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Período: ( ) vespertino ( ) matutino ( ) noturno 1º Ano Turma:

Afinal de contas, o que é Filosofia?


Cada pessoa, em algum momento de sua vida, ou em todos, pergunta a si próprio: Como será o
mundo no futuro? Em prazos curtos ou longos, todos imaginam. A injustiça social existirá eternamente?
A natureza será esmagada pelo homem? E será que o homem tem uma natureza esmagadora? Saídos do
colo de nossos pais, para o colo da cultura, abraçamos um mundo de dúvidas, espantos e admirações.
Temos muito que perguntar sobre: a alegria, a tristeza, a saudade, a beleza, a feiúra, a vaidade, a mídia, a
Internet, o sexo, o namoro, a prostituição, o casamento, o amor, a amizade, as drogas, o real, a profissão,
a política, a violência, a música, a moda... Filosofar é de certa forma, aproximar-se desta postura, de
seguir perguntando. É investigar deixando de lado o medo, a arrogância e o preconceito. É estar pronto
para enfrentar um debate rico e respeitoso sobre nossas vidas, sobre coisas muito importantes. Coisas
que, por engano, achamos não ter importância alguma, que podem estar tão próximas e às vezes parecem
tão distantes. Estas e outras questões, vamos conversar ler e escrever no decorrer do ano, procurando
conhecer um pouco o filosofar. Evidentemente não pretendemos estudar os 26 séculos de história da
Filosofia, mas apenas espiar alguns momentos importantes para nossas reflexões no presente. A
disciplina que durante anos esteve impedida, agora pede licença para ocupar seu espaço de aula,
convidando a todos para uma viagem intelectual, cujo passaporte é a curiosidade. Na bagagem, apenas o
necessário: análise, reflexão e crítica.

 Quantas filosofias existem?


 O que é ter uma visão filosófica?
 Somos todos filósofos, ou somente os “estranhos” são?
 Precisamos realmente de filosofias?
 Qual a utilidade de seu estudo?
Existem várias definições para a filosofia, tão variadas quanto o número de filósofos. Grandes
pensadores marcaram épocas, trabalhando conhecimentos naturais e históricos, fundando e destruindo
conceitos, pela fala e pela escrita. Uma definição clássica, bastante aceita no decorrer dos séculos, é do
filósofo grego Platão. Em sua obra Eutidemo, encontramos Filosofia como o uso do saber, o mais válido
e mais amplo possível, em proveito do homem.
Hoje, o filósofo, vivo ou morto, encontra-se em livros, também publicados em CDs. Para ver um,
teremos que lê-lo. Para ser um, teremos que escrevê-lo. De modo geral a filosofia está em toda a parte.
Desde que o pensamento reflexivo se faz presente, o ser humano filosofa. No entanto, saber o que é
filosofia lendo o que foi escrito e escrevendo o que ainda não foi, é o caminho mais especial, seguro e
verdadeiro para a questão.
Um filósofo italiano do século XX, Antonio Gramsci, escreveu-nos sobre a impossibilidade da existência
de um homem que não filosofa, lembrando que não existe homem sem pensamento. Porém, acerca do
homem “filósofo profissional”, conclui:
“...não só ‘pensa’ com maior rigor lógico, com maior coerência, com maior espírito de sistema que os
outros homens, mas conhece toda a história do pensamento, sabe explicar o desenvolvimento que o
pensamento teve até ele e é capaz de retomar os problemas a partir do ponto em que se encontram,
depois de terem sofrido as mais variadas tentativas de solução.”
Filosofia não é religião, política e ciência. Porém, todas tiveram seu momento filosófico inaugural, e
sustentam-se em idéias e regras específicas, fundamentadas em filosofias. Hoje, a Filosofia “visita”
estas áreas, analisando, refletindo e criticando. A mais visitada é a ciência, que somente no século XVII
separou-se da Filosofia, e desde então caminha em seus campos particulares, como a Sociologia, a
Química, a Biologia, a Psicologia, etc. Todas as áreas sustentam e desenvolvem seus conhecimentos
específicos, e a Filosofia “fica de olho”.
Assim, por exemplo, o médico e o biólogo, tratando de seus assuntos, fazem juízos de realidade. O
filósofo faz juízo de valor. Uma célula cancerígena ou um buraco na camada de ozônio exigem estudos
que identificam reais conseqüências no organismo vivo. O objetivo da Filosofia é formar um todo,
coerente e lógico, daquilo que aparece fragmentado em nossa experiência cotidiana. Ela amplia e
relaciona os “pedaços” do conhecimento dominado por especialistas (padres, cientistas e políticos),
procurando respostas para além da fé, das teorias e dos preconceitos.
Utilidade da Filosofia
Sua utilidade é muito questionada. Para que serve o ensino de Filosofia hoje, se a ciência caminha
sozinha? Responder estas questões é filosofar acerca do útil. É pensar a utilidade e suas relações. Refletir
as diversas ocasiões em que a utilidade faltou ou sobrou.
Deixemos que a filósofa brasileira, Marilena Chauí, ajude-nos a discutir o útil e a filosofia, com este
texto simples e inteligente.
Inútil? Útil?
O primeiro ensinamento filosófico é perguntar: O que é o útil? Para que e para quem algo é útil? O que é
o inútil? Para que e para quem algo é inútil?
O senso comum de nossa sociedade considera útil o que dá prestígio, poder, fama e riqueza. Julga o útil
pelos resultados visíveis das coisas e das ações, identificando utilidade e a famosa expressão “levar
vantagem em tudo”. Desse ponto de vista, a Filosofia é inteiramente inútil e defende o direito de ser
inútil.
Não poderíamos, porém, definir o útil de outra maneira?
Platão definia a Filosofia como um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos seres
humanos.
Descartes dizia que a Filosofia é o estudo da sabedoria, conhecimento perfeito de todas as coisas que os
humanos podem alcançar para uso da vida, a conservação da saúde e a invenção das técnicas e das artes
Kant afirmou que a Filosofia é o conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode
conhecer e o que pode fazer, tendo como finalidade a felicidade humana.
Marx declarou que a Filosofia havia passado muito tempo apenas contemplando o mundo e que se
tratava, agora, de conhecê-lo para transformá-lo, transformação que traria justiça, abundância e
felicidade para todos. Merleau-Ponty escreveu que a Filosofia é um despertar para ver e mudar o nosso
mundo. Espinosa afirmou que a Filosofia é um caminho árduo e difícil, mas que pode ser percorrido por
todos, se desejarem a liberdade e a felicidade.Qual seria, então, a utilidade da Filosofia? Se abandonar a
ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias
dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da
cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na
política for útil; se der a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de
suas ações numa prática que deseja a liberdade a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que
a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes.
(CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 5. ed. São Paulo: Ática, 1995. p.18.)

A teogonia e a cosmogonia eram as duas formas de pensamento que sustentavam a narrativa mítica.
Theogonía, palavra composta de théos (deus, divino) e de gónos (ação de engendrar, procriar);e a
Kosmogonía, também composta de gónos, apresenta Kósmos (princípio ordenador do mundo).Então, a
theogonia narrava o nascimento dos deuses, dos heróis, dos homens e da natureza, como fruto das
relações sexuais dos próprios deuses; e a cosmogonia narrava a geração da ordem do mundo a partir das
relações sexuais entre o concreto e o divino. Alguns historiadores afirmam que o nascimento da filosofia
teria partido de um sistema de explicação do mundo, não necessitando inventar um novo sistema. É
verdade que os primeiros filósofos partiram das mesmas inquietações mitológicas, e muitos continuaram
se valendo de explicações mitológicas. Porém, o que fazem de fundamental, é substituir os elementos
divinos por elementos da natureza. Como veremos mais detalhadamente, os pré-socráticos teriam
extraído das narrativas mitológicas a relação entre o caos e a ordem do mundo, substituindo deuses por
homens, ou por formas da natureza, como o ar, a terra, a água, o fogo, etc.
A guerra de Tróia, segundo Homero, começou por causa do rapto da bela Helena pelo troiano
Páris, filh
um papel principal: a todo o momento, os deuses impõem uma série de obstáculos aos heróis, mas jamais
conseguem modificar, com seus atos arbitrários, o curso do destino. Em Teogonia, Hesíodo descreve a
criação do mundo a partir de Caos, Gaia (Terra) e Eros (Fecundidade). Sucedem-se outras divindades,
que com caprichos quase humanos amam, mentem, traem e lutam entre si. Finalmente, com a vitória de
Zeus, os deuses instalam-se no Olimpo. Nesse relato, Hesíodo ordena os vários mitos contraditórios
entre si, explicando também os fenômenos da natureza e da história. Mais que isso, mostra que, após a
vitória de Zeus, o homem está livre das maquinações dos deuses. Zeus, que faz reinar a justiça, apenas
castiga ou premia os homens, de acordo com os atos de que são responsáveis.
Nascimento da Filosofia:
A filosofia nasceu na Grécia, numa forte tensão entre mito e razão. A narrativa mágica deu lugar aos
poucos à explicação racional. Contudo, acrescentamos que não só os gregos buscavam a sabedoria a
partir do mito ou da razão. Povos de todo o mundo, em todos os continentes, tão ou mais antigos que os
gregos, produziram conhecimentos e construíram diversificadas culturas. Assim foram as nações
indígenas, que antes da colonização européia, possuíam um vasto campo de conhecimento nas Américas.
Da mesma forma os egípcios, os chineses, os árabes, os africanos, e muitos outros. É importante ressaltar
que alguns historiadores da filosofia sustentam a tese orientalista para explicar o surgimento da filosofia.
Quando afirmamos que a filosofia é grega, consideramos fatores históricos e políticos que levaram os
gregos a exercerem fundamental influência na cultura européia ocidental, de onde nós brasileiros e
grande parte do planeta somos descendentes.
Exercícios
1 - Descreva alguma situação que faz parte do seu cotidiano, e depois tente adotar uma atitude
filosófica diante da mesma.
2- O que não é Filosofia?
3- Qual o resultado do olhar filosófico?

4 - O que é teogonia e cosmogonia? Explique

5 – Escreva sobre o nascimento da Filosofia.

6 – Estabeleça a semelhança e as diferenças entre o mito e Filosofia.

7- Atividade de aprofundamento teórico:

Vamos pesquisar, o que pensam os fílósofos sobre a liberdade, registrando as ideias mais significativas
em nosso caderno, anotando o endereço do site, o link para o texto selecionado, de forma que possamos
criar um texto com as principais ideias selecionadas e nossas reflexões para compartilharmos.
Sites:
• Lexicon: Vocabulário de Filosofia, verbete:
- Determinismo. Disponível em https://www.dicio.com.br/determinismo/
- Liberdade. Disponível em https://www.dicio.com.br/liberdade/

Vídeos:

Youtube: Determinismo x Livre Arbítrio: http://br.youtube.com/watch?v=dx36mbwMMHc


(HISTÓRIA ) - Carga horária mensal 20
horas
Códigos das Habilidades Objetos de conhecimentos
(EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes HISTÓRIA, TEMPO E
fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com ESPAÇO
vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e DEMOCRACIA ERA
eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, MEDIEVAL
ambientais e culturais
Período: ( ) vespertino ( ) matutino ( ) noturno 1º Ano Turma:

HISTÓRIA, TEMPO E ESPAÇO

vamos conversar sobre História. Você já se perguntou quem escreve a História? Você acha que a
História é uma ciência neutra, ou seja, que existe apenas uma visão sobre os fatos históricos? E quem são os
“personagens” da História, ou seja, quem são os agentes da História? Você acha que a História é uma
ciência neutra, ou seja, que existe apenas uma visão sobre os fatos históricos?
Vamos tentar, aqui, responder essas perguntas. Em primeiro lugar, é preciso compreendermos que
todos nós somos parte da História e somos agentes da História. Durante muito tempo, apenas “grandes
personagens”, como reis, rainhas e generais entravam nos livros de História. Mas hoje em dia, isso mudou e
as “pessoas comuns” também passaram a ser vistas como sujeitos da história. Assim, ganhou lugar nos
livros os escravos, as mulheres, os trabalhadores, etc. Isso quer dizer que você, aluno, também tem um papel
na história da sua Cidade, de seu Estado e de seu País. Através das suas ações você está fazendo História.
Mas quem, afinal, coloca essa história no papel, nos livros? Quem escreve sobre história são
profissionais chamados de HISTORIADORES.

Os historiadores são profissionais


que pesquisam e escrevem sobre os
fatos históricos, não apenas
narrando o fato, mas analisando-os
em seu conjunto, refletindo sobre
as implicações econômicas, sociais,
políticas etc. dos acontecimentos.

Eusébio de Cesareia, historiador


http://pt.wikipedia.org/wiki/Historiografia_eclesi%C3%A1stica_medieval
Assim como todo profissional, os historiadores estão inseridos em um contexto social. São pessoas
que possuem posições políticas, afinidades religiosas, preferências e opções diversas. Tudo isso reflete em
sua versão sobre o fato histórico sobre o qual ele irá escrever. Isso não quer dizer, no entanto, que os fatos
históricos podem ser contados de qualquer forma e que cada um pode abordar a história da maneira que bem
entender. E, sim, que as análises sobre os fatos podem ser diferentes. Por isso, dizemos que a história não é
neutra.
É possível, que você esteja se perguntando como os historiadores conseguem saber de tantas coisas
que aconteceram há tanto tempo atrás. Mesmo podendo existir pontos de vistas diversos sobre determinado
fato histórico, o “fato histórico” em si precisa ser conhecido antes de ser interpretado. É justamente aí que
entram as Fontes Históricas, principal instrumento de trabalho dos historiadores. As fontes Históricas são
vestígios da passagem dos seres humanos pela história através dos tempos. São documentos que ajudam os
historiadores a interpretar e contar os fatos do passado. As Fontes Históricas podem ser:

Escritas: livros, jornais, certidões Iconográfica: pinturas, desenhos, fotografias.


de nascimento, testamentos, etc.

http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/lei- http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica
aurea/ Aula.html?aula=22180

Orais: depoimentos, histórias contadas.

http://www.historia.uff.br/labhoi/node/1287

Materiais: vestígios de construções, instrumentos,


utensílios e fósseis (restos petrificados de animais
e vegetais).

http://ciencia.hsw.uol.com.br/ossos-de-
dinossauros.htm
Durante muito tempo, as fontes escritas foram mais valorizadas que os outros tipos de
fontes. Isso acontecia porque se acreditava que apenas as culturas letradas das elites eram dignas
de atenção e confiança e, assim, de uma História. No entanto, isso mudou e, atualmente, os
historiadores acreditam que todos os povos e grupos sociais possuem suas formas de transmissão
e produção do conhecimento e que todas elas devem ser valorizadas. Na África, por exemplo,
muitos povos não conheciam a escrita antes do contato com europeus. No entanto, esses povos
transmitiam conhecimento através da oralidade, da contação de histórias. Dessa forma, as “fontes
orais” são essenciais para compreender a história desses povos.

DEMOCRACIA

Já parou pra pensar sobre sua participação na política de seu país? Você sabia que você
tem direito a essa participação, afinal, é considerado cidadão brasileiro? Essa participação pode
ser de várias formas: através do voto (aos maiores de 16 anos); da participação em associações
que vão desde o grêmio da sua escola até um partido político ou sindicato; ou através de abaixo-
assinados ou manifestações públicas (como atos e passeatas). Esse direito, que é de TODOS os
cidadãos, existem porque vive em um regime político chamado DEMOCRACIA.
Mas será que todos os países do mundo vivem em uma democracia? E onde e quando
surgiu o sistema de governo democrático? Será que do surgimento da democracia até os dias de
hoje a democracia sofreu alguma transformação? Vamos conversar um pouco sobre essas
questões.

Péricles, líder democrático de Atenas


http://www.voltairenet.org/article128255.html
A Democracia surgiu em Atenas, uma Cidade-Estado da Grécia Antiga, por volta do
século VI a. C. No entanto, naquele tempo, a democracia era bem diferente do que entendemos
hoje por democracia. Lá, apenas os cidadãos podiam participar da política e tomar decisões. No
entanto, nem todo mundo era considerado cidadão em Atenas. Assim, apenas os homens,
maiores de 21 anos, nascidos em Atenas e filhos de pai e mãe atenienses eram cidadãos e tinham
direito a participação política. Assim, a maior parte da população (como mulheres, estrangeiros e
escravos) não eram cidadãos e ficavam de fora das decisões políticas.
Outra diferença é que, na democracia que conhecemos, escolhemos representantes
através do voto. Esses representantes são os políticos que estão nos cargos do executivo
(prefeito, governador, presidente) e legislativo (vereadores, deputados, etc.). Esse tipo de sistema
e chamado DEMOCRACIA INDIRETA OU REPRESENTATIVA. Já a democracia
ateniense era DIRETA, ou seja, todos os cidadãos tinham direito a participar da “Assembleia do
Povo”, reuniões onde discutiam e votavam as questões atenienses.

ERA MEDIEVAL
já ouviu falar no termo “medieval”? Já utilizou esse termo em alguma ocasião? Até hoje,

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é muito comum que as pessoas usem “medieval” para se referir a alguma coisa muito
ultrapassada, mais especificamente alguma coisa ruim, sombria, uma situação de opressão, etc.
Mas, afinal, que termo é esse e a que período da história ele se refere?
Chamamos de Idade Média ou Medieval o período histórico que vai do século V ao XV.
No entanto, é importante compreendermos que esse termo “Idade Média” foi cunhado
posteriormente, no século XVI por pessoas que queriam se referir àquele período passado. As
pessoas que viveram naqueles séculos não se referiam ao seu tempo como “período medieval”
ou “Idade Média”.
Mas será que esse termo é um termo neutro, desprovido de intenções? Alguns
historiadores afirmam que não. Mas por quê? Ao nomearem o período de “médio”, os homens
século do XVI estavam, na verdade, tentando glorificar determinado tempo em detrimento de
outro. Assim, “Idade Média” seria um tempo que ficava entre o aclamado período da
Antiguidade Clássica, onde floresceu a civilização greco-romana, e alvorecer do mundo
moderno, ou seja, o próprio século XVI, visto pelos contemporâneos como o período de
renascimento artístico e cultural da valorizada civilização greco-romana. Dessa forma, tudo que
estava entre esses dois períodos (o clássico e o moderno) seria, na visão dos modernos, uma
espécie de intervalo, um tempo onde a sociedade estava estagnada, em que nada era criado.
Talvez, por isso, o período é muitas vezes chamado de “Idade das Trevas” e até hoje é usado
como referência pejorativa à determinadas coisas, instituições e situações. No entanto, é preciso
refletir se essas denominações não comportam um tanto de preconceito.
Mas e a sociedade Medieval, como era? Você já viu algum filme cuja história se passa no
período? Geralmente, esses filmes mostram castelos guardados por uma muralha e cavaleiros
com armaduras, lança e escudo. Não raro aparecem princesas encasteladas, mas também
camponeses muito pobres. É sobre a sociedade desse período, muito retratado em filmes e livros,
que vamos tratar aqui. A partir do século V, a Europa ocidental sofreu profundas transformações
que fizeram com que a maioria das regiões tivessem seu comércio enfraquecido e a economia
fosse ruralizada, ou seja, passasse a se basear nas atividades rurais agrícolas. Por isso, a Idade
Média é muito associada ao feudalismo, sistema de organização social que girava em torno do
feudo, ou seja, da terra. Nesse sistema, a posse da terra determinava o poder, ou seja, os
poderosos eram os proprietários de terra, os senhores feudais. Vamos conhecer melhor as
pessoas que compunham essa organização feudal durante a Idade Média.

Basicamente, a sociedade medieval era dividida em três grupos sociais, ou “ordens”,


representadas na pirâmide abaixo:

http://www.historiajaragua.com.br/2012/03/piramide-social-feudalismo-7oanosee.html
Clero: eram os membros da Igreja Católica, que naquele período tinha um enorme poder. O
papa, bispos, cardeais, padres, etc. faziam parte do clero.
Nobreza: era composta por reis, duques, marqueses, condes, viscondes barões, etc. E sua
principal atividade era a guerra.
Servos: eram os camponeses que trabalhavam nas terras dos senhores feudais, ou seja, no feudo.
Em troca de usar a terra do senhor, o servo era obrigado a prestar serviços e pagar uma série de
tributos a este. Entre estes tributos estão a corveia (obrigação de prestar serviços nas terras do

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senhor); talha (o servo deveria entregar ao senhor uma percentagem de sua produção);
banalidade (pagamento por utilização de instrumentos do senhor, como o moinho ou o forno).
É muito importante, aluno, entender que nesse período a sociedade era extremamente
estratificada, ou seja, não havia mobilidade social. Dessa forma, o que determinava a que grupo
social você pertenceria é o seu nascimento. Assim, era praticamente impossível um camponês se
tornar um nobre, da mesma forma que um nobre jamais deixaria de ser nobre para se tornar
camponês.

uma das características da na Idade Média era o enorme poder da Igreja Católica. Ela era a instituição mais
poderosa da Idade Média, interferindo diretamente em assuntos políticos e na vida das pessoas. Todas as
pessoas eram obrigadas a serem católicas, a frequentarem e seguirem os rituais da Igreja Católica. Quem não
o fizesse, poderia pagar caro, correndo o risco de ser preso e até morto se acusado de heresia. Existia um
tribunal chamado Tribunal da Inquisição, que tinha poder de prender, julgar e condenar os que fossem
acusados de serem hereges, ou seja, de não seguirem a risca os dogmas católicos. Geralmente, os condenados
eram queimados vivos em uma fogueira em praça pública.

A nobreza e o clero eram grandes proprietários de terra na Idade Média e, portanto, eram
senhores feudais. A relação estabelecida entre os senhores feudais e os servos eram denominadas
de Relações de Suserania e Vassalagem. O suserano era o senhor feudal que entregava um feudo
a um vassalo, em troca do juramento de fidelidade. O vassalo era o nobre que recebia o feudo de
seu suserano e a ele jurava fidelidade e proteção. O rei, geralmente, era o suserano com mais
poder na Idade Média, sendo que seus vassalos eram, principalmente, senhores feudais e
cavaleiros. Resumindo, em troca de fidelidade e lealdade ao suserano, os vassalos recebiam
benefícios, como o feudo. O mais comum era que os vassalos demonstrassem a fidelidade ao
suserano atuando militarmente em guerras promovidas por estes.

ATIVIDADES
1) Quando falamos em história, o que vocês imaginam? Quem são os historiadores?
2) Como podemos definir o que é história?
3) Defina Fontes históricas.
4) Descreva por que durante muito tempo as fontes escritas foram as mais valorizadas?
5) Oque você entende por Democracia?
6) Quando surgiu a democracia?
7) Faça um relato sobre a definição da Era Medieval ou Idade Média.
8) A sociedade Medieval era dividida em três grupos. Explique cada um deles.

HISTÓRIA
Atividade Complementar
Códigos das Habilidades Objetos de conhecimentos
(EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e Patrimônio Histórico Cultural – Material
imaterial de modo a e Imaterial.
identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que
caracterizam a identidade e a
diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no
tempo e no espaço.
(EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do
trabalho em diferentes
circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus
efeitos sobre as gerações,
em especial, os jovens, levando em consideração, na atualidade,
as transformações
técnicas, tecnológicas e informacionais.

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Nome do Professor(a):
Nome do estudante:
Período: ( ) vespertino ( ) matutino ( ) noturno

Patrimônio Histórico Cultural – Material e Imaterial.


Patrimônio histórico cultural é o conjunto de todos os bens, materiais ou imateriais, que,
pelo seu valor próprio, devem ser considerados de interesse relevante para a permanência e a
identidade da cultura de um povo. O patrimônio é a nossa herança do passado, com o qual
vivemos hoje, e o qual passamos às gerações vindouras. Do patrimônio cultural fazem parte bens
imóveis tais como castelos, igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos e, ainda, locais dotados de
expressivo valor para a história: a arqueologia, a paleontologia e a ciência em geral. Nos bens
móveis, incluem-se, por exemplo, pinturas, esculturas e artesanato. Nos bens imateriais,
consideram-se a literatura, a música, o folclore, a linguagem e os costumes.
As entidades que procedem à identificação e à classificação de certos bens como
relevantes para a cultura de um povo, de uma região ou mesmo de toda a humanidade, visam,
também, à salvaguarda e à proteção desses bens, de forma que eles cheguem devidamente
preservados às gerações vindouras e que possam ser objeto de estudo e fonte de experiências
emocionais para todos aqueles que os visitem ou deles usufruam. Pode ser definido como um
bem material, natural ou imóvel que possui significado e importância artística, cultural, religiosa,
documental ou estética para a sociedade. Esse patrimônio foi construído ou produzido pelas
sociedades passadas, por isso representa uma importante fonte de pesquisa e preservação
cultural.
Há uma preocupação mundial em preservar o patrimônio histórico da humanidade,
mediante as leis de proteção e restauração que possibilitam a manutenção das características
originais. Mundialmente, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e
Educação) é o órgão responsável pela definição de regras e proteção do patrimônio histórico e
cultural da humanidade. O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) é o
órgão que atua no Brasil, na gestão proteção e preservação do patrimônio histórico e artístico
brasileiro.
Lista de alguns patrimônios históricos do Brasil: Cidade Histórica de Ouro Preto (Minas
Gerais), Centro Histórico de Olinda (Pernambuco), Pelourinho (Bahia), Estação da Luz (São
Paulo), Ruínas de São Miguel das Missões (Rio Grande do Sul), Cristo Redentor (Rio de
Janeiro), Conjunto Urbanístico de Brasília, Palácio do Catetinho (Brasília).
Patrimônio material

O patrimônio material protegido pelo Iphan, com base em legislação específica, é


composto por um conjunto de bens culturais classificados, segundo sua natureza, nos quatro
Livros do Tombo: Arqueológico, paisagístico e etnográfico; Histórico; Belas artes e Artes
aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e
paisagísticos e bens individuais; e móveis como coleções arqueológicas, acervos museológicos,
documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.

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exemplo de patrimônio material.

Patrimônio imaterial
A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial "as práticas, representações,
expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares
culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os
indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural."
O Patrimônio Imaterial é transmitido de geração em geração e constantemente recriado
pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de
sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo, desse modo,
para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.

exemplo de patrimônio imaterial, Capoeira.

ATIVIDADES
1) Defina Patrimônio Histórico Cultural.
2) Quais tipos de bens se enquadra como Patrimônio Cultural?
3) Você conhece algum Patrimônio Público?
4) Existem dois tipos de Patrimônios, material e imaterial. Descreva cada um deles, cite
exemplos.
5) Em sua região existe algum tipo de patrimônio material e Imaterial?

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Aprendizagem Conectada
Atividades Escolares
1º ano do Ensino Médio

ATIVIDADES COMPLEMENTAR

ATIVIDADE COMPLEMENTAR DO MÊS DE MAIO


- COPIAR E RESPONDER NO CADERNO:
 A PÁGINA 64 DO LIVRO DIDÁTICO QUESTÃO 1, 2, 3, 4 e 6
 A PÁGINA 65 DO LIVRO DIDÁTICO QUESTÃO 7, 8

........

Sociologia – 1º ano
Códigos das Objeto do
Habilidades conheciment
o
EM13CHS103 – Compreender a relação ser humano/cultura no
Elaborar hipóteses, selecionar processo de humanização e constituição dos
evidências e compor
argumentos relativos a diferentes grupos socioculturais.
processos políticos,
econômicos, sociais,
ambientais, culturais e
epistemológicos, com base na
sistematização de dados e
informações de diversas
naturezas (expressões
artísticas, textos filosóficos e
sociológicos, documentos
históricos e geográficos,
gráficos, mapas, tabelas,
tradições orais, entre outros).

20
Identidade: o que é?

Qual a explicação (definição) de sociedade?


______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
______________________
__ Quando falamos em
identidade, lembramos logo
do Registro Geral (RG), um
documento em que aparece
a nossa foto, acompanhada do nosso nome completo, da nossa assinatura, dos nomes dos
nossos pais, do estado em que nascemos da data de nascimento, entre outras informações.
Quando registramos esses dados em algum órgão do governo, recebemos a carteirinha com um
determinado número – pronto: estamos devidamente identificados, representados por um único
número, que não pode ter nenhum outro igual!
O que significa o documento de identidade? Em uma visão difundida pelo senso comum,
significa que, a partir desse momento o recebimento da carteira –, podemos ser reconhecidos
como membros da sociedade, como um indivíduo singular (que não tem igual), como um sujeito
participante da vida social, com suas características específicas: nome, número, cor da pele (que
aparece na fotografia), sexo, idade, naturalidade. Podemos dizer que o RG, na verdade, é o nosso
primeiro documento, pois a Certidão de Nascimento, que é expedida pelo Cartório ao nascermos,
é um documento dos nossos pais que afirmam e declaram ao mundo a nossa existência,
reconhecendo-nos como seus filhos.

Nada mais óbvio do que tudo que escre- vemos até aqui, não é verdade? Mas, para a Sociologia,
falar em identidade é muito mais complexo do que podemos imaginar.
Em primeiro lugar, podemos dizer que os dados estampados no RG revelam diversos
pertencimentos desse indivíduo que nós somos: pertencemos a um país, a um estado, a uma
família, a uma determinada geração. Revelam também características físicas, tais como o sexo e
a cor da pele. Mas, será que “revelam” tudo a nosso respeito? É claro que não.
A nossa identidade formal, anunciada pelos dados, é apenas a nossa estampa, uma “casca” que
esconde as nossas ideias, as nossas emoções, os nossos gostos, as nossas crenças, as motivações
que temos e as aspirações que buscamos na vida. Todos estes e outros

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Sociedade e Conhecimento Sociológico

Elementos é que formam de fato a nossa identidade, que nos transformam em sujeitos,
pertencentes a uma determinada época e lugar, inseridos em um tipo específico de sociedade,
construída a partir de uma determinada História. Mulheres gaúchas que foram alfabetizadas
queimam suas carteiras de identidades para analfabetos. Esta atitude mostra que a nossa
identidade é muito mais do que um simples documento. Entenderam-se esta questão dessa forma,
podemos dizer, portanto, que ser jovem não é a mesma coisa hoje e há mais de quarenta anos,
aqui no Brasil ou na França, assim como, de forma mais ampla e mais diferenciada, entre as
sociedades ocidentais e uma sociedade em Bali (na Indonésia) ou uma comunidade indígena do
Xingu.
Para entender melhor o que estamos falando, vamos tomar como exemplo os acontecimentos que
abalaram o mundo em 1968, nos quais a juventude teve um papel de liderança, de marcante
protagonismo.
1968: os jovens comandam uma revolução política e social
Em 1968, os jovens estudantes franceses tomaram as ruas de Paris com palavras de ordem e
frases de impacto, tais como:
“Sejam realistas: exijam o impossível!”
“É proibido proibir.” “Abaixo a sociedade de consumo!”
“A economia está ferida”.
Pois que morra!”

“Parem o mundo que eu quero descer!”

“Antes de escrever, aprenda a pensar.”

“A barricada fecha a rua, mas abre o caminho.”

Esse ano, na verdade, foi o momento cul- minante de uma série de mudanças que vinham
ocorrendo nas sociedades ocidentais, desde o final da década de 1950. Essas mudanças, de
caráter social, político e cultural, foram coman- dadas por jovens: eles eram os principais líderes
da Revolução Cubana, como Fidel Castro, Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos. Eram os
atores que representavam personagens desafiadores e rebeldes, que pilotavam suas motos e
carros em alta velocidade, como Marlon Brando e James Dean; eram os músicos que
transformaram o rock em um fenômeno mundial, como Elvis Presley, Chuck Berry e Bill Halley
and His Comets.
Influenciada por esses acontecimentos, a década de 1960 assistiu ao surgimento e ao sucesso dos
Beatles e seus cabelos compridos; à permanente rebeldia dos Rolling Stones; à invenção da
minissaia; ao uso das drogas como forma de libertação do pensamento, da imaginação e da
criatividade; e à disseminação do sexo livre, com a descoberta da pílula anticoncepcional.
Ser jovem passou a significar, nesse contexto, a afirmação da luta por uma liberdade plena,

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contra a “caretice” das gerações mais velhas (os pais e os avós) e contra todas as formas de
opressão política, desde a sociedade de consumo ocidental, representada pelos Estados Unidos,
até as ditaduras socialistas, representadas pela União Soviética. Assim, a luta pelo “amor livre”
associava-se às manifestações contra a Guerra do Vietnã e contra o alistamento militar; a luta
pela revolução socialista era combinada com a resistência à invasão soviética da
Tchecoslováquia, que pôs fim às reformas políticas conhecidas como a Primavera de Praga
(aproveite para pesquisar a respeito).
As manifestações estudantis que ocorreram em Paris se espalharam pelo mundo, atingindo cerca
de cinquenta países, entre os quais Itália, Polônia e Iugoslávia. Cidades como Madri, Valência,
Nova York, Santiago, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro tiveram suas ruas tomadas.
Independentemente do resultado concreto dessas manifestações – no Brasil, por exemplo, a
ditadura não foi derrubada, mas se tornou ain- da mais violenta nos anos seguintes, promovendo
perseguições, exílio, torturas e assassinatos de seus opositores –, todo esse mundo, em per-
manente ebulição, sempre sob o comando da juventude, nunca mais seria o mesmo. Em 1968,
lutar por liberdade no Brasil significava o enfrentamento do poder da ditadura militar pelos
estudantes.
A crítica à sociedade de consumo teve como uma de suas consequências o surgimento do
movimento ecológico e a denúncia da destruição do meio ambiente como contrapartida do
chamado “progresso” e do desenvolvimento econômico e a busca do lucro a qualquer custo. O
enfrentamento das diversas formas de opressão permitiu a denúncia do machismo e dos falsos
moralismos, até então vigentes, levando à redefinição do papel da mulher na sociedade, que
passou a ter uma presença cada vez mais fortalecida no mercado de trabalho, e a luta pela
superação de todas as formas de discriminação sexual. Essas lutas, que prosseguem até os dias
atuais, tiveram um acentuado impulso nesse período. Elas significaram, também, uma mudança
nas concepções sobre as identidades das pessoas, não só dos jovens, como dos membros da
sociedade em geral.

Sociedade e Conhecimento Sociológico

Identidade no debate da Sociologia, o debate sociológico sobre o tema da identidade não é novo.
Desde muito tempo, alguns sociólogos já discutiam os significados do termo “identidade”.
Vejamos dois pensadores que se dedicaram a esse tema: George Herbert Mead e Erving
Goffman.
O sociólogo americano George Herbert Mead (1863-1931) dizia que nós somos o que somos
porque adquirimos ao longo da vida alguns traços característicos de nosso “self”, por meio das
interações sociais que estabelecemos com outros indivíduos. Numa tradução mais difundida, o
termo em inglês “self” poderia ser entendido como “si mesmo”. Para Mead, entretanto, a ideia
era concebida como uma referência à existência de um self social, ou seja, significava que o
indivíduo organiza uma série de atitudes sobre o meio social em que vive e tem condições de
adotar, é a consciência que um sujeito tem de si mesmo. Mas, ele afirmava também que esta
consciência só é possível se o indivíduo estabelecer contatos sociais, não é uma coisa que nasce
com ele ou é um fator biológico ou genético. Você já viu ou ouviu falar do filme O enigma de
Kaspar Hauser, produzido pelo diretor Werner Herzog (veja na seção Interatividade), que relata
um caso real de um menino alemão, passado em 1820, que teve o seu primeiro contato com
humanos na adolescência e que só aprendeu a falar após esse contato com outras pessoas? Pois
bem, se pensasse neste exemplo, George Mead nos diria que o caso ilustra como o self é
impossível de ser concebido fora de um intercâmbio simbólico com outras pessoas.
O “self”, para George Mead, apresenta duas características: o “eu” e o “mim”. O eu refere-se ao
sujeito que age e o mim refere-se a como nos vemos através dos olhos de outras pessoas. Está
complicado? Vamos ver um exemplo: quando vamos a uma festa sempre nos vestimos de forma
adequada ao ambiente, pois sabemos que as pessoas podem nos julgar pela forma como nos
apresentamos. Pois bem, se nos sentimos confortáveis e elegantes com uma determinada roupa é

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porque gostamos de estar de um jeito e também porque sabemos que outras pessoas podem
gostar. Mead diz, portanto, que “o ‘eu’ é a reação do organismo às atitudes dos outros; e o ‘mim’
é a série de atitudes organizadas dos outros que alguém adota” (MEAD, 1973, p. 202).

Em outro trecho, ele também explica:

A sociedade está organizada tendo por base o princípio de que qualquer in- divíduo que possua
certas características sociais tem o direito moral de esperar que os outros o valorizem e o tratem
de ma- neira adequada. Ligado a este princípio há um segundo, ou seja, de que um indivíduo que
implícita ou explicitamente dê a enten- der que possui certas características sociais deve de fato
ser o que pretende que é. Consequentemente, quando um indivíduo. Debruçou sobre o tema da
identidade foi o canadense Erving Goffman (1922–1982). No seu livro A representação do eu
na vida cotidiana, Goffman sustenta a ideia de que a vida social do indivíduo, por consequência
sua identidade, pode ser entendida como representação teatral. Como ele argumenta isso? Vamos
ler com atenção.
A ação de um indivíduo em relação a outros não tem somente uma finalidade instrumental, ou
seja, não tem somente um objetivo de fazer algo, mas também é condicionado pelo modo como
este sujeito quer aparecer diante dos outros. Goffman afirma que quando um indivíduo está
diante de outro, ele tem muitas razões para tentar controlar as impressões que projeta uma
definição da situação e com isso pretende, implícita ou explicitamente, ser uma pessoa de
determinado tipo, auto- maticamente exerce uma exigência moral sobre os outros, obrigando-os
a valorizá-lo e a tratá-lo de acordo com o que as pessoas de seu tipo têm o direito de esperar.
(GOFFMAN, 1975, p.21) Como se vê, a ideia de identidade de Goffman é muito parecida com a
de George Mead. Em ambas, segundo eles, pode-se afirmar que os indivíduos assumem diversas
identidades, dependendo de uma determinada situação social em que estes mesmos indivíduos se
encontram.
“Sejam realistas: exijam o impossível!”

A Sociologia tem vários autores que discutem e refletem sobre o conceito de identidade. Agora
vamos destacar outro autor que escreveu um pequeno livro sobre o assunto: um teórico
jamaicano, mas radicado no Reino Unido, chamado Stuart Hall.
Quando falamos em identidade, estamos falando em papéis distintos assumidos pelo
indivíduo enquanto sujeito histórico, pertencente a uma determinada sociedade. Stuart Hall
(2004) destaca um determinado indivíduo genérico, membro da sociedade ocidental, ou seja, as
sociedades europeias e as sociedades colonizadas pelos europeus nas Américas. Nesse sentido,
esse sociólogo apresenta três ideias muito diferente sobre as identidades que se constituíram
historicamente no Ocidente, como veremos a seguir.
Uma primeira identidade do sujeito, segundo Hall, teve origem no Iluminismo, com base numa
concepção de pessoa humana como um indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado de
capacidades de razão, de consciência e de ação (2004, p. 10).
Como estudamos nas aulas de História, essa ideia estava associada à afirmação da centralidade
do homem (antropocentrismo), em oposição às concepções que vinham da Idade Média, que
afirmavam a total centralidade de Deus e o poder inquestionável da Igreja.
Sociedade e Conhecimento Sociológico
No século XIX, com a consolidação do capitalismo a partir da Inglaterra e as suas consequências
para o restante da humanidade, o “sujeito sociológico” que assume o poder apresenta, então, a
sua “carteira de identidade”: ele era branco, europeu, anglo-saxão, do sexo masculino, cristão.
Todas as outras identidades, dentro da mesma sociedade, e principalmente em outras partes do
mundo, deveriam, neces- sariamente, estar subordinadas a ele.
Por fim, segundo Hall, a identidade apon- tada acima, que teve origem na Era Moderna,
começou a ser totalmente “desmontada” no século XX, principalmente a partir das mudan- ças
que ocorreram na década de 1960, citadas anteriormente. Trata-se, agora, de um sujeito pós-

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moderno, no qual coexistem diversas identidades simultâneas e até contraditórias, todas de
caráter cultural.
Deve-se observar que este “novo sujeito” é também produto das mudanças constantes que
caracterizavam a Era Moderna, desde o século XIX, tal qual descreveram Karl Marx e Friedrich
Engels no Manifesto Comunista: “(...) As relações rígidas e enferrujadas, com suas
representações e concepções tradicionais, são dissolvidas, e as mais recentes tornam-se
antiquadas antes que se consolidem. Tudo o que era sólido desmancha no ar, tudo que era
sagrado é profanado, (...)” (1998, p. 11).O que pode ser apresentado como “novidade” – como
defende Stuart Hall – é o ritmo e a profundidade dessas mudanças, aceleradas desde os anos
1970, em comparação com as sociedades modernas que foram se consolidando no mundo
ocidental a partir do século XIX, após a Revolução Francesa.

Atividades

1- O que dizem sobre o conceito de identidade os pensadores George Mead e Erving


Goffman?
2- Sintetize as três concepções de identidade formuladas pelo sociólogo Stuart Hall.
3- Quais são as dimensões do ser jovem no Brasil, segundo o sociólogo Juarez Dayrell?

Dialogando com a turma


4- O texto cita o uso de drogas e a liberação sexual como acontecimentos que marcaram a década
de 1960. Hoje, podemos dizer que tanto um quanto o outro assumiram significados bem
diferentes. Pesquise a respeito e debata a sua opinião com a turma.
5- Entreviste, na sua família, uma pessoa que tenha sido jovem na década de 1960 e anote a
opinião dela a respeito dos acontecimentos, sob o ponto de vista de alguém que presenciou ou
viveu intensamente aquela época. Compare a sua entrevista com as de seus colegas e, em
conjunto, relate as diferentes visões encontradas.

Educação Física- Carga horária


mensal__ horas
Códigos das Habilidades Objetos de
conhecimentos
EF02CI03 Discutir os cuidados necessários à prevenção de acidentes
domésticos (objetos cortantes e inflamáveis, eletricidade,
produtos de limpeza, medicamentos etc.).

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Primeiros socorros

Primeiros socorros são intervenções que devem ser feitas de maneira rápida, logo após o
acidente ou mal súbito, que visam a evitar o agravamento do problema até que um serviço
especializado de atendimento chegue até o local. Essas intervenções são muito importantes, pois
podem evitar complicações e até mesmo evitar a morte de um indivíduo.
Antes de qualquer procedimento de primeiro socorro, é importante que o socorrista tenha em
mente a necessidade de:
 Manter a calma;

 Afastar os curiosos;

 Garantir que serviço de emergência seja chamado.

É muito importante salientar que algumas pessoas não estão preparadas para realizar os
primeiros socorros e, portanto, o ideal é que deixe outra pessoa realizar os procedimentos
adequados e auxiliar de outra maneira, como, buscando socorro.
→ Omissão de socorro
A omissão de socorro é considerada crime em nosso país. Segundo o Decreto-Lei Nº 2.848, de 7
de dezembro de 1940, deixar de prestar assistência a uma pessoa em risco pode resultar em
detenção ou multa. Veja o art. 135 que aborda o tema:

→ Primeiros socorros em caso de queimaduras


Queimaduras são situações relativamente comuns no nosso dia a dia. Elas são classificadas,
de acordo com o dano causado, em queimadura de primeiro grau, queimadura de segundo grau e
queimadura de terceiro grau. A queimadura de primeiro grau afeta apenas a epiderme (camada
mais externa da pele), já a de segundo grau afeta a derme e epiderme, enquanto a de terceiro grau
atinge também o tecido abaixo da pele.

Em caso de queimadura leve, é importante colocar a região queimada em água corrente.


O primeiro passo em caso de queimadura é retirar a pessoa da região próxima à fonte de calor.
Feito isso, deve-se avaliar a lesão. Se o dano for leve, recomenda-se lavar o local com água
corrente ou colocar compressas de soro fisiológico para reduzir a temperatura do local. Caso
apareçam bolhas, elas nunca devem ser furadas.

Se ao avaliar a lesão, você perceber que o dano é grave, é fundamental procurar ajuda
médica imediatamente. Outro ponto importante é nunca passar no local nenhuma substância
caseira nem mesmo medicamentos sem que sejam recomendados por um médico.

→ Primeiros socorros em casos de intoxicações


As intoxicações ocorrem em consequência à ingestão, inalação ou contato com a pele de
determinadas substâncias. Plantas tóxicas, alimentos contaminados, produtos de limpeza,
remédios, soda, inseticidas e formicidas são exemplos de produtos que podem causar
intoxicações. As intoxicações podem ser identificadas por causar, por exemplo, irritação nos

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olhos, garganta e nariz, salivação abundante, vômito, diarreia, convulsões, queda de temperatura,
asfixia, tontura e sonolência.
Em caso de intoxicações, o recomendado é identificar o agente causador da intoxicação e
solicitar atendimento especializado. A pessoa, nesse momento, deve ser deixada imóvel e caso a
intoxicação seja por produtos derivados de petróleo e corrosivos, como soda cáustica, alvejantes,
tira ferrugem, amônia, gasolina, querosene e benzina, não se pode provocar vômito.

→ Primeiros socorros em caso de picada de serpente peçonhenta

Algumas serpentes apresentam toxinas que podem levar à morte, sendo fundamental
atendimento rápido.
Algumas serpentes são capazes de injetar toxinas que podem causar grandes danos ao
organismo e até mesmo a morte. Sendo assim, em caso de acidente com serpentes, é
importante realizar alguns procedimentos rapidamente.
Os primeiros socorros consistem em lavar a área da picada com água e sabão, colocar o
acidentado em posição confortável, de preferência deixando a vítima deitada com a área afetada
em um nível abaixo do coração e levar a vítima ao atendimento médico mais rápido. É
fundamental não aplicar qualquer substância, não fazer cortes no local e nem amarrar ou fazer
torniquetes. Outro ponto importante é não deixar a vítima locomover-se por meios próprios.
Caso seja possível, levar a cobra para a identificação.

→ Primeiros socorros em caso de engasgo


O engasgo ocorre quando algum alimento ou um objeto bloqueia as vias respiratórias,
impedindo a realização da respiração. Por impedir que a vítima respire, um socorro rápido é
necessário para evitar a morte por asfixia.

A manobra de Heimlich visa a eliminar o objeto que está bloqueando as vias respiratórias.
Inicialmente, o socorrista deve acalmar a vítima e, posteriormente, aplicar a técnica conhecida
como manobra de Heimlich. Nessa manobra, o socorrista posiciona-se logo atrás da vítima e
coloca o braço ao redor abdome dela. Uma mão fica fechada sobre a boca do estômago e a outra
mão é posicionada em cima da primeira e a comprime. Os movimentos de compressão deverão
ser feitos para dentro e para cima, permitindo que o objeto que está bloqueando a via respiratória
seja eliminado.
Em bebês, deve-se colocar a criança com a barriga para baixo sobre seu antebraço, deixando a
cabeça mais baixa que o corpo, e dar cinco pancadas utilizando o punho da mão. Vire a criança
para cima apoiando sua cabeça e deixando-a mais baixa que o corpo e observe se ocorreu a saída
do objeto. Caso o objeto não tenha saído, aplique cinco compressões rápidas no tórax entre a
linha dos mamilos utilizando os dois dedos maiores da mão. Se as manobras não funcionarem,
pedir ajuda rapidamente e continuar tentando o procedimento.

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→ Primeiros socorros em caso de fraturas
Dizemos que ocorreu uma fratura quando o osso perde sua continuidade. A fratura pode ser
exposta quando a pele é rompida e pode-se ver o osso, e fechada quando a pele não se rompe.
Em ambos os casos, é fundamental ajuda médica profissional para que a recuperação do osso
seja feita de maneira adequada.

Em caso de fratura deve-se imobilizar o local lesionado.


Primeiramente, o socorrista deve imobilizar a região acometida para evitar a movimentação dos
fragmentos dos ossos lesionados. Não se deve tentar colocar o osso no local, pois isso pode
agravar o quadro, caso seja feito de maneira inadequada. Em caso de fraturas expostas, é
necessário tentar controlar, caso esteja presente, a hemorragia com um pano limpo que deve ser
colocado sobre o local e pressionado. Lembre-se que fraturas em costas e pescoço necessitam de
mais atenção e a movimentação só deve ser feita por profissionais.

→ Primeiros socorros em caso de desmaio


O desmaio caracteriza-se como uma perda transitória de consciência e, diferentemente do que
muitos pensam, geralmente, não é uma situação que é considerada uma ameaça à vida. O
desmaio pode ser causado por diferentes causas como, por exemplo, hipoglicemia, cansaço,
fortes emoções, calor intenso, dores e mudanças súbitas de posição. Os maiores problemas
decorrentes de desmaio estão no fato de que a queda pode levar ao desenvolvimento de lesões.

Apesar de o desmaio ser uma situação que preocupa muitas pessoas, geralmente, não causa
ameaça à vida.
Ao presenciar um desmaio, algumas medidas podem ser tomadas, como deitar a vítima, afrouxar
suas roupas, garantir que o ambiente fique arejado e elevar os membros inferiores. Caso a pessoa
sinta a sensação de que irá desmaiar, essa pode ser orientada a se sentar e colocar a cabeça entre
os joelhos ou então se deitar.

→ Primeiros socorros em caso de convulsão


As convulsões podem ser definidas como crises epiléticas em que se observa um acometimento
do sistema motor, geralmente, desencadeando uma série de contrações musculares violentas,
salivação, palidez, lábios azulados e perda da consciência.
Em caso de convulsões, algumas medidas são importantes, sendo a primeira delas tentar evitar
que a vítima caia desamparadamente. Tente deitar a vítima e afastar de perto dela objetos que
podem ser perigosos. Suas roupas devem ser afrouxadas e o rosto virado para o lado para evitar
engasgos.

Não se deve interferir nos movimentos, nem colocar objetos entre os dentes da vítima. Quando a
convulsão passar, mantenha a vítima deitada até a recuperação da consciência. Caso a convulsão

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demore mais de 5 minutos, é essencial chamar o serviço de emergência.

Atividades

1_ de acordo com a apostila como devemos proceder em casos de queimaduras?

2_ de acordo com a apostila como devemos proceder em casos de intoxicação?

3_ de acordo com a apostila como devemos proceder em casos de picadas de serpente?

4_ de acordo com a apostila como devemos proceder em casos de engasgo?

5_ de acordo com a apostila como devemos proceder em casos de fraturas?

6_ de acordo com a apostila como devemos proceder em casos de desmaio?

7_ de acordo com a apostila como devemos proceder em casos de convusão?

Atividade complementar

Puxa na memoria se você já passou por algum desses casos citados, se sim conte-nos como foi
seus cuidados e tratamentos ate sua cura, caso não converse com seus familiares e encontre
alguém que passou por alguma dessas situações e nos diga como foi o cuidado dele no inicio do
problema ate o final com sua cura.

Referencia:

https://brasilescola.uol.com.br/saude/primeiros-socorros.htm

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