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http://www.youtube.com/watch?v=MNgB_Pl5plc
Não, o crente não consegue viver uma vida absolutamente sem pecado neste
mundo porque dois dos três aspectos do pecado – pecado como prática e
como natureza – são impossíveis aniquilá-los enquanto estivermos nesse
corpo corruptível. Mas o pecado como culpa, que gera a condenação, é
possível aniquilá-lo nessa existência. Ou seja, o crente é liberto plenamente
(absolutamente) da culpa do pecado que foi imposta a toda humanidade por
causa da queda de Adão. Todo ser humano tem uma culpa que é imputada,
mas não é adquirida com práticas; por isso ninguém nasce inocente. Toda a
humanidade está debaixo da culpa e da condenação do pecado.
Os 3 aspectos do pecado:
Enfim, nessa vida não há como o crente se livrar do pecado como ato e
do pecado como natureza (o que vai acontecer é uma redução, mas vai
estar lá no ser do crente, pois a luta é contínua, não tem como ele
relaxar); nessa vida o crente se livra do pecado como culpa/condenação.
I Jo 1:8: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos,
e não há verdade em nós”. O apóstolo João afirma que nós crentes pecamos
sim, mas a solução para o pecado não é a visão proto-gnóstica, que é se tornar
perfeito; também não é se enganar dizendo “não, eu não pequei, eu não fiz
nada”; mas a solução é se arrepender. Ou seja, a solução pra se livrar do
pecado é a confissão de pecados, mas não a busca de uma perfeição
ilusória e nem o amadurecimento espiritual. No séc. I existia um gnosticismo
em formação, um proto-gnosticismo; e só no séc. II é que o gnosticismo
amadurece, toma corpo.
I Co 10:12,13: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. Não veio
sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará
tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para
que a possais suportar”. É um versículo que mostra que nós não podemos
lançar sobre os ombros de Deus os nosso fracassos.
Há tentações de origem externa, como em I Cor 10; são aquelas que nos
sobrevêm, que os cercam e que nos convidam e chamam-nos (mas o Senhor
não permitirá que elas te levem e te obriguem a pecar). E há tentações de
origem interna, como diz Tiago; elas estão lá, dentro da gente, dentro do nosso
coração (como diz Jesus em Mt 15.19), e muitas vezes não conseguimos nos
livrar delas; elas continuamente nos convidam em certas direções, e o crente,
muitas vezes, em sua jornada, se surpeende tropeçando, caindo. É por isso
que precisamos de um Advogado. Se nós cheguássemos ao ponto em que
essas tentações nunca tivessem efeito nenhum sobre nós, e pudéssemos, com
todo vigor, vencer essas tentações que são geradas dentro de nós (como diz
Tiago), então, não precisaríamos de um Advogado junto ao Pai. Veja Rm 7.23:
“Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu
entendimento [mente], e me prende debaixo da lei do pecado que está nos
meus membros”.
Fp 1:6: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa
obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo”; 1 João 3:2: “Amados, agora
somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas
sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque
assim como é o veremos”. Esses dois textos mostram que existe um trabalho
de aperfeiçoamento que só vai terminar quando Jesus nos chamar, quando
estivermos no estado eterno; é claro que esse aperfeiçoamento não é somente
a questão do pecado, mas o livramento da morte, da realidade presente, etc.
a) todo aquele que tem a esperança de um dia encontrar com Jesus e ser
semelhante a Ele, então purifica-se a si mesmo porque Ele é puro. Ora, se
fosse possível ser perfeito aqui na terra, então não precisaria mais purificar-se,
ou seja, ele poderia dizer “eu tenho a esperança, mas não tenho do que me
purificar”: “E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo,
como também ele é puro” – I João 3:3.
Se Cristo pagou o preço pelos nossos pecados por que ainda sofremos
consequências? Cristo nos livrou das consequências jurídicas do pecado (o
pecado gera culpa e esta a condenação – inferno eterno), mas não de todas as
consequências, i. e., Ele não nos livrou das consequências naturais dos nossos
atos pecaminosos.