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APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
1ª PARTE ASPECTOS GERAIS DA MEDIUNIDADE
1 Formação domédium
2 Sensibilidade mediúnica
3 Fracasso do médium
4 Desvio do compromisso
5 Medo
6 PERSONALISMO
7 GRUPOS SÉRIOS
8 APOIO DOS BONS ESPÍRITOS
9 SURGE O GUIA
10 ESTUDO
11 COMPANHIAS ESPIRITUAIS
12 ESTRATÉGIA PARA DESARTICULAR O GRUPO SÉRIO
13 FASCINAÇÃO
14 MISTIFICAÇÃO
14.1 Mistificação e autenticidade
15 ANIMISMO
15.1 Transe anímico e médium enfermo
15.2 Simbiose entre animismo natural e fenômeno mediúnico
15.3 Animismo e especialização mediúnica
15.4 Recursos anímicos e ditado mediúnico
16 VAMPIRISMO
17 MÉDIUM ENFERMO
18 DESEJO DO DESENCARNADO DE SE COMUNICAR
19 EVOCAÇÃO
20 ESPECIALIZAÇÃO MEDIÚNICA
21 CAPACIDADE RECEPTIVA MEDIÚNICA
22 JOVEM E MEDIUNIDADE
2ª PARTETÉCNICAPSICOFÔNICA
23 VERDADEIRO DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO
24 FISIOLOGIA DA MEDIUNIDADE: EPÍFISE
25 LOBOS FRONTAIS
26 PROCESSO DA PSICOFONIA
27 CAPTAÇÃO DO PENSAMENTO DO COMUNICANTE
28 CIRCUITO MEDIÚNICO
28.1 Resistência mediúnica
28.2 Indutância mediúnica
28.3 Capacitância mediúnica
29 SINTONIA
30 CONCENTRAÇÃO MENTAL E CONCENTRAÇÃO
MEDIÚNICA
31 CONHECENDO O PACIENTE
31.1 Manifestação mediúnica na casa do enfermo
36 PÓS-TRANSE
37 MÉDIUM CONSCIENTE
38 SONAMBULISMO E PSICOFONIA SONAMBÚLICA
38.1 Sonambulismo e obsessão
André Luiz colhe a reflexão acima num importante encontro que teve
com médiuns desencarnados na colônia Nosso Lar, que fracassaram no
desempenho da tarefa assumida.
O autor espiritual destaca um dos motivos de falência de boa parte dos
médiuns: atender a desejos pessoais, em detrimento dos deveres
mediúnicos.
O desejo tem sido motivo de estudos e reflexões em diversos segmentos
religiosos.
No Budismo, tem-se que o desejo das satisfações físicas impede o
desenvolvimento da espiritualidade. No Bhagavad-Gita, o desejo dos
prazeres é o grande inimigo, contra o qual se deve pôr em batalha
permanente. Carlos Torres Pastorino, nessa esteira, em seu Sabedoria do
evangelho,16 dá uma singular interpretação à lição do Cristo, anotada em
Lucas, 14:26: “Se alguém vem a mim e não odeia a seu pai e a sua mãe, a
sua mulher e a seus filhos, a seus irmãos e irmãs, mesmo a sua própria vida,
não pode ser meu discípulo.” Ele sustenta que tais parentes simbolizam
nossos vícios, apegos e desejos inferiores da personalidade, verdadeiros
familiares que habitam o inconsciente mais profundo, que a todo custo
deve-se abandonar, em luta permanente.
Já Emmanuel ensina:
Indispensável cultivar a renúncia aos pequenos desejos
que nos são peculiares, a fim de conquistarmos a
capacidade de sacrifício, que nos estruturará a sublimação
em mais altos níveis.17
O mesmo autor, no livro Estude e viva, orienta que o médium não pode
dar-se a tudo querer e a tudo fazer:
Admitido a construções de ordem superior, o médium é
convidado ao discernimento e à disciplina, para que se lhe
aclarem e aprimorem as faculdades, cabendo-lhe afastar-
se do “tudo querer” e do “tudo fazer” a que somos
impelidos, nós todos, quando imaturos na vida, pelos que
se afazem à rebeldia e à perturbação.18
Cabe, dessa forma, ao médium avaliar a qualidade de seus desejos e a
cota de renúncia que tem dedicado ao labor mediúnico.
Lembremos que o desejo dos sentidos é insaciável.
Alberto Seabra, pela psicofonia de Chico Xavier, afirma: “O desejo é o
ímã da vida. Desejando, sentimos e, pelo sentimento, nossa alma assimila o
que procura e transmite o que recebe”.19
Com efeito, somente sacrificando o desejo inferior pela vontade firme,
buscando o “desejo de Deus”, o médium tem condições de aspirar ao
contato com as grandes almas, nas manifestações sublimes da mediunidade
com Jesus.
Justo recordarmos um trecho de belo poema de Augusto dos Anjos,
inserto em Parnaso de além-túmulo, de Francisco Cândido Xavier,
abordando o desejo e a vontade:
Aos fracos da vontade
Homem, levanta o véu do teu futuro,
Troca o prazer sensualista e obscuro
Pelo conhecimento da verdade.
Foge do escuro ergástulo do mundo
E abandona o Desejo moribundo
Pelo poder da tua divindade.
Teu corpo é todo um orbe grande e vasto:
Livra-o do mal onífero, nefasto,
Com a espada resplendente da virtude;
Que o sol da tua mente, eterno, esplenda,
Dando a teu mundo a mágica oferenda
Da alegria em divina plenitude.20
[...]
— Disciplina, é claro.229
Em geral, a palavra “disciplina” é tomada unicamente como exigência
de cumprimento de horários, obediência a regulamentos ou assiduidade em
compromissos. Assim, seria disciplinado o médium pontual ou não faltoso.
Disciplina é isso e muito mais.
Ao médium cumpre a disciplina de pensamentos, atos e palavras. Eis os
três pontos aos quais provavelmente Emmanuel se referia. Numa síntese:
disciplina emocional, como raiz de toda realização e vivência interpessoal.
O médium é senhor de sua mente. Não esqueçamos que o homem é o único
ser capaz de pensar o ato de pensar, ou seja, analisar e criticar a elaboração
dos próprios pensamentos. Em se mantendo atento ao que pensa,
controlando-se, adquirirá consciência do seu papel de médium e servidor do
Cristo, alcançará uma natural disciplina, em plano maior, condição essa
fundamental para se trabalhar ao lado das Grandes Almas.
Produção Editorial:
Rosiane Dias Rodrigues
Revisão:
Davi Miranda
Foto de capa:
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Normalização Técnica:
Biblioteca de Obras Raras e Documentos Patrimoniais do Livro
E-Book:
Diego Henrique Oliveira Santos