
manda, mas, sim por causa do que Jesus fez: “porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei
do pecado e da morte. Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu
próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado. E assim condenou o pecado na carne...”. v.2-3 NVI
Jesus se deu em sacrifício por nossos pecados. Nos tempos do Antigo Testamento, ofereciam-se
continuamente sacrifícios de animais no templo. Os sacrifícios mostravam aos israelitas a seriedade do pecado:
o sangue devia ser aspergido para que o pecado fosse coberto aos olhos de Deus que concedia o seu perdão aos
israelitas: “Pois a vida da carne está no sangue, e eu o dei a vocês para fazerem propiciação por si mesmos no altar; é o sangue
que faz propiciação pela vida”. Lv.17.11 NVI
Mas na verdade o sangue dos animais não podia tirar o pecado, como diz o escritor aos Hebreus:
“Contudo, esses sacrifícios são uma recordação anual dos pecados, pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire
pecados”. Hb.10.3-4 NVI
Os sacrifícios representavam e apontavam para o sacrifício de Cristo, quem pagou o castigo de todos os
nossos pecados e tem o poder de nós purificar de uma vez por todas de todo o pecado:
“Pelo cumprimento dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas.
Dia após dia, todo sacerdote apresenta-se e exerce os seus deveres religiosos; repetidamente oferece os mesmos sacrifícios, que nunca podem
remover os pecados. Mas quando este sacerdote acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de
Deus. Daí em diante, ele está esperando até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés; porque, por meio de um único
sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados. O Espírito Santo também nos testifica a este respeito. Primeiro ele diz:
"Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor. Porei as minhas leis em seus corações e as escreverei em suas mentes"; e
acrescenta: "Dos seus pecados e iniquidades não me lembrarei mais". Onde essas coisas foram perdoadas, não há mais necessidade de
sacrifício pelo pecado!”. Hb.10.11-18 NVI
O que o escritor aos Hebreus está nos ensinando é que os sacrifícios de animais praticados no Antigo
Testamento não podiam tirar o pecado de quem os oferecia, mas, simplesmente os tiravam de vista ou os
cobriam diante da vista de Deus. Na verdade eles apontavam para Jesus, que através de sua morte na cruz e
ressurreição não apenas os cobririam diante dos olhos de Deus, mas os removeria de nós de uma vez por todas
para sempre.
Jesus veio para tirar de nós de forma permanente a culpa e a condenação dos nossos pecados,
aleluia! O escritor aos Hebreus nos diz que Jesus nos fez perfeitos e também santificados. Mediante sua morte

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e ressurreição, Jesus nos fez perfeitos de uma vez por todas e para sempre, ante os olhos de Deus. Ao mesmo
tempo, ele também está nos santificando em nossa caminhada com ele aqui.
O escritor aos hebreus ainda diz que nunca mais Deus se lembrará dos nossos pecados. Deus nos perdoa
por completo todos os nossos pecados. Como crentes podemos ter a certeza de que nossos pecados, os que
confessamos e abandonamos, foram perdoados e esquecidos.
O apóstolo João também nos fala sobre a mesma verdade: “Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz,
temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se afirmarmos que estamos
sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo
para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”. 1Jo.1.8-9 NVI
Na época do Antigo Testamento, os israelitas simbolicamente transferiam seus pecados à cabeça de um
animal, que depois era sacrificado (Lv.4). O animal morria em seu lugar, redimindo-os do pecado e lhes
permitindo que seguissem vivendo debaixo do favor de Deus. Mas, hoje essa pratica não é mais necessária. 15
Pois, esses sacrifícios anunciavam o dia em que Cristo tiraria por completo os nossos pecados.
Uma verdadeira limpeza do pecado veio por meio do Jesus, o "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo" (Jo.1.29). Jesus não morreu por seus próprios pecados; isso porque não os tinha. Em seu lugar, por uma
troca que nunca conseguiremos entender totalmente, ele morreu pelos nossos pecados e de todo o mundo.
Quando entregamos nossa vida a Cristo e nos identificamos com ele, sua morte se torna a nossa morte e
sua vida passa ser a nossa vida. Então, descobrimos que de antemão ele pagou o castigo de nossos pecados; seu
sangue nos limpou. Assim como ressuscitou do sepulcro, ressuscitamos para uma nova vida de comunhão com
ele e para a vida eterna (Rm.6.4).
Portanto, hoje o que precisamos fazer para derrotar as trevas interiores que ainda resta em nós e aceitar o
perdão de Deus que nos é oferecido através de Cristo.
Ao nos converter a Cristo são perdoados todos nossos pecados: passados, pressente e futuros. A
confissão que João se refere não é para ganhar a aceitação de Deus, mas, sim remover a barreira da nossa
comunhão com ele, gerada pelos nossos pecados não confessados.
Em Cristo Deus já nos perdoou, ou seja, nos declarou sem culpa e livre de toda condenação e maldição
do pecado. E também já nos purificou, ou seja, removeu toda sujeira, mancha que o pecado gerou em nós. Isso
deveria nos dar tranquilidade de consciência e acalmar nossas inquietações.
Em Cristo, o pecado foi condenado na carne, para que aqueles que estão na carne pecaminosa possam
ser justificados ou ter uma posição certa diante de Deus. A morte de Cristo por nós significa que ele foi
condenado por nós; que Deus castigou Cristo por causa dos nossos pecados. Deus condenar o crente novamente
seria o mesmo que dizer que Cristo não foi suficiente para justificar o pecador. Seria o mesmo que condenar
dois pelos pecados de um.
Jesus ao morrer por nós, nós também morremos com ele em sua morte. E ao ser condenado por meus
pecados, fomos condenados com ele, então não sou mais condenado por eles, pois em Cristo a minha sentença
foi cumprida.
Paulo apoia este grande fato de "nenhuma condenação há para os que estão em Cristo" mais adiante no
capitulo oito de Romanos ao dizer:
“Pois Deus conheceu de antemão os seus e os predestinou para se tornarem semelhantes à imagem de seu Filho, a fim de que ele fosse o
primeiro entre muitos irmãos. Depois de predestiná-los ele os chamou, e depois de chamá-los, os declarou justos, e depois de declará-los
justos, lhes deu sua glória. Nada pode nos separar do amor de Deus. Que podemos dizer diante de coisas tão maravilhosas? Se Deus é por nós,
quem será contra nós? Se ele não poupou nem mesmo seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, acaso não nos dará todas as outras
coisas? Quem se atreve a acusar os escolhidos de Deus? Ninguém, pois o próprio Deus nos declara justos diante dele. Quem nos condenará,
então? Ninguém, pois Cristo Jesus morreu e ressuscitou e está sentado no lugar de honra, à direita de Deus, intercedendo por nós”.
Rm.8.29-34 NVT
Neste trecho Paulo nos diz algumas coisas interessantes sobre a nossa salvação. A primeira é que a
nossa salvação é algo que envolve o nosso passado, presente e futuro.
Passado porque fomos salvos no momento em que cremos em Jesus como Senhor e Salvador de nossa
vida (Rm.3.21-26; 5.1-11; 6.1-11, 22-23); nossa vida nova, ou seja, a vida eterna começou nesse momento.
Presente porque nós estamos sendo salvo; ou seja, estamos em processo de santificação (Rm.6.1-8.39).
Mas ao mesmo tempo não recebemos por completo os benefícios e bênçãos da salvação que receberemos
quando o reino de Cristo se estabelecer definitivamente.

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Futuro porque embora estejamos seguros de nossa salvação, seguimos olhando com esperança e
confiança para aquela mudança completa de corpo e personalidade que nos espera além desta vida, quando
formos como Jesus é (1Jo 3.2).
Outra coisa que Paulo diz aqui é sobre o perdão que nos alcançou em Cristo. Paulo dimensiona a
extensão deste perdão ao responder as perguntas retóricas que faz nos versos 33-34: “Quem se atreve a acusar os
escolhidos de Deus?... Quem nos condenará, então?...”.
Então, Paulo diz: “Ninguém, pois o próprio Deus nos declara justos diante dele... Ninguém, pois Cristo Jesus morreu e
ressuscitou e está sentado no lugar de honra, à direita de Deus, intercedendo por nós”. Os três fatos citados por Paulo em
sua resposta revelam a nós a extensão e a eficácia do perdão de Deus estendido a nós através de Jesus. Estes
três fatos são: a Morte de Cristo, a Ressurreição de Cristo e a Intercessão de Cristo.
Jesus morreu a nossa morte e com isso pôs fim a nossa culpa e condenação. Jesus ressuscitou e com isso
compartilhou a sua vida conosco nos tornando capazes de vencer o pecado e caminhar em vitória diante do seu 16
poder em nós, através da presença e o poder do Espírito Santo. Jesus intercede por nós diante do Pai celestial e
com isso não precisamos ser atormentados por nossa consciência quando tropeçamos e pecamos, pois temos um
advogado que nos defende diante do pai.
Cristo morreu pelos pecados e quem estiver disposto a se declarar culpado e confiar em Cristo Jesus
como seu Senhor e Salvador, pode ter certeza do perdão de Deus sobre a sua vida:
“E, quando Deus considerou Abraão justo, não o fez apenas para benefício dele. As Escrituras dizem que foi também para nosso
benefício, pois elas garantem que também seremos considerados justos por crermos naquele que ressuscitou dos mortos a
Jesus, nosso Senhor. Ele foi entregue à morte por causa de nossos pecados e foi ressuscitado para que fôssemos declarados
justos diante de Deus”. Rm.4.23-25 NVT
A ressurreição de Cristo é o recibo de Deus para nós de que o que Cristo fez em Sua morte foi suficiente
para nossa salvação. Se Cristo não tivesse satisfeito a justiça, ele ainda estaria no túmulo. Mas por estar vivo,
Jesus é nossa garantia de que nossos pecados foram condenados nele e que não há mais condenação para nós.
Não há condenação para o crente porque está confiando no fato de que Cristo vive para interceder por
nós: "Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia de uma aliança superior... mas, visto que vive para sempre, Jesus tem um
sacerdócio permanente. Portanto ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus,
pois vive sempre para interceder por eles”. Hb.7.22,24-25 NVI
Nenhuma condenação, diz o sangue de Cristo! Nenhuma condenação, diz o túmulo poderoso de Cristo!
Nenhuma condenação, diz o céu aberto onde Cristo está sentado à destra de Deus, intercedendo por nós. Que
povo feliz devemos ser.
Nosso passado foi resolvido. Nosso presente está seguro, como só Deus o pode fazer. Nosso futuro está
garantido e quando ele voltar seremos semelhantes a ele. Devemos ser um povo agradecido. Não há bondade
nenhuma em nós que possa merecer ou causar tal perdão.
Quando cremos em Jesus como nosso Senhor e Salvador ocorre uma troca. Damos a Cristo nossos
pecados e ele nos dá sua justiça e seu perdão (2Co.5.21). Não há nada que possamos fazer para ganhá-lo. Só
através de Cristo recebemos a justiça de Deus e o seu perdão. Que oferta mais incrível para nós! Muitos ainda
não tomaram posse deste presente, por isso, seguem vivendo uma vida derrota pela culpa e condenação do
Diabo, presos as suas trevas interiores.
Deus faz um convite para mim e para você nesta manhã: “Busquem ao Senhor enquanto podem achar. Peçam
sua ajuda, enquanto Ele está perto. Os pecadores devem abandonar seus maus caminhos; devem deixar de lado seus maus
pensamentos. Todos devem se voltar para Deus, arrependidos! Assim, Deus mostrará a sua grande misericórdia, o Senhor
mostrará como é imenso o seu perdão”. Is.55.6-7 Bv
Além de aceitar o perdão de Deus, você também precisa se perdoar. Pois, só assim você derrota as
trevas interiores que ainda existem em você. Uma arma poderosa usada pelo diabo para nos manter cativos em
nossas trevas interiores é a acusação e condenação. E ele usa essa arma em nossa mente. Bombardeando-nos
constantemente com pensamentos que não somos verdadeiramente filhos de Deus, que não fomos libertos
porque ainda pecamos.
Isso acontece porque muitas vezes não tomamos posse do perdão de Deus conquistado por Jesus na
cruz, ou não nos perdoamos de nossos pecados e erros do passado. Meu amado, minha amada não há pecado do
qual Deus não possa te perdoar. Se Deus é capaz de lhe perdoar de qualquer pecado, já está na hora de você se
livrar deste fardo também.

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Deus diz através do profeta Isaías que dos seus pecados não se lembrará mais: “Assim diz o Senhor, aquele
que fez um caminho pelo mar, uma vereda pelas águas violentas... "Esqueçam o que se foi; não vivam no passado. Vejam, estou
fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês não o percebem?... "Sou eu, eu mesmo, aquele que apaga suas
transgressões, por amor de mim, e que não se lembra mais de seus pecados”. Is.43.16,18-19, 25 NVI
O apóstolo João nos ensina uma verdade que precisa ser constantemente uma realidade em nossa vida:
“Essa é a maneira pela qual podemos saber que pertencemos à verdade. Essa é também a maneira pela qual podemos nos sentir
em paz com Deus, mesmo que o nosso coração nos acuse de termos pecado. Deus é maior do que o nosso coração e conhece
todas as coisas.”. 1Jo.3.19-20 VFL
Muitas vezes diante de nossos erros e pecados nos sentimos culpados, e essa culpa acaba correndo a
nossa alma, mesmo depois de confessar os nossos erros e pecados a Deus e ele já ter nos perdoado. Como nós
escapamos dessa acusação e condenação? Tomando posse do perdão de Deus e nos perdoando.
Se a sua consciência te condena, mesmo depois de você se ter se arrependido e confessado o seu pecado.
Não caminhe com base em seus sentimentos, mas ponha a sua confiança e o seu coração no amor de Deus por 17
você. Quando nos sentirmos culpados, devemos nos lembrar de que Deus conhece nosso coração tão bem como
nossa conduta. Sua voz de aprovação é mais forte que a voz que acusa a nossa consciência.
Se estivermos em Cristo, ele não nos condenará (Rm.8.1, Hb.9.14-15). Se você não consegue se
perdoar, lembre-se de que Deus é maior que sua consciência.
Muitas vezes o diabo usa uma falsa culpa para nos acusar, nos condenar e nos manter aprisionados as
nossas trevas interiores. E parece não haver jeito de proteger nossos ouvidos da voz de autoacusação. Esse
acusador interno hora insulta e põem em dúvida a qualidade da nossa fé. Em outros ele cava até o mais fundo e
mais delicado ponto de nossa consciência, encontra o pecado do qual temos mais vergonha e sustenta que
aquilo é imperdoável e que estamos além do alcance da misericórdia de Deus.
Mas, a beleza das Escrituras Sagradas está em nos revelar que essa não é a verdade sobre nós. Nossos
pecados já foram perdoados, não há mais nenhuma condenação sobre nós. E assim como Deus nos perdoou, nós
também podemos nos perdoar e, deixar os nossos fardos de culpa e condenação aos pés do Senhor.
Embora ainda haja uma natureza pecaminosa dentro de nós, não é assim que Deus nos enxerga mais.
Deus nos enxerga através dos olhos de Cristo, e é assim que devemos nos enxergar também: “De modo que, de
agora em diante, a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano. Ainda que antes tenhamos considerado a Cristo
dessa forma, agora já não o consideramos assim. Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já
passaram; eis que surgiram coisas novas!”. 2Co.5.15-17 NVI
A nossa tendência é enxergar as pessoas no natural como elas são, sem levar em conta aquilo que Jesus
já fez por elas na cruz do calvário. Deus quer que a gente aprenda a enxergar as pessoas como elas são no
mundo espiritual assim nós ajudamos a vida delas a serem transformadas e as nossas também!
Ao dizer que “a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano...”. Paulo que dizer que não devemos
enxergar a nós mesmos mais da perspectiva natural e humana. Mas, nós devemos nos enxergar como somos em
Cristo, pela ótica do Espírito Santo! Como nós somos pela ótica do Espírito Santo? Nossa vida está em Cristo,
ou seja, oculta, escondida nele! Toda realidade do que aconteceu com Jesus agora aconteceu para você porque
você está nele! (Rm.6.6,11;Ef.2.6). Quanto mais você enxerga essa realidade espiritual, mais ela vai tomar
conta da sua vida!
O apóstolo Tiago vai nos dizer que para andarmos em vitória devemos nos manter olhando no espelho
da Palavra de Deus para enxergarmos a nossa nova identidade, quem nós somos em Cristo! (Tg.1.24-25) Não
existe atalho, o segredo é meditar na Palavra! Tem mais de 300 versículos que falam sobre essa nova
identidade. Quando você fica meditando nisso, sua vida muda! (2Co.3.18). Você não só vê a sua nova
identidade, você vê a glória do Senhor! (Cl.1.27). Quando você se olha no espelho, você vê o próprio Jesus
dentro de você!
Qual é a imagem que você tem de você? Sabe que Deus te vê assim: uma nova criatura. E não importa
o que você tenha feito um dia. Deus te vê como nova criatura, lavado no sangue de Jesus Cristo, restaurado,
limpo, regenerado, justo, santo! Nós precisamos aprender este padrão: o movimento da autoacusação e da
autocondenação para a autoproclamação das boas novas de Jesus Cristo.
À medida que a nossa consciência nos sonda interiormente, somando pecados passados, rememorando
fracassos presentes, ela apenas encontrará razões para duvidarmos de nós mesmos, o desencorajamento e o
temor. Mas, se focarmos a nossa atenção e ouvidos naquilo que o Senhor declara ao nosso respeito, veremos

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que em Cristo Jesus Deus nos enxerga de maneira diferente. Em Cristo somo nova criatura, gerados pelo
Espirito Santo e pela Palavra para toda boa obra e gloria do seu nome.
Isso exige que mantenhamos nossos olhos na Bíblia, ouvindo a voz de Deus, encontrando a nossa
confiança nele e em suas promessas, e não em nós mesmos. E o que nós descobriremos na Palavra é que, “se o
nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas” (1Jo.3.20).
Isso é verdadeiro, ele sonda o nosso coração de modo mais penetrante do que a nossa consciência, e ao
fazer ele sabe que nós somos de fato piores do que jamais imaginamos. Mas, a despeito disso, “Cristo morreu em
nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Rm.5.8, NVI).
Quando João reflete sobre isso ele percebe o impensável: Deus está do nosso lado mesmo contra o nosso
coração. Deus jamais iria voltar-se contra nós, depois de entregar o seu Filho por nós, ou de que o Filho iria nos
abandonar, quando foi ele mesmo que morreu por nós e que vive a interceder por nós. Deus já te perdoou em
Cristo, para que você possa te perdoar também. 18
O único antídoto para a condenação que parte de nosso próprio coração é Jesus. Ele nos dá um novo
coração, Ele muda nossa sorte, nos torna vencedores, nos honra diante dos homens e nos enche do Espírito
Santo, cujo fruto conduz à paz. Não deixe que seu próprio coração lhe condene, mas se isso acontecer, entregue
tudo nas mãos de quem pagou por cada um dos pecados que nos acusam e receba em troca a paz de Cristo.
O sentimento de culpa é necessário quando ainda estamos vivendo no engano do pecado do qual todos
nós andávamos e do qual todos nós necessitamos ser libertos por Jesus, porque antes da libertação vem
necessariamente o arrependimento, depois o perdão e por fim a libertação da parte do Senhor.
Porém a eterna sensação de culpa, mesmo quando já nos arrependemos e nos entregamos totalmente ao
Senhor Jesus, e principalmente quando já estamos fazendo o melhor de nós buscando ser conforme a imagem
do Senhor, ai já não é de Deus não, mas sim do acusador dos nossos irmãos, (do maligno), pois quando estamos
vivendo em comunhão com o senhor o normal é que tenhamos uma consciência limpa pela fé na justificação
que há no sangue Jesus, pois como está escrito: “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa
consciência, e de uma fé não fingida”. 1Tm.1.5

A hora da decisão.
Nós fomos libertos do poder do pecado, mas não fomos livres ainda da presença do pecado. Por isso, há
uma luta constante acontecendo dentro de nós. Apesar de termos nascido de novo em Cristo, o velho homem
ainda continua dentro de nós.
E cabe a nós fazer morrer a sua influencia sobre nós em nosso dia a dia. Pois, apesar de mortalmente
ferido ele poderá nos contaminar.
A nossa natureza pecaminosa, o nosso velho homem, as nossas trevas interiores é um inimigo muito
mais poderoso do que o próprio “inimigo” satanás. O velho homem é terrível! Sem necessidade de “possuir” ou
“tomar” o cristão, por já habitar dentro de cada um de nós, ele anda conosco, dorme conosco, come conosco,
trabalha conosco, fala através de nossas bocas e vê através de nossos olhos. Aproveitando-se desta
proximidade, ele tenta voltar ao controle de nossas vidas. E ao conseguir ele nos rouba a alegria da salvação,
nos rouba a paz, e tenta impedir nossa comunhão plena com o Senhor.
O velho homem tenta, a todo custo, encher de pesar e de amargura o nosso coração. Luta para nos tornar
emocionalmente doentes e batalha contra a autoestima e o amor próprio do crente. Tenta de todas as formas
fragilizar a nossa espiritualidade, tentando nos impedir de desfrutar de todas as maravilhosas bênçãos que
Nosso Senhor Jesus conquistou e nos reservou. Quando acuado por esse inimigo impiedoso, o crente não pode
mais ser “luz do mundo” não se enxergando mais nele o brilho e a formosura de Cristo.
Por isso, precisamos derrotar as trevas interiores que existem em nós. E a maneira de fazermos isso é
através do poder do Espírito Santo de Deus, da vida de Deus fluindo em nós.
Jesus morreu e ressuscitou para nos dar poder sobre a nossa natureza pecaminosa. Em Cristo nós
estamos mortos para o pecado e vivos para Deus. Não há mais condenação sobre nós, mas sim o perdão e a vida
de Deus. Em Cristo uma nova natureza da parte de Deus, uma natureza divina foi implantada em você
(2Pd.1.4). E, essa nova natureza criada pelo Espírito Santo que faz que você esteja em Cristo (2Co. 5.17); lhe
empodera para não viver sob o domínio do pecado (1Jo.5.18). Faz com que você tenha prazer na lei de Deus e
ande em novidade da vida (Sl.1.2; 40.8; 119.72; Rm.6.1-4; 7.22). Essa nova natureza é alimentada pela Palavra
de Deus (1Pd.2.2), e pelo Espírito (Ef.3.16), através dos quais você pode ver a Deus (Mt.5.8).

Pib Comodoro/MT
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“Mensagem de Domingo”.
E por meio dela você pode vencer as trevas interiores que ainda existe em você. Tudo o que você precisa
fazer é:
 Admitir as trevas que existe em você;
 Posicionar-se diante dos seus maus hábitos;
 Reconhecer que você não pode vencer sozinho;
 Render-se totalmente ao governo de Jesus
 Aceitar o perdão de Deus sobre a sua vida e se perdoar.

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