Você está na página 1de 37

CURSO DE HERMENÊUTICA

AULA 001

1. ANTIGUIDADE – De Homero a Agostinho


https://www.youtube.com/watch?v=hBvjrAcrzfY

Origens ocidentais da Hermenêutica


O estudo obedecerá a sequência cronológica (que é também lógica) de autores:
Homero, Hesíodo, Xenófanes, Platão, Aristóteles, crítica alexandrina (particularmente, da
tradição filológica alexandrina), neoplatônicos da Bíblia, massonitas, Diorígenes, Filo de
Alexandria e Agostinho de Hipona.
Os cristãos têm um problema teórico – eles acham que as coisas nasceram com
eles, com o Cristianismo: que nasceu com o Cristianismo a hermenêutica; a ideia de
intérprete dos textos sagrados; o Espírito Santo (ser divino) mediando os nossos
discursos; Jesus Cristo (ser divino) traduzindo a vontade do Pai (ser divino) – mas tudo
isso já existia no imaginário antigo.
Hermenêutica não é só interpretar textos escritos, mas interpretar narrativas, já
que a interpretação surge quando ainda não existe a forma cristalizada do texto escrito.
O texto não é uma entidade objetiva nem subjetiva; ele é uma dimensão
ontológica ou para-ontológica – o texto é o ser, é um para-ser porque ele é um ser cuja...,
ele depende dos entes que o utiliza. O texto surge da contribuição humana diante da
realidade da vida (diante do encontro com as pessoas, com a vida), então ele depende
dos entes; só que ele se torna um ente que ganha um espaço de autonomia (porque ele é
uma coisa para mim, outra coisa para você). A linguagem não traduz o ser de forma tal
que o ser se reproduza absolutamente na linguagem; a linguagem não dá conta do ser (a
linguagem é uma ciência em déficit, é um recurso deficitário).
Há a performance oral dos poemas da tradição grega, que é ensinada para as
crianças e ali já existe o exercício de interpretação – ali se mostra como esses textos
cantados e dançados ensinam sobre os valores da civilidade. Estamos assim nos sécs.
VII-V a.C.: os textos de Homero – Ilíada e Odisseia – começam no séc. VIII, mas iremos
pensar na sua recepção (divulgação, disseminação) que se dá no séc. VII a.C.; também
os textos de Hesíodo – Teogonia e o Trabalho dos Dias, séc. VII a.C. Todos estes textos
eram recitados e serviam para a educação da pólis (cidade); então a educação cívica (de
ser um bom cidadão) envolvia tais textos.
O texto da Teogonia surge da suposta relação de Hesíodo com as musas.
As musas são as (9) filhas da Mnemósine ("Memória") com Apolo (numa tradição)
ou com Zeus (em outra tradição). Se pensarmos na relação das Mnemósine com Apolo,
teremos um caráter artístico, pois Apolo não é apenas um flecheiro infalível (homem hábil
na guerra, daí entender as histórias da guerra por se envolver com as guerras humanas),
mas também um tocador de flauta; assim ele adquire essa capacidade de Hermes, que
era o original tocador de flauta (Isso está contido no hino homérico a Hermes: Hermes
toma as vacas de seu irmão Apolo, come-as e faz de conta que elas fugiram, pegando as
patas das vacas mortas e fazendo um caminho falso para que Apolo pudesse se distrair;
quando este percebe que Hermes havia roubado as vacas, Hermes dá uma flauta a Apolo
como forma de compensar a perda. Então, Apolo se torna flautista, um deus vinculado às
artes).
Por que o número 7 é importante para a tradição judaica como um número
organizador do universo? Porque eles são agricultores, os quais usam o ciclo da Lua, que
são de 7 em 7 dias. O agricultor precisa respeitar as fases da Lua para plantar e colher.

Há 3 passagens básicas nas obras de Platão que falam sobre a interpretação: na


Política (banquete), Crátilo...
Hermes é o deus relacionado ao discurso; isso quer dizer ele é quem não só
permite articular as palavras, como também une as palavras ditas na nossa mente para
que elas façam sentido. Assim, Hermes ajuda a dar ao discurso o seu sentido e conteúdo
(hoje nós chamamos isso de significado e significante - semiótica). Sem a ajuda de
Hermes as palavras são vazias, pois elas não têm substância porque não estará
relacionado ao objeto do qual ela se refere. Assim, a hermenêutica é uma ilação religiosa,
uma crença religiosa (o discurso é compreendido porque envolve o mundo divino).
Antiguidade é interpretação a partir da religião.
A ideia de que é preciso ter alguém que ajude no processo de comunicação da
linguagem revela 4 coisas: a) a dificuldade inerente a comunicação humana; a
comunicação é difícil b) a necessidade de encontrar um auxílio externo para a
comunicação c) a ideia de que talvez haja um sentido por trás dos sentidos que precisa
ser acessado a partir dessa ajuda d) sem essa mediação/ajuda, o ato de interpretar, ler,
ouvir e falar fica comprometido.
A ideia de que é preciso ter algum tipo de ajuda para entender comunicação é uma
ideia grega; e, portanto, esse não é o único modo de interpretar comunicação humana.

2. CRÍTICA – À Teologia homérica e hesiódica


Essas teologias servem para construir civilidade.

3. SURGIMENTO DA ALEGORIA

A alegoria não surge com o cristianismo, tampouco em Alexandria. Ela surge no


séc. V para salvar os textos da educação ateniense (grega), cujas histórias dos deuses
estavam repletas de imoralidade. Então, com a alegoria é possível interpretar que aqueles
deuses (imorais, incestuosos etc.) eram morais, serviam de exemplo.
Teagnes é contemporâneo de Xenófanes.

O intérprete e o adivinho estão na mesma categoria.


4. INDÍCIOS ANTIGOS – De rejeição à alegoria

Platão, que fala da interpretação divina, rejeita a alegoria. Alegoria é um símbolo.


Alegorizar tem a ver com o simbólico; com jogar uma ideia que não pertence àquela coisa
que está sendo dita (p.e.: se eu digo “casa”, a primeira ideia é pensar em uma casa, lugar
que serve de abrigo; mas se disser “casa” como representando o cuidado divino sobre a
nossa vida, então essa ideia não faz parte da ideia primeira de casa).

5. PARA ALÉM DA ALEGORIA - Aristóteles

Para Platão, todo ser humano vem do mundo Ideal (mundo real), onde estão todas
as coisas reais, perfeitas; mas antes de chegarmos aqui nesse mundo terrestre passamos
por um rio que nos fez esquecer de tudo; a educação serve então para nos fazer lembrar
das coisas já sabidas. Então, esse mundo sensível é uma imitação do mundo Ideal, no
qual não existe poesia e arte.

6. A ALEGORIA: Do pré-cristianismo ao judaísmo e cristianismo

O AT se relê.

Não existe essa coisa de pureza discursiva, pois você pode usar o mesmo termo
aplicando-o em vários sentidos conforme as situações vão mudando. A exemplo do termo
evangelho que foi mudando de sentido. Mudança do sentido do termo evangelho: No AT,
evangelho é a pregação do fim do exílio egípcio; no Império, é a propaganda imperial;
evangelho é a boa-nova trazida por Jesus Cristo; em Paulo, é a pregação sobre ou
proclamação (gr. kerigma) de Cristo; no Didache e em Clemente, evangelho é a memória
do conjunto de costumes relacionados a Jesus Cristo; no Canon de Muratório, onde não
se tem os livros de Mateus e Marcos, chama o livro de Lucas de Evangelho (então, aqui
evangelho é um livro); Justino irá falar do evangelista como autor de um livro-evangelho;
em Pápias de Herápolis, não existe o termo evangelho e sim o apominemoneumata, ou
seja, as memórias desde alguém (então, em vez de falar Evangelho de Mateus, se diz
Memórias de Jesus desde Mateus). Onde é que se emprega o termo Evangelho aos livros
que falam de Jesus? O P66, o Irineu de Lyon (França) e o texto latino do Cânon de
Moratório.
No séc. II e III, havia duas escolas (hermenêuticas): 1) Escola [catequética] de
Alexandria: fundada por Panteno, e tinha como grandes nomes: Clemente e Orígenes.
Aqui se usa o método alegórico. 2) Escola [catequética] de Antioquia: usa-se o método
histórico-gramatical – método de análise da história e da gramática para saber o sentido
do texto.
Mas não se pode tirar a conclusão de que o método alegórico é negativo e o
histórico-gramatical, positivo; porque isso dependerá da situação. Os da escola de
Alexandria (os alexandrinos), quando se deparava com um texto de complicado sentido,
como o caso de Apocalipse, então em vez de mudar as palavras, eles mudavam da
interpretação literal para a alegórica. Enquanto os da escola de Antioquia, em vez de
mudar a interpretação literal, mudava-se o próprio texto (acrescentando, omitindo,
emendas etc.). Os textos em Alexandria se conservavam por duas razões: a) ali havia
uma história de tradição de transmissão textual, já que havia uma biblioteca fundada
pelos ptolomeus (Ptolomeu fez uma casa para as musas: mussaion, que é o museu – as
musas celebradas eram as da arte e poesia); ali se elaboraram técnicas/regras para fazer
a comparação entre os diversos MSS para se obter a cópia mais próxima do original
[autógrafo]; os cristãos copiaram essa técnica dos escribas [copistas] b) ?
EXEGESE X HERMENÊUTICA

Ciências bíblicas: ciências aplicadas ao estudo da Bíblia, como exegese,


hermenêutica etc.
Exegese: palavra formada pelo prefixo ek (fora); exegese é a ciência que estuda o
texto de dentro para fora, arrancando o sentido expresso no texto (o sentido vem de
dentro para fora). Ou seja, é encontrar o sentido original do texto. Eisegese: palavra
formada pelo prefixo eik (dentro); eisegese é quando se impõe ao texto um sentido que
está fora dele (o sentido vem de fora para dentro).
Hermenêutica: é a ciência de atualizar ou adaptar o sentido original do texto aos
dias atuais. É uma aplicação da exegese ao modo de viver contemporâneo. Portanto, a
exegese vem primeiro. A Hermenêutica pressupõe a exegese. Nem todo exegeta é bom
hermeneuta, mas todo bom hermeneuta é excelente exegeta.
Em resumo: exegese é o exercício de extrair conteúdos e hermenêutica é adaptá-
los, atualizá-los.
Códex Sinaíticus (MSS em 4 colunas para cada página):
O Textus Receptiuns (Texto Recebido) é uma propaganda/crença de que tais
textos seriam os textos mais próximos do original. São os textos que Beza, sucessor de
Calvino, adquiriu em Genebra.
Os nomes sagrados nos MSS maiúsculos são abreviados; essa técnica de copista
se chama nomina sacra (nomes sagrados), que é o nome sagrado abreviado
acrescentado de um traço sobre as letras.
Aulas

Acima se tem os 3 objetivos: compreender o sentido do texto, explicar o sentido


dele e refletir sobre a compreensão e explicação do sentido.

As preposições gregas:
a) ek: quando está diante de uma vogal, ela se torna ex (lê-se eks). O ek indica
um movimento de dentro para fora. EXEGESE, tirar o sentido de dentro do texto
(esse é o tipo de hermenêutica aconselhável).
b) apó (“desde”): indica um movimento da extremidade para fora. Com isso, não
devemos fazer uma análise na margem (apó); não podemos fazer uma
hermenêutica da margem para fora.
c) eis: indica movimento de fora para dentro. EISEGESE, levar nossas
impressões (crenças, sentidos) para dentro do texto.

Criticar (alemão kritik) significa analisar, e não falar mal, ou fazer juízo mau sobre
algo. A Exegese tem uma série de critérios – sincrônicos e diacrônicos (metodologias
históricas, sociais, culturais, literárias, linguísticas etc.). A Exegese é o resultado do
exercício de colocar o texto sob análise histórica, social, literária etc. A Exegese
pressupõe a aplicação do Método exegético – conjunto de metodologias aplicados para
fazer exegese de um determinado texto.
A palavra MÉTODO tem na sua formação a preposição grega metá (“através”, ou
seja, o que percorre a extensão) e hodos (“caminho”), portanto, método significa o
caminho que atravessa um determinado objeto (algo que você analisa). Ao analisar um
texto bíblico, tem de se usar método – que é aplicar uma série de instrumentos de análise
que lhe permita ver os textos nas suas múltiplas facetas.

Hermenêutica: arte de interpretar texto. Vem do verbo grego hermeneo


(“interpretar”); Hermes (latim Mercúrio) é o deus grego mensageiro, arauto (viajante); ele é
representado com os pés e o capacete (elmo?) alados porque ele é o deus que leva a
mensagem de um deus ao outro. Transmitir a mensagem de alguém para outro alguém.
(Acima) Os aspectos da hermenêutica: analisar (interpretar) psicologicamente,
cientificamente, sociologicamente etc.
Ainda que o hermeneuta faça a adaptação e atualização da mensagem para o
novo público, ele precisa se submeter ao que o texto diz:

OS HERMENEUTAS dos sécs. XIX e XX: Friedrich D. E. Schleiermacher (1768-


1834); Wilhelm C. L. Dilthey (1833-1911); Martin Heidegger (1889-1976); Hans-Georg
Gadamer (1900-2002); Paul Ricœur (1913-2005).

 Friedrich D. E. Schleiermacher (1768- 1834):


Metalinguagem: é a linguagem se debruçando sobre ela mesma para entender os
seus sentidos.
No caso de Schleiermacher, para entender o sentido de interpretação, as duas
palavras-chave são: interpretar (objetivo final do hermeneuta) e compreender (condição
de possibilidade da interpretação, pois só é possível interpretar porque eu compreendi).
Ele reflete filosoficamente sobre estes dois termos. Para além de uma aproximação
filológica e histórica, teremos de nos ocupar com a fala e com o texto (sem abandonar
aquelas). Dizer a respeito da fala e do texto é dizer da linguagem que se utiliza e de como
se constrói uma narrativa, ou seja, pensar no discurso.
Investigação filológica [Filologia]: é estudar o texto a partir dos significados das
palavras, do sentido etimológico delas, das ferramentas de estilo e sintática do termo. Isso
é investigação filológica. A investigação filológica consiste apenas em pegar as palavras
do texto para analisar de onde veem e qual o sentido delas; já a investigação do discurso
é pensar no discurso, a força dele, o impacto que causa no homem etc., portanto, está
para além também de identificar os atos históricos (investigação histórico), e de encher a
narrativa de dados históricos.
Investigação histórica [História]: primeira coisa, é perguntar se aquilo de fato
aconteceu; saber o que aconteceu é saber como aconteceu.
Analisando Jo 3.16:

Primeira parte de Jo 3.16: a palavra grega outos é formado de out + os, cujo
significado é “deste modo”, “assim”, e não “porque” (como é comumente traduzido). A
palavra gar é pois. A palavra egapesen significa amou (3ª p. do sing. do aoristo ativo do
verbo agapao - “amar”). A expressão ó theós ton kosmos, significa Deus o mundo.
Portanto, outos gar egapesen ó theós ton kosmos significa “Deste modo [= assim] pois
Deus amou o mundo:”.
Segunda parte de Jo 3.16: a palavra oste significa os + te (partícula com valor
aditivo). A expressão ton uion significa “o filho”. A expressão ton monogene significa “o
único gerado”. A expressão édoken significa “deu” (do verbo dínome - “dar”). O termo
ina significa “com o fim de que”, “para que”, “a ponto de” [sentido de final]. O termo
apóleni é “destruir”. Portanto, oste ton uion ton monogene édoken ina... significa “o filho
único gerado deu para que todo o crente para ele [e não crente nele] não se auto destrua,
mas tenha vida pelos tempos eternos”. A CRENÇA, em grego, não é uma crença nele
(portanto é errado traduzir “crer nele”), mas uma crença em direção a ele, ou seja, estou
voltado para ele, estou indo de rumo a Jesus.

Analisando 1Tm 2.12:

Sem saber fazer análise, muitos dizem: a) a mulher não deve ensinar ou b) na
época a mulher não podia falar, mas no mundo de hoje a coisa mudou, a mulher se
emancipou, assim ela tem de ensinar/falar; temos de renovar a mente. Tanto um quanto
outro não está analisando o texto porque o texto não está dizendo que a mulher não deve
ensinar em TODAS AS SITUAÇÕES; e também o texto não está dizendo que como o
tempo mudou (ou iria mudar), isso não vale mais. Por isso é preciso ler o texto a partir do
lugar do autor. Para entender o que Paulo quis dizer da mulher não ensinar leia a
passagem toda do cap. 2 de Timóteo.
O que o texto acima (1Tm cap.2) está dizendo? O direito de associação no mundo
romano: posso me organizar nas festividades cívicas/públicas e privadas. A organização
da atividade privada [regime de configuração privada] se dá no nível da casa (gr. oikos),
que é chamado de COLEGIA (traduzido para o grego como eklessia): [colegia é] uma
corporação de ofício que tem um patrono, em cuja casa se reúne a eklesia, ali se tem os
clientes (que estão debaixo da autoridade do patrono e recebem por causa disso uma
porção [supragápio?], e nas votações da cidade, o patrono é obrigado a ser votado por
eles) e tem também um padroeiro (o deus da eklessia).
O apelo do texto de 1Tm cap. 2, é sobre lugar público e não privado. No lugar
público, isso é sedição, transgride o direito de associação. Paulo diz para os cristãos
orarem primeiro para os reis para dizer que é para fazer alguma coisa em favor do rei e
da autoridade; depois levantar as mãos santas para mostrar que não estão armados; e a
mulher vá com trajes modestos sem colares para não se parecer nem com sacerdotisa
nem com uma prostituta cultual (como aparece nos ritos cívicos/públicos); e se a mulher
falar ela será vista como uma prostituta cultual ou sacerdotisa. Portanto, essa regra da
mulher ficar calada não é regra para a convivência na igreja, mas num ambiente
público hostil.
Na igreja, havia dois tipos de mulheres: 1) mulher de cabelo curto, que vinha da
prostituição cultual 2) mulher de cabelo comprido que não veio. Daí a recomendação de
Paulo de para as mulheres que tinham cabelos curtos usarem veu para não ser
associadas às prostitutas pagãs. Obs.: O homem de cabelo comprido vinha da
prostituição cultual. Corinto é uma cidade de complexidade cultica.
Como também aquelas mulheres carecas (aquelas de cabelos curtos), que são as
mulheres dos cultos Afrodite ou de Apolo. Ali se faz oráculo, em que alguém fala em
línguas estranhas e há um intérprete que diz a mensagem do oráculo. Portanto, no culto
pagão, havia intérprete para os oráculos; e na igreja deve também haver intérprete.
Schleiermacher dirá que o discurso do autor nunca é dado na sua plenitude. Que é
o que vimos nas análises das passagens acima em que Paulo não explica todo o contexto
da sua época.
 Wilhelm C. L. Dilthey (1833-1911):
Dilthey é uma continuação de Schleiermacher.

Dilthey dirá que todo pensamento hermenêutico é resultado de um processo crítico


(que é um processo de análise). O momento da explicação é diferente do momento da
compreensão – primeiro eu compreendo, depois explico; e não explicar para ir dando um
um “jeitinho”. A desconstrução é uma arma da verdade pois você desconstrói o
argumento mentiroso do outro apresentando dados (lógica da suspeita).

Afirmações acima: a) “hermenêutica é...” é um resumo da compreensão, oferecer


algo sem perder algo daquele discurso (se é discurso cristão tem de continuar a ser
cristão); não é um resumo que tira conteúdo, mas que cria uma ponte (penetra no mundo
do autor) b) “interpretação é...”: escritura não tem a ver com o texto, mas com vida,
experiência vivencial. Defunto não escreve, somente os vivos escrevem; e quando ele
escreve está escrevendo o registro da sua vida, da sua experiência (o lugar é social). É o
mesmo que dizer que uma boa hermenêutica estabelece uma boa prática eclesial; c) uma
interpretação vale em qualquer contexto pela sua validez universal (porém, isso é
questionável).

 Martin Heidegger (1889-1976):


Do séc. XX, ele é o mais complexo, mas também talvez foi quem deu maior
contribuição. A filosofia que antecedeu Heidegger (desde Immanuel Kant passando
Johann Fichte, Georg W. F. Hegel, Friedrich W. J. von Schelling, Ludwig Feuerbach) se
acostumou a estabelecer uma distinção entre sujeito e objeto. Kant diz que o ser humano
possui tanto um conhecimento a priori (o que nasce com o ser humano, portanto não é
mediado – ex., a ética) e conhecimento a posteriori (o adquirido pelos sentidos, portanto
mediado). Com exceção de Kant, os outros faziam parte do que se chamava Idealismo
alemão, a crença segundo a qual existe uma certa capacidade humana (o homem é o
sujeito do conhecimento) de investigar, analisar e concluir a partir da sua
visão/perspectiva do objeto – isso não tem a ver com os órgãos dos sentidos. Essa
oposição entre sujeito-objeto é do idealismo alemão [sujeito cognoscente x objeto
cognoscível], perdurou por quase 300 anos.

Até que ponto eu interpreto o texto? E até que ponto o texto se impõe a mim? Sou
eu que interpreto o texto ou é ele que me interpreta?
Heidegger faz uma oposição entre ser e ente. E a oposição sujeito-objeto se desfaz
quando entra o elemento ser, ou seja, há uma identificação entre sujeito e objeto porque
eles sofrem influência um do outro (em cada objeto há algo do sujeito e em cada sujeito
há algo do objeto), e quem faz essa mediação é a linguagem (que é uma representação,
portanto não é algo objetivo). Nesse tratamento do ser, o sujeito fala do objeto não
definindo-o, mas interagindo com ele – isso difere das filosofias fundadas na oposição
entre sujeito-objeto.

Bultmman pega a filosofia de Heidegger e estende à Teologia.

 Hans-Georg Gadamer (1900-2002):

Eu me torno objetivo porque me distanciei. Você tem de ver o fenômeno como


quem está de fora para descrever como ele é (isso é a fenomenologia); e tenho de falar
da implicação daquela coisa no mundo; a história precede e avança a reflexão.
Paul Ricœur (1913-2005)

https://www.leonardoportal.com/p/acervo-de-matematica.htmlv
(LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA)
https://telecursofundamentalportuguesxxxx.blogspot.com/2010/03/apostilas-para-
ler-aqui-baixar-ou.html
(LIVROS TELECURSO 2000)
https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/enem/provas-gabaritos-enem.htm
(Provas e Gabaritos do ENEM de 2005-2021)
https://guiadoestudante.abril.com.br/enem/prepare-se-para-o-enem-refazendo-
provas-anteriores/
(Todas as Provas e Gabaritos do ENEM de 2009-2020)

https://docero.com.br/doc/5c1511c

https://www.youtube.com/watch?v=UDixvmfJ7NE

https://escoladafluencia.com.br/episodios (Curso de Inglês - piratas do caribe)


https://professorpadua.blogspot.com/2018/07/teologia-dos-reformadores-resenha.html
(resenhas de livros)

https://docero.com.br/doc/805vec5
Jean Shinoda. As Deusas e a Mulher
https://docero.com.br/doc/nxcv01v
Martha Robles. Mulheres, Mitos e Deusas - O feminino através do tempo
https://docero.com.br/doc/nn5vx8v
Toda as Deusas do Mundo
https://docero.com.br/doc/ssn1xv8
Deuses e Deusas Hindus
https://docero.com.br/doc/8v5xx0n
Jean-Louis de Biasi. Magia das Deusas e Deuses - Revelação dos mistérios da Teurgia
https://docero.com.br/doc/cn108ec (ENEM)

Série Pensamento Moderno


Robert G. Meyers
https://groups.google.com

https://obrascatolicas.com/livros/Apologetica/CADERNO%2017%20Os
%20Episcopalianos.pdf

TRADUÇÕES
Choosing the Right Bible Translation for Your Church

https://www.youtube.com/watch?v=wCO59K86i5k

Qual Tradução usar?

KJV – Versão King James


NKJV – Nova Versão King James
– Versão Padrão Revisada
– Nova Versão Padrão Revisada
– Versão Padrão Americana
– Nova Bíblia Padrão Americana
– Versão Padrão em Inglês
– Nova Bíblia em Inglês
– Bíblia em Inglês Revisada
– Nova Tradução em Inglês
– Nova Versão Internacional
– Palavra de Deus
– Tradução da Palavra de Deus
– Versão Padrão Internacional
– Versão em Inglês de Hoje
– Bíblia Viva
– Versão em Inglês de Hoje
– Nova Tradução Viva
– Nova Tradução Viva Internacional

KJV, NKJV, NASB, NIV, ESV, CEV, RSV, LB, GW, TEV, NRSV, REB, ISV,
NLT, ASV, NEB, NET, HSCB.

Ao longo da História, houve duas filosofias básicas (abordagens; formatos)


de tradução:
a) Equivalência formal (ou literal; ou equivalência verbal; palavra-
por-palavra): replica a FORMA do original tanto quanto possível;
b) Equivalência funcional (ou idiomático; ou chamado pelos linguistas
contemporâneos de equivalência dinâmica): reproduzir (capturar) o
SIGNIFICADO tanto quanto for possível.
(Há aqueles que dizem haver uma terceira abordagem, chamada paráfrase,
que funciona como uma tradução livre).
As traduções tendem a se identificar com uma ou outra, mas não há
exemplos puros de nenhuma das duas. Cada versão da Bíblia usa
equivalência formal e funcional. As diferenças são questão de grau.

MODOS DE TRADUÇÃO
Equivalência Formal Equivalência Funcional
(literal) Mediando (idiomático)
KJV NIV GNT
NKJV NAB NLT
NRSV HCSB CEV
NASB NET NCV
ESV CEB GW

https://www.apbrown2.net/web/TranslationComparisonChart.htm

Ou

NASB – New American Standard Bible (Nova Bíblia Padrão


Americana): 1971; atualização 1995.
AMP – Amplified Bible (Bíblia Amplificada): 1965.
ESV – English Standard Version (Versão Padrão em Inglês): 2001.
RSV – Revised Standard Version (Versão Padrão Revisada): 1952.
KJV – King James Version (Versão Rei Tiago): 1611;
significativamente revisado em 1769.
NKJV – New King James Version (Nova Versão Rei Tiago): 1982.
HCSB – Holman Christian Standard Version (Versão Padrão Cristã de
Holman): 2004.
NRSV – New Revised Standard Version (Nova Versão Padrão
Revisada): 1989.
NAB – New American Bible (Nova Bíblia Americana) [católica]: 1970,
1986 (NT), 1991 (Salmos).
NJB – New Jerusalem Bible (Nova Bíblia de Jerusalém) [católica]:
1986; revisão da Bíblia de Jerusalém de 1966.
NIV – New International Version (Nova Versão Internacional): 1984.
TNIV – Today’s New International Version (A Nova Versão
Internacional de Hoje): NT 2001, AT 2005.
NCV – New Century Version (Versão Novo Século)
NLT1 – New Living Translation (Nova Tradução Viva): 1ª ed. 1996; 2ª
ed. 2004.
NIrV – New International reader’s Version (Nova Versão do leitor
Internacional)
GNT – Good News Translation (also Good News Bible) (Tradução de
Boas Novas [também Bíblia de Boas Novas]):
CEV – Contemporary English Version (Versão Contemporânea em
Inglês):
Living – Living Bible (Bíblia Viva): 1950. Parafraseando por Ken Taylor.
Tratamento liberal de 'sangue'.
Message – The Message by Eugene Peterson (A Mensagem de
Eugene Peterson): 1991-2000.

Traduções não identificadas na lista anterior:


OIV – Oxford’s Inclusive Language Version (Versão de Linguagem
Inclusiva da Oxford) – revisão da NRSV para ser mais neutra em termos de
gênero e politicamente correta.
GW – God’s Word to the Nations (A Palavra de Deus para as Nações).
Tradução/paráfrase por William Beck. Pouco conhecido.
REB – Revised English Bible (Bíblia Inglesa Revisada).

MUITO BOM (guia de tradução)


https://bloqs.s3.amazonaws.com/1953-
7412/564341_BibleTranslationGuide1.pdf
https://www.myfaithunited.org/wp-content/uploads/2020/05/Bible-
Comparison-Chart.pdf
https://www.biblegateway.com/ (site em inglês para fazer comparação entre
diversas bíblias)
https://www.biblestudytools.com/audio-bible/https://
www.biblestudytools.com/audio-bible/
(site em inglês para fazer comparação entre diversas bíblias; contém áudio)

https://www.notjustanotherbook.com/images/bibleversdatetrans2017b.jpg

Versão Ano de publicação Nº de Tradutores


“Árvore Genealógica de Denominações”
Mostra as raízes das denominações de hoje e o dia em que se organizou.
https://socialtheology.com/docs/
Rose_Bible_eCharts_DC_Family_Tree_of_Denominations.pdf

COMPARAÇÃO DE 12 DENOMINAÇÕES CRISTÃS


O que essas 12 denominações cristãs acreditam em diferentes tópicos?

Anabatista. Literalmente, “aquele que é batizado novamente”. (1) Grupos que batizam
crentes que já foram batizados quando crianças. Os anabatistas negam que estejam
fazendo isso, pois, em sua opinião, o batismo infantil não é válido. (2) Especificamente, os
anabatistas de Zurique e os corpos da igreja (por exemplo, menonitas, amish) que traçam
sua herança para eles.
Apócrifo. Livros considerados parte do Antigo Testamento na teologia católica ou
ortodoxa, mas não na teologia protestante (por exemplo, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria de
Salomão). Chamado deuterocanônico na teologia católica.
sucessão apostólica. A doutrina de que existe uma linha ininterrupta de sucessão dos
apóstolos originais de Jesus Cristo aos bispos de hoje. Somente os bispos em sucessão
adequada podem ordenar sacerdotes autorizados a realizar os sacramentos.
Arminiano. (1) Na tradição teológica de Jacob Arminius (1560-1609), um teólogo no início
do calvinismo holandês que rompeu com a corrente principal calvinista em questões
relativas à predestinação. (2) Um tanto vagamente, qualquer protestante que rejeite a
visão calvinista da predestinação e doutrinas relacionadas (especialmente a maioria dos
anglicanos, metodistas, igrejas de Cristo e pentecostais).
batista. (1) Quem sustenta que só devem ser batizados aqueles que fazem uma profissão
de fé credível. (2) Batista (Maiúscula). Uma tradição da igreja originária da Inglaterra
puritana que era congregacional e batista.
Calvinista. (1) Na tradição teológica de João Calvino (1509-64), particularmente nas
igrejas reformadas e presbiterianas. (2) Um tanto vagamente, qualquer protestante que
mantenha a visão calvinista da predestinação e doutrinas relacionadas, incluindo alguns
batistas e outros evangélicos. Os luteranos conservadores estão mais próximos do
calvinismo do que do arminianismo, mas diferem em aspectos relativamente menores. 3)
Cinco pontos do calvinismo: os humanos são tão pecaminosos que não podem iniciar o
retorno a Deus; Deus escolhe quem será salvo; Cristo morreu especificamente para
salvar aqueles a quem Deus escolheu; Deus infalivelmente atrai a Cristo aqueles a quem
ele escolhe; eles nunca cairão.
cânone. Lista oficial de livros pertencentes à Bíblia (ou no Antigo ou Novo Testamento).
católico. Literalmente, “universal” (1) A igreja fiel em todas as suas expressões em todo o
mundo. (2) Católico (Maiúscula). Tendo a ver com o corpo da igreja chefiado pelo Papa.
carismático. (1) Um termo genérico para capacitação espiritual, como dons carismáticos
(línguas, curas, profecias, etc.). (2) Corpos da Igreja cujos membros praticam o falar em
línguas e outros dons carismáticos, mas que não veem as línguas como a evidência inicial
de terem recebido o batismo no Espírito Santo. (3) Cristãos em outras denominações que
experimentam dons carismáticos.
clero. Sacerdotes, ministros, pastores e outros líderes oficiais da igreja, geralmente
considerados ordenados (especialmente reconhecidos como tendo uma responsabilidade
espiritual como líder na igreja). Antônimo: leigo.
Confissão. (1) Um documento declarando o que um corpo específico da igreja ou outro
grupo de cristãos acredita em comum, como a Confissão de Augsburg (Luterana) ou a
Confissão de Fé de Westminster (Presbiteriana). (2) O ato de falar em particular a um
sacerdote sobre os pecados de alguém (veja Penitência).
congregacional. (1) Uma forma de governo da igreja na qual cada igreja local é
autogovernada; praticado por muitos grupos denominacionais. (2) Congregacional
(Maiúscula). Uma tradição da igreja originária da Inglaterra puritana que era
congregacional no governo da igreja, mas (ao contrário da maioria das outras) também
aceitava o batismo infantil.
conservador. Manter a posição teológica consagrada nos credos ou confissões históricas
do corpo da igreja. Antônimo: liberal.
conversão. (1) O ato de mudar de uma religião (ou nenhuma) para uma nova religião,
como na conversão do budismo ao cristianismo. (2) A experiência de chegar à fé pessoal
em Cristo, mesmo que a pessoa já fosse membro de uma igreja cristã.
ecumênico. Literalmente, “do mundo”. (1) Representar a igreja cristã diante do cisma
entre as igrejas orientais e ocidentais; especialmente, os credos e concílios do primeiro
milênio. (2) Procurar fomentar a cooperação institucional ou mesmo a unidade entre todos
os corpos da igreja cristã (ou pelo menos entre alguns).
Eucaristia. Literalmente, “ação de graças”. Termo de escolha nas igrejas litúrgicas para a
Comunhão ou Ceia do Senhor.
evangélico. (1) Cristãos conservadores, principalmente protestantes, que afirmam a
infalibilidade ou inerrância da Bíblia. (2) Evangélico (Maiúscula). Corpos eclesiásticos na
tradição de Martinho Lutero (1483-1546), sejam ou não evangélicos no sentido genérico.
Amigos. O nome próprio para Quakers, um movimento fundado por George Fox (1624-
91).
inferno. (1) Maiúsculas. Na teologia cristã, o estado final dos ímpios, isto é, do diabo,
todos os anjos caídos e todos os seres humanos não redimidos por Cristo. (2) Na versão
King James da Bíblia, “inferno” traduz tanto o grego Gehenna (que se refere ao estado
final dos ímpios) quanto o grego Hades (que se refere ao local de espera temporário de
todos os seres humanos que partiram entre sua morte e ressurreição).
santidade. (1) O atributo de Deus de perfeição sem pecado, de estar além e acima de
toda impureza ou maldade, um atributo que os seres humanos deveriam ter, mas não por
causa do pecado. (2) Santidade (Maiúscula). A tradição cristã, decorrente de John
Wesley, que acredita que os cristãos precisam de uma obra ou efeito distinto da graça de
Deus em suas vidas que os torne pessoalmente santos e prontos para o amor e o serviço
cristãos; ou, qualquer uma das várias denominações nessa tradição (por exemplo,
Aliança Cristã e Missionária, Nazarenos, Exército da Salvação).
imersão. Uma forma de batismo em que uma pessoa é completamente submersa na
água; quase sempre praticado em igrejas batistas.
imortalidade. Um estado em que uma pessoa é incapaz de morrer, com certeza viverá
para sempre.
encarnado, encarnação. Literalmente, “na carne”. A doutrina de que Jesus, que era
Deus Filho, “se fez carne” (João 1:14), isto é, tornou-se um ser totalmente humano, ao
mesmo tempo em que ainda era totalmente Deus.
inerrante. Sem erro; usado pelos evangélicos com referência à completa confiabilidade
da Bíblia em todos os assuntos sobre os quais ela fala.
infalível. Sem erro, às vezes entendido de forma abrangente (como em inerrante) e às
vezes visto como limitado a certas áreas ou assuntos (especialmente fé e moral).
Aplicado na teologia católica ao papa em certos pronunciamentos específicos, e aplicado
na teologia conservadora católica e protestante igualmente à Bíblia.
leigo. Todos os membros da igreja que não ocupam cargos oficiais de liderança da igreja.
Antônimo: clero.
liberal. Visões teológicas que negam a infalibilidade da Bíblia e que questionam, em
graus variados, as doutrinas tradicionais mantidas em comum pela maioria dos cristãos
antes da era moderna (como o nascimento virginal ou a Trindade). Antônimo:
conservador.
litúrgico, liturgia. Uma forma de adoração corporativa na qual o sacerdote ou ministro
conduz a congregação em leituras e orações de um texto prescrito (chamado liturgia).
linha principal. Uma denominação protestante geralmente originária antes de 1900
(embora possa ter sofrido fusões recentes), da qual congregações teologicamente
conservadoras se separaram (por exemplo, a Igreja Metodista Unida).
nova aliança. A relação que une os crentes em Cristo a ele, que de alguma forma
substituiu a “antiga aliança” que Deus havia feito com Israel por meio de Moisés (veja 2
Coríntios 3), na qual uma pessoa entra no batismo e que é celebrada na Ceia do Senhor.
ordenança. Termo de escolha principalmente em igrejas não litúrgicas para batismo e
Ceia do Senhor; entende-se que o rito é um símbolo da graça de Deus já presente no
crente. Veja sacramento.
ortodoxo. (1) Aderir aos fundamentos da fé cristã, especialmente conforme articulado nos
primeiros credos; nesse sentido, os “ortodoxos” incluem católicos conservadores,
protestantes e ortodoxos. (2) Ortodoxo (Maiúscula). Tendo a ver com a associação de
corpos de igrejas da Europa Oriental e Oriente Médio que se separaram de Roma e as
igrejas alinhadas com ela na Europa Ocidental no “Grande Cisma” de 1054.
patriarca. Nas Igrejas Ortodoxas, o bispo é reconhecido como o líder de todos os bispos
ortodoxos sob sua jurisdição (geralmente uma nação ou grupo étnico, como gregos,
armênios ou russos).
Penitência. O sacramento católico no qual uma pessoa confessa seus pecados a um
padre e recebe a garantia do perdão.
papa. O título, que significa “Pai”, referindo-se ao Bispo de Roma (chefe da Igreja Católica
Romana).
predestinação. Um termo usado por Paulo pela decisão prévia de Deus que determina
quem é salvo. Os calvinistas sustentam que Deus predestina os indivíduos e, com base
nisso, os traz à fé; os arminianos e a maioria dos outros corpos cristãos sustentam que
Deus predetermina que aqueles que creem serão salvos, mas não predetermina quem
crerá.
Reforma Protestante. O movimento originalmente pedindo a reforma das doutrinas,
pregações e ritos da Igreja Católica, iniciado pela obra de Martinho Lutero, e que resultou
na secessão de muitas igrejas da Igreja Católica. Todos os corpos da igreja perfilados no
gráfico são protestantes, exceto as igrejas católica e ortodoxa (embora a Igreja Anglicana
também se considere católica).
Purgatório. Um estado ou lugar para o qual os crentes vão após a morte para ter
qualquer pecado ou impureza remanescente purgado ou removido antes de ir para o céu.
Na Igreja Católica, isso é geralmente considerado um lugar de punição temporal; não é
assim considerado nas igrejas ortodoxa e anglicana. A maioria dos protestantes não
acredita no Purgatório, mas sim na purificação imediata do pecado na morte.
Puritano. Protestantes ingleses que abraçaram a teologia reformada (calvinista) e
queriam purificar a Igreja da Inglaterra da suposta corrupção, especialmente decoração
ornamentada da igreja e roupas sacerdotais.
sacramento. Termo de escolha principalmente nas igrejas litúrgicas para o batismo e a
Ceia do Senhor (e, para os católicos, outros cinco ritos); entende-se que o rito é de
alguma forma um meio pelo qual Deus estende sua graça. Veja ordenança.
santificação. (1) Ser separado ou consagrado a Deus. (2) A obra do Espírito Santo pela
qual um crente é santificado em caráter.
nascimento virginal. O milagre pelo qual Maria concebeu e deu à luz a Jesus pelo poder
do Espírito Santo, sem ser engravidada por um homem.

https://www.youtube.com/watch?v=f-rAFXbMGGg
Interpretação
https://www.youtube.com/watch?v=yyo7kbXtrkI
https://www.youtube.com/watch?v=i7anmem79DA
Dr. Bill Mounce

https://www.youtube.com/watch?v=9JwmT4VmllI
Assistir podcast com dois grandes tradutores

https://www.youtube.com/watch?v=Od8A5Ldc8T4
BIBLE TIMELINE

https://www.youtube.com/watch?v=erdhEOOo5Ak
EXCELENTE SITE DE SLIDES
https://www.youtube.com/watch?v=UvUvmRNWHSM

THE BIBLE'S TIMELINE

https://www.youtube.com/watch?v=__BaaMfiD0Q

Timeline of World History

https://www.notjustanotherbook.com/images/bibleversdatetrans2017b.jpg

https://www.youtube.com/watch?v=32qMhpcv1w8&list=PLW-
7L0c5OLK17HymCLxqHQcCR_EhTAmBA&index=1
Curso de Hebraico
https://www.youtube.com/watch?v=EQkHQIjntik
pronuncia grega

https://www.youtube.com/watch?v=VTqSvHHt_uw
diferença entre cristianismo e ortodoxo
https://www.youtube.com/watch?v=07W2Iis3E6w
diferença entre ortodoxo e católico
https://www.youtube.com/watch?v=RB8IMHAUEXM

https://www.youtube.com/watch?
v=BeMcRdXdwkc&list=PL4sbg6ng23C5ERVzh0-3aKvRw6jt6lRp9
Historical Theology I - Dr. Nathan Busenitz (25 vídeos)
https://www.youtube.com/watch?
v=djIPuncxcSM&list=PL4sbg6ng23C6dDuIZdrzJZUVyeqwM-NXr
Historical Theology II - Dr. Nathan Busenitz (27 vídeos)

https://www.youtube.com/watch?v=WhLKH9WkMyc
vídeo obre o cristianismo 13:30min.

https://www.youtube.com/watch?
v=3y7nN4TVX5Y&list=PLfk5IZQHKovKhMVo9ekMLvZk8vFV9RJvC
curso inteiro sobre o AT (60 aulas)

https://www.youtube.com/watch?v=3uhX6MetsGQ
Curso de Hebreo Bíblico
https://www.youtube.com/watch?
v=Qvh8yziVsCE&list=PL9392DD285C853693
Lecture: Biblical Hebrew Grammar I - Dr. Bill Barrick (23 vídeos)
https://www.youtube.com/watch?
v=NCF2FLuti70&list=PL8C1262F23B3FA218
Lecture: Biblical Hebrew Grammar II - Dr. Bill Barrick (26 vídeos)
Diferenças entre Católicos e Ortodoxos – Parte I
Igreja Católica Romana Igreja Ortodoxa
(católicos) – tradição cat. latina (ortodoxos) – tradição ortodoxa grega
Considera o Papa de Roma como A Igreja Ortodoxa não é dirigida por um
Primado do Papado

Bispo Supremo de todos os bispo supremo, mas cada Igreja é


cristãos; o Vigário de Jesus Cristo autocéfala (i. e., independente das outras),
na Terra; a origem de qualquer e é dirigida por seu Sínodo Episcopal,
autoridade eclesiástica. presidido pelo Primaz (o Patriarca,
Metropolita ou Arcebispo). Todos os
Primazes das Igrejas Locais (são 15 hoje)
são iguais, eles não se reportam uns aos
outros.
Propaga o dogma da infalibilidade A Igreja Ortodoxa não tem ninguém com
papal (ausência de erro) quando o autoridade infalível, e os juízos finais sobre
Infalibilidade

Papa fala “ex cathedra” definindo teologia são feitos pelos Sínodos
uma doutrina da fé. Quaisquer Episcopais. Estes decretos não devem ser
decretos sinodais episcopais, confirmados por nenhuma autoridade
incluindo aqueles sobre teologia ou individualmente.
dogmas, tornam-se vinculantes
somente após a confirmação pelo
Papa.
Creem que o Espírito Santo Creem que o Espírito Santo procede do
Processão

procede do Pai e do Filho. Um Pai (essas palavras de Jesus, Jo 15.26)


do ES

acréscimo relacionado a isso – o


chamado Filioque – foi feito por eles
ao Credo.
Creem que além do céu e o do Não acreditam no purgatório,
inferno, existe um purgatório – um reconhecendo apenas dois status pós-
Purgatório
estado intermediário entre a morte (de acordo com as palavras de
felicidade do céu e o tormento (que Cristo, Mt 25.46): tormento eterno [inferno]
é de natureza temporária). Os e vida eterna [céu].
tormentos ali experimentados pelos
pecadores são de natureza
purificadora.
Propaga o dogma da Imaculada Não reconhece esse dogma, embora creia
Imaculada Conceição de

Conceição da Virgem Maria. Este que a Mãe Santíssima de Deus foi pré-
dogma afirma: “desde o primeiro eleita por Deus para se tornar Sua Mãe, e
instante de sua concepção, a Bem- se refere à Mãe de Deus como
Aventurada Virgem Maria foi, por Santíssima, Imaculada e Bem-Aventurada.
Maria

uma graça e privilégio mui singular


do Deus Todo-Poderoso e em vista
dos méritos de Jesus Cristo, o
Redentor da raça humana,
preservada de toda mancha do
pecado original”.
Obs.: As Igrejas Católicas e Ortodoxas já foram uma só igreja, mas a divisão (cisma)
entre elas ocorreu em 1054.

Diferenças entre Católicos e Ortodoxos – Parte II


Igreja Católica Romana Igreja Ortodoxa
(católicos) – tradição cat. latina (ortodoxos) – tradição ortodoxa grega
Considera como Ecumênicos os Reconhece apenas 7 Concílios
Ecuménico
Concílios

Concílios convocados no período Ecumênicos: aqueles convocados entre


entre os sécs. IV e XX, totalizando os sécs. IV e VIII (de Niceia I [325] a
s

21 Concílios. Niceia II [787]).

As principais festas são comuns O calendário (não as festas) é distinto dos


Calendário

para as igrejas católicas e católicos: a Páscoa é às vezes celebrada


ortodoxas, porém a celebração cai pelos ortodoxos e católicos no mesmo dia,
em datas diferentes (portanto, porém, mais frequentemente em dias
calendário distinto). diferentes.

O celibato é obrigatório tanto para Os padres ortodoxos podem ser


do Clero
Celibato

bispos quanto para padres. celibatários ou casados.

Tem uma ampla prática de oferecer Os leigos recebem a Comunhão em duas


Comunhão

comunhão aos leigos em uma única espécies: do Corpo e do Sangue de


espécie: apenas do Corpo de Cristo.
Cristo.
Utilizam o pão ázimo (sem Utilizam o pão fermentado para a
Pão fermento) para a Eucaristia. Eucaristia.

O sinal da cruz é feito da esquerda O sinal da cruz é feito da direita para a


da Cruz

para a direita com todos os cinco esquerda com todos três dedos. (os
Sinal

dedos. velhos-ritualistas fazem com dois dedos).

As crianças não são confirmadas e O sacramento da confirmação (crisma) é


Momento do

não recebem a comunhão após o conferido à criança no momento do


Crisma

batismo. Elas são admitidas à batismo; todas as crianças batizadas são


comunhão, como regra, aos 7 anos admitidas à comunhão.
de idade, e à confirmação (crisma)
numa idade mais avançada.
Obs.: As Igrejas Católicas e Ortodoxas já foram uma só igreja, mas a divisão (cisma)
entre elas ocorreu em 1054.
Obs.: as primeiras 6 diferenças se referem ao credo; às últimas 6 têm natureza ritual.

Diferenças entre Protestantes e Ortodoxos – Parte I


Igreja Protestante Igreja Ortodoxa
(protestantes) – tradição protest. (ortodoxos) – tradição ortodoxa
grega
Creem na doutrina da “igreja invisível”, Na Ortodoxia, a teoria dos ramos
que inclui todas as pessoas que sempre foi rejeitada. Ao confessar no
Igreja invisível

acreditam em Cristo. Apesar da ausência Credo “Uma só Igreja Sagrada,


da unidade visível entre os cristãos, sua Católica e Apostólica”, os cristãos
unidade “oculta” é confessada, em que acreditam que estamos falando da
constitui uma “igreja”. Todas as Igreja Ortodoxa e não de todas as
denominações existentes são como denominações cristãs combinadas.
ramos de uma árvore – dizem os
teólogos protestantes.

Creem no princípio da Sola Scriptura, Rejeitam o princípio da Sola


literalmente na tradução do latim, Scriptura, e aceitam como
“Somente as Escrituras”. De acordo com autoridade: as Escrituras, os decretos
este princípio, a autoridade absoluta da dos Concílios Ecumênicos (os 7
Sola Scriptura

Igreja é exclusivamente das Sagradas primeiros: de Niceia I [325] a Niceia


Escrituras. Para os protestantes, não são II [787]), e os escritos dos Pais da
normativos nem os decretos dos Igreja. Aceitam o conceito da Santa
Concílios da Igreja nem os escritos dos Tradição.
Pais da Igreja. O próprio conceito de
Santa Tradição é rejeitado; não
raramente, “Tradição” é entendido como
falsos ensinamentos humanos,
distorcendo o significado das Escrituras.
Na interpretação da Bíblia, procedem da A Bíblia é entendida à luz da tradição
Interpretação premissa (ponto de vista protestante) de da Igreja de 2 mil anos, que é “o pilar
que qualquer crente pode interpretar as e afirmação da verdade” (1Tm 3.15).
Escrituras; no entanto, as interpretações Assim, somente é legítima a
normativas de Lutero e dos outros pais interpretação das Escrituras que é
da Reforma são consideradas consistente com o ensino da Igreja.
normativas.

A composição da Bíblia: o AT tem 11


livros excluídos em comparação com o
Bíblia

AT dos ortodoxos (são livros não inclusos


nos cânones judaicos). Já o NT é idêntico
em composição ao das Bíblias dos
ortodoxos.
Não creem na Doutrina dos Sete
Sacramentos

Sacramentos. A maioria dos protestantes


reconhece apenas o Batismo e a
Eucaristia, mas não como sacramentos,
mas como atos simbólicos.

Obs.: Protestantismo é uma corrente do Cristianismo surgida no início do séc. XVI,


quando o monge católico Martinho Lutero se opôs a Igreja Católica. Junto com ele,
surgiram várias pessoas em diferentes países da Europa. Hoje, o protestantismo inclui
muitas comunidades cristãs, diferindo-se umas das outras na doutrina, moralidade e
rituais.

Diferenças entre Protestantes e Ortodoxos – Parte II


Igreja Protestante Igreja Ortodoxa
(protestantes) – tradição protest. (ortodoxos) – tradição ortodoxa grega
Não reconhecem a realidade da Acreditam que o pão e vinho na Eucaristia
oferta na Eucaristia do Pão e do transformam-se no verdadeiro corpo e
Pão e Vinho

Vinho do Corpo e Sangue de sangue do verdadeiro Salvador.


Cristo. Participando dos Mistérios Sagrados, o
ortodoxo une-se com Cristo espiritual e
fisicamente e não apenas em algum sentido
simbólico.
A antiga heresia iconoclástica foi Afirma-se que a honra dada à imagem,
revivida, condenada pelo Sétimo sobe a partir dele para a imagem original,
Concílio Ecumênico. Em muitos ou seja, do ícone ao que é retratado nele.
templos protestantes não há Não se reverencia à tinta de ícone, mas
Iconoclastia

nenhuma imagem sagrada; em aquele retratado nele. Essa reverência não


algumas são permitidos símbolos tem nada em comum com a idolatria.
cristãos ou pinturas sobre temas
religiosos, mas eles não são
reverenciados. Muitos protestantes
consideram a veneração de ícones
uma idolatria.
Não praticam orações para a Mãe Nossa Senhora e os santos não são apenas
Oração de Deus e aos santos, uma vez considerados “intermediários” entre as
que se acreditam que é necessário pessoas e Deus, eles são nossos amigos
orar apenas para Deus, que não celestiais, ajudantes em nosso caminho
precisa de intermediários. para Deus.

Não há veneração das relíquias Acredita-se que nas relíquias dos justos
Relíquia

dos santos. falecidos repousa a Graça do Espírito Santo


e eles podem ser uma fonte de cura.

Não rezam pelos mortos,


Acreditam que pela oração dos vivos o
considerando que Deus decide o
destino póstumo do falecido está sujeito a
Rezar pelos

destino de uma pessoa morta alterações. Além disso, a oração pelos


mortos

imediatamente após sua morte.


mortos permite que os vivos mantenham
contato com eles, lembrando que Deus “não
é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois
nele todos estão vivos” (Lc 20.38).
Obs.: Protestantismo é uma corrente do Cristianismo surgida no início do séc. XVI,
quando o monge católico Martinho Lutero se opôs a Igreja Católica. Junto com ele,
surgiram várias pessoas em diferentes países da Europa. Hoje, o protestantismo inclui
muitas comunidades cristãs, diferindo-se umas das outras na doutrina, moralidade e
rituais.

Diferenças entre Protestantes e Ortodoxos – Parte III


Igreja Protestante Igreja Ortodoxa
(protestantes) – tradição protest. (ortodoxos) – tradição ortodoxa grega
Creem que a justificativa e a Creem que a justificativa e a salvação são
salvação são adquiridas pelo cristão adquiridas pelo cristão através das boas
através da fé, e não através de obras. Em Gl 2.16, o apóstolo Paulo tinha
boas obras. Nisso, baseiam-se na em mente não as boas ações, mas as
Salvação

compreensão luterana: “o homem instituições do AT, abolidas por Cristo. Já


não se justifica pelas obras da lei, sobre as boas obras, Tiago diz que “a fé
mas apenas pela fé em Jesus sem as obras está morta” (Tg 2.26).
Cristo” (Gl 2.16). Uma confissão de Enfatiza a importância de manter os
fé em Jesus Cristo é a chave para a mandamentos de Cristo: da participação
salvação. na vida da Igreja e nos sacramentos da
Igreja.
Em muitas comunidades Não reconhece qualquer possibilidade de
Sucessão apostólica protestantes não há ensinamentos uma mulher ser padre ou bispo; nem há, a
sobre a sucessão apostólica da princípio, a presença de graus sagrados
hierarquia; o próprio conceito de entre os protestantes. Se um bispo
hierarquia da igreja não raro católico ou padre se converte à Ortodoxia,
inexiste; disseminou-se ele recebe a posição que tinha em sua
recentemente o “sacerdócio comunidade, mas um bispo ou pastor
feminino” nas últimas décadas; em protestante só pode ser aceito como leigo.
algumas congregações, um “bispo”
também pode ser uma mulher.
Não há monasticismo protestante. O monasticismo é parte integral do corpo
Monast
icismo

da igreja.

Há congregações protestantes com Consideram inaceitável a revisão de


posições morais conservadoras padrões morais em favor das normas
Padrões Morais

próximas da Ortodoxia e há aqueles modernas de politicamente correto ou


que aderiram o caminho da qualquer outra razão.
liberalização das normas morais;
em algumas delas, justifica-se o
homossexualismo e até mesmo o
rito de “benção” das uniões do
mesmo sexo.
Obs.: Protestantismo é uma corrente do Cristianismo surgida no início do séc. XVI,
quando o monge católico Martinho Lutero se opôs a Igreja Católica. Junto com ele,
surgiram várias pessoas em diferentes países da Europa. Hoje, o protestantismo inclui
muitas comunidades cristãs, diferindo-se umas das outras na doutrina, moralidade e
rituais.

Você também pode gostar