Wilson Santos
Filosofia: 1 ano, 1 EJA, 3 ano
Mito x Filosofia
Tupã
Chamado de “O Espírito
do Trovão”, Tupã é o
grande criador dos céus,
da terra e dos mares,
assim como do mundo
animal e vegetal. Além de
ensinar aos homens a
agricultura, o artesanato e a caça,... Leia mais em:
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quais-sao-os-principais-
deuses-da-mitologia-indigena-brasileira
Comecemos de forma filosófica nosso estudo,
questionando algumas coisas: havia alguma forma de
pensar antes da filosofia? Como era a forma de
pensamento do homem? É necessário admitir que a
filosofia seja resultado de um processo histórico, então
havia uma forma de pensar, que não era a filosofia.
O homem nos seus primórdios, sem civilização, sem
sociedade, precisou criar um meio para sua
comunicação, memória e costume surge à linguagem.
Nesse período podemos imaginar o homem em
perfeita sincronia com a natureza, sendo mais uma
extensão dela do que algo separado, portanto, este
homem não se via distanciado, separado da natureza e
não sabe responder de forma racional aos problemas
que a natureza lhe propõe. Então como este homem
dá suas respostas?
O problema surgido com a conscientização do
homem e sua separação da natureza impuseram-lhe a
necessidade de elaborar uma resposta que lhe desse
conforto diante do desconhecido, medo, aflição,
angustia que se tornou o mundo ao seu redor. A
resposta elaborada, a princípio, foi o mito (mythos),
que é uma história sagrada sobre a origem da
natureza, do mundo, dos deuses. Essa forma de
responder a questão foi a responsável pela calma
espiritual do homem primitivo, resposta esta que
explicava, ou melhor, contava através de uma estória,
que tinha caráter de história, como surgiu o mundo, a
natureza, o homem e tudo o que existia.
Essas histórias, chamadas de mitos, eram contadas
oralmente e repassadas para o grupo através dos mais
velhos, que transmitiam aos mais novos as explicações
sobre a origem de todo o universo (cosmogonia).
A função principal do mito era tranquilizar o homem
diante do desconhecido, do mundo assustador que lhe
aparecia diante dos olhos todos os dias.
Para o pensamento mítico tudo estava cheio de
deuses, tudo era fruto da existência dos deuses, e
estes influenciavam, determinavam diretamente a
natureza e a vida do homem.
Surgimento da Filosofia. Quem é você? De onde
vem o mundo? Responder a estas questões nos leva a
uma infindável corrente de perguntas e respostas que
vão caracterizar a atividade filosófica, que diremos ser
a natureza do pensamento reflexivo e racional. Ela
possibilita também, atitude crítica sobre a realidade e
sobre os problemas, que quando não se mostram
claramente, toma para si à responsabilidade de
questionar os fatos, os valores, as verdades impostas.
A Filosofia não possui importância para quem tenta
dominar as pessoas através da propaganda, de valores
imediatos e satisfações rápidas. Ela é incômoda porque
as pessoas que criticam, questionam que pensam são
perigosas, problemáticas, causam problemas para a
sociedade que pretende controlar as consciências, os
gostos, as atitudes. Para uns é o espanto do homem
diante do desconhecido, para outros a angustia de
estar no mundo, para outros a dor e o desespero. São
estas, algumas maneiras de originar a filosofia.
Após o mito, surgiu a filosofia, mas não devemos
entender que a filosofia superou o mito, é melhor dizer
que a filosofia foi uma nova forma de entender o
mundo, questionando-o.
Circunstâncias do surgimento da filosofia na
Grécia.
Escrita – a história/estória do surgimento do universo
na fase mítica era contada, através da linguagem oral,
isso causava dificuldades para realizar uma crítica
sobre o que estava sendo dito.
O surgimento da escrita traz a possibilidade de
refletir: reflectere (latim) – “fazer retroceder”, “voltar
atrás”.
Surgimento da moeda – se. VII a VI a.C. O
desenvolvimento do comércio marítimo provocou o
aprimoramento do uso da moeda, que está vinculada
ao nascimento do pensamento racional abstrato. Isso
se dá com a possibilidade de admitir valor (número)
comum a coisas diferentes.
A lei Escrita – Durante a fase mítica (mito) o homem
estava governado pela ideia de que tudo que acontecia
no mundo era vontade dos deuses. O advento da lei
escrita marca-se a saída do homem sob o jugo dos
deuses, tornando-os criadores de suas próprias leis à
cidade.
Cidadão na Polis – O reconhecimento do cidadão é
decisivo para as alterações sociais e para relações
entre homens. A atividade dos cidadãos é dialogal eles
discutem, sobre os temas importantes para a pólis. Na
cidade (pólis) o discurso alcança o status de racional,
deixando de ser mítico. Os cidadãos, usando a
racionalidade, livres da submissão dos deuses,
discutem o melhor para a cidade, polis.