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Claiton Natal
Apresentação do curso
É muito bom compartilhar com vocês a minha paixão por nossa língua.
Gosto muito do que faço e me alegro bastante com o progresso de meus
alunos. Em nosso curso, trabalharemos com objetividade os aspectos
gramaticais mais cobrados em provas de concursos públicos. Não perderemos
tempo com assuntos periféricos, visto que a objetividade nos ajudará a
otimizar nosso estudo. Ao longo dos dezesseis anos de trabalho em cursos
preparatórios para concursos públicos, encontrei alunos ávidos por aprender
de maneira lógica os aspectos gramaticais, alunos contaminados por macetes e
por regras inócuas. Sempre ouvi deles: “professor, como faço para aprender
esta gramática?”. No mínimo estranho, né? Ouvi isso de um falante nativo
(risos); no entanto é comum encontrar pessoas que, apesar de terem sido
alfabetizadas em português, possuem, também, inúmeras dificuldades em
entender os aspectos gramaticais. É fato que a dicotomia língua falada x língua
escrita é um grande óbice.
Estudaremos aqui as imposições da senhora gramática normativa; mas
esclareço: sempre contemplaremos os aspectos linguísticos que nos cercam a
todo momento. Temos de estudar a língua em funcionamento, pois sabemos
que as provas de concursos públicos cobram geralmente a gramática aplicada
ao texto. Ressalte-se: as provas de Língua Portuguesa em concursos públicos
exigem dos candidatos raciocínio linguístico pautado na morfologia (forma), na
sintaxe (organização) e na semântica (sentido). É imprescindível aliarmos esses
três níveis no contexto oracional.
A maior dificuldade dos alunos consiste na falta de pré-requisito. Poucos dão
importância ao emprego das classes de palavras e à análise sintática:
conteúdos indispensáveis para aquele que busca o aprendizado pautado no
raciocínio linguístico. Os examinadores muitas vezes cobram do candidato a
racionalização dos aspectos gramaticais, ou seja, eles não querem saber se a
vírgula, em determinado trecho, é obrigatória; mas, sim, se ela isola adjunto
adverbial ou aposto explicativo, ou se pode ser substituída por ponto e vírgula.
A análise sintática servirá, portanto, como meio. Ela mostrará o ponto fraco da
construção de uma frase, será o instrumento na identificação de solecismos
(erros de estruturação sintática: concordância, regência, colocação,
pontuação).
Dividiremos, então, o nosso curso em duas etapas: módulo básico e módulo
avançado. No primeiro, estudaremos aquelas matérias que constituem pré-
requisitos. Você precisa entender o papel das classes de palavras dentro da
relação textual e, em seguida, aliar as classes de palavras às funções sintáticas.
Isso o ajudará a compreender, de maneira lógica (sem macetes), o
funcionamento da sintaxe de nossa língua. Para auxiliá-lo, usaremos duas
importantes tabelas no módulo básico: a primeira, da morfologia, e a segunda,
da morfossintaxe. Sei que muitos de vocês estão estudando para concursos das
carreiras fiscais, em que a prova é elaborada tradicionalmente pela ESAF, por
isso afirmo: os assuntos explorados no módulo básico geralmente não são
abordados por este examinador. Contudo, é imprescindível que você também
fique fera nos conteúdos desta etapa, pois eles constituem pré-requisitos, que
serão necessários para que você entenda os conteúdos do segundo módulo,
módulo avançado. Não estudaremos, pois, análise sintática como finalidade
em si mesma, mas como meio que nos conduzirá à racionalização dos
conteúdos que estudaremos no módulo avançado.
GRAMÁTICA APLICADA (do básico ao
avançado)
Módulo Básico
3.4) - Crase
3.5) Pontuação (dentro do contexto oracional)
6 – Estilística
Bibliografia recomendada (gramáticas tradicionais):
Gramática Reflexiva – Texto, Semântica e Interação
Autores: Willian Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães
(nível básico)
Gramática em 44 lições
Autor: Platão e Saviolli
(nível intermediário)
Gramática Escolar da Língua Portuguesa
Autor:Evanildo Bechara
(nível avançado)
Análise
No exemplo acima, constatamos que o verbo sofrer foi empregado como
substantivo, pois o pronome possessivo “meus” é determinante deste
vocábulo. Conforme mencionei acima, são determinantes do substantivo os
artigos, os pronomes possessivos, demonstrativos, indefinidos e os numerais.
ADJETIVO é a classe de palavra variável que, no eixo sintagmático, modifica o
substantivo – ou seja, altera o seu sentido, dando-lhe qualidades, estados,
características.
A cobrança é explícita.
Não bastassem as mais de 800 mortes, a guerra na Faixa de Gaza tem o preço
de transformar em reféns milhões de pessoas. Elas veem a rotina
completamente modificada.
Análise
No trecho acima, observa-se que o pronome pessoal do caso reto “Elas”
substitui a expressão nominal “milhões de pessoas”, então o classificamos
como pronome substantivo.
O problema, ressaltam, é que a inflação se mantém elevada há muito tempo.
Análise
Agora, no trecho acima, o pronome indefinido “muito” refere-se ao
substantivo “tempo”. Note que ele acompanha o substantivo “tempo”, por isso
o classificamos como pronome adjetivo.
Importante!
A nomenclatura pronome adjetivo é utilizada por alguns examinadores.
Observe a questão abaixo.
Trecho
...estou somente querendo fazer uma gracinha da moda mesmo) reclamou da
injustiça para com os demais países. No que Deus teria replicado que
esperassem o povinho ordinário que Ele ia botar naquela terra magnífica.
(FGV Técnico SERMS)
A palavra demais (L.1) classifica-se como:
(A) adjetivo biforme.
(B) advérbio.
(C) pronome adjetivo.
(D) pronome substantivo
(E) substantivo.
Comentário: o pronome indefinido “demais” tem como termo regente o
vocábulo “países”; então, na relação textual, funciona como pronome adjetivo.
Cuidado! Não confunda o pronome indefinido adjetivo demais com o advérbio
de intensidade demais. (Ele comeu demais = Ele comeu muito).
NUMERAL é a classe de palavra variável que, em regra, possui função
quantificadora ou ordenadora. Como ocorre com os pronomes, há no texto
dois tipos de numeral: numeral substantivo (substitui o substantivo) e numeral
adjetivo (refere-se ao substantivo).
Análise
Os numerais ordinais “primeiro” e “segundo” retomam, respectivamente, as
expressões substantivas “governo federal” e “Comitê Olímpico Brasileiro”; por
conseguinte são, na relação textual, numerais substantivos.
Há semelhanças entre os dois alunos.
Análise
Nesta construção, o numeral cardinal “dois” acompanha o substantivo
“alunos”, por isso é classificado, no eixo oracional, como numeral adjetivo.
Fique atento!
Os pronomes e numerais adjetivos possuem função adjetiva. Observe a
abordagem abaixo.
Trecho
Mas, como é altamente improvável que a mudança resulte na
correspondente redução dos preços nas gôndalas, os supermercados acabam
se dando bem.
Algo parecido vale para o poder público. Ele aparece na foto como
defensor do ambiente por ter promovido o acordo e pouca gente lembra que
sua lista de omissões nessa área é grande. o volume de lixo reciclado ainda é
revisível e há pouquíssimas usinas de compostagem, para citar apenas dois
recadilhos diretamente relacionados a resíduos sólidos.
Em termos ambientais, as sacolas são um estorvo, mas nem de longe o maior
problema. Reduzir seu uso sem criar dificuldades maiores e uma meta
louvável. Cumpri-la implicará custos, que terão de ser pagos pelos
consumidores.
Análise
O item está incorreto, visto que a expressão “em nível mundial” é uma
locução adverbial; o vocábulo mundialmente, um advérbio: as duas
construções são gramaticalmente corretas.
Cuidado!
Nem toda expressão que da ideia de lugar é uma locução adverbial. Lembre-se:
as locuções adverbiais se referem ao verbo e dão a ideia de circunstância.
Observe o exemplo abaixo.
Não é segredo que a atividade física produz inúmeros benefícios para o corpo.
A bolsa não continha chip e não foi localizada nas operações de busca da PF.
Aviso!
Estudaremos detalhadamente as conjunções no capítulo de período composto.
INTERJEIÇÃO é uma expressão autônoma que, no nível fraseológico, não
estabelece relação morfossintática. Ela exprime sentimentos ou sensações de
alegria, dor, surpresa etc.
Observação: em regra, as interjeições vêm acompanhadas de ponto de
exclamação (!).
Exemplos:
Ah! Oh! Ai! Psiu! Silêncio!
Substantivo (regente)
Adjetivo (regido)
Locução adjetiva (regido)
Artigo (regido)
Pronome adjetivo (regido)
Numeral adjetivo (regido)
2 – ÁREA DOS VERBOS
VERBO (regente)
Advérbio (regido)
Locução adverbial (regido)
3 – ÁREA DOS CONECTIVOS