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ADVÉRBIO
Palavra que se relaciona com o verbo, o adjetivo ou com outro advérbio, trazendo-lhe
uma informação semanticamente acessória. Às vezes, o advérbio modifica frase inteira.
Sintaticamente, será ADJUNTO ADVERBIAL. Ex.: “Cheguei cedo.” [“cedo” indica tempo,
refere-se ao verbo “chegar”, portanto é um advérbio.]
LOCUÇÃO ADVERBIAL: é um conjunto vocabular funcionando como advérbio (geralmente,
formada por preposição + substantivo), portanto se relacionando com o verbo, o adjetivo ou
com outro advérbio.
Exemplos de Locução Adverbial:
Ex.1: “Cheguei pela manhã [= cedo].”. “Pela manhã = cedo”, indica tempo e refere-se
ao verbo “chegar”, portanto é uma loc. adv.
Ex.2: “Trabalhava com prazer [= prazerosamente].”. “Com prazer = prazerosamente”,
indica modo e refere-se ao verbo “trabalhar”, portanto é uma loc. adv.
Ex.3: “Os soldados combatiam sem temor [= destemidamente].”. “Sem temor =
destemidamente”, indica modo e refere-se ao verbo “combater”, portanto é uma loc. adv.
Compare os exemplos 1 e 2:
Ex.1: “Aquele atleta é rápido.”. “Rápido” está ligado ao substantivo “atleta” e está
qualificando-o, portanto, “rápido” é adjetivo. Tal frase diz que “rápido” é uma característica
do atleta, ou seja, que aquele atleta é rápido.
Ex.2: “Aquele atleta correu rápido.” “Rápido” está ligado ao verbo “correr”, portanto é
um advérbio [de modo]. Tal frase diz que aquela “corrida” foi rápida, ou seja, que o atleta
conseguir numa corrida correr rápido e não que o atleta possui essa característica de ser
“rápido”. Também poderia dizer “Aquele atleta correu rapidamente.”. “Rapidamente” está
ligado ao verbo “correr”, portanto é um advérbio [de modo]. Tal frase diz que o atleta
conseguiu correr rapidamente e não que o atleta possui essa característica de ser “rápido”.
Podemos resumir os dois exemplos assim: Ex.1: “Ele é rápido.” (“rápido” é adjetivo
porque está ligado ao substantivo “atleta”). Ex.2: “Ele corre rápido.” (“rápido” é advérbio [de
modo] porque está ligado ao verbo “correr”.); nesse caso, “Ele corre rápido.” equivale a “Ele
corre rapidamente.” (“rapidamente” é advérbio) Esse tipo de advérbio é formado por:
adjetivo + sufixo “mente” (no caso, “rápido” – no dicionário, “rápido” é primitivamente um
adjetivo; claro que dependendo do contexto ele pode ser outra coisa).
UM DOS MODOS PARA SABER SE UMA PALAVRA TEM VALOR ADVERBIAL É
TRANSFORMÁ-LA NO ADVÉRBIO (-MENTE), COMO RAPIDAMENTE, FEROZMENTE
ETC. Vamos fazer o teste nos dois exemplos acima: Ex.1: “Ele é rápido.”, transformando
fica “Ele é rapidamente.”, é uma frase incorreta porque aqui “rápido” não é advérbio, e sim
adjetivo; frase Ex.2: “Ele corre rápido.”, transformando “Ele corre rapidamente.”, por ser
advérbio a frase correta.
Ex.1: “Os alunos chegaram cedo aqui.” “Cedo” indica tempo e refere-se ao verbo
“chegar”, portanto é um adv., e “aqui” indica lugar e também se refere ao verbo “chegar”,
portanto é um adv. Sintaticamente, ambos são adjuntos adverbiais. Pela frase não possuir
objeto e nem predicativo do sujeito, o verbo é v. intransitivo (VI).
Ex.2: “Os alunos chegaram pela manhã ao curso.”. “Pela manhã = cedo”, indica
tempo e refere-se ao verbo “chegar”, portanto é uma loc. adv.; “ao curso = aqui”, indica
lugar e refere-se ao verbo “chegar”, portanto é uma loc. adv. Sintaticamente, ambos são
adjuntos adverbiais. Pela frase não possuir objeto e nem predicativo do sujeito, o verbo é
v. intransitivo (VI).
Obs.: para ver exemplos que distinguem loc. adj. de loc. adv., veja o subtítulo “Compare
LOCUÇÃO ADJETIVA x LOCUÇÃO ADVERBIAL”, do campo ADJETIVO.
- Exemplos de advérbios:
Ex.1: “Possivelmente viajarei para São Paulo.”. “Possivelmente” é advérbio [de
dúvida]; “para São Paulo” é loc. adverbial [de lugar]. Sintaticamente, ambos são adj.
adverbiais. Pela frase não possuir objeto e nem predicativo do sujeito, o verbo é v.
intransitivo (VI).
Ex.2: “Os resultados chegaram demasiadamente atrasados.”. “Demasiadamente” é
advérbio [de intensidade], e “atrasados” também é advérbio. Pela frase não possuir objeto e
nem predicativo do sujeito, o verbo é v. intransitivo (VI).
Ex.3: “As tarefas foram executadas rapidamente.”. “Rapidamente” é advérbio [de
modo]. Pela frase não possuir objeto e nem predicativo do sujeito, o verbo é v. intransitivo
(VI).
Ex.4: “Ninguém veio aqui.”. “Aqui” é advérbio [de lugar]. Pela frase não possuir objeto
e nem predicativo do sujeito, o verbo é v. intransitivo (VI).
Analisando os ADVÉRBIOS:
- Advérbio ligado a um verbo: Ex.1: “Os alunos chegaram aqui ontem bem.”
Análise: as palavras “aqui” [adv. de lugar], “ontem” [adv. de tempo] e “bem” [adv. de modo]
são todos advérbios, pois estão ligadas ao verbo “chegaram”. Nenhuma delas pode ser
adjunto adnominal porque não está ligada ao nome/subst. [não faz sentido dizer: “ Os Alunos
aqui”, ou “Os Alunos ontem”, ou ainda “Os Alunos bem”]. Sintaticamente, todas elas são
adjuntos adverbiais.
- Advérbio ligado a um outro advérbio: Ex. 2: “Os alunos chegaram muito bem.”
Análise: a palavra “muito” não é advérbio porque não está ligada ao verbo “chegaram” [não
faz sentido dizer: “chegaram muito”], mas ela é um advérbio (de intensidade) porque está
ligada (e intensificando) um outro advérbio, “bem”, [daí fazer sentido dizer: “muito bem”]. A
palavra “bem” é advérbio (de modo) porque está ligada ao verbo “chegaram” [daí fazer
sentido dizer: “chegaram bem”].
- Advérbio ligado a um adjetivo: Ex. 3: “Os alunos chegaram muito felizes.”
Análise: a palavra “muito” não é advérbio porque não está ligada ao verbo “chegaram” [não
faz sentido dizer: “chegaram muito”], mas ela é um advérbio (de intensidade) porque está
ligada (e intensificando) o adjetivo “felizes”. A palavra “felizes” não é advérbio porque,
primeiro, ela está no plural, e advérbio faz parte da classe de palavra invariável; segundo,
não está ligada ao verbo; portanto, não é advérbio (de modo), mas aqui, “felizes” é um
adjetivo, pois está ligada ao substantivo “alunos”, daí vir flexionada no plural.
PREPOSIÇÃO
As preposições dividem-se em: essenciais e acidentais.
Essenciais: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante,
por, sem, sob, sobre, trás.
Acidentais: durante, como, segundo, conforme, mediante...
LOCUÇÃO PREPOSITIVA: é um grupo vocabular que desempenha o papel de uma
preposição. Exemplos: abaixo de, acima de, atrás de, através de, antes de, depois de, a par
de, de acordo com, por causa de, devido a, para com, em frente a, à procura de, à mercê
de...
NUMERAL
Indica uma quantidade, ordem, frações, múltiplos e referem-se sempre a um
substantivo.
SUJEITO
É formado pelo seu núcleo e seus adjuntos. Ex.: “O aluno animado é feliz.”. “O aluno
animado” é sujeito; “aluno” é núcleo do sujeito; o artigo “o” é adjunto adnominal porque
está ligado ao nome/subst. “aluno”, e o adjetivo “animado” também é adjunto adnominal
porque está ligado ao nome/subst. “aluno”. Porém, embora “feliz” esteja ligado ao subst.
“aluno”, ele não é adjunto adnominal porque está ligado indiretamente a ele, sendo assim
um predicativo do sujeito.
Obs.: o núcleo do sujeito nunca virá preposicionado (com preposição).
Obs.: o sujeito (e nunca o objeto) é que rege o verbo. Portanto, se o sujeito estiver no
plural, o verbo tem de estar no plural, obrigatoriamente. E como o objeto não rege o verbo,
pode-se ter o objeto no plural e o verbo no singular.
SUJEITO ORACIONAL (sujeito com verbo): só faz concordância com o verbo na 3ª pessoa
do singular. Independentemente se houver na frase dois ou mais sujeitos oracionais, o verbo
sempre será conjugado na 3ª p. do sing.
Concordância com o sujeito e com sujeito oracional:
[Obs.: para encontrar o sujeito das frases abaixo, responda à pergunta “O que é
necessário?”, daí se terá a resposta em cada uma das frases.]
Ex.(errado): “É necessário bons comentários.” – como o sujeito “bons comentários”
não é oracional, o verbo tem de concordar com ele (que está no plural). Assim, o certo seria:
“São necessários bons comentários.”.
Ex.(certo): “É necessário aprender a ler.” – como o sujeito “aprender a ler” é
oracional (não possui verbo), o verbo só poderá estar na 3ª pessoa do singular.
Ex.(errado): “São necessários aprender a ler e respeitar as regras gramaticais.” –
como os sujeitos “aprender a ler” e “respeitar as regras gramaticais” são oracionais
(possuem verbo), o verbo tem de ser conjugado na 3ª p. do sing. Assim, o certo seria: “É
necessário aprender a ler e respeitar as regras gramaticais.”.
Outro exemplo de dois sujeitos oracionais (errado): “Aprender a ler e a escrever
alteram a anatomia do cérebro e engrossam uma estrutura chamada corpo caloso.” – como
os sujeitos “aprender a ler” e “[aprender] a escrever” são oracionais (possuem verbo), o
verbo tem de ser conjugado na 3ª p. do sing. Portanto, o certo seria: “Aprender a ler e a
escrever altera a anatomia do cérebro e engrossa uma estrutura chamada corpo caloso.”.
PREDICAÇÃO (VERBO)
Quanto à predicação, o verbo pode ser:
1. Transitivo (v. trans. [VT]): terá a presença de complemento (OBJETO) – e para ser
“objeto” ele precisa não ter as características de advérbio, ou seja, ele não pode
indicar modo, tempo, lugar, companhia etc., mas deve indicar alguém, algo [uma
coisa]. O Verbo Transitivo (VT) divide-se em: a) Verbo Trans. Direto (VTD): pede
complemento (OBJETO) sem obrigatoriedade de preposição, chamado de Objeto
Direto (OD) b) Verbo Trans. Indireto (VTI): pede complemento (OBJETO) com
obrigatoriedade de preposição, chamado de Objeto Indireto (OI) c) Verbo Trans.
Direto e Indireto (VTDI): pede dois complementos (dois OBJETOS), um sem a
obrigatoriedade de preposição (OD), e o outro com obrigatoriedade de preposição
(OI).
2. Intransitivo (v. intrans. [VI]): não terá a presença de complemento (OBJETO), mas
poderá apresentar elementos circunstanciais (lugar, tempo, meio, causa, modo,
companhia, assunto). Note que se o verbo vier sozinho, ou seja, não apresentar
Objeto e nem elementos adverbiais (adj. adv.), ele será verbo intransitivo; e se
apresentar elementos adverbiais (adj. adv.), ele continuará sendo verbo intransitivo.
3. Ligação (v. de ligação [VL]): são verbos que servem como elementos de ligação
entre o sujeito e uma qualidade ou estado ou modo de ser, denominado Predicativo
do Sujeito (PS). Porém, nem sempre que tiver Predicativo do Sujeito e Sujeito,
haverá Verbo de Ligação (porque pode haver um verbo intransitivo); mas todas as
vezes que tiver um Verbo de Ligação, haverá Predicativo do Sujeito e Sujeito, pois
são esses dois elementos que o verbo liga. Enfim, só teremos verbos de ligação
(VL) numa frase quando houver Pred. do Suj. e Sujeito, e quando o verbo não
indicar ação (vazio de ação). Não decore quais são os verbos de ligação e sim
memorize o significado deles. Jamais esse tipo de verbo indicará ação praticada por
sujeito. Obs.: é importante que analisemos os verbos no contexto em que ele será
inserido, pois a predicação poderá sofrer mudança conforme a oração apresentada.
Exemplos de OI e ODP:
“A MIM” e “A TI”, ora como OI e ora como ODP: a) Como OI: “Eles, após o ocorrido, não
pediram favor a mim e a ti.” – O complemento “favor” é obj. dir. (OD, ausência de
preposição), e os complementos “a mim” e “a ti” são obj. indir. (OI), ou seja, são assim
porque a preposição “a”, que inicia cada obj. indir., está relacionada ao verbo “pediram”
(“pediram a quem?”). Portanto, o verbo “pediram” é v. trans. dir. e indir. (VTDI) b) como
ODP: “Eles, após o ocorrido, não enganaram a mim e a ti.” – Os complementos “a mim” e “a
ti” são objetos diretos preposicionados (ODP), ou seja, são assim porque a preposição
“a”, que inicia cada obj. dir., não está relacionada ao verbo “enganaram” (não se diz:
“enganaram a alguém?”, mas “enganaram alguém”). Portanto, o verbo “enganaram” é v.
trans. dir. (VTD). A preposição do ODP ela surge para poder anteceder o pron. oblíquo
tônico. [O pron. obl. tôn. será sempre usado com preposição, seja a preposição vinda
do verbo ou do próprio pronome porque é obrigatória a presença deste. E o pron. obl.
áton. não terá preposição]
Ex.2: “Naquele dia, todos se queixaram do bolo.” – O complemento “do bolo” está
preposicionado (“de + o = do”), e como a preposição surge do verbo “queixaram” (“
queixaram de que?”), então tal complemento é obj. indir. (OI) e o verbo é v. trans. indir.
(VTI). Mudando o tipo do Objeto: “Naquele dia, todos comeram do bolo.” – O complemento
“do bolo” é objeto direto preposicionado (ODP), ou seja, é assim porque a preposição
“de”, que inicia cada obj. dir. prep., não está relacionada ao verbo “comeram” (não se diz:
“quem come, come de alguma coisa”, mas sim “quem come, come alguma coisa”). Portanto,
o verbo “comeram” é v. trans. dir. (VTD). A diferença entre a expressão “comeram o bolo”
da expressão “comeram do bolo” é que a aquela significa que se comeu o bolo todo, e esta,
comeu uma parte do bolo – esse tipo de preposição se chama valor partitivo (pois refere-se
a uma parte da coisa).
Ex.3: “Bebemos o vinho.” – O complemento “o vinho” é obj. dir. (OD), portanto o
verbo “bebemos” é v. trans. dir. (VTD). “Mudando” o tipo do Objeto: “Bebemos do vinho.” –
O complemento “do vinho” é objeto direto preposicionado (ODP), ou seja, é assim porque
a preposição “de”, que inicia o obj. dir. prep., não está relacionada ao verbo “beberam” (não
se diz: “quem bebe, bebe de alguma coisa”, mas sim “quem bebe, bebe alguma coisa”).
Portanto, o verbo “beberam” é v. trans. dir. (VTD).
Ex.4: “Acreditamos em Deus.” – O complemento “em Deus” é obj. indir. (OI), portanto
o verbo “acreditamos” é v. trans. indir. (VTI). Agora: “Amamos a Deus.” – O complemento
“a Deus” é objeto direto preposicionado (ODP), isso porque a preposição “a”, que inicia o
obj. dir. prep., não está relacionada ao verbo “amamos” (não se diz: “quem ama, amam a
alguém”, mas sim “quem ama, ama alguém”). Portanto, o verbo “amamos” é v. trans. dir.
(VTD).
Ex.5: “Todos ofereceram da comida ao amigo.” – O complemento “da comida” é
objeto direto preposicionado (ODP), ou seja, é assim porque a preposição “de” (“de + a =
da”), que inicia o obj. dir. prep., não está relacionada ao verbo “ofereceram” (não se diz:
“quem oferece, oferece de alguma coisa”, mas sim “quem oferece, oferece alguma coisa”),
portanto por ora, o verbo “ofereceram” é v. trans. dir. (VTD). Já o complemento “ao amigo” é
obj. indir. (OI), sendo assim, a preposição surge do verbo “ofereceram” (“quem oferece,
oferecem a alguém”), então o verbo é v. trans. indir. (VTI). Como o verbo possui 2 objetos,
então ele é v. trans. dir. e indir. (VTDI). Mudando o tipo do Objeto: “Todos se queixaram
da comida ao amigo.” – O complemento “da comida” é obj. indir. (OI), sendo assim, a
preposição surge do verbo “se queixaram” (“quem se queixa, se queixa de algo”), então o
verbo é por ora v. trans. indir. (VTI). O segundo complemento “ao amigo” é obj. indir. (OI),
sendo assim, a preposição surge do verbo “se queixaram” (“quem se queixa, se queixa a
alguém”). Como o verbo possui apenas obj. indir., então ele é v. trans. indir. (VTI).
PRONOME
O pronome acompanhará ou substituirá um substantivo (nome), ou seja, o pronome
sempre trabalhará para um nome (substantivo).
Pronome substantivo: pronome que substitui o nome/substantivo.
Pronome adjetivo: pronome que acompanha o nome/substantivo.
Obs.: qualquer tipo de pronome (demonstrativos, indefinidos etc.) pode ser substantivo
ou adjetivo, dependendo se ele está substituindo ou acompanhando o nome.
Ex.1: “João e Maria assistiram à aula.” – usando pronome: “Eles assistiram à aula.” – O
pronome pessoal “eles” substituiu os substantivos “João” e “Maria”, daí ser um pron. pessoal
substantivo.
Ex.2: “Alguns faltaram.” – o pron. “alguns” é pron. indef. substantivo porque está
substituindo um nome/substantivo. Mas essa frase: “Alguns alunos faltaram.” – o pron.
“alguns” é pron. indef. adjetivo porque está acompanhando um nome (“alunos”).
Ex.3: “Aquelas assistiram à aula.” – o pron. “aquelas” é pron. demonstr. substantivo
porque está substituindo um nome/substantivo. Mas essa frase: “Aquelas pessoas
assistiram à aula.” – o pron. “aquelas” é pron. demonstr. adjetivo porque está
acompanhando um nome (“pessoas”).
PRONOMES PESSOAIS
P. RETOS OBLÍQUOS
(Suj. na oração) (Objeto na oração)
Oblíquos Átonos (+ fraco) Oblíquos Tônicos (+ forte)
[ficam junto ao verbo, i. e., [afastado do verbo por
sem prep.] prep.]
me [obj. dir. e indir.] mim, comigo
1ª Eu
SINGULAR
Obs.: os gramáticos orientam que o pron. pessoal átono “lhe” ou “lhes” só podem ser
usados com referência a seres humanos e nunca a coisas. Porém, em concursos públicos,
se vê que tal regra é desobedecida, usando para coisas o pronome “lhe(s)”. Exemplificando,
para os concursos, as frases “Obedeci ao chefe.” ou “Obedeci ao regulamento.” podem ser
substituídos por “Obedeci-lhe.”, mas para os gramáticos, tal substituição só serviria para o
primeiro caso.
VERBO “DAR” pode ser verbo intransitivo (VI) e verbo transitivo (VT):
Ex.1: “A cana doce de Málaga não é mar, embora em praias dá [= nasce] sempre em
pequenas poças [...] dá [= nasce] em fundos de quintal” – Os complementos “em pequenas
poças” e “em fundos de quintal” por indicarem lugar são adjuntos adverbiais [de lugar], daí
o verbo “dá”, em ambos os casos, ser v. intrans. (VI); e também em ambos os casos, o
verbo “dá” tem significado de “nascer”.
Ex.2: “A cana doce de Málaga dá [= nasce] domada...” – O complemento “domada” é
predicativo do sujeito, e o verbo “dá”, significado “nascer”, é v. intrans. (VI) por não conter
Objeto. Obs.: não é porque existe predicativo do suj. na frase que é obrigado a existência do
verbo de ligação (VL).
Ex.2: “A cana doce de Málaga dá [= nasce] dócil, disciplinada, domada...” – Os
complementos “dócil” e “disciplinada” por não indicar característica adverbial, são objetos,
ambos objetos diretos (OD, ausência de preposição), daí o verbo “dá”, o qual aqui tem
significado de “nascer”, ser v. trans. dir. (VTD).
Obs.: numa mesma frase, um verbo não pode ter dois objetos iguais (sejam dois diretos
sejam dois indiretos). Complementar um verbo com dois objetos de mesma natureza é
errado. Portanto, visando a regência verbal, é errado dizer: “Ele informou-o que as coisas
aconteceram.” – porque o complemento “-o” é pron. oblíquo que representa obj. dir. (OD) e
o complemento “que as coisas aconteceram” é obj. dir. (OD) por não vir com preposição.
Ou seja, é errado porque há dois OD. Outro erro seria dizer: “Ele informou-lhe de que as
coisas aconteceram.” – porque o complemento “-lhe” é pron. oblíquo que representa obj.
indir. (OI) e o complemento “de que as coisas aconteceram” é obj. indir. (OI) por vir com
preposição. Ou seja, é errado porque há dois OI. Mais outro erro: “O ministro informou ao
povo sobre a situação financeira do país.” – porque o complemento “ao povo” é obj. indir.
(OI, presença de preposição) e o complemento “sobre a situação financeira do país” é obj.
indir. (OI) por vir com preposição (“sobre”). Ou seja, é errado porque há dois OI. Outro erro:
“O ministro informou ao povo sobre a situação financeira do país.” – porque o complemento
“ao povo” é obj. indir. (OI, presença de preposição) e o complemento “sobre a situação
financeira do país” é obj. indir. (OI) por vir com preposição (“sobre”). Ou seja, é errado
porque há dois OI. Outro erro: “Portanto, cientifico-lhe de que houve engano de data e
horário.” – porque o complemento “lhe” é pron. oblíquo, representando o obj. indir. (OI,
presença de preposição) e o complemento “de que houve engano de data e horário” é obj.
indir. (OI, por vir com preposição “de”). Ou seja, esta frase está errada porque há dois OI.
MUITO, POUCO, BASTANTE: pode ser ou Pronome Indefinido (caso esteja ligado
a um nome/substantivo) ou Advérbio de Intensidade (caso esteja ligado ao verbo, ao
adjetivo ou a outro advérbio). Para saber a que classe de palavra pertence, é preciso saber
se a palavra em questão está ligada a quem.
Ex.1: “As pessoas ficaram muito [= bastante] animadas.”. A palavra “muito” está ligada ao
adjetivo “animadas”, portanto é um advérbio (de intensidade); assim, “muito” não está ligado
ao verbo “ficaram”, nem ao substantivo “pessoas”. O teste para ver se alguma palavra é
advérbio ou adjetivo, basta variá-la na frase, colocando-a como feminina ou plural – se variar
é adjetivo. Veja como fica errado fazer aqui uma variação: “As pessoas ficaram muitas
animadas.” ou “As pessoas ficaram muita animadas.” – ambas as frases ficam erradas.
Ex.2: “Conheci muitas [= bastantes] pessoas animadas.”. Só pelo fato da palavra “muitas”
está sendo usada no gênero feminino (ou no número plural) é sinal que ela não pode ser um
advérbio, que é uma classe gramatical invariável. A palavra “muitas” está ligada ao
substantivo “pessoas”, portanto é um pronome indefinido, que é uma classe gramatical
variável.
Um exemplo de alteração gramatical e semântica: “vários mitos” [= muitos mitos] e
“mitos vários” [= mitos diferentes]. No primeiro caso, “vários” como pron. indefinido, e no
segundo caso, como adjetivo.
Ex.3: “Eles beberam muito [= bastante].”. A palavra “muito” está ligada ao verbo “beberam”,
portanto é um advérbio (de intensidade); assim, “muito” não está ligado ao pronome pessoal
“Eles”.
Ex.4: “Eles beberam muito [= bastante] suco.”. A palavra “muito” está ligada ao substantivo
“suco”, portanto é um pronome indefinido; assim, “muito” não está ligado ao verbo
“beberam” nem ao pronome pessoal “Eles”. Para conferir se “muito” é pronome indefinido
(ligado ao subst. “suco”), basta trocar o substantivo por outra palavra substantiva, por
exemplo, “cerveja”, e flexionar a palavra “muito” com o novo substantivo, então a frase ficaria
“Eles beberam muita cerveja.” – isso prova que “muito” é pron. indef.
Ex.5: “Muita [= bastante] gente foi ludibriada por esse político.”. Só pelo fato de a palavra
“muita” estar no feminino é sinal que não é um advérbio (uma classe de palavra invariável);
aqui “muita” está ligada ao substantivo “gente”, portanto é um pronome indefinido.
Ex.6: “Recebemos bastantes [= muitos] prêmios pelo festival.”. Só pelo fato de a palavra
“bastantes” estar no plural é sinal que não é um advérbio (uma classe de palavra invariável);
aqui “bastantes” está ligada ao substantivo “prêmios”, portanto é um pronome indefinido.
TODO: pode ser ou Pronome Indefinido (caso esteja ligado a um nome/substantivo)
ou Advérbio de Intensidade (caso esteja ligado ao verbo, ao adjetivo ou a outro advérbio).
Ex.1: “Chegaram todos ao mesmo tempo para festa.”. Só pelo fato de a palavra “todos”
estar no plural é sinal que não é um advérbio (uma classe de palavra invariável); A palavra
“todos” é pronome indefinido.
Ex.2: “Ele chegou da rua todo [= totalmente] machucado.”. A palavra “todo” é advérbio (de
intensidade) porque está ligado ao adjetivo “machucado”; e como advérbio é uma classe de
palavra invariável, ele não se flexiona – veja isso nos próximos exemplos. Passando a frase
para o plural: “Eles chegaram da rua todo [= totalmente] machucados.”. Passando a frase
para o feminino: “Ela chegou da rua todo [= totalmente] machucada.”.
Obs.: alguns gramáticos dizem que o “todo” é o único advérbio que pode variar;
porém isso faz parte da linguagem coloquial. Então, o que eles estão fazendo é cedendo a
regra gramatical rigorosa ao costume oral de falar.
VOZES VERBAIS
Quando se fala em “vozes verbais”, fala-se em “ação”. As vozes verbais indicam a
relação entre o sujeito e a ação expressa pelo verbo. Em português, o verbo se distribui em
3 vozes:
1) Voz Ativa: quando o sujeito pratica a ação; então, o verbo de uma oração está na
voz ativa quando a ação é praticada pelo sujeito, ou seja, o sujeito é o agente da ação
verbal. “Agente” é aquele que pratica a ação. Então, na voz ativa, o sujeito é o agente. Ex.:
“O aluno inteligente estuda toda a matéria.” – “O aluno inteligente” apresenta a função
sintática de sujeito; e o dizer que o sujeito “estuda toda a matéria” se quer dizer que ele é o
agente da ação verbal (da ação de estudar); assim, essa oração está na voz ativa.
2) Voz Passiva: quando o sujeito sofre/recebe a ação; então, o verbo de uma oração
está na voz passiva quando a ação é sofrida pelo sujeito, que não é o mesmo que pratica a
ação verbal, ou seja, o sofredor da ação verbal é o sujeito. Então, na voz passiva, o sujeito
é o paciente. Ex.: “Toda matéria é estudada pelo aluno inteligente.” – “Toda matéria” é
sujeito; aqui, o sujeito (“Toda matéria”) não pratica a ação de estudar, mas sofre tal ação.
3) Voz Reflexiva: quando o sujeito pratica e, ao mesmo tempo, recebe a ação. Nesse
tipo de voz, faz-se o uso de verbos pronominais, aqueles verbos que são acompanhados do
pronome “se”.
VERBOS PRONOMINAIS ESSENCIAIS: são os verbos obrigatoriamente
acompanhados de pronomes oblíquos: “abster-se”, “apiedar-se”, “arrepender-se”,
“atrever-se”, “indignar-se”, “queixar-se”, “suicidar-se”, “zangar-se”.
VERBOS PRONOMINAIS ACIDENTAIS: são os verbos que podem se apresentar
sem o pronome oblíquo: “aceitar-se” (verbo “aceitar”), “desculpar-se” (verbo
“desculpar”), “esquecer-se” (verbo “esquecer”), “iludir-se” (verbo “iludir”), “lembrar-se”
(verbo “lembrar”), “pentear-se” (verbo “pentear”), “ver-se” (verbo “ver”), “encontrar-se”
(verbo “encontrar”).
Obs.: Muitas vezes o verbo pronominal é regido por preposição. Veja os exemplos:
1) “Eu esqueci algo em casa.” e “Eu me esqueci de algo em casa.”
2) “Eles lembram o que aconteceu lá?” e “Eles se lembram do que aconteceu lá?”
“ENCONTRAR” e “ENCONTRAR-SE”
Veja as duas frases: “Encontrou o aluno.” e “Encontrou com o aluno.”. A primeira
frase existe, mas não a segunda. Porque o verbo “encontrar” é v. trans. dir. (VTD), já que
“quem encontra, encontra alguém [mas não com alguém]”. Daí estar errada a frase dois,
para esta estar correta é preciso acrescentar o pron. “se” no verbo (ficando “encontrar-se”).
Veja:
ENCONTRAR (VTD): “Encontrou o aluno.” – o verbo “encontrar” é v. trans. dir.
(VTD), pois “quem encontra, encontra alguém”. Portanto está correta. Também pode
acrescentar o pron. “se”: “Encontrou-se o aluno.” – “O aluno” é sujeito; a forma
verbal “encontrou” é v. intr. (VI); e o “se” é pron. apassivador (PA).
ENCONTRAR-SE (VTI): “Encontrou-se com o aluno.” – o verbo “encontrar-se” é v.
trans. indir. (VTI), pois “quem se encontra, se encontra com alguém”. Então “com o
aluno” é obj. indir. (OI); a forma verbal “encontrou-se” é v. trans. indir. (VTI); e o “se”
é parte integrante do verbo (PIV), que é um verbo pronominal acidental.
“LEMBRAR” e “LEMBRAR-SE”
Veja as duas frases: “Lembrou o dia da prova.” e “Lembrou do dia da prova.”. A
primeira frase existe, mas não a segunda. Porque o verbo “lembrar” é v. trans. dir. (VTD), já
que “quem lembra, lembra alguma coisa [mas não de alguma coisa]”. Daí estar errada a
frase dois, para esta estar correta é preciso acrescentar o pron. “se” no verbo (ficando
“lembrar-se”). Veja:
LEMBRAR (VTD): “Lembrou o dia da prova.” – o verbo “lembrar” é v. trans. dir.
(VTD), pois “quem lembra, lembra alguma coisa”. Portanto está correta. Também
pode acrescentar o pron. “se”: “Lembrou-se o dia da prova.” – “O dia da prova” é
sujeito; a forma verbal “lembrou” é v. intr. (VI); e o “se” é pron. apassivador (PA).
LEMBRAR-SE (VTI): “Lembrou-se do dia da prova.” – o verbo “lembrar-se” é v.
trans. indir. (VTI), pois “quem se lembrar, se lembra de algo”. Então “do dia da
prova” é obj. indir. (OI); a forma verbal “lembrou-se” é v. trans. indir. (VTI); e o “se” é
parte integrante do verbo (PIV), que é um verbo pronominal acidental.
VOZ ATIVA: “O casal viu um bom filme.” – “O casal” é sujeito e está na voz ativa porque ele
praticou a ação de “ver”; a forma verbal “viu” é VTD (porque não pede preposição, já que a
pergunta é: “O casal viu o que?”, resposta “um bom filme”); “um bom filme” é OD.
VOZ PASSIVA: “Um bom filme foi visto pelo casal.” – “Um bom filme” é sujeito e está na voz
passiva porque ele sofreu a ação de “ver”; “foi visto” é locução verbal; e “pelo casal” é
agente da passiva.
VOZ ATIVA: “O casal assistiu a um bom filme.” – “O casal” é sujeito e está na voz ativa
porque ele praticou a ação de “assistir”; a forma verbal “assistiu” é VTI (porque pede
preposição, já que a pergunta é: “O casal assistiu a que?”, resposta “a um bom filme”); “a um
bom filme” é OI.
VOZ PASSIVA (errada): “Um bom filme foi visto pelo casal.” – tal frase não existe porque ela
veio de uma frase direta ausente de objeto direto.
VOZ ATIVA: “O aluno estudou aquela matéria.” – “O aluno” é sujeito e está na voz ativa
porque ele praticou a ação de “estudar”; a forma verbal “estudou” é VTD; “aquela matéria” é
OD. VOZ ATIVA: “O aluno deve gostar daquela matéria.” – “O aluno” é sujeito e está na
voz ativa porque ele praticou a ação de “gostar”; a locução verbal “deve gostar” é VTI
(porque o verbo principal “gostar” é VTI, já que “quem gosta, gosta de algo”); e “daquela
matéria” é OI. VOZ [?]: “O rapaz deve ser feliz.” – “O rapaz” é sujeito; a locução verbal
“deve ser” é verbo de ligação (VL, porque o verbo principal “ser” liga o sujeito a uma
qualidade ou estado ou modo de ser [ou seja, liga o sujeito ao seu predicado]); e “feliz” é
predicativo do sujeito.
VOZ ATIVA: “Aquela banda cantou a música.” – “Aquela banda” é sujeito e está na voz
ativa porque ele praticou a ação de “cantar”; a forma verbal “cantou” é VTD; “a música” é
OD.
VOZ PASSIVA: “A música foi cantada por aquela banda.” – “A música” é sujeito e está na
voz passiva porque ele sofreu a ação de “cantar”; a locução verbal “foi cantada” é VTD; “por
aquela banda” é agente da passiva.
VOZ ATIVA: “Aquela banda deve cantar a música.” – “Aquela banda” é sujeito e está na
voz ativa porque ele praticará a ação de “cantar”; a locução verbal “deve cantar” é VTD
(porque o verbo principal “cantar” é v. trans. dir., já que “quem canta, canta algo”); “a música”
é OD.
VOZ PASSIVA: “A música deve ser cantada por aquela banda.” – “A música” é sujeito e
está na voz passiva porque ele sofrerá a ação de “cantar”; a locução verbal “deve ser
cantada” é VTD (porque o verbo principal “cantar” é v. trans. dir., já que “quem canta, canta
algo”); “por aquela banda” é agente da passiva.
VOZ ATIVA: “Aquela banda deve começar a cantar a música.” – “Aquela banda” é sujeito
e está na voz ativa porque praticará a ação de “cantar”; a locução verbal “deve começar a
cantar” é VTD (porque o verbo principal “cantar” é v. trans. dir., já que “quem canta, canta
algo”); “a música” é OD.
VOZ PASSIVA: “A música deve começar a ser cantada por aquela banda.” – “A música” é
sujeito e está na voz passiva porque ele sofrerá a ação de “cantar”; a locução verbal “deve
começar a ser cantada” é VTD (porque o verbo principal “cantar” é v. trans. dir., já que
“quem canta, canta algo”); “por aquela banda” é agente da passiva.
VOZ ATIVA: “A moça olhou o rapaz com raiva.” – “A moça” é sujeito e está na voz ativa
porque praticou a ação de “olhar”; a forma verbal “olhou” é VTD; “o rapaz” é OD; e “com
raiva” é adj. adverbial.
VOZ PASSIVA: “O rapaz foi olhado pela moça com raiva.” – “O rapaz” é sujeito e está na
voz passiva porque ele sofreu a ação de “olhar”; a locução verbal “foi olhado” é VTD; “pela
moça” é agente da passiva; e “com raiva” é adj. adverbial.
VOZ ATIVA: “Lucinha amou Leonardo.” – “Lucinha” é sujeito e está na voz ativa porque
praticou a ação de “amar”; a forma verbal “amou” é VTD; “Leonardo” é OD.
VOZ PASSIVA: “Leonardo foi amado por Lucinha.” – “Leonardo” é sujeito e está na voz
passiva porque ele sofreu a ação de “amar”; a locução verbal “foi amado” é VTD; “por
Lucinha” é agente da passiva.
VOZ ATIVA: “A testemunha diria toda a verdade.” – “A testemunha” é sujeito e está na voz
ativa porque praticou a ação de “dizer”; a forma verbal “diria” é VTD; “toda a verdade” é OD.
VOZ PASSIVA: “Toda a verdade seria dita pela testemunha.” – “Toda a verdade” é sujeito
e está na voz passiva porque ele sofreu a ação de “dizer”; a locução verbal “seria dita” é
VTD; “pela testemunha” é agente da passiva.
Frase ativa que não passa para a passiva (pela falta de OD):
VOZ ATIVA: “Os alunos assistiram a uma boa aula.” – “Os alunos” é sujeito, e está na voz
ativa porque ele praticou a ação de “assistir”; a forma verbal “assistiram” é VTI (porque pede
preposição, já que a pergunta é: “Os alunos assistiram a que?”, resposta “a uma boa aula”);
e “a uma boa aula” é OI.
VOZ PASSIVA (errada): “Uma boa aula será assistida pelos alunos.” – Tal frase está
errada porque ela veio de uma frase que não possui objeto direto (“Os alunos assistiram a
uma boa aula.”) e daí que ao transformar o objeto indireto (da ativa) em sujeito (da passiva)
tirou-se a preposição. Mesmo estando a frase errada, se ela fosse analisada ficaria assim: o
complemento “Uma boa aula” é sujeito; “será assistida” é locução verbal; e “pelos alunos”
é agente da passiva.
VOZ ATIVA: “O casal assistiu a um bom filme.” – “O casal” é sujeito e está na voz ativa
porque ele praticou a ação de “assistir”; a forma verbal “assistiu” é VTI (porque pede
preposição, já que a pergunta é: “O casal assistiu a que?”, resposta “a um bom filme”); “a um
bom filme” é OI.
VOZ PASSIVA (errada): “Um bom filme foi assistido pelo casal.” – Tal frase está
errada porque ela veio de uma frase que não possui objeto direto (“O casal assistiu a um
bom filme.”) e daí que ao transformar o objeto indireto (da ativa) em sujeito (da passiva)
tirou-se a preposição. Mesmo estando a frase errada, se ela fosse analisada ficaria assim:
“Um bom filme” é sujeito e está na voz passiva porque ele sofreu a ação de “assistir”; “foi
assistido” é locução verbal; e “pelo casal” é agente da passiva.
VOZ ATIVA: “Nas férias, eles sempre assistiam a bons filmes.” – Tal frase não apresenta
obj. dir. (OD), daí não ser possível sua transposição para a passiva.
VOZ PASSIVA (errada): “Nas férias, bons filmes sempre eram assistidos por eles.” –
Tal frase está errada porque ela veio de uma frase que não possui objeto direto. Ou seja,
pegou-se o obj. indir. (OI) da ativa e transportou para o sujeito da passiva.
VOZ PASSIVA
A voz passiva é indicada de duas maneiras, ou seja, há duas maneiras de fazer o
sujeito sofrer a ação:
1. Passiva Analítica ou Locucional (com locução verbal): mediante o uso dos verbos
auxiliares ser e estar e o particípio de certos verbos ativos: ser visto (sou visto, és
visto, é visto...); estar abatido (estou abatido, estava abatido...). Raramente, a passiva
analítica aparecerá com outros verbos que desempenharão a função de verbo
auxiliar.
2. Passiva Sintética ou Pronominal (com pronome apassivador): é formada mediante
o uso do pronome SE (pronome apassivador). Neste caso, o elemento agente
desaparece, porque não interessa ao narrador mencioná-lo.
DIFERENÇAS DO “SE”
1. O “se” como partícula ou pronome apassivador (PA): só poderá ser inserido em
frase com objeto direto (OD). O “P.A.” (pron. apassiv.) irá transformar o objeto direto
em sujeito e a voz ativa em passiva pronominal ou sintética. Então, no PA tem sujeito.
2. O “se” como índice, partícula ou pronome indeterminador do sujeito (PIS):
poderá aparecer com qualquer tipo de verbo na 3ª pessoa do singular, salvo os que
trouxerem objeto direto. O “P.I.S.” (pron. indet. do suj.) deixará o sujeito
indeterminado. Então, no PIS o sujeito é indeterminado.
3. O “se” como parte integrante do verbo (PIV): aquilo (“se”) que integra
obrigatoriamente o verbo.
Ex.2: VOZ ATIVA: “Comprou o carro dos sonhos.” – O complemento “o carro dos
sonhos” é obj. dir. (OD); a forma verbal “comprou” é v. trans. dir. (VTD). Pelo fato dessa
frase apresentar obj. dir. (OD), então ela aceita ser transformada na voz passiva. Então, é
possível colocar o “se” de pron. apassivador (PA). Veja VOZ PASSIVA (pronominal):
“Comprou-se o carro dos sonhos.” – “O carro dos sonhos” é sujeito (na voz passiva
pronominal); a forma verbal “comprou” é v. intrans. (VI); e o “se” é pron. apassivador (PA).
Ou também, transformar a frase numa voz passiva locucional, veja a VOZ PASSIVA
(locucional): “O carro dos sonhos foi comprado.” ou “Foi comprado o carro dos sonhos.” –
“O carro dos sonhos” é sujeito (na voz passiva locucional); a locução verbal “foi comprado”
é v. intrans. (VI).
Ex.3: VOZ REFLEXIVA [?]: “Arrependeu-se do que fez.” – O complemento “do que
fez” é obj. indir. (OI); a forma verbal “arrependeu” é v. trans. indir. (VTI); e o “se” é parte
integrante do verbo (PIV).
Ex.4: “Os participantes do quartel bem poderiam, para avançar, inspirar-se na última
reunião.” – A expressão “para avançar” está de intrusa, porque está separando a locução
verbal “poderiam inspirar-se”. O sujeito é “os participantes do quartel” pois responde a
pergunta “Quem poderia se inspirar?”. O “se” é parte integr. do verbo (PIV).
1º passo: tire os “se” das frases, e fica assim: a) “Pediu ajuda.” b) “Precisa de ajuda.” c)
“Queixou do professor.”. Perceba que nas duas primeiras frases é possível retirar o “se” e a
frase ficar gramaticalmente correta, mas a última frase fica gramaticalmente errada; portanto
não existe “Queixou do professor.”, o uso do “se” é obrigatório porque ele é um PIV. [não
existe o verbo “queixar”, só existe “queixar-se”].
2º passo: analise sintaticamente cada uma das frases que você tirou ou tentou tirar o “se”.
a) “Pediu ajuda.”, o complemento “ajuda” é obj. dir. (OD), e a forma verbal “pediu” é
v. trans. dir. (VTD). Como essa frase existe sem a presença do “se”, então eu não posso
falar que quando ela possui o “se”, esse “se” é parte integrante do verbo (PIV). Então,
sobram duas opções: ou é PA ou PID.
b) “Precisa de ajuda.”, o complemento “de ajuda” é obj. indir. (OI), e a forma verbal
“precisa” é v. trans. indir. (VTI). Como essa frase existe sem a presença do “se”, então eu
não posso falar que quando ela possui o “se”, esse “se” é parte integrante do verbo (PIV).
Então, sobram duas opções: ou é PA ou PID.
c) “Queixou do professor.”, essa frase não é analisável porque não existe o verbo
“queixar”; dessa forma não existe “queixei”, “queixavas”, “queixava” etc. Mas existe o verbo
“queixar-se”; dessa forma existe “queixei-me”, “queixavas-te”, “queixava-se” etc. Então,
conclui-se que esse “se” é parte integrante do verbo (PIV).
3º passo: uma vez analisadas as frases sem o uso do “se”, descubra agora que tipo é esse
de “se” – PA, PID, PIV – que se coloca ao lado desses verbos. Regras:
– Se a frase analisada (sem o uso de “se”) contém obj. dir. (OD), então o “se”
acrescentado é pronome apassivador (PA). Como é o caso da frase a) “Pediu ajuda.”,
sendo “ajuda” o OD, e “pediu” o VTD. Daí adicionando o “se” fica: “Pediu-se ajuda.”, sendo
“ajuda” o sujeito (antes era OD) – voz passiva pronominal –, “pediu” é VI, e “se” o pronome
apassivador (PA). A frase na passiva pronominal (i.e., com o pron. “se”) pode ser conferida
se a transposição para a voz passiva locucional ficar correta: “Foi pedida ajuda.” ou “Ajuda
foi pedida.”.
– Se a frase analisada (sem o uso de “se”) não contém obj. dir. (OD), mas contenha
obj. indir. (OI) e o verbo estiver conjugado na 3ª p. do singular, então o “se” acrescentado é
pronome indeterminador do sujeito (PIS). Como é o caso da frase b) “Precisa de ajuda.”,
o OI é “de ajuda” e a forma verbal “precisa” está na 3ª p. do sing. Daí adicionando o “se” fica:
“Precisa-se de ajuda.”, sendo “de ajuda” um OI, “precisa” o VTI, e “se” o pronome
indeterminador do sujeito (PIS) – um sujeito indeterminado. A frase com PIS (i.e., com o
pron. “se” indeterminador) pode ser conferida se ao colocar um sujeito a frase ficar incorreta:
“Ele precisa-se de ajuda.” – (como não existe, então é PIS). Então, para ficar correta, teria
que tirar o PIS (“se”) e acrescentar o suj.: “Ele precisa de ajuda.”
– Se a frase analisada (sem o uso de “se”) não fizer sentido, ou seja, estiver incorreta,
então o “se” acrescentado é parte integrante do verbo (PIV). Como é o caso da frase c)
“Queixou do professor.”, a qual está incorreta sem a presença do “se”, daí ser correto
apenas a construção “Queixou-se do professor.”.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Dois subst. com gêneros iguais : Ex.1: “Mãe e filha bonita.” [concordância atrativa] ou
“Mãe e filha bonitas.” [concordância gramaticalmente, concordância com os dois
subst.]. Ex.2: “Pai e filho bonito.” [concordância atrativa] ou “Pai e filho bonitos.”
[concordância gramaticalmente, concordância com os dois subst.]. Outro exemplo: “...
está diminuindo a nossa capacidade de concentração e contemplação profunda.”
[concordância atrativa] ou “... está diminuindo a nossa capacidade de concentração e
contemplação profundas.” [concordância gramatical, concordância com os dois
subst.].
Quando se tem uma série de substantivos do mesmo gênero e depois um adjetivo, a
gramática normativa admite a concordância com o núcleo mais próximo (i.e., com o último
substantivo da série – isso se chama concordância atrativa) ou que você concorde com os
dois substantivos.
Dois subst. com gêneros distintos : Ex.1: “Pai e filha bonita.” [concordância atrativa]
ou “Pai e filha bonitos.” [concordância gramaticalmente, prevalece a concordância no
masc.]. Ex.2: “Carne e sorvete saboroso.” [concordância atrativa] ou “Carne e
sorvete saborosos.” [concordância gramatical, prevalece a concordância no masc.].
Quando se tem uma série de substantivos com gêneros distintos (masc. e fem.) e
depois um adjetivo, a gramática normativa admite a concordância com o núcleo mais
próximo (concordância atrativa) ou apenas a concordância no masculino.
Vários subst. no fem. e um só no masc. : Ex.1: “Pai, mãe e filha bonita.” [concordância
atrativa] ou “Pai, mãe e filha bonitos.” [concordância gramatical, prevalece a
concordância no masc.].
Quando se tem uma série de substantivos com gêneros distintos (masc. e fem.) e
depois um adjetivo, a gramática normativa admite a concordância com o núcleo mais
próximo (concordância atrativa) ou apenas a concordância no masculino.
Obs.: Ex.1: “Respiração e circulação sanguínea.” [concordância atrativa], é uma frase
correta. Agora, é errado dizer “Respiração e circulação sanguíneas.”, porque embora os
dois substantivos estejam no feminino, o adjetivo “sanguíneo” só se aplica ao subst.
“circulação” (“circulação sanguínea”), e não ao subst. “respiração”, já que não existe
“respiração sanguínea”. Ex.2: “Casa e sorvete saboroso.” [concordância atrativa], é uma
frase correta. Agora, é errado dizer “Casa e sorvete saborosos.”, porque embora haja dois
substantivos, o adjetivo “saboroso” só se aplica ao subst. “sorvete” (“sorvete saboroso”), já
que não existe “casa saborosa”.
O substantivo “milhar” é masculino. Daí ser errado dizer: “As milhares de
mulheres...”, “As milhares de fãs...” etc. O certo, então, é: “Os milhares de mulheres...”, “Os
milhares de fãs...” etc.
Exemplos de concordância nominal:
“As mulheres, por si sós [não “por si só”], são indecisas nas escolhas.”.
“Comenta-se como certa [não “certo”] a presença dele no congresso.”. – “certa”
concorda com o subst. “presença” (sujeito “a presença dele no congresso”).
“Um assunto desses não deve [e não “devem”] ser discutido em público.”. – O verbo
“deve” concorda com o subst. “um assunto”.
“Perdi muito tempo comprando aquelas blusas rosa [não “blusas rosas”].”. – Pelo fato
de o substantivo “rosa” ser usado como adjetivo, ele sempre será invariável.
CONCORDÂNCIA VERBAL
APOSTO RESUMITIVO
Quando houver um aposto resumitivo (AR), com ele a concordância deverá ser feita.
A função do AR é a de resumir.
Ex.1 (sem aposto): “Dinheiro sujo, drogas e rock-and-roll, me seduzem.” – o verbo
está no plural (“seduzem”) porque concorda com o sujeito composto “dinheiro sujo, drogas
e rock-and-roll”. Ex.2 (com aposto): “Dinheiro sujo, drogas e rock-and-roll, nada me seduz.”
– aqui o verbo tem de estar no singular porque concorda com o aposto resumitivo (“nada”)
que está no singular. Ex.3 (com aposto): “Dinheiro sujo, drogas e rock-and-roll, todos me
seduzem.” – aqui o verbo tem de estar no plural porque concorda com o aposto
resumitivo (“todos”) que está no plural.
Ex.: “Interrogar, determinar com exatidão, situar-se; todos esses atos de liberdade, de
decisão e de responsabilidade são terrivelmente angustiantes.” – aqui a forma verbal “são”
tem de estar no plural porque concorda com o aposto resumitivo (“todos”) que está no
plural; portanto o plural “são” não está assim por causa do “interrogar, determinar, situar-se”.
REGÊNCIA
A sintaxe de regência cuida especialmente das relações de dependência em que se
encontram os termos na oração ou as orações entre si no período composto. Os termos,
quando exigem a presença de outro, chamam-se regentes ou subordinantes; os que
completam a significação dos anteriores chamam-se regidos ou subordinados.
A regência divide-se em:
REGÊNCIA VERBAL: quando estiver relacionando o complemento a um verbo.
Então é o verbo que pede complemento.
Ex.: “Os homens confiam em Deus.” – Análise Gramatical: “os” é artigo; “homens” é subst.;
“confiam” é verbo; “em” é prep.; “Deus” é subst. Análise sintática: “Os homens” é sujeito;
“confiam” é VTI; “em Deus” é OI. Termo regente: “confiar”. Termo regido: “em Deus”.
Se o “confiar” pede complemento, então ele será chamado termo regente (então o
verbo é o regente), e o complemento “em Deus” é o regido. O “em Deus” serviu como
complemento ao verbo “confiar”, portanto “em Deus” é complemento verbal (completa o
sentido do verbo).
Com a regência verbal você saberá se o certo é: “Chegar em casa.” ou “Chegar à
casa.”; “Namoro com você.” ou “Namoro você.”; “Piso no chão.” ou “Piso o chão.”. Em
outras palavras, você terá de descobrir o que o termo regente pede como complemento:
complemento com ou sem preposição?.
+ “” % =
https://www.youtube.com/watch?v=SDfwWQlgkNY
1:32:42 min. Aula 10
ASPIRAR
a) No sentido de cheirar, sorver (VTD): usa-se sem preposição.
b) No sentido de almejar, pretender (VTI): usa-se com preposição “a”.
Ex.1: “Aspirou o ar poluído.” – VTD; voz ativa. Ex.: “Aspirou-se o ar poluído.” – voz passiva
pronominal. Ex.: “Foi aspirado o ar poluído.” –. Voz passiva locucional.
Ex.2: “Aspirou a um bom concurso.” –. VTI; voz ativa. Ex.: “Aspirou-se a um bom
concurso.” –. VTI; pron. ind. do suj. (PIS).
ASSISTIR
a) No sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer (VTD): usa-se sem preposição.
b) No sentido de ver, presenciar (VTI): usa-se com preposição “a”.
c) No sentido de caber, pertencer (VTI): usa-se com preposição “a”.
d) No sentido de morar, residir: usa-se com preposição “em”.
Ex.1: “O técnico assistia o jogador fanático.” – casa “a” (VTD). Ex.: “O jogador fanático era
assistido pelo técnico.” – voz passiva.
Ex.2: “O público não assistiu ao show.” – caso “b” (VTI)
Ex.3: “Assistia ao homem tal direito.” – caso “c” (VTI)
Ex.4: “Assistiu em Maceió por muito tempo.” – caso “d” (VI)
Ex.1: “Viu um bom show.” –. Ex.: “Viu-se um bom show.” –. Ex.: “Foi visto um bom show.”
–
Ex.2: “Assistiu a um bom show.” –. Ex.: “Assistiu-se a um bom show.” –. (PIS).
Ex.3: “O casal assistiu à novela das seis e depois viu a reprise.” – (VTI) e (VTD)
VISAR
a) No sentido de mirar: usa-se sem preposição.
b) No sentido de dar visto: usa-se sem preposição.
c) No sentido de ter em vista, objetivar: usa-se com preposição “a”.
PROCEDER
a) No sentido de ter fundamento (): usa-se sem preposição.
b) No sentido de originar-se, vir de algum lugar (VTI): usa-se com preposição “de”.
c) No sentido de dar início, executar (VTI): usa-se com preposição “a”.
PRONOME RELATIVO
Que
Ex.1: “O ar que aspirávamos era poluído.” – “aspirávamos = cheirávamos” (VTD)
Ex.2: “O concurso a que aspirávamos era muito disputado.” – “aspirávamos =
almejávamos” (VTI)