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COMPONENTE CURRICULAR/DISCIPLINA: FILOSOFIA.

PROFESSOR: MATEUS ALVES MACÊDO


OBJETO(S) DE CONHECIMENTO/CONTEÚDO:

A INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA: A ORIGEM DA


FILOSOFIA
O CONHECIMENTO: MITO E
FILOSOFIA
Ao iniciarmos o percurso que nos remete à busca do conhecimento, é relevante levantar um
questionamento quanto ao seu significado: afinal, em que consiste o ato de conhecer?
Passamos a conhecer quando percebemos o mundo ao nosso redor; é como se aquilo que
percebemos tenha, no momento da percepção, nascido ou surgido pela primeira vez junto a nós;
isto implica uma noção de reciprocidade, pois sabermos de alguma “coisa” leva esta “coisa” a
ter o conhecimento de nós!
Estranho? Vamos colocar da seguinte maneira: a percepção de algo muitas vezes corresponde à
sua visualização; assim, sua existência passa a alterar nossa vida. Conhecer, então, pode ser
definido como um ato de consciência a res- peito de “algo” que nos afeta, que nos estimula.
É o que ocorreu com o homem pré-histórico ao se deparar com o fogo. O contato com o fogo gerou -
lhe temor, já que a sensação de queimadura é dolorosa, mas, ao mesmo tempo, despertou-lhe certo
interesse, já que o calor emanado por esse elemento propiciava-lhe sensação de conforto, estimulando-
o a mexer mais ainda com ele, aprendendo a alimentá-lo e, posteriormente, a produzi-lo.
O conhecimento surge de nossa experiência sensível, tornando-se uma forma de aprendizado
indispensável para garantir nossa sobrevivência e comodidade.
Nossa capacidade de observação também nos ajuda a produzir e dominar certos conhecimentos.
Ao observar os pássaros bicando frutos, o homem descobriu alguns alimentos sem correr o risco de
morrer envenenado; ao observar como os animais se afastavam do fogo, ele passou a utilizá-lo para se
proteger.
Depois de algum tempo, já havia certa consciência a respeito do fogo, incluindo seu domínio e uso
que abrange desde a culinária até a metalurgia Portanto, o conhecimento nasce da curiosidade que o
mundo ao nosso redor nos desperta e possui um caráter dinâmico e cumulativo, pois o domínio
sobre o fogo implicou o desenvolvimento de outros saberes: cozinhar, assar, fabricar objetos de metal
etc.
Conhecer, então, é uma habilidade humana que nos ajuda a saber mais respeito daquilo que é alvo de
nossa atenção, de modo que os desafios do dia a dia e os enfrentamentos de novas situações
produzam estímulos para ampliar nosso conhecimento.
A percepção de aquecimento proporcionada pelo fogo, quando nos encontramos em um lugar frio,
gera bem-estar, conforto. Passamos a praticar então a abstração, construindo um universo mental que
se estrutura nas analogias e correspondências múltiplas do mundo que nos rodeia.
Este simples exemplo relacionado ao significado e uso do fogo nos permite entender o “ato de
conhecer” como a relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e objeto a ser conhecido,
como também o resultado desse ato (In: ARANHA; MARTINS. Filosofando. São Paulo: Moderna,
1993. p. 21).
FORMAS DE CONHECIMENTO
O conhecimento assume formas distintas para que possamos compreender o mundo que nos cerca.
Vejamos, a seguir, algumas delas:
O conhecimento pelo senso comum: trata-se de um conhecimento espontâneo, resultante das
experiências vivenciadas pelos seres humanos no cotidiano da sua existência, isto é, no seu dia a dia.
Por não ser um conhecimento adquirido de maneira mais sistematizada, um dos grandes problemas
que podem ser gerados pelo senso comum é o preconceito em geral. Não respeitar as minorias e
desprezar uma pessoa pela cor da sua pele, por exemplo, são atos resultantes do desconhecimento e
da falta de elaboração nas informações.
Senso comum: compreensão de mundo que é fruto de crenças e tradições, das quais nos
aproximamos por meio dos sentidos, da memória, dos hábitos, dos desejos, da imaginação, da razão.
Pelo senso comum, fazemos julgamentos, estabelecemos projetos de vida, adquirimos convicções e
confiança para agir.
FORMAS DE CONHECIMENTO
O conhecimento mitológico: foi a primeira tentativa de explicação do
mundo feita pelo homem, ainda que de maneira fantasiosa. Os mitos
são carregados de imaginação e crença, o que nos leva a concluir que
não passam pela sistematização do conhecimento. A questão da crença,
inclusive, aproxima o mito da religião.
O mito é uma representação coletiva, transmitida por meio de várias
gerações e que relata uma explicação do mundo. Trata-se de uma
maneira de a sociedade explicar os fenômenos que a cercam, assim
como uma tentativa de explicar a si próprio.
Mito: relato fabuloso, de caráter religioso, que diz respeito a seres que
personificam agentes naturais. O mito tende a fornecer uma resposta e
uma explicação satisfatórias. Possui igualmente uma função que
assegura a coesão social. RUSS, J. Dicionário de filosofia. São
Paulo: Scipione. 1994, p. 187.
 O conjunto de mitos mais importantes, utilizado por um determinado povo como modelo para
entender o mundo à sua volta, é o que se costuma chamar de mitologia.
 Gilbert Durand (2002), um antropólogo francês que elaborou uma teoria segundo a qual o
homem é um ser simbólico, que, por meio de discursos, se vale de categorias gerais como
modelos para compreender coisas particulares. Esses discursos, assim configurados, seriam
mitos. A conclusão da teoria de Durand é a de que o mito não é um fenômeno da Antiguidade
simplesmente, mas também atual.
 Para exemplificar sua teoria, Durand menciona o mito do progresso. Para ele, a ideia de que o
mundo e o homem estariam em um processo de constante melhoria, em direção a um estado
de perfeição, seria um mito.
 Afinal, podemos explicar a forma como nos relacionamos com o tempo de maneira linear
(passado, presente e futuro), e não apenas cíclica (ciclo do Sol, da Lua, das colheitas). E essa
explicação de como podemos nos relacionar linearmente com o tempo serve de modelo para
muitas pessoas, tanto na vida cotidiana quanto na ciência.
 Outro mito muito frequente na Antiguidade e ainda presente hoje é o mito do herói. Nesse
tipo de mito, o protagonista da narrativa, ou seja, o herói, procura enfrentar alguma ameaça
pelo uso da força ou de seu poder, obtendo a vitória final e trazendo a salvação para aqueles
que estavam sob essa ameaça. Ao que tudo indica, o mito do herói teria surgido nas narrativas
das sagas antigas, mas nunca mais deixou o imaginário humano, estando hoje muito presente
no cinema e na literatura.
 A classificação dos mitos
 Os mitólogos (aqueles que estudam a mitologia) estabelecem diferentes critérios para
classificar os mitos. O critério mais comum é pelo tipo de objeto a respeito do qual eles trazem
explicações de origem.
 Assim, os mitos que explicam a origem dos deuses – ou o nascimento deles – costumam ser
chamados de teogonia (do grego theos – deuses – e genos – origem). Entre as teogonias
antigas mais conhecidas, estão as de Zeus, Apolo e Hermes.
 Já os mitos que explicam a origem do universo são denominados
de cosmogonia (do grego cosmos – mundo – e genos – origem).
Na cosmogonia asteca, povo nativo do México, por exemplo, o
Sol e a Lua teriam surgido quando dois dos deuses reunidos para
a criação do mundo se lançaram em sacrifício dentro de uma
fogueira.
 Ainda, os mitos que explicam a origem dos seres humanos são
chamados de antropogonia (do grego anthropos – homem – e
genos – origem). Na antropogonia maia, povo nativo da
Guatemala, o surgimento do ser humano é descrito como algo
que aconteceu depois de algumas tentativas frustradas dos
deuses. Primeiro, os deuses tentaram criar a humanidade a partir Por fim, aos mitos que explicam a
da lama, e, depois, a partir da madeira, mas não tiveram sucesso. causa da origem de qualquer coisa,
Finalmente, a humanidade foi criada a partir do milho, que era como o fogo, a água ou lugares,
um alimento essencial para a subsistência do povo maia. damos o nome de mitos etiológicos
(do grego aitía – causa – e logos –
estudo).
SURGIMENTO DA
FILOSOFIA
FORMAS DE CONHECIMENTO
O conhecimento filosófico: trata-se de um tipo de conhecimento essencialmente teórico, adquirido
por quem o pratica por meio de uma exaustiva reflexão crítica acerca da realidade, da ação humana e
dos seus valores. O filósofo não se contenta em “contar uma história” sobre as origens do mundo e do
ser humano; ao contrário, busca entender e explicar racionalmente essas origens, por meio da
sistematização do pensamento. Este raciocínio está ligado a um encadeamento lógico que visa a não
cair em contradições. É a razão tentando buscar a realidade e a verdade das coisas.
 A filosofia requer reflexão constante e é um eterno voltar- -se a si mesma, passando por caminhos
diversos que sempre levam o homem a descobrir novos princípios e ideias, o que a faz ter caráter
investigativo, não se atendo a nenhum ensino estagnado.
O conhecimento científico: desenvolvido a partir do conhecimento filosófico, é uma forma de
conhecimento elaborada por meio de métodos rigorosos de investigação, entre eles a utilização da
experiência, que busca obter leis de explicação racional e de validade universal para os fenômenos
analisados.
AS FERRAMENTAS DA
INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
 Durante a reflexão, o filósofo precisa de ferramentas que aperfeiçoem a atitude reflexiva dele.
Elas são poucas, mas, ao mesmo tempo, extremamente eficientes: intuição e raciocínio
lógico.
 A intuição é a visão primeira que o filósofo tem do todo da realidade. É como uma iluminação
súbita – um relâmpago – que o leva a se empenhar para encontrar as partes articuladas na
composição desse mesmo todo.
 A intuição, portanto, norteia o filósofo na superação do seu problema vital.
 O problema vital é algo que o filósofo traz para a sua vida porque o atormenta como a única
questão que vale a pena ser resolvida – e nenhuma outra mais importa. O problema vital afeta
a vida particular e a vida coletiva do ser humano.
 Entretanto, ele precisa de meios para expressar essa intuição corretamente. E é aqui que
encontramos a segunda ferramenta da Filosofia: a raciocínio lógico.
AS FERRAMENTAS DA
INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
 O que significa raciocínio lógico? Uma
resposta imediata seria: um pensamento
que surge de outro pensamento.
 Porém, esse raciocínio não pode ser
desordenado. Ele deve ter uma lógica –
isto é, uma ordem, um sentido, um limite –
para que o seu pensamento acompanhe a
realidade e os fatos que você testemunhou.
 O pensamento limitado pela lógica é
orientado por indução e dedução.
RACIOCÍNIO DEDUTIVO E
INDUTIVO
 O pensamento limitado pela lógica é orientado por indução e dedução.
 Você pode nunca ter ouvido esses termos antes, mas certamente já recorreu a esses modos de
raciocínio. Quer saber como? Em alguns jogos de videogame, você tem de descobrir os
caminhos de cada uma das fases do jogo para conseguir passá-las. Concluir uma fase por meio
da descoberta de cada parte é um processo indutivo.
 No raciocínio indutivo, há a observação da passagem do objeto particular para o objeto geral.
Entretanto, em um jogo de várias fases, todo jogador reconhece alguns desafios que são
padronizados, que aparecem em todas as fases.
 Nesse caso, você, quando entra no desafio da fase, recorre aos procedimentos que lhe dão a
solução de que precisa. Ao fazer a passagem do objeto geral (conhecimento dos desafios em
geral) para o particular (o desafio de cada fase), você desenvolve um raciocínio dedutivo.
 Logo, pela dedução e indução, podemos captar o que seria o pensamento dentro de vários
pensamentos e o que eles significam, formando assim um todo e uma unidade.

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