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1.1.Conceito
A palavra filosofia é de origem grega, formada por dois termos: (Philo) que significa amor ou amizade e (Sophia)
sabedoria.
Portanto, filosofia significa amor à sabedoria. Este termo foi utilizado pela
primeira vez pelo filósofo grego Pitágoras de Samos, que viveu no séc. V
a.C. Pitágoras dizia que o verdadeiro sábio nunca teria a sabedoria por
completo, nunca seria dono da sabedoria, mas sim deveria desejá-la, amá-
la. Por isso, ao ser chamado de sábio por seus contemporâneos, Pitágoras
recusou este título, se dizendo, não um sábio, mas sim, um amante da
sabedoria.
A filosofia surge na Grécia, no século VI a.C, com o filósofo Tales de Mileto, nasceu em um contexto no qual as coisas
eram explicadas pelas narrativas míticas. O mito é esse conjunto de narrativas que oferece explicações para questões
difíceis, tais como a origem do mundo, a vida após a morte, a existência das divindades etc. O mito foi a primeira forma de
conhecimento que o ser humano criou para tentar explicar o mundo e, de certo modo, é também uma forma de iniciar uma
relação de domínio da natureza.
O mito é uma característica de todas as formas de existência humana no mundo, em todas as épocas, desde os povos
primitivas, tribos e civilizações mais diversas, até a atualidade, antes do surgimento da Filosofia, os gregos respondiam às
perguntas sobre a origem do mundo por meio dos mitos, fazendo uso da imaginação. Assim, eles elaboraram uma
cosmogonia buscando, como outros povos do mundo, explicar o Universo e sua origem por meio de narrativas que
remetiam a formas religiosas e míticas.
1.3. Mito e a Filosofia
A filosofia mantém um diálogo intenso com o mito, principalmente em seu início. Este diálogo se reflete no estilo de escrita da
produção de ideias filosóficas. O mito sempre se utiliza de uma linguagem metafórica, repleta de símbolos e imagens. Já a
filosofia permite que um indivíduo formule suas próprias ideias, seja em forma de alegorias ou com a lógica e, individualmente,
proponha sua explicação. Platão, por exemplo, é um filósofo que rompe com o mito ao buscar respostas por meio da razão,
mas seu estilo de escrita se assemelha ao mito no que tange à forma, pois Platão utiliza-se de uma linguagem alegórica em
vários momentos de seus diálogos, como na famosa passagem do livro VII da A República, mais conhecida como o “Mito da
Caverna”
Uma das principais funções do mito, dentro das sociedades primitivas e tribais, era acomodar e tranquilizar o ser humano
diante de um mundo que lhe aparecia como misterioso e assustador. Dessa forma, o mito representou uma das primeiras
tentativas de explicar a natureza e o ser humano, tanto em sua dimensão interna quanto externa. Nesse modo de conhecimento, a
imaginação exercia papel predominante, atuando como ferramenta capaz de levar o ser humano a uma harmonia com o mundo
e de dar sentido à sua existência, ajudando-o a encontrar sentido no universo.
Os gregos, como a maior parte dos povos da Antiguidade, eram politeístas. Acreditavam que os seus deuses habitavam o
Monte Olimpo, a montanha mais alta da Grécia, e lá se reuniam para dançar, comer, cantar e se divertir. Além de serem
antropomórficos (antropo: homens; mórfico: forma), os deuses gregos possuíam outras características que se assemelhavam às
dos seres humanos. Eles sentiam prazer, iravam-se, vingavam-se de outros deuses ou mesmo dos seres humanos, apaixonavam-
se, traíam, sentiam ciúmes, enfim, todos os sentimentos identificados como tipicamente humanos, fossem bons ou maus, eram
encontrados nos deuses gregos.
Para alguns estudiosos, a passagem da consciência mítica à filosófica significou uma ruptura radical com a tradição e
com a cultura grega. Diante das inúmeras transformações históricas, políticas e sociais ocorridas na Grécia durante os séculos
VII e VI a.C., há interpretações históricas que defendem que as narrativas míticas foram se tornando insuficientes para explicar
o ser humano e o universo.
Nessa perspectiva, o mito foi perdendo pouco a pouco sua força explicativa da realidade, devido também à interação de
diversas culturas nas colônias gregas da Jônia, principalmente em Mileto, berço da Filosofia, o que representou uma
importante transformação na Grécia nesse período.
As viagens marítimas, as viagens produziram o desencantamento ou a desmistificação do mundo, que passou exigir
uma explicação sobre a sua origem, explicação que o mito já não podia oferecer.
A invenção da escrita alfabética, que, como a do calendário e a da moeda, revela o crescimento da capacidade de
abstração
A invenção do calendário, que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do dia.
Invenção da moeda, que permitiu uma forma de troca feita por meio de cálculo do valor, revelando uma nova
capacidade de abstração e de generalização.
Surgimento da vida urbana, predominando o comércio e do artesanato,desenvolvendo a técnica e aos conhecimentos,
favorecendo um ambiente onde poderia a filosofia surgir.
A invenção da política, que valorizando o humano, o pensamento, a discussão, a persuasão e a decisão racional,
valorizou o pensamento racional e criou condições para que surgisse discurso filosófico.Com a formação da pólis,
governada democraticamente pelos cidadãos, surgiu a ágora, ou praça pública, um espaço para as discussões
políticas, por meio das quais se organizava e se administrava a cidade.