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A forma do Batismo afeta sua validade?

http://www.youtube.com/watch?v=5Z6dK5mj4DA

Pr. Marcos Antonio da Silva, Templo Batista de Indianópolis. Site da igreja:


http://templobatista.org/

Rev. Fernando De Almeida, Igreja Presbiteriana do Brasil. Site da igreja:


http://www.ipbetel.com/

[Todo comentário é do Rev. Fernando de Almeida].

A Igreja Presbiteriana do Brasil aceita os dois tipos de batismo – por imersão e por
aspersão –, embora ela só pratique por “aspersão”. Chamamos de aspersão (borrifar,
chuviscar), mas na prática o que acontece é o batismo por efusão (derramar água
sobre a cabeça). Não rebatizamos pessoas que vêm de outras igrejas batizadas pelo
batismo da imersão, embora entendemos que há mais evidências bíblicas em prol da
aspersão do que da imersão. Na verdade, é a pessoa que tem de saber se ela foi ou
não batizada.

O aspecto mais importante é identificar o elemento-chave do símbolo do batismo.


Qual é o elemento mais importante: é a água ou a quantidade de água? O símbolo é a
água e não a quantidade dela. O elemento-chave é a presença da água e não a
quantidade da água; a água simboliza a purificação dos nossos pecados.

1. Qual é a importância e o significado do Batismo?

O batismo simboliza duas coisas: a) o pertencimento ao corpo de Cristo (igreja); que é


um símbolo que veio substituir a circuncisão do A.T. como forma de aliança de Deus
com o seu povo b) o derramar do Espírito Santo sobre a pessoa; a questão da
purificação da pessoa, agora como uma nova vida em Cristo, ser lavada dos seus
pecados; assim como a água tem o poder purificador sobre o corpo, o símbolo é do
Espírito derramado sobre o cristão que o purifica de seus pecados. A Bíblia une o
batismo com a conversão.

2. A defesa do batismo por imersão recorrendo ao argumento línguístico é forte?

Não. A origem gramatical da palavra grega baptizo (batismo) é melhor traduzido por
“imersão”, mas isso no grego clássico; o problema é que o N.T. não foi escrito em
grego clássico, e, sim, em grego koinê (um grego mais simples, mais popularizado;
vernáculo falado pela população).
A polissemia – uma mesma palavra com muitos signficados – era algo comum da
transição/mutação do grego clássico para o grego koinê. Por exemplo, as palavras
gregas sarchê (carne), kosmos (mundo), logos (palavra), etc., vinham sendo aplicadas
de maneiras diferentes, i. e., elas começaram aderir a múltiplos significados. Assim
como aquelas, a palavra grega baptizo vinha sendo aplicada de maneiras diferentes da
transição do grego clássico para o koinê. Os mais diversos léxicos (dicionários) vão
dizer que a palavra baptizo pode significar desde “imersão”, “imersão parcial”,
“aspersão”, ”lavar”, ”purificar”, ”tingir alguma coisa” (tudo isso vem do grego koinê,
que é o grego empregado no N.T.).

3. É certo usar Rm 6.4 para justificar a analogia do sepultamento e ressurreição de


Jesus com o afundar e o levantar nas águas pelo batizante?

Não. Em Rm 6.4 diz: “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte;
para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim
andemos nós também em novidade de vida”. Parece interessante associar o
sepultamento de Jesus com a descida nas águas pelo batizante e da ressurreição
daquele com a subida à superfície das águas deste. Mas é um erro usar esse elemento
de “descer“ e “subir“, pois isso é um anacronismo (nosso tipo de sepultamento é
diferente do de Jesus); lembrando que Cristo foi sepultado não na sepultura (cova), e,
sim, numa rocha.

4. Por que não se deve batizar por imersão?

Primeiro, porque vejo mais evidências bíblicas pela aspersão do que pela imersão: a) o
derramar do Espírito Santo é um processo de aspersão, e não de imersão [derramar o
Espírito sobre a terra é uma comparação de aspersão].

Segundo, porque nenhum desses eventos fala sobre a forma (a quantidade de água
empregada) do batismo: a) a história do eunuco: dizer que desceu ao rio para ser
batizado não significa que ele afundou dentro do rio b) O carcereiro de Filipo c) Casa
de Lídia. A Bíblia é econômica sobre tais informações cerimonialistas, pois enfatiza a
água com símbolo e nada mais.

Terceiro, porque é mais prático e simples. Imagine alguém em leito de morte com a
vontade de se batizar, embora sabendo que o batismo não salva, o que alguém que só
batiza por imersão faria?

[Alguns dizem que até o séc. III era uninimidade se batizar por imersão e mais tarde,
por influência católica, o batismo veio a ser por aspersão; mas a única prova de fato é
o batismo em rios].

5. Por que a quantidade de água não é importante/fundamental pra dizer se a


pessoa foi ou não batizada?
Vamos pensar num outro sacramento: a santa ceia. A quantidade de vinho e de pão
não é importante na ceia. E por que é importante a quantidade de água no batismo?

Veja a questão da Santa Ceia: Jesus tomou vinho [sem açúcar, pois se transformara em
álcool; era vinho porque disse “não voz embriagueis”, e isso implica álcool), e Ele não
suco de uva [com açúcar]; comeu pão sem fermento, e não com fermento; o cálice era
comunitário [que era o cálice da refeição; uma taça apenas para todos os
participantes], e não um cálice individual [uma taça pra cada participante].

Enfim, devemos olhar para qualquer sacramento e definir o que é verdadeiramente o


símbolo e aquilo que não é (no caso da Ceia, a quantidade de vinho, os igredientes do
pão, tipo do fruto da vida, etc., não são os símbolos).

Por que tanta preocupação em ser literal com o Batismo e não ser literal com a Santa
Ceia? [se fosse seguir a literalidade, então teríamos que batizar em água corrente, e
nunca em piscina].

– O derramar do Espírito não tem nada a ver com imersão e sim com aspersão, veja: At
1.5; At 2. (Pedro aplica a profecia de Joel àquela circunstância); Tanto em Nm 8.7
(purificação dos levitas) quanto em Nm 18 (purificação daqueles que tocam em
cadáver) falam de aspersão, e que a Septuaginta traduziu como batismo. O batismo é a
concreção visível de uma graça invisível; é você dizer exteriormente o que aconteceu
interiormente.

– O batismo de Jesus é o batismo de João Batista que é diferente do batismo cristão.


Então, Jesus Cristo não foi batizado com o batismo cristão; por isso o batismo de Jesus
não é referência/exemplo para o nosso batismo.

– Naquela época, lavar as mãos não tinha a ver com higiene, mas com ritual levítico e
sagrado. Até o lavar (batizar) as mãos podia ser por imersão e por aspersão.

– O rio Jordão era um rio largo, de águas volumosas, portanto dava para imergir. Mas
os rios da terra de Enom perto de Salim, eram pequenos. Por que, então, em Jo 3.23 se
diz “muitas águas”? Porque eram muitos riachos, vários lugares diferentes, vários veios
de águas, mas não uma expressão que indica volume de água; portanto não havia alí
lugar onde as pessoas pudessem submergir.

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