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DOUTRINA

MÓDULO 1 CATÓLICA
(A. Boulenger)
Problema do Destino (do homem): origem, fim e
meios que levam ao fim.

Catecismo dá a solução do problema.

AULA 1 Natureza do Destino: ordem sobrenatural.

Destino do Caráter do Destino: obrigatório, por parte do


homem; gratuito, por parte de Deus.
Homem
Obrigações impostas: estudo da Religião e
obediência aos preceitos da Religião

A irreligião é: ingratidão e loucura.


Vocábulos

 Destino: sentido lato, o fim a que tendem os seres. Sentido particular, referindo
ao homem, é a questão da vida futura (recompensas ou castigos reservados após a
morte).
 Catecismo ou Catequese (do gr. “catechesis”, instrução): a) Instrução religiosa
por meio de perguntas e respostas; ministrava-se aos catecúmenos antes do
batismo; com o batismo de criança, é dada em anos que antecedem à primeira
comunhão b) Como livrinho, para se opor aos opúsculos dos protestantes.
Catecismos célebres: do Concílio de Trento (séc. XVI); de São Suplício (séc.
XVII); de Meaux (1686); catecismo imperial (1806), depois não aceito.
Destino: Problema e Catecismo

 O Destino. PROBLEMA: O destino é só o fim (aonde vamos) do homem; mas


isso está relacionado ao ponto de partida, origem (donde viemos), e aos meios
(como vamos) que nos hão de levar a esse nosso fim. Estas 3 questões que estão
intimamente ligadas – origem, fim e meios de conseguir esse fim que Deus propôs
– apresentam-se, espontânea e inevitavelmente, ao espírito e exigem uma solução.
Tal solução é dada pela religião, a qual está exposta num livrinho: Catecismo.
 O Destino. CATECISMO. Todas as grandes questões da humanidade são
respondidas satisfatoriamente pela religião (Catecismo).
Destino: Natureza

 O Destino. NATUREZA. Deus é o nosso criador inteligente e sábio (ORIGEM);


portanto, impossível nos ter criado à toa, sem propósito, sem fim preestabelecido.
 Qual é este fim? O homem não foi feito para uma felicidade efêmera, deleites do
corpo e gozos do espírito que acabassem com a morte. Foi feito para promover a
glória de Deus, para conhece-lo, servi-lo, amá-lo, para ganhar o céu e tornar-se
participante da vida divina/eterna. A morte não é o término do fim, mas é mera
transição que introduz o homem no seu destino verdadeiro. Este fim, portanto, é
de ordem sobrenatural, elevando o homem acima da sua natureza após sua
morte. (cont.)
Destino: Caráter

 Destino sobrenatural (FIM). Ordem natural: a plena extensão, o completo


desenvolvimento das nossas faculdades após a morte.
 O Destino. CARÁTER. É lícito ao homem aceitar ou recusar seu destino
(sobrenatural)? O destino sobrenatural é gratuito por parte de Deus e, ao mesmo
tempo, obrigatório por parte do homem. Deus nos dá por bondade, e esta bondade
divina chega a nos impor para que nossa leviandade não nos prive de tão grande
privilégio. Logo, não temos a liberdade de aceitar ou recusar.
 O caráter do Destino é obrigatório (por parte do homem). Caráter obrigatório.
Destino: Obrigações impostas

 O Destino. OBRIGAÇÕES QUE IMPÕE: Como o destino é de ordem sobrenatural e


de caráter obrigatório, é lógico que nós temos de escolher os meios adaptados ao fim.
 1ª obrigação imposta ao homem: estudo da religião que determina as relações entre
o Criador e suas criaturas. O conhecimento/ciência da religião é o mais importante e o
único necessário.
 2ª obrigação imposta ao homem: obediência aos preceitos da religião – adesão do
espírito às verdades que ela professa e prática os seus mandamentos. (MEIOS). Obs.:
Esses são os meios de atingir a meta que Deus nos propõem para ganharmos a
recompensa da vida eterna.
Destino: Irreligião

 O Destino. A IRRELIGIÃO. Somente a religião desvenda o mistério da


existência: Deus nos pôs no mundo para o conhecermos, amá-lo, servi-lo e, por
este meio, adquirirmos a vida eterna.
 Daí resulta que a irreligião é ingratidão e loucura. a) ingratidão porque o
homem irreligioso pretende passar bem sem Deus, suprimi-lo ou ignorá-lo b)
loucura porque o homem sem Deus não pode duvidar de um coisa: que há de
morrer.
É a Religião verdadeira (apologética)

Origem do nome cristão.


AULA 2
Como é que vem a ser um cristão?
Religião Cristã
Distintivos do cristão: a) Sinal da Cruz b)
Símbolo dos Apóstolos.

Doutrina católica: Dogma, Moral, Meios de


santificação, Culto (Liturgia).
Vocábulo

 Religião: etimologicamente, é palavra de origem latina. Duas origens possíveis:


 a) Vem de “relegere”, recolher, tratar com cuidado porque o homem religioso
zela, com máximo empenho e profundo respeito, pelas coisas referentes ao culto
de Deus (Etimologia que dá Cícero). Oposto de “neglegere”, deixar de lado,
descuidar.
 b) Vem de “religare”, ligar porque a religião tem como base os laços que unem
o homem a Deus (Etimologia que dão Lactâncio, São Jerônimo, Santo
Agostinho).
Significado de Religião

 Várias acepções da palavra religião (a etimologia pouco importa):


 a) Doutrina: no caso da religião cristã, é a doutrina, os ensinos, os
mandamentos e as verdades ensinadas (e reveladas) e praticadas por Jesus
Cristo. (Professar a religião).
 b) Igreja: ser membro do grupo. Ser membro da Igreja Católica, i. e., da
Sociedade fundada por Cristo, cujos fieis têm todos mesma crença, culto e fé.
(Pertencer à religião).
 c) Piedade: essa pessoa tem muita religião = tem grande piedade, fé e devoção.
Significado de Religião (cont.)

 d) Ordem Monástica: Entrar na religião é abraçar a vida cenobítica em algum


convento (religião franciscana, trapista, carmelitana, beneditina, etc.). Aqui,
religião tem o sentido de “relegere”, recolher.
Vocábulos

 Cristão (em velho português chreschão, crischão): Pela etimologia, cristão é


discípulo de Jesus Cristo. Ser discípulo de um mestre é acreditar tudo o que esse
mestre ensina. (Os nomes próprios Cristiano e Cristiana são variantes de um mesmo
vocábulo, e tem a mesma significação).
 Sinal da Cruz: a) Sinal é uma coisa que indica outra. O sinal da cruz é caráter
distintivo do cristão; é sua profissão de fé exterior, mostrando que pertence à religião
cristã b) Cruz é um instrumento de suplício, feito com duas traves de madeira, uma
sobre a outra, em ângulo reto. Escolhido como distintivo cristão. Cristo morreu pelo
suplício da cruz (Vera Cruz) para nos salvar e expiar nossos pecados.
Religião Cristã: Religião verdadeira

 Religião Cristã. É A RELIGIÃO VERDADEIRA. As três principais religiões


são: budismo, maometismo e cristianismo. Elas não são igualmente boas, apesar
de sempre ter algo de excelente nelas, porque em todas elas contém parcelas de
verdade. Uma só é de origem divina, visto que Deus não pode ensinar doutrinas
contrárias, opostas. O estudo da religião impõe-se a nós como dever precípuo,
obrigação primordial da nossa existência. Uma vez que há diversas religiões,
qual religião se há de estudar? A Religião cristã. A religião que contém a verdade
inteira, a única religião que seja de origem divina, é a religião cristã. As provas
disso faz parte de um trabalho preliminar chamado apologética.
Origem do nome cristão

 Religião Cristã. ORIGEM DO NOME CRISTÃO. As religiões, geralmente,


designam-se pelo nome de seu fundador: Maometismo (de Maomé), Luteranismo
(de Lutero). Cristianismo vem a ser a religião estabelecida por nosso Jesus Cristo,
e cristão, são os que seguem essa religião.
 Desde o início de seu ministério público, Jesus teve quem o seguisse: eram os
cristãos (ainda não usando essa apelidação); estes foram os primeiros cristãos. Os
discípulos chamavam entre si de: escolhidos, eleitos (Rm 8.33; Cl 3.12), discípulos
(At 9.26; 11.29), irmãos (At 2.29,37; 3.17; 6.3; 7.2), santos (Rm 8.27; 15.25),
crentes (At 5.14).
Origem do nome cristão (cont.)

 Os judeus punham-lhes um nome de escárnio, de desprezo: Nazarenos (At 24.5);


 No ano 43 d.C., em Antioquia da Síria, que Paulo e Barnabé vieram a esta
cidade para pregar. Muitas almas se converteram e os gentios começaram a
designar por cristãos os novos discípulos de Cristo (At 11.26). Esse epiteto não
era pejorativo, servia apenas para nomear uma seita com notável
desenvolvimento. Com o tempo, a palavra cristão tornou-se um termo injurioso
e vil para expor os discípulos de Cristo ao ludíbrio e à vindita pública (1Pe
4.16).
Como é que se vem a ser cristão

 Religião Cristã. COMO É QUE VEM A SER CRISTÃO. A porta de entrada da


religião cristã é o batismo; este é que franqueia o ingresso na religião cristã,
portanto, não basta ser filho de pais cristãos. O requisito prévio é receber o
sacramento do batismo. Este é o maior benefício que a bondade de Deus nos
possa outorgar. Nada obriga Deus a nos conceder esse favor; daí a dívida de
gratidão, profunda e imensa, que temos para com Ele.
Distintivos do cristão

 Religião Cristã. DISTINTIVOS DO CRISTÃO. Sinais que revelam a qualidade


de cristão em alguém. Os dois principais são: o sinal da cruz e o símbolo dos
Apóstolos (exposição do Dogma).
 Sinal da cruz: para o cristão, esse sinal é a profissão de fé mais breve e mais
expressiva que possa fazer. 3 Motivos: a cruz tem sido o instrumento pelo qual
fomos remidos; é o melhor meio de honrar a Jesus, mostrando que não
escondemos a nossa crença; a cruz, por ser querida do divino Mestre, nos atrai
favores dele e afugenta os demônios. Por isso que a Cruz (e o sinal dela)
desempenha papel tão saliente na religião cristã.
Distintivos do cristão (cont.)

 Sinal da cruz (cont.): a cruz se ergue no vértice dos templos. No interior das
igrejas, está em todo o lugar: nos altares, nos púlpitos, nos confessionários, etc.
O sacerdote não faz uma função, não administra um sacramento, em que não
entre diversas vezes o sinal da cruz; no santo Sacrifício da Missa, são numerosas
as cruzes que ele traça sobre si mesmo ou sobre o cálice; nos Ofícios mais
solenes, queima incenso em frente da Cruz do altar e dirige sempre, a este
símbolo sagrado, uma saudação, inclinando-se.
Modos de fazer o sinal da cruz

São três os modos de fazer o sinal da cruz:


 Modo 1: Levar a mão direita da testa ao peito (representa a parte vertical ou
haste da cruz), do ombro esquerdo ao direito (parte transversal ou os braços da
cruz). No mesmo tempo, pronuncia-se: “Em nome do Padre, do Filho e do
Espírito Santo. Amém.” É a evocação dos 3 grandes Mistérios: Santíssima
Trindade, Encarnação e Redenção.
Modos de fazer o sinal da cruz (cont.)

 Modo 2: Persignar-se, que consiste em traçar uma cruzinha com o polegar na


fronte (não nos acovardamos por sermos cristãos), na boca (resolvemos fazer
confissão pública da nossa fé) e no peito (morreremos, antes do que abjurar).
 Modo 3: bispos e sacerdotes dão a bênção desenhando com a mão uma cruz no
ar.
Uso do sinal da cruz e da cruz

 No ano 200, segundo Tertuliano, os cristãos faziam o sinal da Cruz só na fronte:


“No princípio de todos os nosso atos: ou tomando nossas roupas, ou indo ao
banho, à mesa, ao leito, formamos, na nossa fronte, a cruz.” No séc. VIII, adaptou-
se, oficialmente, o uso atual da cruz, ampla e majestosa.
 Os primeiros cristãos, embora venerassem a Cruz, não a representavam nos seus
monumentos por causa da repulsa que esse instrumento de suplício inspirava.
Monograma é um caráter tipográfico formado pelas principais letras de um nome.
A Cruz foi simbolizada pelo monograma de Cristo constando das letras gregas X e
P.
Uso do sinal da cruz (cont.)

 Os primeiros cristãos, embora venerassem a Cruz, não a representavam nos seus


monumentos por causa da repulsa que esse instrumento de suplício inspirava.
Somente no séc. V, quando o cristianismo triunfa sobre o paganismo, é que a
Cruz com a imagem de Cristo (o crucifixo) aparece. Nessa época, temos dois
monumentos: entalhe de madeira nas portas de Santa Sabina (Roma); Cristo de
marfim (conservado no British Muscum, em Londres) representado vivo, de
olhos abertos, e como que no triunfo. Já no séc. XII, muda-se a expressão:
cruzam as pernas, usam 3 cravos em vez de 4, e dão ao rosto expressão contraída
pela dor.
Doutrina Cristã e Divisão do Catecismo

 Religião Cristã. DOUTRINA OU RELIGIÃO CATÓLICA. É o conjunto das


verdades que todo cristão deve conhecer, e das obrigações que ele tem de
praticar. Foi ensinado por Cristo e transmitida pelos Apóstolos e sucessores, i. e.,
pela autoridade da Igreja.
 O Catecismo explica a doutrina cristã. E divide-se em 4 partes: Dogma, Moral,
Meios de santificação, Culto ou Liturgia.
Doutrina Cristã e Divisão do Catecismo (cont.)

 1ª parte: Dogma ou as verdades que é preciso crer (explanação do Símbolo dos


Apóstolos);
 2ª parte: Moral ou os deveres que é preciso observar (explanação dos
Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja);
 3ª parte: Meios de santificação que Deus pôs a nosso alcance e nos são
indispensáveis para crermos e agirmos como cristãos (Graça, Oração e
Sacramentos);
 4ª parte: Culto ou Liturgia, i. e., o conjunto de tudo o que se usa para o
exercício público das homenagens que tributamos a Deus.
Definição: verdade revelada e definida

Objeto: verdades inacessíveis à razão, acessíveis à razão,


AULA 3 fatos históricos

Suas fontes: Escritura Sagrada e Tradição


O Dogma
(Símbolo dos Seu desenvolvimento: Erro modernista e Doutrina Católica

Apóstolos) Símbolos da Fé: definição, utilidade e espécies

Símbolo dos Apóstolos: divisão, contém os principais


dogmas, a revelação dos mistérios
Dogma: vocábulos

 Dogma (do gr. “dogma”, decisão, decreto): No AT e no NT, essa palavra tem
amiúde a significação de leis ou decretos. Os decretos promulgados pelos
Apóstolos no Concílio de Jerusalém (At 16.4).
 Somente no séc. IV, os autores começaram a reservar a palavra dogma para as
únicas verdades que são objetos de fé.
 Na linguagem teológica atual, o termo DOGMA tem duas acepções: 1) um artigo
de fé 2) o conjunto dos artigos de fé (das verdade de fé). É neste último sentido
que se diz o “dogma católico”, abrangendo todas as verdades reveladas por Deus,
e definidas pela Igreja como artigos de fé.
Dogma: vocábulos (cont.)

 Revelação: Duas acepções: 1) Ato pelo qual Deus comunicou aos homens os
mistérios e os mandamentos 2) Conjunto das verdades que Deus nos ensinou.
 Símbolo (do gr. “sumbolon”): Três acepções: 1) Formulário, i. e., resumo,
compêndio dos principais artigos de fé 2) Sinal característico. Símbolo é um
sinal porque os cristãos podem se conhecer reciprocamente 3) Selo, pacto. O
símbolo que se reza no Batismo sela um pacto entre Deus e nós.
 O símbolo dos Apóstolos é chamado “Credo” pela primeira palavra com que
principia, em latim.
Dogma: vocábulos (cont.)

 Apóstolos: são os doze discípulos escolhidos por Jesus para ir pregar a doutrina
evangélica por todo o orbe. Nome dos Apóstolos: S. Pedro, o chefe, e Santo
André, irmão dele; S. Tiago o Maior, e São João, irmão dele, Apóstolo bem
amado; São Filipe e São Mateus ou Levi, evangelista; São Bartolomeu e
Santo Tomé (o incrédulo); São Tiago o Menor e São Judas (chamado também
Tadeu ou Lebeu); Simão o Zelotas, e Judas de Carioth (o Iscariotes),
substituído, depois da traição, por Matias. A estes nomes, juntaram-se mais
tarde os de Barnabé e de Paulo, apóstolos dos gentios.
Dogma: vocábulos (cont.)

 Mistério (gr. “musterion”, coisa oculta, “mustês”, iniciado): Nas religiões da


antiguidade, mistérios eram as doutrinas ou práticas ocultas ao vulgo e
comunicadas só aos iniciados. Ex.: a) Entre os egípcios: mistérios de Isis e Osiris
b) Entre os gregos: mistérios Órficos e de Eleusis c) Entre os romanos: mistérios
de Ceres, de Baccho (bacchanaes). Em acepção mais extensa, mistério designava
as próprias cerimônias que acompanhavam o ato da iniciação.
 Na religião cristã, mistério é um artigo de fé que não podemos compreender,
mas que devemos crer porque Deus o revelou: os Santos Mistérios, o sacrifício da
Missa.
Dogma: definição e objeto

 Dogma. DEFINIÇÃO. é uma verdade revelada por Deus, e proposta (definida)


pela Igreja, a nossa crença [dois tipos de verdade: revelada e definida]. Disso
infere-se que, para constituir um dogma duas condições são requeridas: a) que tal
verdade seja revelada por Deus ou garantida pela autoridade divina b) que seja
proposta pela Igreja, a nossa crença, quer por uma proclamação solene quer pelo
ensino comum e universal. As verdades que têm estes caracteres são chamadas
verdades de fé católica.
 Dogma. OBJETO. considerando-se a natureza da verdade definida pela Igreja, o
dogma apresenta um objeto tríplice. Consta:
Dogma: definição e objeto (cont.)

 a) de verdades inacessíveis à razão: os mistérios que a razão não é capaz nem de


descobrir nem de entender.
 b) de verdades acessíveis à razão: aquelas que a razão humana, por si só, alcança e
Deus revelou assim mesmo, ou para que tivéssemos ideias mais nítidas a este respeito
ou porque, sem a revelação, poucos teriam chegado a este conhecimento. Ex.: a
existência de Deus, a vida futura. Tornam-se verdades de fé não devido à razão, e sim
porque Deus a revelou, i. e., o motivo da credulidade é a autoridade divina.
 c) de fatos históricos: são a maior parte dos acontecimentos que os profetas
anunciaram sobre o Messias, e tiveram sua realização com a vinda de Nosso Senhor.
Corolário: Definição

 Corolário: verdades que não são dogmas, porque falta algumas das condições
requeridas:
 a) verdades cuja revelação parece bem averiguada, mas que não foram definidas
pela Igreja – ex.: Assunção de Maria Santíssima.
 b) verdades não reveladas, todavia, ensinadas pela Igreja que as julga úteis à
explicação ou à defesa das verdades reveladas. São de 2 tipos: conclusões
teológicas e fatos dogmáticos.
Corolário: Definição (cont.)

 Conclusão teológica é uma proposição que se deduz de duas outras, sendo a


primeira destas, verdade revelada, e a segunda, verdade conhecida pela razão. Ex.:
a existência da liberdade humana (definida pelo Concílio de Trento, sess. VI, can.
5). Certas conclusões teológicas estão implicitamente encerradas no depósito da
Revelação, e por isso, definidas pela Igreja como artigos de fé (caso supra).
 Fato dogmático é qualquer fato, não revelado, unido porém tão estreitamente com
o dogma revelado, que negar esse fato era o mesmo que abalar os fundamentos do
próprio dogma. Ex.: dizer que tal concílio ecumênico é legítimo;
Corolário: Definição (cont.)

 Exemplos de fatos dogmáticos: dizer que tal papa foi eleito de acordo com os
santos cânones; que tal versão das Escrituras (a Vulgata) é conforme,
substancialmente, ao texto original; que tal doutrina heterodoxa está contida em
determinado livro etc.
Tanto as conclusões teológicas como os fatos dogmáticos. impõem-se à nossa
crença com a garantia do ensino infalível da Igreja. Todavia, essas verdades não são
dogmas.
 c) Também não são dogmas, os sistemas filosóficos que servem para os explicar
e formular; (cont.)
Corolário: Definição (cont.)

 c) tampouco são dogmas, os vocábulos (expressões): essência, pessoa, natureza,


substância, acidente, matéria, forma – usados para a exposição dos mistérios da
Santíssima Trindade, Eucaristia e a natureza dos Sacramentos.
Tais sistemas e tais vocábulos têm, por parte da Igreja, simples preferência. É
porque ela os julga mais adequados para dar ideia exata dos dogmas.
 Dogma x Corolário.
Dogma: fonte – Escritura

 Dogma. FONTES. Onde é que se acha exarada a Revelação divina (dogma)? A


fonte da Revelação é dupla: 1ª Escritura Sagrada 2ª Tradição. Artigo de fé
definido pelos Concílios de Trento e do Vaticano.
 1ª Escritura Sagrada. A. DEFINIÇÃO. Escritura Sagrada ou Bíblia (do gr.
“biblia”, plural de “biblion”, livro) é o conjunto dos livros que “foram escritos por
inspiração do ES, têm como autor, o próprio Deus, e chegaram à Igreja com este
caráter” (Concílio tridentino). Por esse motivo que tais livros são denominados:
Escritura Sagrada ou Bíblia, i. e., o livro por excelência, ou Livros Santos, ou
Santas Letras.
Dogma: fonte – Escritura (cont.)

 1ª Escritura Sagrada. B. INSPIRAÇÃO. É “um impulso sobrenatural provindo


do ES, e que excitou e levou os autores sagrados a escrever [...], exprimiam com
veracidade infalível, tudo quanto Deus lhes ordenava escrevessem [...]” (Enc.
Providentissimus). Dessa definição decorre:
 a) que Deus é autor de todo o conjunto da Escritura Sagrada: o escritor sacro
conserva a própria individualidade, seus hábitos literários, seu estilo; portanto,
ele não é um instrumento passivo, um mero agente de ligação. Todavia, desde
que é Deus, o autor da Escritura, resulta que nesta não pode haver erros
(inerrância).
Dogma: fonte – Escritura (cont.)

 (cont.) Porém, a inerrância só diz respeito ao texto original (como saiu das mãos
do escritor sacro); ela não garante a integridade do texto dos Livros santos contra
as alterações eventuais dos copistas. Neste caso, quem poderá ser juiz da
autenticidade de um texto e determinar-lhe o sentido? Os exegetas ou intérpretes
autorizados, que têm de conformar-se ao espírito da Igreja.
 b) que não se deve confundir inspiração com revelação: inspiração é um impulso
que leva o escritor sacro a consignar o que sabe, não importando a fonte donde o
tira, seja o estudo, ou outros meios naturais, seja a revelação (Lucas não aprendeu,
pela revelação, tudo o que narra no seu Evangelho e nos Atos).
Dogma: fonte – Escritura (cont.)

 c) que a inspiração não admite restrições: não se deve restringir a inspiração a


certas partes da Escritura, nem conceder a possibilidade do engano do escritor
sacro (escrever incidentalmente). Nem tampouco acreditar que a inspiração
divina abrange unicamente os ensinamentos sobre a fé e os costumes, separando
daquilo que se relaciona com a história profana, com as ciências naturais (Enc.
Providentissimus, Leão XIII).
Dogma: fonte – Escritura (cont.)

 1ª Escritura Sagrada. C. CÂNONE. Cânone ou regra é a reunião dos livros


que a Igreja reconhece como inspirados. São todas as obras mencionadas no
cânone do concílio de Trento. Artigo de fé, definido pelo Concílio do Vaticano,
Const. de Fide, cap. II, can. 4.
 Os cânones abrangem duas partes: o Antigo Testamento, anterior a Jesus Cristo,
e o Novo Testamento, posterior.
 A palavra “Testamento” significa aliança. O AT é a aliança de Deus com o
povo judaico, e o NT é a aliança de Deus, selado pelo sangue de Cristo, com a
humanidade inteira.
Dogma: fonte – Escritura (cont.)

 Livros protocanônicos: os que sempre, desde a sua origem, e sem discrepância,


foram considerados como de inspiração divina.
 Livros deuterocanônicos: aqueles cuja autoridade foi, primeiro, objeto de
discussões e só tarde entraram no rol dos Livros santos: a) No AT: Tobias,
Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc e os dois livros dos Macabeus b) No NT:
Epístola aos Hebreus, Epístola de são Tiago, a II e III de são João, a de são
Judas e o Apocalipse.
 Livros do AT constituem 4 classes:
 a) Pentateuco (Gn, Ex, Lv, Nm, Dt): que encerra a Lei, i. e., o código religioso,
litúrgico e civil dos judeus.
Dogma: fonte – Escritura (cont.)

 b) históricos (Js, Jz, Rt, 1 e 2 Sm, 1 e 2 Rs, 1 e 2 Cr, Esd, Ne, Tb, Jt, Est, 1 e 2
Mac)
 c) poéticos ou sapienciais (Jó, Sl, Pr, Ecl, Ct, Sb, Eclo)
 d) proféticos (Is, Jr, Lm, Br, Ez, Dn etc.): contém as predições dos quatro
grandes profetas, Isaías, Jeremias (com Baruc), Ezequiel e Daniel, e dos doze
profetas menores: Os, Jl, Am, Ab, Jn, Mq, Na, Hab, Sf, Ag, Zc, Ml.
Dogma: fonte – Escritura (cont.)

 Livros do NT constituem 3 classes:


 a) históricos (Mt, Mc, Lc, Jo, At): Mt, Mc, Lc, compostos antes do ano 70, são
chamados sinóticos (do gr. “sunopsis”, vista simultânea). O evangelho de João
foi escrito bem mais tarde.
 b) didáticos (Epístolas de são Paulo, são Tiago, são Judas, são Pedro e de são
João): versam questões de doutrina; instruções dirigidas às diferentes
comunidades cristãs.
 c) profético (Ap): João prediz os destinos futuros da Igreja.
Dogma: fonte – Escritura (cont.)

 1ª Escritura Sagrada. D. VÁRIOS SENTIDOS DA BÍBLIA. Muitas vezes, o texto


da Escritura oferece múltiplas interpretações:
 a) sentido literal ou histórico: o que o autor tencionava exprimir com termos
próprios ou metafóricos;
 b) sentido místico ou alegórico ou figurativo ou típico: o sentido que se depreende
de ter havido pessoas, coisas ou fatos escolhidos por Deus para significarem o porvir,
para serem figuras ou tipos de Nosso Senhor e da sua Igreja. (Ex.: Isaque que leva a
lenha do seu sacrifício é a figura de Jesus levando a sua cruz; o sacerdote
Melquisedeque, que oferece a Deus holocausto do pão e do vinho é figura de Cristo e
do santo Sacrifício da Missa).
Dogma: fonte – Escritura (cont.)

 c) sentido acomodatício: uma significação suposta, arbitrária, artificial,


convencional (como a que se atribui a uma gravura). Este sentido não possui
nenhum valor dogmático.
Os racionalistas insistem no sentido mítico para diversos passos da Bíblia.
Assim todos os milagres seriam mitos ou fábulas, sem valor histórico algum. O
sentido mítico vem condenado por Pio IX no Syllabus, prop. VII.
Dogma: fonte – Tradição

 2ª Tradição. A. DEFINIÇÃO. A palavra tradição (lat. “traditio” , ato de


transmitir), tem duas acepções: 1) Em sentido largo, tradição é o conjunto das
verdades reveladas por Deus e transmitidas até nós, quer por escrito quer
oralmente 2) Em sentido estrito, que é o sentido usado aqui, a tradição abrange
as verdades ensinadas por Jesus e pelos Apóstolos e transmitidas, de século a
século por outro caminho que não seja a Escritura Sagrada.
Dogma: fonte – Tradição (cont.)

 2ª Tradição. B. CARACTERES DA TRADIÇÃO.


 a) A Tradição é anterior à Escritura Sagrada: a catequese foi o primeiro e
principal modo de ensino empregado pelos Apóstolos. Somente em
circunstâncias excepcionais (ocasiões), enviaram instruções por escrito às igrejas
que tinham fundadas. Mesmo o Evangelho era espalhado, de primeiro, só por
pregação; mais tarde foi escrito. Era essa mesma a ordem de Jesus aos
Apóstolos: “Ide, ensinais todas as nações” (Mt 28.19), e não “Ide, escrevei o
que eu vos ensinei e sirvam esses vossos escritos para instruir aos outros”.
Dogma: fonte – Tradição (cont.)

 b) É mais extenso, portanto, o domínio da Tradição que o da Escritura Sagrada:


ao terminar o seu Evangelho, João adverte “haver muitas outras coisas ainda
que Jesus fez; se alguém quisesse escrever, pormenorizadas, estou que o próprio
universo não poderia conter os livros que se houveram de compor.” (Jo 21.25).
 c) A Tradição é uma fonte da Revelação, distinta da Escritura Sagrada,
merecedora, porém, da mesma fé: Artigo de fé definido pelo concílio de Trento,
e depois pelo concílio do Vaticano, Const. de Fide, cap. II. Aliás, isso não é um
dogma novo: na Igreja,
Dogma: fonte – Tradição (cont.)

 c) (cont.) a tradição sempre foi a principal regra de fé. Veja: “[...] sede firmes, e
observai as vossas tradições que aprendestes, ou de nossos discursos, ou de
carta” (2Ts 2.15), e “os ensinos que de mim recebeste, na presença de muitas
testemunhas, confia-os a homens fieis, que os possam comunicar a outros” (2Tm
2.2). No séc. III, Orígenes dizia aos hereges dessa época: “Muito embora
argumentem os hereges com as Escrituras, cumpre não darmos fé nas palavras
deles, nem afastar-nos da tradição primitiva da Igreja, nem crer outra coisa
senão o que foi transmitido, por sucessão, na Igreja de Deus”. Enfim, não
somente a Escritura contém o depósito da Revelação, como querem os
protestantes.
Dogma: fonte – Tradição (cont.)

 c) (cont.) Há de fato dogmas, cuja fonte única é a Tradição (e não a Escritura):


não se pode receber sacramento algum antes de haver sido regenerado pelo
batismo – a fonte deste dogma encontra-se na 1ª Apologia de são Justino, e as
Escrituras nada dizem a este respeito. Igualmente, é pela Tradição que
recebemos muitas práticas e crenças: Assunção da Santíssima Virgem, o sinal
da Cruz, a água benta, o costume de batizar as criancinhas, etc.
Dogma: fonte – Tradição (cont.)

 2ª Tradição. C. PRINCIPAIS CANAIS DA TRADIÇÃO.


 a) A Tradição está consignada: 1) nos símbolos e profissões de fé, nas definições
dos concílios, nos Atos dos papas (bulas, encíclicas, decisões das congregações
romanas homologadas pelo papa) 2) nos escritos dos Padres da Igreja, que são
como eco das crenças do seu tempo 3) na prática geral e constante da Igreja 4)
na liturgia, que encerra as preces e os ritos concernentes ao culto público e à
administração dos sacramentos 5) Patenteia-se também nos Atos dos mártires e
nos monumentos da arte cristã: nas inscrições, nas pinturas das Catacumbas que
reproduzem,
Dogma: fonte – Tradição (cont.)

 5) (cont.) entre outras coisas, muitas vezes, o ato do culto eucarístico.


 Quais são os intérpretes e órgãos infalíveis tanto da Tradição como da Escritura
Sagrada? O Papa sozinho, os Bispos reunidos em Concílio ecumênico, os Bispos
separados e em comunhão com o Papa. Daí resulta que o magistério, ou
ensinamento da Igreja, é a regra próxima da nossa fé; a Escritura Sagrada e a
Tradição, regra remota. Ou seja, todo o fiel recebe o símbolo e crenças,
imediatamente da Igreja, e mediatamente, da Escritura Sagrada e da Tradição.
Dogma: Desenvolvimento

 Dogma. DESENVOLVIMENTO. O que se há de entender por


“desenvolvimento do Dogma”? Precisamos, primeiro, retomar a ideia de dogma e
o erro modernista para, depois, entender tal desenvolvimento.
 Dogma é uma verdade revelada por Deus e definida (proposta) a nossa fé pela
Igreja. Logo, distingue-se duas coisas num dogma: a verdade na sua essência, e a
fórmula que a expõe, i. e., o fundo e a forma. A união entre as duas coisas não será
absolutamente rigorosa. A mesma verdade pode ser apresentada de vários modos;
todavia, essas divergências de fórmula não podem ser do tipo que acarretem
alterações de sentido.
Dogma: Desenvolvimento (cont.)

 1. Erro modernista: segundo os modernistas – simbolistas e pragmatistas – o


dogma, como ARTIGO DA FÉ, não somente é suscetível de variação, de
desenvolvimento na sua fórmula, mas até de modificação quanto ao sentido que
se lhe deve dar.
 A escola simbolista (LOISY, TYRREL) ensina que os dogmas não passam de
símbolos, de fórmulas, destinadas a externar o sentimento religioso que está em
nós. O sentimento religioso é coisa subjetiva, peculiar a cada indivíduo, e por
consequência, coisa sujeita a mil transformações. Donde resulta que as fórmulas
exprimindo tais sentimentos, têm de variar de acordo.
Dogma: Desenvolvimento (cont.)

 Pela escola pragmática (gr. “pragma”, ação), os dogmas são considerados


como meras receitas práticas, como normas de proceder, cujo fim exclusivo é
influir na vida do homem para ele conseguir a salvação eterna. Não importa se
tais normas têm ou não tem algum valor de verdade, conquanto apresente valor
de vida, e orientem o fiel para os caminhos do bem e do céu. O pragmatismo é
um sistema filosófico também aplicado à religião, que toma para base da
verdade de uma ideia ou doutrina, o valor prático desta ideia ou doutrina. O
pragmatismo é o sistema oposto ao intelectualismo que atribui ao intelecto, à
razão, papel preponderante no descobrimento da verdade. (cont.)
Dogma: Desenvolvimento (cont.)

 Principais representantes do Pragmatismo: W. James, nos EUA; F. Schiller, na


Inglaterra; Le Roy, na França; G. Panini, na Itália.
► 2. Doutrina católica: para se entender bem a doutrina da Igreja, é preciso
considerar as duas acepções da palavra dogma: artigo de fé e conjunto das
verdades de fé.
 A. Considerando o dogma como ARTIGO DE FÉ, o ensino da Igreja condensa-
se nos dois pontos a seguir: a) a fórmula de um dogma poderá sofrer alterações.
Desde que as fórmulas possuem apenas uma perfeição relativa, à Igreja assiste o
direito de precisar, explanar, de modificar os termos para melhorar a exposição e
Dogma: Desenvolvimento (cont.)

derramar maiores luzes em torno da verdade. Logo, a fórmula dogmática não é


imutável, nem estereotipada: admite progressos.
b) Mas se bem que variável quanto à fórmula, o dogma não pode mudar o sentido; a
sua substância permanece sempre a mesma. Não é lícito mudar o sentido proclamado
pela nossa mãe, a Santa Igreja, nem a pretexto de maiores esclarecimentos, deve-se
preservar perpetuamente tal sentido (concílio do Vaticano, 1870; Const. de Fide, cap.
II). Neste segundo ponto (b), a tese modernista, simbolista ou pragmatista, acha-se em
discordância com a doutrina da Igreja (condenada pela encíclica Pascendi e pelo
decreto Lamentabili, 1907). Aliás, é uma aberração pretender que o dogma não passa
de
Dogma: Desenvolvimento (cont.)

► b) (cont.) símbolo, de mera receita prática, nada importando qualquer sentido que
a ela se ligue. Vejamos o dogma da Eucaristia: Não influirá tal dogma de modo
totalmente diverso na vida religiosa, conforme acreditarmos que a hóstia é
símbolo de Nosso Senhor, ou crermos que contém verdadeiramente o próprio
Cristo?
► B. Considerando o dogma como CONJUNTO DAS VERDADES DE FÉ, o
ensino da Igreja condensa-se nos dois pontos a seguir: a) nenhum acréscimo se
pode fazer ao dogma por nova revelação. A Igreja tem a Revelação por terminada
e as provas que aduz são:
Dogma: Desenvolvimento (cont.)

 a) (cont.) 1) A declaração de Nosso Senhor “Tudo o que ouvi de meu Pai, eu


vo-lo dei a conhecer” (Jo 15.15) e 2) esta outra palavra a respeito da descida do
Espírito Santo sobre os apóstolos “Depois de ter vindo, o Espírito de Verdade,
guiar-vos-á, ele, em toda a verdade” (Jo 16.14). Destes textos, infere-se que os
Apóstolos receberam o depósito completo da Revelação. Revelações posteriores
terá havido para instrução e santificação de algumas almas, mas não pertencem à
Revelação cristã geral: daí o nome de revelações particulares, que as
discrimina da Revelação pública, dirigida ao gênero humano em peso.
Dogma: Desenvolvimento (cont.)

 a) (cont.) E quando a Igreja as aprova, não coloca tais revelações aos dogmas;
apenas mostra com isso que elas não se opõem à fé católica, à moral ou à
disciplina cristã.
Obs.: Ao dizer que a Revelação é completa e imutável, não se está dizendo que ela
contém a verdade sobre todos os assuntos – não trata de questões científicas e,
mesmo na ordem sobrenatural, só nos dá a parcela de verdade que temos
necessidade de conhecer para alcançar o nosso fim. Até o dia em que “virmos Deus
face a face, serão incompletos nossos conhecimentos” (1Cor 13.12).
Dogma: Desenvolvimento (cont.)

 b) Mas se é imutável a Revelação, não o é o conhecimento que dela possamos ter.


Este pode, pelo contrário, progredir. Jesus Cristo confiou à sua Igreja a missão de
ensinar aos fieis as verdades reveladas e de defende-las contra os ataques dos
adversários. Essa missão inclui certos desenvolvimentos na exposição da
doutrina revelada. Novos dogmas, inscritos nos símbolos da fé, não são, portanto,
verdades recentemente reveladas, senão recentemente propostas pela Igreja à
nossa crença. Exemplo: a Imaculada Conceição e a Infalibilidade pontifical,
proclamados no século passado, como artigos de fé, já estavam contidas, latentes,
na Escritura e na Tradição (únicas fontes revelacionais).
Dogma: Símbolos de Fé

 Dogma. SÍMBOLOS DE FÉ. DEFINIÇÃO. É um breve comentário que encerra


as principais verdades de fé, e que a Igreja oferece aos fieis como meio de
professarem suas crenças.
 Símbolos de Fé. UTILIDADE. Na própria definição já se destaca sua utilidade.
Por nos apresentar os pontos essenciais da Religião, num texto curto e conciso a) o
símbolo vem a ser, para os que lecionam, a melhor garantia de conservação e
propagação inalterável da mesma regra de fé; b) para os que aprendem, é um meio
excelente de gravar na memória os dogmas mais importantes, por ser a fórmula
resumida e simples; c) tem a vantagem de facilitar o
Dogma: Símbolos de Fé (cont.)

 c) (cont.) reconhecimento dos fieis entre si, de estabelecer a necessária distinção


das outras religiões e de proporcionar armas e munições contra heresias.
 Símbolos de Fé. ESPÉCIES. Os três principais símbolos e sua origem: na
Igreja contam-se três Símbolos principais (espécies): Símbolo dos Apóstolos,
Símbolo de Niceia-Constantinopla e Símbolo de santo Atanásio.
 A. Símbolo dos Apóstolos: não é possível determinar a origem do mais antigo
dos Símbolos. a) Uma opinião muito acreditada, e longo tempo inconteste,
considerava os Apóstolos como autores,
Dogma: Símbolos de Fé (cont.)

 a) (cont.) tanto no fundo como na forma do símbolo que traz o nome deles. O
padre Rufino diz que os Apóstolos, antes de se separarem, redigiram em comum
essas normas. São Boaventura diz que cada apóstolo é autor de um artigo. b) Os
críticos modernos rejeitam essa opinião, pois afirmam que o Símbolo, sempre de
origem apostólica quanto ao fundo, não recebeu dele, a forma que tem hoje. O
texto do Símbolo atual – tirando alguns acréscimos feitos mais tarde – remontaria
ao fim do séc. I ou ao princípio do II. Teria sido a fórmula que a Igreja romana
mandava os catecúmenos recitarem, como profissão de fé, antes do batismo:
fórmula que as Igrejas do Ocidente e as do Oriente teriam, mais tarde, adaptado.
Dogma: Símbolos de Fé (cont.)

 b) (cont.) Seja como for, pode-se considerar o Símbolo como sendo obra dos
Apóstolos, por encerrar a doutrina, ou melhor a substância das verdades que eles
ensinavam aos catecúmenos e exigiam para profissão de fé antes do Batismo.
 B. Símbolo de Niceia-Constantinopla: este é também conhecido por símbolo
dos Padres. Cronologicamente, é segundo. Iniciado no concílio de Niceia (325),
foi acrescido no concílio de Constantinopla (381), aprovado pelo concílio de
Éfeso (431) e completado no séc. IX, com a adição da palavra “Filioque”. O
concílio de Niceia, no propósito de combater a heresia ariana,
Dogma: Símbolos de Fé (cont.)

 B. (cont.) ajuntou, ao Símbolo dos Apóstolos, tudo o que se refere à afirmação da


divindade de Jesus Cristo. Mais tarde, o concílio de Constantinopla introduziu os
artigos que se relacionam com a divindade do Espírito Santo, “procedente do
Pai”, e “que falou pelos profetas”, e os latinos, desde o séc. IX, dizem “que
procede do Pai e do Filho”. Este símbolo é o que se canta ou se reza na missa
após o Evangelho.
 C. Símbolo de santo Atanásio: apesar do nome, este símbolo não se encontra
nos escritos de Atanásio. Provavelmente foi composto para o séc. VI, talvez por
são Cesario, bispo de Arles, uma vez que
Dogma: Símbolos de Fé (cont.)

 C. (cont.) este tinha o costume de iniciar suas obras com um nome de um Padre
da Igreja; daí a denominação Símbolo de santo Atanásio (273). Este símbolo
expõe a doutrina católica da Trindade e da Encarnação. Entra no ofício de Primas
do Breviário, e os Anglicanos incluíram-no em seu “Livro da oração comum”.
 Afora estes três símbolos, ainda se podem lembrar: a) A profissão de fé do Papa
Leão IX (séc. XI) imposta aos cismáticos gregos que desejavam entrar na Igreja
católica; atualmente é recitada pelos bispos que estão para receber a consagração
episcopal b) A profissão de fé de Pio IV (séc. XVI), redigida em consequência
dos
Dogma: Símbolos de Fé (cont.)

 b) (cont.) decretos do Concílio de Trento, completada depois do Concílio do


Vaticano, e pouco faz por Pio X que acrescentou a condenação dos erros
modernistas. Exige-se hoje de todos os que têm de assumir algum encargo ou
dignidade eclesiástica.
Dogma: Símbolo dos Apóstolos

 Dogma. SÍMBOLO DOS APÓSTOLOS. DIVISÃO. A explanação do dogma


pode ser dada pelo Símbolo dos Apóstolos, o qual consta de 12 artigos e divide-
se em três partes: a) Deus padre e obra da criação b) Filho e redenção c) Espírito
Santo. Os artigos que se seguem falam da Igreja e da Comunhão dos Santos; da
salvação (remissão dos pecados), da vida futura e dependem do artigo do
Espírito Santo, desenvolvendo-o, desde que exprimem os dons sobrenaturais de
inspiração e santificação considerados como obra do Espírito Santo.
Dogma: Símbolo dos Apóstolos (cont.)

 Símbolo dos Apóstolos. VERDADES CONTIDAS. Símbolo quer dizer resumo.


Lógico que o Símbolo dos Apóstolos não contém todas as verdades de fé. Encerra
somente os dogmas principais. E nem estes todos: como a presença real de Nosso
Senhor na Eucaristia. A Igreja tem a faculdade de realizar modificações e
aperfeiçoamentos no ensino e na proposição dos dogmas (devido ao aparecimento
de novas heresias e discussões entre teólogos católicos). Quanto aos dogmas
recentes – Imaculada Conceição e Infalibilidade pontifícia – se não os vemos
explícitos nos Símbolo, sempre os podemos incluir no artigo IX, porque ao
professarmos nossa crença na “Igreja católica”, afirmamos a nossa fé no ensino
integral desta Igreja.
Dogma: Símbolo dos Apóstolos (cont.)

 Símbolo dos Apóstolos. A REVELAÇÃO DOS MISTÉRIOS QUE CONTÉM.


Os mistérios perante a razão. A revelação dos mistérios apresentados nos
símbolos não contradiz os ditames da razão? Não repugna à razão?
 Três espécies distintas de MISTÉRIOS: 1) Mistérios da ordem natural 2)
Mistérios teológicos impropriamente ditos 3) Mistérios teológicos propriamente
ditos.
 1) Mistérios da ordem natural: conhecemos perfeitamente inúmeras verdades e
leis científicas, mas ignoramos por completo a sua essência. Ex.: Que vem a ser a
germinação? Que é a vida
Dogma: Símbolo dos Apóstolos (cont.)

 (cont.) vegetativa? A vida animal? Que é a eletricidade? A atração? Como se


realiza a união substancial da alma com o corpo? etc. Apesar das grandes
conquistas, o domínio da ciência é limitado (H. POINCARÉ).
 2) Mistérios teológicos impropriamente ditos: são verdades que nossa
inteligência entende quando reveladas, porém que não teriam alcançado nem
conhecido pelas próprias forças. Ex.: a queda original, a necessidade da
Redenção, a instituição e infalibilidade da Igreja.
Dogma: Símbolo dos Apóstolos (cont.)

 3) Mistérios teológicos propriamente ditos: são verdades que transcendem a


inteligência humana, absolutamente incapaz, não só de as descobrir, também de
lhes entender a natureza e a razão intrínseca, ainda depois de reveladas. Ex.: os
mistérios da Santíssima Trindade, o da Encarnação e o da transubstanciação.
 Os mistérios propriamente ditos é possível; não repugna à razão nem por parte
de Deus nem por parte do homem.
 A. POR PARTE DE DEUS. Deus conhece mundos de coisas que ignoramos.
Ninguém nega que, na ordem natural, há um sem número de mistérios científicos.
E, na ordem sobrenatural, há
Dogma: Símbolo dos Apóstolos (cont.)

 A. (cont.) verdades claríssimas para Deus, muito embora nos sejam ininteligíveis.
É certo que maior distância vai do sábio a Deus, que do indouto ao sábio. É
infinita a ciência do Criador. E quem poderá tolhê-lo de comunicar algumas das
parcelas aos seus servos?
 B. POR PARTE DO HOMEM. Será lícito ao homem aceitar os mistérios
propriamente ditos sem desdouro, sem menosprezo da razão. Ou seja, os mistério
não são absurdos. “Os mistérios estão acima da razão, e não contra” (PASCAL).
Não é uma proposição contraditória afirmar que Deus é uma substância única, e
Dogma: Símbolo dos Apóstolos (cont.)

 B. (cont.) subsiste em três pessoas. Não é o mesmo que dizer que “um iguala
três” – isso sim é contradição. Deus é único, em certo ponto de vista, e é tríplice
em outro. Como é que se faz isso? Não sabemos. Devemos crer que é porque
Deus no-lo revelou.
 Por que Deus revelaria algo [mistério] que está fora da raia da inteligência
humana? Dois motivos ponderosos:
GEOGRAFIA GERAL
GEOGRAFIA BÍBLICA
DIVISÕES
FÍSICAS DA
TERRA
PROMETIDA
Onde estão os Desertos do Sinai, do Neguebe e da Judeia?

Qual o rio mais importante de Israel (Canaã)?

Onde fica o mar da Galileia?


AULA 5
Onde fica o mar Morto?

Onde fica o mar Mediterrâneo?

Onde fica o rio Nilo?


O que é Flora?

O que é Fauna?
AULA 6
Cite nomes de árvores frutíferas e não
frutíferas da terra de Canaã.

Cite nome de animais domésticos e


selvagens da terra de Canaã.
Quantos anos o povo de Israel ficou como
escravo no Egito?

Quem foi o líder que tirou esse povo do


Egito?
AULA 7
Quantos anos o povo de Israel ficou no
Deserto?

Quem foi o líder que fez o povo de Israel


entrar na Terra Prometida?
Quantas eram as tribos de Israel?

Por que fala-se em “12 tribos de Israel” se eram mais que


12?

Quais tribos não eram contadas/incluídas?


AULA 8 Quem era o povo que habitava Canaã antes do povo de
Israel? E quantos eram?

O que são “cidades levíticas”?

O que são “cidades de refúgio”?


Quantos juízes teve o povo de Israel? Cite o nome de
alguns deles.

O que é teocracia?

O que é monarquia?
AULA 9
Quem foi o primeiro rei de Israel?

Diferencie monarquia unida (reino unido) e monarquia


dividida (reino dividido).

Quem foi o maior rei de Israel?


Como era dividida a Terra de Canaã na
época de Jesus (séc. I)?

Quais são as regiões do lado oeste


(esquerdo) do Jordão?
AULA 11
Quais são as regiões do lado leste (direito)
do Jordão?

Cite nomes de cidades importantes em que


Jesus andou?
A terra de Canaã (atual Palestina) é ocupada pelos(as):

a) Cananeus;

b) 12 tribos de Israel;
AULA 12 c) Parte norte (reino de Israel), pelos assírios; depois, a parte
sul (reino de Judá), pelos babilônios;

d) Medo-persas, macedônios (“gregos”), romanos,


muçulmanos etc.

e) Atualmente, tem-se o Estado de Israel e a Cisjordânia (oeste


do Jordão); Jordânia (leste).
 Depois do Dilúvio, a terra de Canaã foi ocupada por 7
povos chamados cananeus, (Dt 7.1; Js 3.10; Ne 9.7,8),
que são os descendentes de Canaã, da linhagem de Cam –
Gn 10.6 :

OCUPAÇÕES Heteus: significa “descendentes de Hete”, filho de Canaã


(Gn 10.15; I Cr 1.13). Hete significa “medo”, “terror”;
NA TERRA DE Girgaseus: significa “o que ocupa terreno argiloso”.
Amorreus: significa “proeminência” por habitar montanhas;
CANAÃ Cananeus: significa “comerciantes”, “mascates”;
Perizeus (ou ferezeus): significa “habitantes do país aberto”;
Heveus: significa “aldeãos”, símbolo do que é pequeno;
Jebuseus: significa “habitantes de Jebus”. Jebus é o nome
antigo da cidade de Jerusalém (Js 18.28; Jz 19.10; I Cr 11.4).
 Deus chama Abraão e lhe promete dar a terra chamada
Canaã que já está habitada pelos cananeus. Porém, é na
época de Josué que Canaã é ocupada pelas 12 tribos de
Israel.
 Israel (Jacó), filho de Isaque e neto de Abraão, teve 12
OCUPAÇÕES filhos, formando assim as 12 tribos.

NA TERRA DE  Os 12 filhos de Israel (Jacó): Rúben, Simeão, Levi, Judá,


Issacar, Zebulom, Benjamim, Dã, Naftali, Gade, Aser e
CANAÃ José (Ex 1.1-5).
 A tribo de Levi não herdou terra (para a agricultura,
sustento) e a herança de José foi dividida entre seus dois
filhos: Manassés e Efraim. Assim, o número “12”
permanece para as tribos de Israel.

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