Você está na página 1de 9

História das Culturas da Antiguidade Clássica

Aula 1

Semiogonia

Genós (= origem) ou seja, origem da palavra

Palavra sema (origem do grego) = sinal

Vai dar origem à palavra semântica

Semiologia

Logos = palavra

Histor -> palavra história na sua forma mais antiga que alguma vez se conheceu. Primeira forma da
palavra que irá dar origem à palavra História.

Écfrase -> figura de estilo que consiste numa descrição longa, mais especificamente de uma obra
de arte.

Historiê -> aparece em Eraclítio de Éfeso

Substantivo aquele que investiga

No século V a.C, aparece a palavra História. Heródoto escreveu a primeira obra em que a palavra
História apareceu no significado que detém nos dias de hoje (= investigação). Nesta obra são
retratadas musas e uma delas é a Musa da História (Clio). Obra esta que recebeu o nome
Histórias, sendo que a mesma é dividida em nove livros e cada um deles tem o nome de uma
musa.

Heródoto aplica a palavra História no sentido de ir investigar/conhecer as razões que estão por
detrás do conflito entre persas e gregos. Tinha como objetivo expor, investigar e conhecer os
motivos que levaram à guerra (invasão persa da Grécia nos princípios do século V a.C).
Heródoto é considerado o pai da História.

Heródoto foi um geógrafo e historiador grego, continuador de Hecateu de Mileto, nascido no


século V a.C. em Halicarnasso. Foi o autor da história da invasão persa da Grécia nos princípios do
século V a.C., conhecida simplesmente como As histórias de Heródoto.
História das Culturas da Antiguidade Clássica

História é dependente do fator do tempo.

Tempo é a perceção e duração de um devir tendo em conta três momentos: o passado, o presente
e o futuro.

Facticidade – é o conjunto de factos objetivos, desprovido de juízos de valor.

Historicidade – Noção de que o ser humano se encontra vinculado à História através do Tempo.
Noções que factos passados que nos colocam no presente e, por isso, perante esses factos, dá-nos
o sentido de historicidade.

Memorialidade – para o ser humano é importante a detenção de memória (= Mnemónise) que é


fundamental e inata. Dá-nos o vínculo ao tempo, à história e a uma sociedade. É uma forma de
vincular o tempo.

Quando estes fatores de reúnem e quando se ganha a consciência da necessidade de


conhecimento, torna-se a história numa ciência.
Constituir história como ciência -> quando um indivíduo pretende conhecê-la de forma objetiva.
Utiliza os três termos acima.

Heurística – método da história da recolha de dados e informações (investigação, inventariação,


descoberta das fontes).

Hermenêutica – análise e processamento dos factos, leitura dos documentos, etc. Estuda a teoria
da interpretação dos factos e dos objetos de estudo.

Torna-se ciência pelo espírito analítico

Conceito de cultura = tudo o que o Homem produz de forma consciente e inconsciente.

Cultura – latim = colos, colis, colere – primeiro sentido da palavra


Colutum sum – fazer crescer (hortaliças)

Cícero (2.) diz que a humanidade também está ela própria sujeita à cultura e pode ser alvo de uma
intervenção de modo a fazê-la crescer.

Marco Túlio Cícero foi um advogado, político, escritor, orador e filósofo da gens Túlia da República
Romana eleito cônsul em 63 a.C. com Caio Antônio Híbrida.

Humanitas = filantropia

Pode-se “cultivar” a humanitas.


História das Culturas da Antiguidade Clássica

Aula 3

Cultura animi = cultura da alma

Cícero é o primeiro que utiliza a palavra Cultura neste sentido -> fazer crescer a alma dos seres
humanos (cultura da alma, mencionada anteriormente).

Philanthropia -> amizade pelo ser humano, apreço pela humanidade

Humanidade

Semiogonia da palavra cultura

Cultura é a ação que o Homem realiza sobre o seu meio e sobre si mesmo tendo como objetivo
uma transformação para melhor

O termo cultura pode ter dois sentidos:

1. Subjetivo e ativo – formação do ser humano enquanto ser humano/formação do Homem


enquanto Homem. A educação do “eu”. Paideia – educação global.

2. Objetivo passivo – Meios a que se recorre para atingir essa educação. Construção da alma, do
espírito através dos media (livros, música, obras de arte, etc)

Os conceitos de civilização e cultura complementam-se, mas não se confundem. A cultura não se


esgota na civilização.

A palavra civilização não existe na antiguidade antiga (apenas a palavra cidadão, que irá dar
origem à primeira)

Boulonger (1766) primeiro a utilizar o termo/conceito de civilização -> época do Iluminismo

Defende o primado da vida em comunidade sobre uma vida isolada

A civilização é uma estrutura que envolve 6 tópicos, ou seja, quando falamos deste conceito temos
em conta os seguintes aspetos:

 Geografia
 Técnica (desenvolvimento tecnológico)
 Organização social (ex: posição do homem em comparação com a da mulher na sociedade)
 Conceções do mundo (perceção divina vs. perceção Darwinista)
 Dinâmica interna
 Dinâmica externa
História das Culturas da Antiguidade Clássica

Cultura é o aspeto criador da civilização. Civilização é o aspeto técnico da cultura


Conceito de Mito

Mythos Logos
(narrativa fictícia) (narrativa dirigida pelo pensamento racional)

- São semelhantes
- Não é facilmente definível de forma objetiva

Mito -> narrativa que tem um objetivo

Mythos

Movimento da boca, aquilo que a boca conta/diz

Mitologia – ciência ou disciplina que estuda os mitos

Escolas de análise do mito

Estruturalismo

 Nasce em França, entre as duas guerras e é influenciado pelo Marxismo.


 Impacto significativo no estudo dos Mitos
 Levi – Strauss – pai do estruturalismo e do estudo do mito

Os mitos reduzem-se a um número muito restrito de narrativas

Simbolismo

 Escola filosófica e mitológica


 Erradia no século XIX
 Um símbolo de uma conceção/ideia. São expressões de identidade (o mito).

Aula 4

Conceptualismo/Conceptualista

 O mito é uma etiologia (narrativa de causa; para explicar um começo/uma causa)


 Em simultâneo funciona como conceptualizador
 Dá-nos a conceção do mundo
 Ideia de uma conceção que a sociedade tem sobre o mundo – de que a mulher é a causa
de todas as desgraças do mundo

Mito de Pandora (1ª mulher) – nome falante, nome que diz tudo (nomen loquens)
História das Culturas da Antiguidade Clássica

Pan Doran

Tudo Presente = o presente de todos/ ela foi dada como presente a todos

Mito de Eco e Narciso – Explica a existência do eco e dos narcisos


Mito de Aranke – explica a existência das aranhas

Psicanálise/Psicanalítica

 Mito como fantasia coletiva e inconsciente, de certa forma inata


 Questão de mentalidade coletiva

Mito da Medusa – Representação da sexualidade feminina


Mito do Narciso
Complexo de Édipo
Complexo de Eletra (teorizado por Iung)

Ritualismo

 Origem anglo-saxónica e germânica


 Erradia no final do século XIX e início do século XX
 Valoriza a relação do mito como rito
 Defende que o mito só ganha uma existência plena quando se junta à prática, neste caso, o
rito
 O rito explica o mito de forma prática.
 Relaciona a prática ritual com a narrativa mitológica

Antestérias – Festas em nome de Dionísio

Hierogamia

Sagrado casamento = Casamento sagrado

Alegórico

 O mito é sempre uma alegoria da natureza

Mito de Demeter (?) e Perséfone/Kora (?) – Explicação das estações do ano

Comparatista

 Na mesma linha do Estruturalismo


 Comparar as narrativas

Evemerista

 Mentalidades coletivas transforam indivíduos em heróis (?)


História das Culturas da Antiguidade Clássica

 Conceitos

Lenda – narrativa que erradia de um facto histórico (ex.: S. Martinho). Fundo histórico que se
torna numa lenda. Lenda ≠ Mito (o mito distingue-se da lenda)

Saga – Tradições épicas; Narrativa de natureza mitológica; História da família durante gerações

Marchen – Contos tradicionais; próximos e parecidos com o mito mas difundem-se na cultura
popular; parte da sua raiz vem dos mitos.

Aula 5

Conceito de Logos

Mythos Logos

Sem articulação racional, ou seja, irracional discurso lógico, racional

Ambos os termos podem ser traduzidos como: discurso, palavra

Época do Sofistico (?) – a oposição destes conceitos começa a surgir

Místico (misticismo) – relacionado com mistério

 “aquilo que não se diz”


 “boca fechada”

- Conceito que vai ter projeção na Modernidade e no Barroco (produções da contrarreforma)


apesar de existir já desde a antiguidade clássica

Médium – intermediário

Relação do individuo para com deus

- O ser humano deixa de “usar” o intermediário (casta sacerdotal) para se relacionar e comunicar
com a divindade, com deus e passa a fazê-lo de forma direta.

- Literatura mística é essencialmente moderno pois na antiguidade clássica não existe literatura
que se foque na questão pessoal.

Mistérios - práticas rituais que exigem o silêncio do crente

Religião mistérica/sotérica - o deus salva o indivíduo (Sóter) – Soterismo

Divindades políades -> divindades da polis, da cidade (políade)


História das Culturas da Antiguidade Clássica

Religões sotericas desenvolvem-se na bacia mediterrânica – divindades de salvação mistéricas

Culto de Mitra

Vai culminar com o cristianismo (religião mistérica e a última)

Prophetes (profeta) Mantis (adivinho)

- Verbo grego propheni (= falar antes - Aquele que adivinha


de alguém) - Quem quer ser adivinho pode sê-lo
- Quem os deuses escolhem para falar basta aprender – conceito técnico
antes deles
- Profeta Jonas (bíblia), Cassandra
- Não é profeta quem quer, mas sim
quem
os deuses querem/escolhem

Profeta ≠ adivinho

Conceito de Clássico

Semiologia

Classis (latim)

Grupos de soldados que irão constituir as centúrias

Quintiliano -> utiliza o termo classe para designar um grupo de crianças/alunos (considera que a
melhor forma de ensinar e transmitir conhecimento às crianças é agrupá-las em grupos - o que
atualmente é designado de turma).

 Introduz o termo dux classis – o aluno que se destaca, o melhor da classis (turma) e
para o qual todos devem olhar e tomá-lo como exemplo/modelo a seguir.

Este termo introduz o conceito de Clássico

Noção de Clássico -> modelo (a seguir), matriz


História das Culturas da Antiguidade Clássica

Sentido temporal

Tudo o que tem a ver com as civilizações clássicas


Civilizações clássicas

A cultura clássica começa com as epopeias homéricas (Ilíada, Odisseia). Textos mais atigos da
cultura europeia.

Terminus a quo – o ponto de partida do qual (quando começa a cultura clássica)

Hostoi – hostos + algos (a dor pelo regresso)

Fecho da Academia (a universidade), fundada por Platão. Justiniano mandou fechar a Academia –
529

622 – Égira – início da contagem do calendário islâmico

800 – Carlos Magno é coroado. Imperador dos romanos

Quando acaba a Antiguidade Clássica? Depende da nossa perspetiva como historiadores. Não
existe uma data certa. Até podemos estender esse período até aos dias de hoje.

Clássico opõe-se ao românico, em termos estéticos

Almeida Garrett junta o clássico e o românico

História cultural da Antiguidade Clássica

História das conceções do mundo e de existência expressas em ideias, formas, estilos e


sentimentos através da literatura, da arte, da religião, da filosofia, da ciência, mas também das
instituições político-jurídicas.

Tem o seu centro geográfico no Mediterrâneo

Religião

Re + ligo (ligare -> ligar) Voltar a ligar o humano ao divino

- feito por intermediação sistemática -> religião


- Repetição - feito por intermediários (romanos chamavam
- Coisa pontífices – ponte entre o físico e o metafísico)

Sociedades politeístas – admitem a existência de mais que uma divindade


História das Culturas da Antiguidade Clássica

Henoteísta (origem grega)

- admite a existência de vários deuses mas foca-se apenas no culto de uma divindade

Sociedades politeístas, no panteão dividem o poder

Não são omnipresentes, omnipotentes, omniscientes

Divindade Grega – não é possível descrever com uma única frase. Eles transformam-se,
dependendo do sítio (?)

Você também pode gostar