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A essência do cristianismo

O ponto central do Novo Testamento é que Cristo substitui a


lei.
Muitos, porém, são seduzidos a transformarem a vida cristã
numa religião. Mas a vida cristã nada mais é do que Cristo.
Mas o cristianismo não é uma religião? Não, o cristianismo
não é uma religião. Toda religião ensina como o homem pode che-
gar a Deus, mas o cristianismo ensina como Deus veio ao encontro
do homem.
Nós entendemos o que é a religião entendendo o judaísmo.
O judaísmo é a única religião dada por Deus e portanto é o padrão
de todas elas. Toda religião é uma imitação do judaísmo.
O judaísmo, como padrão da religião, possui cinco caracterís-
ticas básicas.

O Templo
No Velho Testamento, Deus não habitava em qualquer lugar,
Ele habitava em um país chamado Israel, em uma cidade chamada
Jerusalém e num prédio chamado templo e, mesmo no templo, só
numa parte chamada Santo dos santos.
Nós somos o templo de Deus hoje. Estritamente falando, o
Cristianismo não possui edifícios, nem templos. O judaísmo tinha
um templo, nós não os temos mais. Se voltarmos a estabelecer pré-
dios como templos, vamos voltar ao judaísmo.
Nós somos o templo de Deus. Ele não habita em prédios.
Nós somos Sua morada. Deus não mora no prédio da igreja.

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A Igreja do Novo Testamento pode possuir um lugar de reu-
nião, mas não possui templos.

A lei
A segunda característica fundamental do judaísmo é a lei. A
lei era escrita em tábuas de pedras, mas a lei da nova aliança é
escrita nos nossos corações (Hb 8.10). O Espírito nos ensina a res-
peito de todas as coisas.
A lei do Espírito foi impressa dentro do nosso próprio espíri-
to e não precisamos mais seguir a lei de Moisés.
Cristianismo não é uma questão de seguir normas e regras,
mas de ter uma nova natureza e uma pessoa viva residindo dentro
de nós.
O fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que nEle crê
(Rm 10.4). Não devemos mais seguir leis exteriores.

O sacerdócio
A terceira característica do judaísmo é a sua classe sacerdo-
tal. No cristianismo não existe uma classe sacerdotal, todos somos
sacerdotes do Senhor, como diz Pedro:
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real,
nação santa, povo de propriedade exclusiva de
Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilho-
sa luz. (1Pe 2.9)
Toda religião possui algum tipo de sacerdote que está acima
das pessoas comuns. Mas no cristianismo todos são feitos sacerdo-
tes.

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O cristianismo é exterior ou interior?
A quarta característica da religião são as cerimônias exterio-
res. O cristianismo é exterior ou interior?
O cristianismo é essencialmente algo interior e espiritual, algo
que procede do coração.
Em muitos lugares são comuns os objetos abençoados como
flores, azeite, moedas, etc. Esses mesmos acessórios eram parte do
catolicismo na idade média.
As coisas exteriores não nos definem, mas o ser nova criatu-
ra. O que realmente importa é o novo nascimento.
Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na
cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o
mundo está crucificado para mim, e eu, para o
mundo. Pois nem a circuncisão é coisa alguma,
nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura. Gl.
6:14-15
Não estou dizendo que o exterior e o físico não tenham lugar
na vida da Igreja. Eles existem, mas apenas como sinal visível de
uma realidade interior e espiritual.

O cristianismo é humano ou divino?


A quinta característica da religião são as obras humanas. O
cristianismo é uma questão do que fazemos para Deus ou do que
ele fez por nós?
Na religião as pessoas querem merecer o favor de Deus atra-
vés de suas boas obras.
É por isso a que a mensagem do evangelho é tão odiada pelo
mundo. E o que há na cruz de Cristo que enraivece o mundo e o
leva a perseguir aqueles que a pregam? Exatamente isto: “Cristo

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morreu na cruz por nós, pecadores, fazendo-se maldição em nosso
lugar (3:13).
A cruz mostra que somos pecadores, que estamos sob a mal-
dição da lei de Deus e não podemos nos salvar por nós mesmos. Se
houvesse possibilidade de sermos salvos pelas nossas boas obras
certamente e cruz nunca teria acontecido (Gl. 2:21).
A cruz é a prova divina de que somos maus e merecedores do
inferno. A cruz mostra o imenso amor de Deus e prova que toda a
obra de salvação é feita por ele.
Precisamos viver constantemente debaixo dessa verdade: não
é o que eu faço para ele, mas o que ele fez por mim.
A graça anula as assim chamadas boas obras e a cruz destrói
o orgulho humano, por causa disso o mundo sempre resistirá a men-
sagem da cruz.
Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na
cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o
mundo está crucificado para mim, e eu, para o
mundo. Gl. 6:14
A cruz tornou-se a fronteira entre dois mundos.

A centralidade do novo nascimento


E, assim, se alguém está em Cristo, é nova cria-
tura; as coisas antigas já passaram; eis que se
fizeram novas. II Cor 5:17.
A justificação pela fé não é um tipo de faz-de-conta, mas é
algo muito poderoso que aconteceu conosco. Trata-se do novo nas-
cimento. O novo nascimento é fundamental para entendermos a
justificação.

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ONão importa se homem é bondoso ou imoral, ele ainda as-
sim precisa nascer de novo. O problema do homem é que ele não
possui a vida de Deus dentro de si.
Pelo sangue de Jesus nós somos perdoados, mas apenas ser
perdoado não nos faz justos. Deus não quer apenas pecadores per-
doados. Eu antes era ladrão, mas agora fui perdoado dos meus rou-
bos. Isso não me faz justo, mas apenas um ladrão perdoado.
Como poderia ser feito justo? Apenas se morresse e nascesse
de novo sem passado. Esse novo homem agora é justo. A justifica-
ção ganha realidade apenas quando há novo nascimento.
O novo nascimento é receber uma nova vida que não tínha-
mos, a vida do próprio Deus.
O novo nascimento não é uma mera mudança de conduta ou
comportamento exterior. É o recebimento de uma nova vida. É
uma questão de vida e não de conduta.
Pelo novo nascimento recebemos a própria natureza de Deus
(II Pe. 1:4).
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos
que crêem no seu nome; os quais não nasceram
do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus. Jo. 1:12-13
Pelas quais nos têm sido doadas as suas precio-
sas e mui grandes promessas, para que por elas
vos torneis co-participantes da natureza divina,
livrando-vos da corrupção das paixões que há no
mundo. II Pe. 1:4
Os religiosos pensam que o homem é salvo se comportar-se
bem. Para isso ele precisa ter bons ensinamentos e boas regras de

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conduta para aperfeiçoar-se. Mas o método de Deus não é educa-
ção ou reforma, mas novo nascimento, mudança de natureza.
O conceito da religião é melhora e aprimoramento, mas o
conceito de Deus é mudança de natureza. Ele remove a nossa na-
tureza canina e injeta em nós a sua própria natureza e vida.
Não importa quão bom o homem seja ele precisa nascer de
novo, caso contrário ele não pode entrar no reino dos céus. No céu
somente vão entrar os filhos, portanto a questão é quem é seu pai,
e não quão bonzinho você é.
Como podemos nascer de novo? Pela semente de Deus que é
a sua palavra e pela ação do Espírito nos trazendo para a vida. Pela
união da Palavra e do Espírito a vida de Deus é gerada em nós.
A grande necessidade do homem é a experiência do novo
nascimento (Jo 3:7). Muitos são religiosos, até membros de igrejas
cristãs, mas tiveram apenas uma experiência intelectual ou emocio-
nal. Nunca nasceram de novo.
Se você nasceu de novo em Cristo, você não tem passado.
Você é uma nova criação. Você estava naquela cruz em Cristo.
Você morreu quando ele morreu, mas também ressuscitou com ele
para uma nova vida. Agora você está sentado com ele nas regiões
celestiais (Ef 2:6). Esta é a realidade da nova criação.

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