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Santidade: Comportamento
aperfeiçoado

“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós


também santos em toda a vossa maneira de viver;
1 Pedro 1.15,16
porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou
santo.”
Não podemos negar que existe um desejo da parte de
Deus, uma expectativa para que tenhamos um estilo de
vida que corresponda ao que nos tornamos nEle através
de Cristo. O versículo acima menciona a santidade como
um estilo de vida. Como ser santo neste nível? Seria
muita pretensão ser Santo como Cristo?
Verdadeiramente, é possível?
Para responder a essas perguntas, precisamos nos
envolver com o tema na Bíblia e, assim, tomar
consciência de como os textos nos apresentam esse
estilo de vida.
“Jesus Cristo nos tornou SANTOS”
Ele nos reconciliou pelo corpo físico de Cristo,
mediante a morte, para apresentar-nos, diante Dele,
santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação,
como está em Colossenses 1.22. Foi exatamente isso que
Jesus fez por nós, mudou nossa natureza, nos tirando da
escravidão do pecado e dos desejos carnais, que não nos
pertencem mais. Para isso, nos deu uma nova condição,
uma identidade: SUA natureza, que é Santa.
É interessante notar que essa não foi uma nova ideia
criada na ressurreição de Cristo. Ele havia planejado
essa condição antes da fundação do mundo. Jesus veio,
justamente, para cumprir a vontade do Pai e nos
habilitar a ter Sua natureza.
“Porque Deus nos escolheu Nele antes da criação do
mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua
Efésios 1.4
presença.”
A Santidade pode ser entendida como um ato único da
parte de Cristo, que mudou nossa natureza de
pecadora para SANTA. Este ato se dá mediante o crer e
confessar a Jesus. Regenerados pela Palavra, sendo
uma Nova Criatura com a natureza de Cristo, somos
santos porque Ele assim nos tornou, e podemos andar
em santidade, porque Ele nos capacitou.
Devemos entender a santidade não apenas como um
único feito, mas também sob o ponto de vista de um
processo:

 Fomos santificados – quando aceitamos a Jesus,


somos santificados. Nossa vida é dedicada a - 1 Coríntios 1.2
Deus; não somos mais escravos do pecado, pois
agora, com a natureza de Cristo (santa), temos - 1 Coríntios 6.11
condições de escolher não pecar.
 Estamos sendo santificados – a santificação
também é progressiva na vida do crente,
transformando seu caráter, para que se torne
como o de Jesus, à medida que se expõe a SUA
PALAVRA. “Santifica-os na verdade, tua Palavra é
- João 17:17
a Verdade”. Nesse sentido, estamos sendo
santificados, quando a Palavra lida, meditada e
- 2 Coríntios 3.18;
transformada em prática de vida, renova nossa
mentalidade (Metanoia). Assim, nossos
- 2 Coríntios 7.1
pensamentos e desejos se alinham ao mesmo
pensar de Cristo; por isso, podemos afirmar que
conhecemos a perfeita vontade de Deus Pai, pois
temos a mente renovada pela Palavra. Assim, a
santificação que mudou nossa natureza, por
causa do feito de Cristo, agora chega em nossa
mentalidade como uma nova forma de pensar,
que molda e alinha nosso agir.
 Seremos santificados – quando Jesus vier nos
buscar, seremos completamente santificados,
livres de todo o pecado e impureza. Nosso corpo
mortal será revestido pela imortalidade através
da glorificação, quando teremos, da parte de
Cristo, uma nova edificação, que será eterna e
- 1 Tessalonicenses 5.23-24
incorruptível. Seremos, então, completamente
aperfeiçoados e viveremos eternamente com
Cristo.
Nossa posição em Deus é de sacerdócio real, um povo 1 Pedro 2.9
escolhido, separado e destinado para ser santo.
Na Bíblia, encontramos essas três palavras ligadas à
santidade:

 Santo: Identidade que ganhamos em Cristo; Ele 1 Coríntios 1.2


tirou de nós a natureza pecaminosa e nos deu uma
natureza de santidade. Palavra mais comumente usada
para os filhos de Deus; refere-se à comunidade/povo
dos filhos de Deus. João 17.15,16
 Santo: “Separado”. Somos separados, ungidos Hebreus 7.26
para uma função no Reino. Somos separados daquilo
que é impuro.
 Santos: Comportamento de pureza, inocência, João 8.34,35
piedade, renúncia e devoção; um estilo de vida santo,
longe do pecado, consagrado, que manifesta as
virtudes de Cristo.
Sendo expostos a esses textos bíblicos, podemos afirmar
que a SANTIDADE é um processo que só termina quando
tivermos nosso corpo glorificado, na vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo. Podemos afirmar que, dependendo
do contexto, SANTIDADE pode ser entendida como
sendo SEPARADO/UNGIDO. Neste caso ligando-se ao
sagrado como IDENTIDADE, remetendo-nos ao DNA de
Cristo implantado em cada um que foi transformado em
seu espírito pelo agir regenerador. Pode ainda ser
compreendido como NATUREZA, neste caso ligando-se
ao fato de que um filho de Deus é santo como Ele é, e
isto é evidenciado através do comportamento.
Partindo desses princípios, podemos definir Santidade
também como POSICIONAL OU COMPORTAMENTAL.

 Santidade Posicional: Posição de filho alcançada 2 Coríntios 5.21


através da graça. Ele nos alcançou por Sua Graça
e santos somos, pois fomos perdoados de nossos
pecados, ungidos e, por sua misericórdia,
separados e gerados.
 Santidade Comportamental: Agir como filho está Colossenses 3.5-12
relacionado ao proceder, como cada um dos
filhos agirá. Dependerá da disposição e da
vontade do filho de se mover dentro do nível de
Palavra a que se expôs e do tanto que quiser ser
obediente em relação ao que conheceu.
Deus é Santo e Ele não pode se relacionar com o pecado. 1 Pedro 1.15
Ele anseia pelo relacionamento com seus filhos, por isso
nos deu essa determinação de sermos santos, assim
como Ele é.
Santidade não é um conjunto de regras, é um estilo de
vida, uma consciência da presença de Deus que habita
em nós, que está o tempo todo conosco; por isso, por
onde passarmos, poderemos exalar o bom perfume de
Cristo, o perfume da santidade.

Características de santidade:

 Ser separado para a perfeita vontade de Deus de


forma a viver uma vida plena em obediência.

É necessário ter em mente a exclusividade que Deus


precisa ter em nós no nosso procedimento. Esse selo de 2 Coríntios 7.1
exclusividade foi outorgado com o Espírito Santo, que
testifica com o nosso espírito que somos propriedade
de Deus.
Temer a presença é respeitar quem habita em nós;
isso nos faz ter a consciência de não querer desagradar
aquele que tanto nos amou. A Santidade não aponta
para um Pai exigindo demasiadamente do Filho. Não!
Qualquer um que enxerga a santidade como uma
forma de prisão, ainda não entendeu que o verdadeiro
escravo é quem peca, pois este não possui escolha. A
natureza pecaminosa não dá alternativa a quem por
ela foi subjugado, ele peca porque é pecador em seu
mais íntimo ser: sua natureza caída.
A santidade é a expressão de liberdade, por isso,
podemos tê-la ou não como um estilo de vida;
sabendo, porém que, decidindo tê-la, estamos em
direção à vida abundante que o Pai reservou para
aqueles que o amam. No amor, há liberdade. Quando
nossa natureza pecaminosa foi transformada na
natureza de Cristo, passamos a ter condições, em
nosso mais íntimo ser (no espírito), de andar em
retidão diante do Pai. A Santidade é o estilo de vida de
quem é livre para escolher e foi ungido com o próprio
Espírito de Deus, que é Santo, para assim viver.
Tínhamos uma dívida que era impagável, mas Jesus,
com seu sacrifício perfeito, a pagou e nos transportou
do império de trevas para o reino de Amor, que
dissemina a justiça, a paz e a alegria. Nesse reino existe
uma forma de caminhar, que é o caminhar adequado,
através de uma vida de santidade, em que podemos
andar acima do pecado e da morte.

O contrário de uma vida em santidade é uma vida em


pecado, e esta tem as seguintes características:

 Errar o alvo.
 Violar uma regra, cruzar uma linha.
 Cometer um agravo, um delito.
 Transmitir a ideia de torcer ou perverter
deliberadamente.
 Desviar da fonte da vida.
 Divisão entre o homem e Deus.
Uma porta aberta para o pecado traz consequências e
dificuldades para a vida de qualquer pessoa. Não
erraremos o alvo.
Quando Adão pecou, ele entregou para o Diabo o
governo de sua vida. O pecado da desobediência Efésios 4.27
àquilo que Deus havia falado e a incredulidade
trouxeram a consequência de um espírito morto, e a
vida de Deus deixou de habitar nele. O Diabo tem esse
objetivo: matar, roubar e destruir. Precisamos
observar onde há possíveis brechas e fechá-las, para
que ele não faça aquilo que é designado a fazer.
Atualmente, estamos sempre sendo bombardeados
com a imoralidade desse mundo. Precisamos ter Tiago 1:14
certeza de quem somos, para que não sejamos
influenciados; pois, algumas vezes, o pecado não será
evidente em sua tentativa de nos escravizar. Tais
tentativas serão sedutoras e até mesmo “boas” aos
olhos naturais, mas serão como uma isca – se
mordermos, seremos pescados pela armadilha de
Satanás. Ele é o mestre das ilusões. Sejamos sempre
resistentes ao Diabo e ele fugirá de nós, porque maior
é o que está em nós do que o que está no mundo.
Jesus, movido pelo amor, veio nos libertar daquilo a que
estávamos condenados, por isso, não podemos retornar
para a vida da qual Ele já nos libertou. Quando pecamos,
não significa que somos pecadores. A prática do pecado,
um erro habitual, uma insistência naquilo que
enxergamos como uma falha, “um ponto fraco”, podem
levar cada vez mais longe da vontade de Cristo, e cada
vez mais perto da vida com a qual o Diabo quer nos
aprisionar.
1 João 2.16 nos traz um alerta, e é necessário entender
o que é:

 Concupiscência da carne: É um desejo, uma


ambição, aquilo que se anseia
desesperadamente. Por exemplo: desejos
sexuais, desejos mesquinhos, ambições
mundanas, anseios egoístas, idolatria.
 Concupiscência dos olhos: Pensamentos,
desejos não externados.
 Soberba da vida: Orgulho, achar que é melhor do
que o outro, arrogância, altivez. A soberba leva à
ruína.
O pecado pode trazer uma alegria momentânea e uma
tristeza eterna. Existem dois tipos de tristeza:

 A que produz arrependimento e que nos leva à 2 Coríntios 7.10


salvação; esta tristeza foca em Jesus; o
arrependimento nos faz não errar novamente e
nos leva ao perdão conquistado pela graça.
 A que traz remorso e não um arrependimento
genuíno; esta é a tristeza segundo o mundo, que
nos leva a errar de novo e que resulta em
escravidão.

Para garantirmos uma vida de santidade, precisamos


honrar aquele que habita em nós – o Espírito Santo. A
desobediência à voz do Espírito tem como resultado o
bloqueio dos planos de Deus para nossa vida. Deus tem
planos perfeitos para seus filhos. A falta de honra e
consideração à presença santa do Espírito faz com que não
escutemos mais quais são esses planos perfeitos, o que
leva a uma vida de frustação por não cumprirmos aquilo
que Deus nos designou.
A força que nos impulsiona a viver em santidade é
chamada de graça capacitadora, que é a capacitação 2 Coríntios 12.9
imerecida de Deus, que nos dá a habilidade de fazer o
que não conseguiríamos fazer sozinhos. A graça não é
uma desculpa para a desobediência; fomos alcançados
pela graça e pela misericórdia. Não recebemos aquilo
que era para recebermos por conta do pecado, mas é
preciso relembrarmos também da justiça de Deus, pois
tudo o que o homem plantar, certamente colherá.
Quando trilhamos esse caminho da santidade, podemos
nos achegar a Deus como a um amigo e não ter medo;
podemos chegar a nosso Pai com confiança. Buscamos
obedecê-lo para não o desapontar, não o entristecer por
considerá-lo.
Santidade é um processo no qual o importante não é chegar
em primeiro lugar, mas sim, chegar.

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